A importância da participação de deficientes nas políticas públicas do Brasil

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

– “(…) então vc acha que as políticas públicas estão melhores?” (SIC)

Caro leitor como pôde notar, comecei essa postagem com uma pergunta digamos que, peculiar, que me fizeram sobre os avanços nas políticas públicas pra nós, pessoas com deficiência.

Honestamente achei um “gancho” extremamente pertinente pra falar sobre o assunto aqui no “Mão na Roda”.

Pois bem… Mas pra isso precisamos compreender o que são políticas públicas?

Bom, resumidamente são um conjunto de ações, programas e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de agentes públicos ou privados, objetivando assegurar determinados direitos de cidadania, para determinados “grupos” étnicos, sociais, econômicos, culturais etc.

As políticas públicas correspondem a direitos garantidos constitucionalmente, que se atestam graças ao reconhecimento e a participação plena por parte da sociedade ou pelo poder público como novos direitos às comunidades, coisas ou outros bens tangíveis ou intangíveis.

Entendido isto, quando falamos de políticas públicas para pessoas com deficiência…

Estamos abordando temas como acessibilidade, participação plena e eficaz da inclusão na sociedade, estamos abordando ainda a equidade, ou seja, a igualdade de oportunidades etc.

Isso e temas semelhantes objetivam a não discriminação inerentes aos direitos humanos, representando a valorização da diversidade humana.

Nós, pessoas com deficiência representamos uma especificidade do grande e complexo mosaico das diferenças humanas com particularidades como qualquer outra pessoa.

Agora, respondendo a pergunta que iniciei nosso assunto de hoje…

Sim, eu acredito que as políticas públicas pra o nosso público PCD (Pessoa com Deficiência) estão melhores, na verdade muito melhores. Pois discussões que tangem a nossa inclusão ganharam espaço e importância em nosso país, repercutindo em avanços sociais para todos… Como?

Ora, um grande exemplo sou eu e você discutindo esse assunto aqui no G1 o maior portal de notícias do país, nós estamos ganhando espaço na linha de frente das reivindicações políticas, sociais etc.

A mídia tem nos oferecido esse espaço, o poder Judiciário tem nos garantido direito a equidade em todos os sentidos…

Tudo isso configura um importantíssimo e decisivo marco na história da evolução das nossas políticas públicas…

Eu mais que compreendo o pensamento dos que dizem: “Ah, mas ainda tem muita coisa a fazer, a melhorar!”…

Contudo, defendo que estamos melhorando, estamos evoluindo. Ao longo desses últimos anos, temos ampliado nosso espaço também no cenário político nacional.

Estamos conquistando uma participação efetiva na definição de políticas públicas denotando um aumento na maturidade brasileira em torno dessa temática.

Estamos marcando território através da constatação de programas, ações e planos que vem sendo desenhados por nossos governos que, por sua vez se orientam nas discussões, ideias, projetos derivados da nossa plena participação.

Por exemplo, temos as deliberações das “Conferências Nacionais sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência”…

Que produziram/produzem frutos oriundos da plantação do diálogo democrático e participação da sociedade que busca implementar deliberações sobre acessibilidade, educação, saúde, inclusão, emprego, reabilitação etc…

De frente com essas temáticas deliberadas conseguimos estabelecer compromissos e perspectivas de responsabilidade social e governamental.

Portanto, mais uma vez afirmo que sim, temos evoluído com nossa participação na tomada de decisões das políticas públicas, mas isso não deve ser feito uma vez ou outra, não mesmo.

Temos que fazer esse trabalho mega organizado igual às formigas construindo um formigueiro, ou seja, cada uma desempenhando uma função que, com sua singularidade contribuirá determinando importantes avanços na construção de uma sociedade inclusiva, acessível.

Conseguimos avançar nessa ultima década, isso é muito importante. Precisamos unir nossas forças e continuarmos avaliando diariamente medidas, implementações, e diligências essenciais ao ajustamento das políticas públicas voltada pra gente (PCD)

Hoje decidi salientar a importância da nossa participação como agentes das mudanças sociais no processo da construção democrática, lembrando que é nossa função semear perspectivas sensibilizando os governos federal, estaduais e municipais para as questões referentes à pessoa com deficiência.

Devemos impulsionar a inclusão qualificada no processo de desenvolvimento do país, visando sempre, sempre oportunizar a visibilidade da situação que se encontram nossas políticas públicas, além de estimularmos o fortalecimento do controle social estimulando a tomada de medidas necessárias para impulsionar o cumprimento das legislações vigentes.

Essa plantação, num futuro de curto, médio e longo prazo produzirá bons frutos que garantirão direitos co equidade para cada cidadão brasileiro com deficiência.

A notícia boa é que hoje 29 de janeiro de 2018, eu e você acabamos de contribuir mais um pouquinho na plantação dessas perspectivas. Como?

Eu do lado de cá da sua tela, falando sobre a eficácia e funcionalidade da nossa participação na construção de uma sociedade coletiva e democrática, promovendo a união das sociedades civil e governamental, em torno do objetivo comum de avaliar e aprimorar as políticas públicas enquanto pessoas com deficiência.

E você caro leitor, está contribuindo do lado daí da telinha demonstrando interesse na compreensão e importância desse assunto avaliando a implementação de deliberações que possam contribuir para nortear a construção de políticas públicas para nós brasileiros com deficiência.

Agora pra contribuirmos juntinhos na propagação da importância das nossas políticas públicas, que tal compartilharmos essa postagem e motivarmos outros cidadãos com deficiências a tornarem-se exímios plantadores de perspectivas pra novos direitos materiais ou imateriais à nossa “classe”?

E aí?

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: mensagem no meu e-mail [email protected]

15 frases capacitistas que você deve parar de usar agora mesmo

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Todo mês de setembro nós celebramos o Setembro Azul, em que nos dedicamos à conscientização sobre a importância da inclusão de pessoas surdas na sociedade. Nesse cenário, é super importante refletirmos sobre nossas atitudes e linguagem, não é mesmo?

Com isso em mente, separamos 15 frases capacitistas para você deletar de vez do seu vocabulário.

O Setembro Azul é uma oportunidade de aprender, desaprender e promover mudanças que tornem o mundo mais inclusivo e respeitoso.

Mas já que estamos tornando o mundo mais inclusivo, por que não ampliar essa luta e comemorar também o Setembro Verde? Ainda não conhece essa campanha? Não se preocupe que vamos te explicar mais sobre ela daqui a pouquinho!

O que é o Setembro Azul e qual a sua importância?

O Setembro Azul é uma iniciativa global que busca conscientizar sobre os desafios enfrentados pelas pessoas surdas e promover a inclusão em todos os aspectos da vida.

Essa campanha tem como objetivo quebrar barreiras de comunicação, educar a sociedade sobre a cultura surda e lutar por igualdade de oportunidades.

Mas você sabe por que essa iniciativa é celebrada em setembro e por que a cor símbolo é o azul?

Esse é o mês que reúne diversas datas importantes para a comunidade surda. Uma delas é o dia de fundação do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), em 26 de setembro de 1857.

Além disso, o azul é bastante simbólico para essa comunidade, por representar a cor do laço que as pessoas com deficiência precisavam usar no braço para serem identificadas pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial. Você já sabia dessas curiosidades?

