Reabilitação profissional: o que é e como isso pode ajudar uma pessoa com deficiência?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

A reabilitação profissional ajuda um indivíduo a ter uma nova chance no mercado de trabalho.

Neste artigo, você vai conferir um pouco mais sobre o programa, bem como, de que maneira isso pode ajudar uma pessoa com deficiência.

O que é a reabilitação profissional?

A reabilitação profissional é um programa social do INSS que visa reinserir pessoas com deficiência ou doenças sérias ao mercado de trabalho.

Quem já sofreu algum tipo de acidente no serviço, teve que parar de atuar e assegurado pelo INSS, tem direito a participar. Ao passo que, é muito comum que eles cessem suas atividades por motivos de saúde:

mental;
social;
física;
sensorial.

A ideia do programa de reabilitação é fazer com que elas tenham uma chance de voltar a trabalhar, bem como capacitá-las para isso. De modo que, mesmo que haja algum tipo de limitação, terá uma análise clínica sobre as suas condições físicas e mentais.

Com a Lei de Cotas do governo, as pessoas podem ter uma nova chance de atuar de outra forma. Ou seja, é um direito legal que o cidadão possui, embora o seu trabalho seja diferente.

Reabilitação profissional: o que é e como isso pode ajudar uma pessoa com deficiência?A reabilitação profissional é um programa que insere pessoas ao mercado de trabalho.

Como funciona essa reabilitação?

A pessoa passa por um laudo médico para saber quais são as suas condições e para entender a melhor forma de inseri-lo ao mercado de trabalho. Além disso, os objetivos profissionais dele são considerados nessa etapa.

Depois dessa fase, uma equipe multidisciplinar do órgão irá atuar na sua reabilitação. Ou seja, eles vão auxiliar na recuperação da pessoa, a fim de deixá-la em boas condições físicas e mentais para voltar a atuar.

Caso seja preciso, é comum levá-la para fazer um curso, escola e até mesmo uma faculdade para adquirir ainda mais conhecimento.

O INSS irá arcar com todos os custos para a reabilitação ser simples, leve e prática. Contudo, o processo requer um acompanhamento de perto para garantir que a pessoa se adapte.

Como a reabilitação profissional pode ajudar pessoas com deficiência?

A reabilitação profissional pode auxiliar na saúde da pessoa com deficiência, ou seja, ela pode desenvolver melhor as suas habilidades, por exemplo:

alta capacidade de raciocínio;
ter mais conhecimento;
sessões de fisioterapia.

Tudo vai depender da limitação que a pessoa tem, o que vai resultar na sua análise, bem como acompanhamento para melhorar. Em suma, a ideia é fazer com que ela possa atuar bem em equipe e tenha uma alta produtividade.

Com a reabilitação, a pessoa fica apta a ter um bom emprego. Nesse sentido, os profissionais que cuidam de todo o processo, irão auxiliar na busca por empresas que dão equidade de oportunidades.

Há muitas marcas que valorizam a diversidade e inclusão, por outro lado, existem as que apenas cumprem as cotas de acordo com a lei.

Por isso, o ideal é estar em um negócio que abrace a causa e dê todo o suporte a pessoa com deficiência.

Reabilitação profissional: o que é e como isso pode ajudar uma pessoa com deficiência?A reabilitação profissional ajuda as pessoas com deficiência a conseguirem um novo emprego.

Suporte contínuo

O suporte contínuo é um ponto vital da reabilitação, uma vez que não basta só ter um emprego, é preciso mantê-lo. Por esse motivo, a equipe responsável do INSS irá garantir isso com um acompanhamento de perto de toda a fase.

Isso significa que a pessoa deve ser capaz de se adaptar às novas funções, bem como à sua nova rotina de tarefas. Todavia, para tal ponto ter a sua eficiência, a adoção de cursos e treinamentos extras serão vitais nessa ideia.

A inclusão social

O processo de reabilitação de uma pessoa é vital para a inclusão dela não só em empresas, mas no meio social. Desse modo, o cidadão pode levar uma vida plena e com as melhores condições, como é o seu direito.

Sem contar que isso também dá uma maior liberdade financeira, uma vez que ele terá como se sustentar graças ao seu trabalho. Ou seja, reabilitar uma pessoa que possui algum tipo de deficiência é dar a ela a chance de ter a vida que sempre quis.

Quais são os benefícios da reabilitação profissional?

A reabilitação profissional, a princípio, permite que uma pessoa com deficiência supere os desafios que limitam as suas capacidades físicas ou mentais. Dessa forma, ela terá uma nova chance no mercado de trabalho e conquistará sua independência.