O que é o Setembro Verde e por que ele também é relevante?

O Setembro Verde tem uma proposta bastante parecida com a do Setembro Azul, mas ao invés de focar em uma deficiência específica, essa campanha se dedica à conscientização sobre a inclusão das pessoas com deficiência em geral.

Essa campanha é um lembrete de que a sociedade deve ser acessível a todas as pessoas, independentemente de suas habilidades e características físicas, cognitivas ou sensoriais.

A luta por um mundo mais inclusivo abrange uma ampla variedade de deficiências, cada uma com suas próprias necessidades e desafios.

Nesse contexto, nosso papel é garantir que estamos contribuindo para uma sociedade menos capacitista em nossos ambientes de trabalho, com nossos amigos e familiares!
O que é capacitismo?

O capacitismo é a discriminação ou preconceito em relação às pessoas com deficiência. Ele se baseia na ideia de que a habilidade física ou mental é um indicador de superioridade, tendo como padrão um corpo sem deficiência considerado “normal”. Em resumo, o capacitismo subestima a capacidade e aptidão das pessoas em virtude da sua deficiência.

Isso se manifesta de várias formas, desde atitudes condescendentes e expressões preconceituosas até a exclusão sistemática de pessoas com deficiência de oportunidades educacionais, de emprego e sociais. O capacitismo, assim como qualquer outro tipo de preconceito, também pode acontecer de forma velada, quando alguém se refere à uma pessoa com deficiência com um certo “heroísmo”, supervalorizando a realização de suas tarefas básicas.

15 frases capacitistas que você deve parar de usar agora mesmo

Agora que você já entende um pouco mais sobre o que é capacitismo e algumas formas em que ele pode se manifestar, chegou a hora de conferir algumas frases capacitistas para não usar nunca mais!

“Nossa, nem parece que você tem deficiência”: essa frase sugere que ter uma deficiência é algo negativo, além de reforçar a ideia de que as pessoas com deficiência deveriam ter uma aparência diferente para serem mais facilmente identificadas.

“Você fala? Nem parece que é surda”: essa frase minimiza a identidade surda de alguém e reforça estereótipos prejudiciais, como a de que pessoas surdas não falam, sendo erroneamente chamadas de surdas-mudas (essa é uma deficiência diferente da surdez).

“Achei que você era normal”: essa declaração implica que as pessoas com deficiência não são “normais”, perpetuando o estigma e a valorização dos corpos sem deficiência tidos como o “padrão a ser seguido”.

“Se fosse comigo, nem sei o que faria”: essa frase subestima a resiliência e as capacidades das pessoas com deficiência, além de tratar a deficiência como um fardo e um problema.

“Essa pessoa é um exemplo de superação”: embora seja importante reconhecer conquistas individuais, usar a superação como única narrativa desconsidera as lutas reais das pessoas com deficiência, e muitas vezes é usada naquele contexto de supervalorizar tarefas básicas.

“Você está sendo meio autista”: essa frase é um exemplo de como termos clínicos são usados de maneira inadequada e pejorativa.

“Finge demência”: usar termos relacionados a deficiências para descrever comportamentos indesejados é ofensivo e reforça estigmas.

“Você é retardado?”: o uso do termo “retardado” como insulto é altamente ofensivo e perpetua o preconceito contra pessoas com deficiências intelectuais.

“Você está cego/surdo?”: mais uma vez, usar uma deficiência para descrever um comportamento não é nada respeitoso e desconsidera as necessidades individuais da pessoa.

“Que mancada”: associar deficiências a erros ou falhas contribui para a marginalização.

“Nós não temos braço para isso”: usar deficiências como metáforas para dificuldades minimiza as experiências das pessoas com deficiência, e poderia facilmente ser substituída por uma expressão mais literal.

“Dar uma de João sem braço”: expressões desse tipo perpetuam estigmas e “brincadeiras” de mau gosto relacionadas a deficiências.

“Estou mais perdida que cego em tiroteio”: essa comparação é insensível e trivializa situações perigosas.

“A gente só recebe o fardo que aceita carregar”: essa frase desconsidera a luta contra a discriminação e a desigualdade enfrentada pelas pessoas com deficiência, dando a ideia de que elas tiveram a opção de escolher ter ou não a deficiência.

“É melhor ser surda do que ouvir isso”: essa declaração minimiza a experiência da deficiência auditiva e implica que ser uma pessoa surda é preferível a lidar com comentários ruins.

Qual a importância de usar uma linguagem inclusiva?

Usar uma linguagem inclusiva e acessível é fundamental para respeitar a dignidade e a identidade das pessoas com deficiência. Algumas formas de fazer isso incluem:

A pessoa em primeiro lugar: devemos colocar a pessoa antes da deficiência, como “pessoa com deficiência” em vez de “deficiente”.

Usar a terminologia adequada: informe-se sobre os termos corretos para se referir a diferentes deficiências e evite termos pejorativos, como as frases capacitistas que acabamos de mencionar.

Evitar rótulos simplistas: evite categorizar as pessoas apenas por suas deficiências, reconhecendo a complexidade de suas identidades.

Respeitar as preferências individuais: algumas pessoas preferem termos específicos para se referirem a suas deficiências, respeite essas preferências.

Por exemplo, dentre as pessoas com deficiência auditiva, algumas se identificam como surdas e outras não, principalmente por conta do fator cultural envolvido neste termo.

Conclusão

Neste Setembro Azul e Verde, esse mês símbolo de uma luta contínua, temos que nos comprometer a ser anticapacitistas, desafiando preconceitos enraizados e adotando uma linguagem mais inclusiva. A conscientização sobre o capacitismo é uma etapa essencial para a criação de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Lembre-se de que as palavras têm poder, e usar uma linguagem respeitosa e inclusiva é uma ótima maneira de começar a promover a igualdade e o entendimento.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Hand Talk.

Ouvintismo e o preconceito contra as pessoas surdas

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Infelizmente, o preconceito ainda é uma concepção muito presente no nosso dia a dia. Ele existe de várias formas, oprimindo e ofendendo diversos grupos, como as mulheres, pessoas negras, membros da comunidade LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência e por aí vai.

Hoje, vamos te explicar um pouquinho mais sobre o preconceito contra as pessoas surdas, também conhecido como ouvintismo ou também audismo, porém o primeiro termo é o mais utilizado

Se antes de continuar a leitura você queira conhecer mais sobre a comunidade surda, separamos 5 fatos que você deveria saber sobre ela, para começar a desconstruir alguns preconceitos que talvez você nem imaginava que tivesse.

Afinal, o que é ouvintismo?

Para entender o conceito de ouvintismo, precisamos partir da noção de que o mundo foi construído por e para pessoas ouvintes. Nesse cenário, é como se pessoas surdas e com deficiências auditivas não fossem consideradas por suas identidades, como se enxergam dentro da comunidade, e sim entendidas como “não-ouvintes”.

É como se elas estivessem erradas ou fossem inferiores por não ouvirem. O ouvintismo entende o mundo a partir da percepção da pessoa ouvinte, e de como ela encara as situações e ambientes ao seu redor.

Nessa lógica, a pessoa surda é o elemento que não se encaixa, que está fora do padrão socialmente aceito.

Sendo assim, precisam a qualquer custo se tornarem ouvintes em potencial, passando pelo processo da oralização, aprendendo leitura labial e se adequando à comunicação oral.

Ser ouvinte passou a ser sinônimo de ser normal. Esse padrão que temos na sociedade hoje, faz com que muitas pessoas com deficiência auditiva sejam negadas de se perceberem e se afirmarem positivamente como parte da comunidade surda.

Essa construção sociocultural acaba criando um ambiente muito difícil de exclusão, rejeição e invisibilidade das pessoas surdas. Inclusive, o ouvintismo chega até a privá-las da sua língua, que é um pedaço gigantesco da sua identidade e cultura.

Entendendo sobre o privilégio ouvinte

Você sabia que as Línguas de Sinais, na sua maioria usadas pela comunidade surda para se comunicar, foram proibidas em 1880? Esse é só um exemplo de várias das privações linguísticas que as pessoas surdas sofrem no dia a dia. Pensando nisso, é nítido que as pessoas ouvintes vão usufruir de mais privilégios, já que não possuem tantas barreiras para enfrentar o tempo inteiro.

Um bom exemplo para você entender como esses privilégios funcionam na realidade, é a prática de cripface.

Esse termo surgiu nos Estados Unidos, unindo as palavras crippled (deficiente) e face (rosto).

Ele é muito presente na indústria audiovisual e do entretenimento, quando atores sem deficiência interpretam personagens com deficiência.

Isso é um grande problema, porque acaba retratando as pessoas dessa comunidade de forma ofensiva e capacitista. Além do que, o próprio fato de não contratar atores com deficiências para essas produções já é um ato capacitista em si, porque é baseado na ideia de que eles não são capazes de dar conta desse tipo de trabalho.

São inúmeras as vezes em que pessoas ouvintes ocupam indevidamente os espaços das pessoas surdas, principalmente no ambiente de trabalho. Em lugares em que a oferta de emprego já não é grande, elas ainda são prejudicadas a favor do privilégio ouvinte.

Um dos casos mais frequentes acontece para vagas de intérpretes ou professores de Libras (Língua Brasileira de Sinais). As organizações preferem contratar pessoas ouvintes, porque acreditam que elas vão conseguir se comunicar melhor com o restante do público, também ouvinte. Elas fazem isso ao invés de escolher pessoas surdas, que muitas vezes têm sua cultura e identidades baseadas na Libras.

Recentemente, também veio à tona a expressão deaf money, mas o que isso significa? Assim como com tantos outros grupos, as empresas se aproveitam das pessoas surdas para lucrar em cima delas, sem realmente estarem preocupadas com as causas defendidas por essa comunidade.

É muito comum, por exemplo, encontrarmos cursos de Libras oferecidos por pessoas ouvintes, com a promessa de fluência no idioma em tempo recorde, e ainda cobrando preços abusivos. As pessoas por trás de ações desse tipo apenas usam as pessoas surdas como estratégia para ganhar dinheiro e fama, sem estarem envolvidas com a comunidade, ou a apoiarem.

Por conta disso, foi criado o lema “Nada sobre nós, sem nós”, que defende a presença das pessoas surdas e com outras deficiências nos espaços que pertencem à elas. Se estamos tratando de algo sobre elas, por que excluí-las?

As situações em que observamos o privilégio ouvinte são bastante frequentes. Ainda, as dificuldades de comunicação para pessoas surdas se tornam praticamente inevitáveis em um mundo que só aceita ser ouvinte.

Acontece quando uma pessoa surda, que se comunica principalmente em Libras, precisa ir ao hospital, à delegacia, a uma loja, à escola, ou até em rodoviárias e aeroportos, em que os anúncios são normalmente apenas sonoros.

Você percebe como o privilégio ouvinte pode tirar a liberdade e autonomia de quem faz parte da comunidade surda?

O preconceito linguístico sofrido pelas pessoas surdas

Bom, a ideia de preconceito você já conhece, mas sabe dizer no que consiste o preconceito linguístico? Basicamente, é uma forma de discriminação social pautada em julgar as pessoas pelo jeito como elas se comunicam.

Isso pode acontecer tanto pela outra pessoa usar termos que você acha que são errados ou indevidos, por ela não dominar bem o idioma em que está falando, ou simplesmente por se comunicar em outra língua diferente da sua.

Por exemplo, dentro do Brasil, pessoas nordestinas costumam sofrer muito com esse tipo de preconceito. Elas são xingadas e ofendidas apenas por possuírem um sotaque marcante e linguagem diferente do resto do país.

Esse também é um fenômeno que acontece bastante com pessoas surdas sinalizantes, que no Brasil, falam principalmente Libras.

Como elas não dominam bem o português, são vistas como inferiores, incompletas, incompetentes, burras, e tantas outras noções negativas que nascem desse preconceito.

Ainda, as pessoas surdas, e também pessoas com outras deficiências, sofrem do capacitismo linguístico.

Isso acontece quando as pessoas usam jargões ou ditados capacitistas, que funcionam quase como gírias.

Essas expressões vão ganhando popularidade dentro da sociedade, mesmo que às vezes as pessoas não entendam bem o significado por trás das palavras, e usem esses termos sem muita consciência.
Será que o que eu estou falando é capacitista?

Esse tipo de linguagem capacitista incentiva uma cultura de exclusão que só se fortalece. Mais uma vez, percebemos os reflexos da cultura de ouvintismo em que vivemos, inferiorizando as pessoas surdas.

Para garantir que a gente não continue repetindo esses termos preconceituosos, separamos algumas expressões capacitistas que você não deve nunca mais usar:

Conversa de surdos: normalmente, essa expressão é usada quando as pessoas que estão conversando não conseguem se entender.

Então vamos reforçar, as pessoas surdas conseguem se comunicar muito bem.

A única diferença é que fazem isso em uma língua que não é muito aceita pelas pessoas ouvintes.

Se fazer de surdo: quando alguém ouve algo, e prefere ignorar ou não dar atenção a essa informação, as pessoas dizem que ele está se “fazendo de surdo”.

Isso só mostra o preconceito contra as pessoas surdas, que têm sua deficiência auditiva associada a ignorância intencional.

Achei que você era normal, não tem cara de surda: como falamos ali em cima, pessoas ouvintes se tornaram sinônimo de normalidade.

Logo, nessa lógica, pessoas surdas são anormais e estão erradas. Além do que, não existe uma “cara de surda”. Isso é apenas um estereótipo preconceituoso colocado nelas.

Você nem parece que é surda, até sabe falar: novamente, essa é a reprodução de uma noção errada da surdez.

A maioria das pessoas com deficiência auditiva possui a fala, mas na maioria das vezes não a utiliza, por preferir se comunicar em Línguas de Sinais. Ou seja, o termo surdo-mudo, ou chamar alguém de mudinho, também está errado.

É melhor ser surdo do que ouvir isso: quando alguém reproduz essa expressão, reforça a ideia de que a surdez é um fator limitante e degradante na vida de uma pessoa.

Também, ajuda a fortalecer o ouvintismo, pensando que pessoas ouvintes são superiores às pessoas surdas e com deficiência auditiva.

O ouvintismo parece estar em todo lugar, mas agora que você já entende mais desse tema, é seu papel agir contra esses preconceitos contra a comunidade surda. Um ótimo primeiro passo é começar a aprender Libras, trabalhando pela inclusão das pessoas surdas no nosso dia a dia.