Muitos outros pontos também são importantes citar nesse contexto, uma vez que há vários benefícios que se pode adquirir no processo, como:

uma melhor qualidade de vida;
apoio institucional para se adaptar ao trabalho;
inclusão social;
reduz o estigma social;
aumento da autossuficiência.

São muitos os pontos positivos da reabilitação de uma pessoa com deficiência. Dessa forma, cada um pode ter mais qualidade de vida, além de se adaptar melhor no meio social e profissional.

Por que investir na reabilitação profissional?

A reabilitação profissional é vital para dar uma chance de trabalho para pessoas com deficiência. Ou seja, é um meio de inseri-las no mercado, bem como dar equidade de oportunidades para eles, além disso, vale citar também:

dá ao profissional a sua independência financeira;
melhora a sua qualidade de vida;
ajuda a desenvolver as suas habilidades;
permite que a pessoa tenha acesso a novas oportunidades de emprego.

Como você pode notar, é uma forma de reeducar e recolocar uma pessoa cujas limitações o impedem de trabalhar, no mercado de trabalho. Por fim, é crucial frisar que as empresas devem incluir e integrar, além da lei de Cotas, para o sucesso da reabilitação.

Edição:Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Igual-reabilitação/Internet

A inclusão social das pessoas com deficiência no mundo

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

A partir da segunda metade do século XX, com a crescente promoção dos direitos humanos, o mundo se deparou com desafios e necessidades para efetivar o respeito à dignidade e à igualdade de todos.

Uma dessas necessidades é a total inclusão social das pessoas com deficiência (PcD).

Mesmo correspondendo a quase 15% da população global, seus impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial foram (e continuam sendo) motivos para a marginalização, exclusão e discriminação social.

Diante disso, diversas políticas e medidas legislativas e jurídicas foram construídas no mundo a fim de eliminar a exclusão social dessas pessoas e garantir os seus direitos.

Neste texto do Equidade, vamos tentar entender justamente sobre esses esforços pela inclusão social das PcD ao redor do mundo.

O projeto Equidade é uma parceria entre o Politize!, o Instituto Mattos Filho e a Civicus, voltada a apresentar, de forma simples e didática, os Direitos Humanos e os principais temas que eles envolvem, desde os seus principais fundamentos e conceitos aos seus impactos em nossas vidas.

E então, preparado (a) para entender sobre a inclusão social das pessoas com deficiência no mundo? Segue com a gente!

Primeiramente, o que é inclusão social?

Antes de entendermos as ações tomadas para o fortalecimento dos direitos das pessoas com deficiência no mundo, é importante sabermos o que exatamente significa a inclusão social.

A inclusão social pode ser entendida como ações e medidas que buscam pela participação ativa de todos nos mais diversos âmbitos da sociedade.

Dessa forma, o sentimento de pertencimento é desenvolvido e há a integração de todos dentro de uma comunidade.

Isso significa que o ato de incluir socialmente tem o objetivo de possibilitar que as pessoas marginalizadas e excluídas, como as pessoas com deficiência, tenham acesso à vida social, econômica e política e desfrutem dos seus direitos.

Segundo o pesquisador Romeu Sassaki, a inclusão social:

“constitui, então, um processo bilateral (que tem dois lados), no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos”.

Nesse sentido, após a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a inclusão social ganhou força como um meio para se alcançar a igualdade e o bem-estar de todos. Como consequência, medidas que buscavam pela proteção das pessoas com deficiência começaram a ser intensificadas no mundo.

Isso ocorreu principalmente após a década de 1970, que, como vimos em nosso texto sobre a história dos direitos das pessoas com deficiência, é quando o entendimento social da deficiência surge e começa a ganhar relevância no cenário internacional.

Assim, novas legislações internacionais são formuladas, com base na compreensão de que a deficiência deve ser tratada como um problema social, e não individual, em que a sociedade deve se adequar e construir mecanismos de inclusão total dessas pessoas.

Vamos ver melhor algumas dessas legislações.

Os direitos das pessoas com deficiência no mundo

Entendido o que a inclusão social significa, podemos falar sobre as ações, principalmente jurídicas, tomadas ao redor do mundo para efetivá-la.

A preocupação com as pessoas com deficiência é pauta da Organização das Nações Unidas (ONU) desde a década de 50.

Um exemplo foi a aprovação pela Organização Internacional do Trabalho da Convenção nº 111, em 1958, dispondo sobre a eliminação de qualquer discriminação em matéria de emprego para todo e qualquer ser humano.

Assim, na década de 70 houve o reconhecimento efetivo dos direitos das pessoas com deficiência, com a publicação da Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência Mental, em 1971, e da Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência, em 1975.