Você pode fazer isso agora mesmo, com o Hand Talk App, um aplicativo gratuito de traduções automáticas em Línguas de Sinais.

Ediçao: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Blog Acessibilidade /Se quiser se aprofundar mais no tema de ouvintismo e preconceitos linguísticos, deixamos aqui algumas recomendações de pesquisadoras surdas para te ajudar, como Gladis Perlin, Karin Strobel e Shirley Vilhalva

Inclusão social das Pessoas Com Deficiência (PCD) nas empresas

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Pouco mais de 28% de pessoas com deficiência estão inseridas no mercado de trabalho, um número irrisório perto das 17 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir desses números conseguimos compreender porque a inclusão se faz tão necessária em nossa sociedade.

Na esfera profissional não é diferente, promover a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é uma forma de contribuir para a igualdade social, além de trazer pluralidade para as equipes e um impacto positivo na produtividade. Vamos conhecer um pouco sobre o que a legislação brasileira diz a respeito da inclusão.

Qual é a Lei Brasileira de Inclusão?

A principal lei regulamentadora dos deveres e direitos à acessibilidade, a Lei brasileira de Inclusão (LBI) ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, foi publicada no dia 6 de julho de 2015, sob o n.º 13.146.

Os principais objetivos desta Lei são: garantir a acessibilidade, através de benefícios que a reduzem; e apresentar medidas para aumentar a igualdade e a inclusão social das pessoas com deficiência. Podemos identificar esse objetivo no artigo 1.º da Lei:

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Uma definição muito importante que a Lei Brasileira de Inclusão nos apresenta é o conceito de pessoa com deficiência, presente no artigo 2.º da Lei:

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Esses entendimentos são o ponto de partida para que possamos desenvolver ações que realmente tragam impacto positivo às pessoas com deficiência, realizando a integração no ambiente social e de trabalho. Vamos conhecer um pouco sobre as leis que tratam da inclusão profissional?
Lei de Cotas – Entenda a reserva de cargos para PCDs

Em complemento as políticas de inclusão previstas, a Lei 8.213 de 1991, que trata sobre o regime da previdência social, estabelece que empresas com cem colaboradores ou mais devem destinar de 2% a 5% das vagas às pessoas em reabilitação ou com deficiência, sendo:

Faixa Alíquota
de 100 a 200 funcionários 2%
de 201 a 500 funcionários 3%
de 501 a 1000 funcionários 4%
de 1001 em diante 5%

Qual a multa prevista na Lei de Cotas?

A inobservância dessa regra poderá acarretar graves punições. Apesar de a Lei não prever expressamente qual seria o valor da multa, quando identificado o descumprimento, a empresa poderá sofrer um processo judicial, onde será arbitrado pelo magistrado o valor que entender coerente para a infração.

No caso da Lei de Cotas, por exemplo, a multa é atualizada diariamente e o cálculo é realizado com base na quantidade de dias em que a empresa atuou com o número abaixo do mínimo de funcionários com deficiência exigido pela Lei.

Observe a determinação da MTPS/MF N°1 de 08/01/2016, que indica:

Faixa Multa
de 100 a 200 funcionários De R$ 2.143,04 a 2.571,65
de 201 a 500 funcionários De R$ 2.571,65 a R$ 2.785,95
de 501 a 1000 funcionários De R$ 2.785,95 a R$ 3.000,25
de 1001 em diante De R$ 3.000,25 a R$ 3.214,55

Quais as principais leis de Inclusão existente no Brasil?

Além dessa, existem outras legislações para garantir a inclusão social nas empresas, como no caso da Lei 10.097/2000 que determina que os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente entre 5% e 15% dos trabalhadores existentes em cada empresa, cujas funções demandem formação profissional.

Ainda, a Lei 10.741/2003 assegura os direitos dos idosos, sendo, inclusive, proibido fixar idade máxima para os processos seletivos, exceto quando o cargo exigir. Além de determinar que todo idoso tem direito ao exercício da atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

A inclusão, além de ser um requisito legal para algumas organizações, promove vantagens para os empregadores que desejam expandir sua obrigação moral com a sociedade. Atualmente existem empresas especializadas em RH, como a Employer, que podem ajudá-lo na contratação de profissionais qualificados para o mercado. Saiba mais!

Edição:: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte:Contribuição da Advogada Letícia Pereira (OAB 457.214) do corpo jurídico Employer.

Inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho: saiba mais sobre o tema!

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

As empresas estão preparadas para contratar ou garantir a permanência de profissionais transexuais em seu quadro de pessoas colaboradoras?

Para 88% das pessoas trans, não. Isso foi o que mostrou um relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

A mesma pesquisa mostrou que 20% das pessoas transexuais do Brasil estão fora do mercado de trabalho.

Segundo o artigo 23º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego”.

No entanto, como podemos ver, a realidade é outra. A inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho é um enorme desafio, já que ainda há pouco conhecimento e políticas efetivas para que isso se concretize.

Neste artigo, vamos entender esses desafios, assim como maneiras para contorná-los e, assim, ter uma equipe mais diversa.

Principais desafios na inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho

Ainda que diversidade e inclusão sejam um tema cada vez mais comum nas empresas, a realidade ainda se mostra longe do ideal quando o assunto é inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho.

Abaixo, evidenciamos alguns dos principais desafios que essas pessoas enfrentam ao buscarem um emprego formal.
Falta de informações nas empresas e pessoas recrutadoras

A falta de conhecimento é um fator extremamente preocupante quando o assunto é o preconceito.

Sendo assim, não buscar informações sobre o contexto e as vivências de pessoas trans e travestis se mostra um enorme desafio para a contratação desse público nas empresas.

Nesse sentido, pouco conhecimento sobre essa realidade pode levar a conclusões e ações que não necessariamente contribuirão para a inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho.

Poucas vagas destinadas a pessoas trans

Existem poucas vagas que são exclusivamente destinadas a pessoas trans. Os motivos para isso incluem o preconceito em si, mentalidade e cultura ultrapassadas que não vêem nas pessoas trans o potencial que têm, assim como a falta de preparação das empresas para lidarem com essa realidade. Não à toa, uma pesquisa feita pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no estado de São Paulo, identificou que somente 13,9% das mulheres trans e travestis tinham um emprego formal em 2020, enquanto 59,4% dos homens trans ocupavam esses tipos de cargos.

Segundo a Antra, em torno de 70% da população trans e travesti do Brasil não tiveram a oportunidade de concluir o Ensino Médio.

Os fatores que colaboram para isso são vários, sendo os principais deles o preconceito e a violência sofridos por essas pessoas nos ambientes de ensino.

Nesse sentido, vagas que pedem altos níveis de qualificação são verdadeiros desafios para as pessoas trans, que grande parte das vezes não conseguem atingir tais exigências.

Falta de políticas de diversidade

A tendência de adoção de políticas de diversidade nas empresas pode, em alguns casos, até existir. No entanto, nem sempre são suficientes.

Isso porque, mesmo que haja vagas destinadas para esse público, como mencionamos, a régua para admissão pode ser extremamente alta, o que prejudica a aprovação dessas pessoas.