Mas, são os documentos internacionais elaborados a partir da década de 1990 que incorporam a noção contemporânea de inclusão, comentada anteriormente. Uma das primeiras normas nesse sentido foi a Convenção nº 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Ela foi elaborada em 1991 na Conferência Geral da OIT, tendo como objetivo estabelecer regulamentos para a inclusão das pessoas com deficiência no ambiente de trabalho no mundo.

Imagem de uma pessoa com deficiência trabalhando representando a inclusão social das pessoas com deficiência no mundo

Dessa forma, a Convenção determinou o princípio da igualdade de oportunidades e tratamento para as PcD no mercado de trabalho, de modo a possibilitar a reabilitação profissional e o emprego dessas pessoas.

Anos mais tarde, em 1994, foi realizada a Conferência Mundial de Educação Especial, na cidade de Salamanca, na Espanha.

O evento teve como resultado a Declaração de Salamanca, considerada um dos principais documentos mundiais sobre a inclusão social das PcD na área da educação.

O documento defende que os sistemas educacionais das nações devem ser aptos para contemplar e incluir todos os estudantes, independente de suas diferenças ou dificuldades.

Assim, a Declaração de Salamanca prevê algumas medidas, como investimento em educação inclusiva, garantia de treinamentos para professores, estabelecimento de mecanismos de inclusão educacionais e apoio internacional para desenvolver a educação inclusiva.

Já em 1999, foi elaborada a Convenção da Guatemala, no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), também chamada de Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.

Nesse sentido, o documento é válido somente para os Estados membros da OEA no continente americano.

A Convenção reafirma os direitos humanos e os princípios fundamentais de liberdade e igualdade da pessoa com deficiência, determinando que os países signatários, como o Brasil, tomem medidas que eliminem qualquer discriminação e promovam a integração plena dessas pessoas na sociedade.

Assim, o documento também estabeleceu a criação da Comissão para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, responsável por analisar o comprometimento dos Estados membros com os direitos garantidos na Convenção.

Além desses documentos, há outras importantes declarações internacionais voltadas à inclusão social das pessoas com deficiência no mundo:

Carta para o Terceiro Milênio (1999): Enfatiza que é preciso a cooperação de toda a humanidade para que o respeito à dignidade de todos seja garantido.

Estabelecendo como meta para o terceiro milênio, que a sociedade global alcance a inclusão total das pessoas com deficiência, otimizando o seu bem estar físico, mental e funcional.

Declaração de Washington (1999): Demonstra preocupação em desenvolver um ambiente adequado para que as pessoas com deficiência tenham uma vida independente.

Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão (2001): Nasce com o objetivo de que soluções para o estilo de vida das pessoas com deficiência sejam implementadas, enfatizando a importância do papel dos governos em aplicar políticas e ações inclusivas.

Declaração de Madrid (2002): Principal documento da União Europeia no âmbito dos direitos das pessoas com deficiência.

Os princípios da igualdade,não-discriminação e inclusão são reafirmados e são estipuladas aspectos essenciais para efetivar esses princípio, como a elaboração de legislações anti-discriminatórias, a promoção de serviços que promovam a vida independente, o apoio às famílias, a atenção especial às mulheres com deficiência, entre outros.

Declaração de Caracas (2002): Com o objetivo de garantir melhores condições de vida para as PcD, diferente das declarações anteriores, trouxe uma abordagem socioeconômica ao tema, considerando que a maior parcela das pessoas com deficiência se encontra nos estratos mais pobres e carecem de recursos mínimos para terem uma boa qualidade de vida.

Declaração de Sapporo (2002): Convocou pessoas com deficiência do mundo todo, representando 109 países, para discutirem e realizarem considerações em relação aos seus direitos.

Os principais pontos abordados pelo documento foram a paz, a necessidade de que as PcD tenham suas vozes notadas, os direitos humanos, a educação, a diversidade, a vida independente, entre outros.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

Mas dentre todos os documentos internacionais, o mais relevante tratado internacional de direitos humanos voltado para a proteção das pessoas com deficiência no mundo é a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, elaborada em 2006, pela ONU.

Esse documento fortaleceu os princípios e valores dos direitos humanos e inovou ao trazer uma nova definição para a deficiência, com base na sua compreensão social de inclusão, sendo o primeiro documento internacional a utilizar o termo “pessoa com deficiência”.

Além disso, todos os direitos fundamentais às pessoas com deficiência ficam reconhecidos em pé de igualdade com as pessoas sem nenhuma deficiência, sendo que é determinada a obrigação dos Estados membros da ONU em garantir os direitos e liberdades estabelecidos no documento.