Além disso, ainda que sejam contratadas, muitas vezes não há um processo de conscientização e educação na empresa.

Fatores como pronome de tratamento, nome social e banheiros voltados para pessoas cisgêneros ainda são grandes desafios para a real inclusão de pessoas trans e travestis.

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Como contornar os desafios da contratação de pessoas trans

Na contramão do preconceito e da exclusão social, existem algumas iniciativas que podem ser adotadas pelas empresas para garantir maior inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, conforme podemos ver a seguir.

Maior conscientização e estudo sobre o tema

A maior empregabilidade de pessoas trans e travestis está ligada à diminuição do preconceito e essa, por sua vez, ao conhecimento sobre o tema.

Dessa forma, a inclusão depende de uma maior conscientização das equipes de Recrutamento e Seleção sobre como são as diferentes vivências das pessoas trans, a fim de entenderem sua realidade e implementarem políticas e processos seletivos mais adequados também ao nível de escolaridade.

Promoção de cursos de capacitação e incentivo ao desenvolvimento

Por falar em nível de escolaridade, como mencionamos, comumente a régua de aprovação de pessoas trans e travestis em empresas é muito alta, considerando-se a falta de oportunidades de estudos durante a vida. Por isso, para contornar esse desafio e incluir e recrutar cada vez mais pessoas trans nas empresas, é fundamental investir em cursos de capacitação.

Assim, é possível que não deixem de ser selecionadas nas empresas e, ao contrário disso, tenham a oportunidade de contratação e desenvolvimento dentro das próprias organizações.

Inserção em plataformas e programas de empregabilidade de pessoas trans

Existem plataformas como a Transempregos que são exclusivamente voltadas para a conexão entre empresas e pessoas trans e travestis, fomentando equipes mais diversas nas organizações. Com esse tipo de ferramenta, é possível ter acesso a currículos de pessoas trans, assim como a conteúdos exclusivos e educativos sobre o tema.

Pesquisar e investir nesse tipo de plataforma é uma maneira de ter ações ainda mais direcionadas para ter um quadro de pessoas colaboradoras mais diverso.
Preparação da empresa para receber pessoas trans e travestis

O primeiro passo para ter uma empresa mais diversa é a contratação de pessoas diversas, é claro.

Porém, conforme mencionado, é preciso também preparar o ambiente para recebê-las, no sentido de garantir que tenham uma boa experiência no ambiente de trabalho e que sejam respeitadas como qualquer outra pessoa colaboradora é.

Por isso, implementar rodas de conversa, palestras e até mesmo cursos explicando transexualidade, dentre seus conceitos e realidades, tendo como tema principal o respeito, pode ser o caminho certo para, mais do que diversa, sua empresa seja realmente inclusiva.

Mesmo que a passos lentos, o mercado está se desenvolvendo, mas precisa (o quanto antes) acelerar sua caminhada rumo à inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho. Ter essas pessoas na equipe pode contribuir e muito para o engajamento, a satisfação e a inovação dentro da organização.

Edição:CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Qulture.Rocks/Internet

Por que é tão urgente falar sobre inclusão social e acessibilidade?

CLEOomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Você sabia que, de acordo com o último censo demográfico realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010, pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência? Isso representa 24% da população do nosso país. Mais do que tudo, essa é uma questão de inclusão social.

Em números absolutos, é uma quantidade de pessoas que equivale ao total de habitantes de grandes países como Colômbia e Espanha, por exemplo

Uma realidade social pouco divulgada mas que está presente todos os dias em nossas famílias, escolas, trabalho e nas ruas de nossas cidades.

Antes de tudo, segundo o texto da 1ª Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, aprovado pela Assembleia Geral da ONU em 2006, PcD é o indivíduo que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, pode ter obstruída sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Existem diversos tipos de deficiências reconhecidas pelas leis. As mais comuns são: deficiência física, deficiência visual, auditiva, intelectual, psicossocial e deficiência múltipla, em que o indivíduo pode possuir duas ou mais combinadas.

Além disso, há também as deficiências ocultas, que não são facilmente percebidas à primeira vista, como baixa visão, dificuldades de aprendizado, TDAH e autismo.

Em 2020 foi aprovado o Projeto de Lei (PL) 5.486/2020, que oficializa o uso de uma fita com desenhos de girassol como símbolo de identificação para pessoas com deficiências ocultas.

Desde 1991, as empresas com mais de 100 colaboradores devem empregar pessoas com deficiência, conforme a Lei de Cotas 8.213/91.

Apenas em 2002 a Libras (Língua Brasileira de Sinais) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, por meio da Lei nº 10.436.

Tendo em vista todos esses avanços citados acima, ainda existe um longo caminho para ser trilhado rumo a uma sociedade inclusiva e justa que abrace essa parcela tão significativa do Brasil. Afinal, antes de se falar sobre políticas públicas, esse é um assunto que alcança os corações de milhões de pessoas.

Leia mais: Faculdade Única garante atendimento gratuito de fisioterapia para os pacientes das UBS’s de Ipatinga

Acessibilidade e Inclusão Social: Um assunto que toca

Falar sobre inclusão social é, antes de mais nada, falar sobre um tema que vai muito além de meras estatísticas. Trata-se de uma questão que influencia diretamente a vida de muitas pessoas: tanto aquelas com deficiência (PcD) quanto suas famílias, e também o Sistema Educacional Brasileiro.

Wanilda Varela é educadora há mais de 20 anos. Atualmente é coordenadora do NAPSI (Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Social) da Faculdade Única. Seu currículo engloba experiências em diversas áreas do conhecimento: Psicologia, Psicopedagogia, Neuropsicologia, entre outras. No entanto, sua vivência juntamente a pessoas com deficiência está entrelaçada por uma razão que vai muito além de qualquer grade curricular.

“Meu tempo trabalhando com PcDs é de mais de duas décadas. Mas pessoalmente falando, estou nessa causa desde que eu nasci porque tenho uma irmã com deficiência. Eu sempre estive enraizada nessa questão da pessoa com deficiência, porque vivo isso na pele”, conta.

Vania Coelho tem uma trajetória parecida. Já são décadas de estrada atuando na área do serviço social. Inicialmente como estagiária, ela se desdobrava entre o trabalho de auxílio no Conselho da Mulher e a criação de seus filhos.

O primeiro contato da Vania com PcDs foi em 2007, quando viu na igreja de sua mãe um grupo de surdos se comunicando em uma linguagem que até então era completamente nova para ela: a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Desde então, a vida dela nunca mais foi a mesma.

“Penso que quando você se envolve de verdade, acaba aderindo à causa. Comigo foi assim. Hoje em qualquer lugar que vou, uma das primeiras coisas que observo é se esse lugar possui acessibilidade para todas as pessoas. Quanto mais o tempo passa, mais me envolvo. Não tem volta!”, explica.

A trajetória profissional da Vania Coelho comprova que em determinados momentos não somos nós que escolhemos nossas áreas de atuação, mas são elas que nos escolhem. Nesses casos, a nobreza de ser útil se torna mais importante do que o prestígio.

“Não faço nada para ser admirada, é só uma realidade que está ao nosso lado e a maioria das pessoas não enxergam”, completa.

Quem também teve seu primeiro contato com pessoas com deficiência no ambiente religioso foi Cristiane Campos. Ao perceber uma intérprete de língua de sinais traduzindo o culto na Igreja Presbiteriana, aquilo a chamou atenção. Esse foi o ponto de partida para uma vida inteira dedicada à causa da inclusão social.

“Meu primeiro contato com a libras foi em 2008 na IPB do bairro Bom Jardim, onde eu moro.

Lá na igreja mesmo eu fiz um curso básico, mas nada como profissão. Comecei a interpretar cobrindo professores que saíam de férias e em 2017 tive minha primeira experiência como intérprete de sala de aula, aqui na Faculdade Única”, relembra.
Educação Inclusiva no Vale do Aço

Com tanto tempo envolvida no campo educacional, é possível realizar uma análise mais aprofundada sobre a situação atual da inclusão social e acessibilidade.

Cristiane Campos recorda-se da época em que era aluna e compara esse período com o atual cenário da educação básica.

“Em 2000 eu estudava na escola e a minha turma tinha um aluno surdo. Ele não tinha intérprete e precisava fazer a leitura labial do professor para conseguir acompanhar a aula. Hoje, graças ao avanço das leis, os estudantes com deficiência possuem intérpretes e são acompanhados todos os anos”, elucida.

Wanilda compartilha da mesma visão que Cristiane no que tange ao ensino de base para pessoas com deficiência.

“Acho tão bonito quando vejo nas escolas as crianças sem deficiência ajudando os coleguinhas que elas têm. Antes os pais nem queriam que esses alunos estudassem na mesma sala, no entanto, atualmente tivemos, sim, uma evolução”.

Contudo, de acordo com a educadora, a questão da inclusão social e da acessibilidade ainda tem um percurso bem longo a percorrer no universo do trabalho e no ambiente acadêmico.

“Penso que as PcDs continuam ocupando cargos mais simples no mercado de trabalho. Na minha opinião, quando se trata de nível superior, acho que estamos ainda engatinhando”, completa Wanilda Varela.

Nesse sentido, além de todos os obstáculos sociais que uma pessoa com deficiência precisa vencer todos os dias, a colocação profissional também tem se mostrado outro importante entrave na vida de quem não tem outra opção senão lutar.

“As legislações avançaram bastante, mas temos muito a evoluir. Mesmo tendo leis, muita gente ainda procura brechas para gastar menos ou contratar menos”, argumenta Vania.
Por que falar sobre inclusão social e acessibilidade no campo acadêmico é tão importante?

É muito difícil definir com precisão histórica quando começou, mas nossa sociedade contemporânea atravessa por um período que podemos chamar de “Era da Informação”.

Steve Jobs, fundador da Apple, uma das maiores companhias do planeta, reforça esse novo paradigma quando diz que “a tecnologia move o mundo”. Esses avanços abalam todas as esferas da sociedade, desde o que se conhece sobre trabalho até discussões que passam pela ética das relações humanas.

Nesse sentido, nada melhor do que falar sobre evolução de políticas públicas para pessoas com deficiência, uso de tecnologias assistivas e educação, no maior contexto que existe de produção de conhecimento: o ambiente acadêmico.

É apostando nisso que Cristiane Campos espera que o Mês da Inclusão Social e Acessibilidade alcance o seu objetivo, deixando um legado efetivo na construção de um futuro mais otimista.

“Quando os alunos chegam até a sala de aula na faculdade, eles estão dispostos a aprender algo. Porém, muitos deles nunca tiveram contato com uma pessoa com deficiência. Nosso objetivo com o Mês da Inclusão Social e Acessibilidade é gerar uma inquietação”, define.

Ou seja, é por meio dessa inquietação intelectual que as programações da Faculdade Única visam concluir sua missão: promover igualdade. “Pessoas com deficiência não são limitadas, mas, sim, diferentes. E cada uma merece ser tratada levando em conta suas especificidades”, reforça Cristiane.

Wanilda também mostra muita empolgação com a proximidade dos eventos do mês de setembro, reafirmando o compromisso da Instituição de Ensino Superior (IES) com sua responsabilidade social.

“Sou muito feliz por trabalhar na Faculdade Única, porque aqui não estamos apegados a leis, mas sim ao desenvolvimento das pessoas, sejam elas com deficiência ou não. No nosso seminário teremos ótimos profissionais que virão como palestrantes para nos auxiliar neste caminho que estamos percorrendo na educação para a pessoa com deficiência”, conta.

Dessa forma, as programações do Mês da Inclusão Social e da Acessibilidade não são voltadas apenas para os alunos da Faculdade Única. Colaboradores da IES e professores da rede pública de ensino da região também podem participar do evento, contribuindo com esse importante movimento que começa a partir do dia 5 de setembro.
Normal é ser diferente

O olhar preconceituoso e distante da realidade de 45 milhões de brasileiros, enxerga a pessoa com deficiência de forma discriminatória. De cima pra baixo. Com desdém. Esse mesmo olhar presunçoso, porém, se faz limitado demais ao não perceber sua própria feiura em julgar sem conhecer.

Segundo Wanilda Varela, o que uma pessoa com deficiência tem de mais bonito “é a sua verdade. Sua luta. Porque a maioria das pessoas se acostumam com sua zona de conforto, mas as PcDs nunca estão”.

Já para Vania Coelho, a maior beleza de uma PcD está “na felicidade incomparável de estar viva”. Cristiane Campos complementa destacando a resiliência. “Ela não se limita. Ela não vê em si uma deficiência, mas sim uma característica – a capacidade de não se contentar com o mínimo -, ela sempre corre atrás do mais”, destaca.

Por fim, vai ver, o olhar de uma pessoa com deficiência sobre a vida é o correto. Esse, que prioriza a perseverança, a paciência, a entrega.

Esse olhar que iguala pessoas e respeita as diferenças. Pois como diz Antoine Saint-Exupéry, escritor francês, “o essencial é invisível aos olhos. Só se enxerga bem com o coração”.

Edição: CLEOomira Soares dos Santos
Fonte: Grupo Prominas/Internet
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A importância da inclusão em diferentes tipos de ambientes

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Entenda a importância de incluir diferentes pessoas em diferentes setores da sociedade, como escola e trabalho.

No âmbito social, ser incluído significa, antes de tudo, sentir-se acolhido, pertencer a um grupo e ter acesso aos mesmos direitos e oportunidades.

Para a inclusão na prática, o indivíduo não pode sentir que precisa modificar suas características pessoais para se integrar aos demais.

Entenda abaixo a importância da inclusão de todos os tipos de pessoas nas escolas, universidades, empresas, programas de aprendizagem, entre outros.

A diversidade é um componente intrínseco da natureza humana.

Cada pessoa possui suas características próprias que a tornam diferente das demais, única e especial.

Dessa forma, não devemos anular qualquer distinção entre as pessoas, mas incluir as especificidades de cada uma em âmbitos coletivos de convívio.

Muitas vezes, as diferenças são erroneamente consideradas como um limite e um defeito. No entanto, elas são qualidades e fatores importantes para o enriquecimento de qualquer grupo.

Assim, se as diferenças fossem reduzidas ou eliminadas, assistiríamos a um empobrecimento da diversidade e riqueza da humanidade, ou seja, daquelas características únicas que cada pessoa possui.

A inclusão na prática não discrimina ou exclui uma pessoa por conta de alguma característica sua.

Alguns dos principais motivos de exclusão são:

raça;
gênero;
cultura;
religião;
orientação sexual;
limitação física ou mental.

A inclusão social é uma questão fundamental na construção de uma sociedade diversa e igualitária.

Ela garante que todos, independentemente de suas características, tenham respeitados os seus direitos à educação, saúde, trabalho, entre outros.

A inclusão ajuda a enriquecer o espaço onde estamos.

Por exemplo, em uma empresa com pessoas diversas, a tendência é obter melhores resultados justamente porque cada um tem pensamentos e vivências diferentes que podem acrescentar ao grupo.

Inclusão na educação

Naturalmente, a escola, universidade e outras instituições de ensino têm um papel fundamental no ensino sobre acolher o outro, reconhecer e valorizar as diferenças e trabalhar em equipe.

A educação inclusiva pode prevenir a discriminação e o abuso, além de garantir a todos as mesmas oportunidades de participação na vida em comunidade.

Inclusão no trabalho

No mercado de trabalho, a inclusão deve garantir condições de trabalho justas e favoráveis, incluindo igualdade de oportunidades e de remuneração para todos, conforme suas competências e não de acordo com gênero, religião, idade, orientação sexual, entre outras.

Além disso, a inclusão no trabalho não pode acontecer só no dia a dia. Desde o momento da contratação, é necessário não discriminar a pessoa por qualquer característica que possua.

A inclusão é um processo contínuo e diário. Não basta integrar as diversidades, é preciso dar espaço à riqueza das diferenças, adaptando, de tempos em tempos, os ambientes e as práticas a partir das características específicas de cada um.

Entender a importância da inclusão é uma postura imprescindível para o mercado de trabalho.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: CIEE-PR/Internet

A importância da acessibilidade nas academias e como se adequar

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

A acessibilidade nas academias é muito importante, porque permite que as Pessoas com Deficiência (PCD) possam viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.

A importância da acessibilidade nas academias e como se adequar

A Lei Brasileira de Inclusão, juntamente com a ABNT 9050/2015 garantem o direito à acessibilidade às pessoas com deficiência física, auditiva, visual ou com mobilidade reduzida. Promover a acessibilidade é um dever em ambientes públicos ou privados e isso inclui as academias.

Uma academia adaptada promove o direito às pessoas com deficiência de participarem de atividades comuns da forma como elas desejarem, além de ampliar seu público no espaço de saúde física.

Para você entender melhor a importância da acessibilidade e como adequá-la em sua academia, continue a leitura do nosso blog!

Por que toda academia precisa ser adaptada?

A percepção de que as pessoas com deficiência devem ter os mesmos direitos do que todas as outras, inclusive às atividades físicas, fez com que parques, quadras e academias passassem por adaptações.

Os ganhos de condicionamento físico, fortalecimento da musculatura e desempenho são os pontos mais importantes para a reabilitação e adaptação física de pessoas com dificuldades de locomoção, por exemplo.

Os espaços de exercícios não devem apenas adaptar a sua estrutura física, mas também, trazer profissionais especializados em orientar as PCDs.

Como garantir acessibilidade nas academias?

Para uma pessoa com deficiência é muito importante estar em ambientes adaptados, como por exemplo, um banheiro exclusivo para cadeirantes. Isso não só garante a segurança do cliente, mas também o espaço que ele frequenta.

Mas, não adianta fazer um local adaptado, se a PCD não conseguir se deslocar adequadamente até ele.

Por exemplo, para um(a) cadeirante andar em linha reta, a passagem mínima para a cadeira de rodas é de 90 centímetros, sendo que, para fazer uma curva de 90 graus, é necessário um espaço de 1,20 m, e para uma curva de 180 graus, é necessário no mínimo um metro e meio.

No caso da rampa de acesso, há uma tabela de inclinação versus desnível a ser vencida. Essa inclinação varia de 5% a 8,33%.

Os balcões de atendimento também devem ser adaptados, contendo uma parte mais baixa, com espaço para as pernas do cadeirante. Além disso, deve ser prevista uma porta de acesso, pois a catraca é inviável.

Para deficientes visuais, indicações em braile e piso tátil são fundamentais, além de profissionais especializados nas academias para orientar adequadamente os exercícios.

A acessibilidade também é um instrumento necessário para a eliminação das barreiras sociais, que impedem o exercício de direitos por parte das pessoas com deficiência. É através da acessibilidade que todos podem e devem se inserir na sociedade em suas diversas áreas, como educação, trabalho, lazer etc.

Por isso, ao abrir um espaço, como academias, as primeiras providências a serem tomadas são se informar e garantir os direitos de acessibilidade a todos e todas.

O que adaptar nas academias para garantir a acessibilidade da pessoa com deficiência?

Adaptar a acessibilidade nas academias permite que pessoas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida sejam incluídas em atividades comuns e socializantes.

Para isso, é preciso buscar conhecimento prático das técnicas e normas, e um profissional da área, como um arquiteto, que respeite as características e normas no desenvolvimento da estrutura adaptativa do espaço.

Pensando nisso, listamos alguns itens importantes para a adaptação de uma academia:

Estacionamento

Instale placas verticais com indicação para deficientes e pessoas com mobilidade reduzida. Ofereça condições para que essas pessoas se sintam bem recebidas em sua academia.

Calçadas de acesso

Como primeiro passo nas calçadas de acesso, coloque rampas auxiliares sempre com orientação profissional. Assim, cadeiras de rodas ou pessoas com muletas entram na academia com facilidade.

Piso

O piso deve ser modificado para garantir segurança e guias aos deficientes visuais. São placas, normalmente de material antiderrapante, que indicam os caminhos livres na academia, evitando acidentes. Lembre-se também de garantir profissionais especializados na orientação e acompanhamento dos exercícios.

Vestiários exclusivos

Nos vestiários feminino e masculino deve haver barras de metal para que as pessoas possam se apoiar. É muito importante lembrar do espaço reservado para cadeira de rodas, muletas ou andadores, que são utilizados pelas pessoas com deficiência.

Portas

As portas, principalmente as dos banheiros, devem possuir sinalização visual e tátil com altura (A) entre 1,20 m e 1,60 m em plano vertical na parede adjacente à porta.

Sanitários de uso restrito

Veja também se os sanitários de uso restrito possuem um dispositivo de emergência perto do boxe. O mictório também deve ter barras de apoio.

Bancadas

As bancadas também precisam ser adaptadas com pelo menos uma barra posicionada nas extremidades e ter uma alavanca na torneira.

Quais equipamentos são necessários nas academias com maior circulação de pessoas?

Além das adaptações mencionadas acima, é importante utilizar equipamentos capazes de oferecer acessibilidade nas academias a todas as pessoas com quaisquer tipos de deficiência.

Veja a lista que separamos para você:

Corrimãos nas rampas de acesso

As rampas precisam ter corrimãos circulares com altura mínima de 5 cm, e faixa de piso tátil de alerta de início e fim.

Plataforma de acessibilidade

As plataformas de acessibilidade são aquelas capazes de transportar bens e pessoas na vertical, como as acopladas em escadas. O equipamento facilita o deslocamento entre dois níveis distintos que pode ser instalado no interior ou no exterior da sua academia.

Instale elevadores

Uma academia, que tenha mais de um andar, deve ter elevadores que garantam o acesso das pessoas com deficiência. A cabine precisa ter largura de 90 cm e comprimento de no mínimo 1,40 m. A porta deve ter visor, com largura mínima de 60 cm, e borda inferior, de altura entre 30 cm e 90 cm do piso.

Profissionais qualificados

Ter profissionais da educação física especializados nas deficiências físicas é de suma importância. Isso porque, cada aluno terá a orientação e avaliação física adequada nos exercícios adaptados a sua deficiência, além de terem segurança e conforto no local que frequentam.

Não ao capacitismo

O Capacitismo é o preconceito ou discriminação por parte de alguém que duvide, ou desmereça, da capacidade de pessoas com deficiência em realizar ações comuns do cotidiano.

Como traz o Grupo Conduzir, o Capacitismo é considerado crime, previsto na lei brasileira de inclusão L13146:

“Art. 4º: Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.”

Existe ainda o capacitismo estrutural: aquele que está há muito tempo na sociedade, em que muitas pessoas, por exemplo, infantilizam a pessoa com deficiência ou a enxergam como exemplo de superação em tudo que faz.

Que possamos, através da acessibilidade, conscientizar a respeito do capacitismo em todos os espaços, incluindo nas academias, para que esse preconceito seja extinto, e que todas as pessoas tenham direito à saúde física e em todos os lugares.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
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Respeito às diferenças e o desenvolvimento de uma cultura de diversidade e inclusão na empresa

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Toda empresa que tiver a pretensão de demonstrar um modelo moderno de gestão, com toda certeza deve partir da demonstração da inclusão da diversidade aos seus clientes internos e externos. A diversidade tem revolucionado o mercado, uma vez que, quando a empresa garante equipes com pessoas de diferentes orientações ideológicas e histórias de vida, além de condições sociais, de gênero e físicas, ela abre uma porta importante para um universo de possibilidades de desenvolvimento de novos conhecimentos e diferenciais.

Para que tenhamos inovação, é preciso ter a cultura da diversidade como parte estratégica de uma organização, na qual deve estar presente a cultura organizacional da empresa.

Pensar diferente e trocar experiências em um ambiente de trabalho é muito saudável e motivador. Pode ressignificar e transformar seu negócio! Contudo, esta nova cultura deve ser construída de forma gradativa. É preciso fazer com que todos se engajem e, principalmente, mantenham o diálogo aberto, pois, somente assim é possível garantir a execução das ações necessárias e o atingimento positivo dos resultados.

A cultura da diversidade deve ser abraçada por todos os setores e processos da empresa. Quanto mais líderes envolvidos e engajados existirem, melhores serão os resultados. Como toda ação dentro de uma empresa, o desenvolvimento da cultura da diversidade deve ser alicerçado nos valores universais e com definição de resultados, afinal, deve se manter um monitoramento, visando à manutenção constante desta nova atitude/cultura.

Desenvolver um projeto de cultura organizacional engajado na diversidade é um desafio, mas tudo começa com o planejamento e é preciso que os valores determinados sejam praticados por todos. Sempre deve ser considerada a questão inclusive do layout do ambiente de trabalho, gestão justa de cargos e salários, promover oportunidades e muito mais.

Uma grande porta de entrada seria a formação de um Comitê de Diversidade e Inclusão. Quanto mais profissionais estratégicos forem envolvidos, maior será o respeito à integridade humana e a justiça social. Este comitê seria responsável desde o planejamento até a previsão e monitoramento de atingimento de metas que sejam compreensíveis e relevantes.

Portanto, incentivar o respeito às diferenças e desenvolver uma cultura de diversidade e inclusão na empresa perpassa pela definição de perfis funcionais baseados na diversidade, na promoção de processos seletivos mais justos, no desenvolvimento de grupos de apoio à diversidade, no desenvolvimento de ações contínuas que promovam a educação e o diálogo, no desenvolvimento de critérios de validação dos resultados, no reforço do trabalho junto às lideranças, na criação de uma estrutura de comunicação interna, na otimização do ambiente de trabalho com foco na diversidade e, acima de tudo, na constante promoção de capacitações em prol da diversidade.

Variar perspectivas
Ter maior criatividade
Ter maior inovação
Ter uma resolução mais rápida de problemas
Ter uma posição melhor para tomada de decisões

Esses com certeza são benefícios em um ambiente de trabalho com diversidade!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: *Cris Baluta é CEO Roadimex Ambiental, co-Founder Instituto SER Ser (Sustentabilidade, Engajamento e Realização) e conselheira e coordenadora do GIEMA + SG – Grupo de Intercâmbio de Experiências em Meio Ambiente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Telemedicina em Libras

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Apesar da lei que reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como ‘meio legal de comunicação e expressão’ completar 21 anos em 2023, os surdos e outras pessoas com algum tipo de deficiência auditiva ainda enfrentam muitos desafios e obstáculos no país, mesmo na hora de acessar os serviços básicos do dia a dia. Pensando nisso, a Help24 (Plataforma de telemedicina) disponibilizará, de maneira inédita e pioneira no país, teleconsultas para pacientes surdos com a ajuda de um interprete de Libras.

“Teremos o primeiro plano de saúde do Brasil com total acesso aos 10 milhões de usuários que dependem da de libras no país. Será um marco para a comunidade surda e um feito histórico para a medicina no quesito inclusão social”, explica Ronnie Girardi, CEO da RG Holding. A Help24 faz parte do conglomerado de 5 Health Techs da RG Holding, sendo uma das maiores empresas do país em saúde digital, com mais de 1 milhão de consultas realizadas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5% da população brasileira possui algum tipo de deficiência auditiva, e parte dela usa a Libras como auxílio para comunicação. O número representa 10 milhões de pessoas no país, sendo que 2,7 milhões delas não ouvem nada. De acordo com uma estimativa da Organização Mundial da Saúde, 900 milhões de pessoas podem desenvolver surdez no planeta até 2050.

A falta de acessibilidade e de profissionais capacitados acabam tornando o hábito de cuidar da saúde ainda mais desafiador para essa comunidade. As principais queixas incluem a falta de intérpretes e de informações em formatos acessíveis. Além disso, os deficientes auditivos enfrentam também barreiras físicas ao acessar serviços de saúde, pois muitos hospitais e clínicas não contam com estruturas e sinalizações adequadas.

“Diante dessas dificuldades, é fundamental que os planos de saúde ofereçam soluções e profissionais capacitados para promover a inclusão social de pessoas com deficiência auditiva“, ressalta Girardi.

O empresário destaca, ainda, a importância da telemedicina nos dias de hoje, em especial para as pessoas com dificuldade de locomoção ou que moram em áreas remotas.

“A telessaúde é um exemplo de como a tecnologia pode transformar a maneira como cuidamos do nosso bem-estar. Na Help24, uma plataforma de telemedicina que reúne especialistas de diversas áreas, a gente disponibiliza assistência imediata e sem precisar sair de casa, além de ter uma rede conveniada de farmácias, laboratórios e clínicas que oferecem descontos aos nossos clientes.

Em resumo, utilizamos a tecnologia para garantir o atendimento de forma rápida, a qualquer momento do dia e em qualquer lugar“, finaliza Girardi.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Lucas [email protected]/Internet