Nesse sentido, a Convenção aborda sobre a importância da acessibilidade e da inclusão, trazendo em seus artigos dispositivos relacionados ao direito à vida, à conscientização, ao reconhecimento igual perante a lei, ao acesso à justiça, à segurança, à proteção da integridade da PcD, à vida independente, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho, à proteção social, à participação na vida cultural, entre outros.

De maneira geral, o documento ampliou os direitos das pessoas com deficiência em nível internacional e determinou a necessidade de se construir um ambiente global que promova o desenvolvimento social, econômico e individual das PcD.

Assim, a Convenção também determinou a criação de um Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, responsável por supervisionar a implementação da Convenção pelos países signatários.
As legislações internacionais na prática

Você pode estar se perguntando se os direitos garantidos nas declarações e convenções internacionais são realmente aplicados na prática. Então, vamos ver um exemplo real em que isso aconteceu.

O caso é o de Damião Ximenes, um homem com deficiência intelectual que ganhou notoriedade por ser o primeiro caso em que o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) por violar os direitos da pessoa com deficiência intelectual.

No ano de 1999, no Ceará, Damião Ximenes morreu na Casa de Repouso Guararapes, uma clínica psiquiátrica do SUS. Segundo os médicos locais, a causa da morte foi parada cardiorrespiratória.

Contudo, horas antes a mãe de Damião foi visitá-lo e o encontrou em péssimas condições físicas e de higiene, estava sangrando, com a cabeça inchada, sujo e com cheiro de urina, em claros sinais de maus tratos.

Com isso, a família não acreditou no laudo médico, acionou a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e, posteriormente, levou o caso à justiça internacional com ajuda da Organização Justiça Global, em vista da possibilidade de assassinato.

A Corte IDH concluiu que Damião foi morto em decorrência da violência que sofreu e considerou que o Estado brasileiro violou os seus direitos humanos. Assim, proferiu sentença prevendo o pagamento de indenização à família, bem como a implementação de políticas públicas na área da saúde mental por parte do governo brasileiro.

Além desse caso, no infográfico abaixo, é possível observar outros exemplos em que as normas internacionais dos direitos das pessoas com deficiência foram aplicadas:

Infográfico sobre a aplicação dos tratados internacionais de direitos das pessoas com deficiência, representando a sua inclusão social no mundo
Conclusão

A importância da inclusão social está justamente no combate à segregação social e na busca por proporcionar o livre e democrático acesso aos espaços e serviços de uma sociedade para toda e qualquer pessoa.

Mais uma vez, é importante ressaltar que a implementação da inclusão social das pessoas com deficiência implica em modificar os ambientes sociais para atender às necessidades dessas pessoas.

Isso porque a sua exclusão leva a processo de degradação individual e social, no qual os progressos e desenvolvimentos ficam impossibilitados, não só das PcD, mas da sociedade como um todo.

Os documentos internacionais existentes hoje surgiram justamente com a intenção de garantir que essa segregação não ocorra, exigindo dos países que trabalhem para a integração socioeconômica e política das pessoas com deficiência.

Nesse sentido, os direitos das pessoas com deficiência devem ser garantidos internamente nas nações a partir de legislações nacionais e políticas públicas que visem a proteção dessas pessoas.

No caso do Brasil, esses direitos são previstos em uma série de dispositivos legais e é sobre isso que vamos falar no nosso próximo texto, em que vamos abordar sobre quais os direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Então, continue acompanhando o projeto!

EdiçãO: CLEOdomira Soares dos Santos
Fontes:1- Instituto Mattos Filho;

2- ALMEIDA, Valdir. Caso Damião: 1ª condenação do Brasil na OEA completa 10 anos. G1. Disponível em: . Acesso em: 23 de julho de 2021.

3- Associação Nacional do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência. Convenções e Declarações da ONU sobre Pessoa com Deficiência, Disponível em: . Acesso em: 22 de julho de 2021.

4- DINIZ, Debora et al. Deficiência, Direitos Humanos e Justiça. Revista Internacional de Direitos Humanos, vol. 6, n. 11, p. 65-77, 2009.

5- GUERRA, Paulo. Da exclusão social à inclusão social: eixos de uma mudança paradigmática. Revista Angolana de Sociologia, 10, 2012. Disponível em: . Acesso em: 22 de julho de 2021.

6- MAZZOTA, Marcos. Inclusão social de pessoas com deficiências e necessidades especiais: cultura, educação, lazer. Saúde Soc. São Paulo, v. 20, nº 2, p. 377-389, 2011.

7- SASSAKI, Romeu K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. WVA Editora e Distribuidora Ltda: Rio de Janeiro. 1999.
A GoCache ajuda a servir este conteúdo com mais velocidade e segurança

Apple promete digitalizar voz de pacientes da Esclerose Lateral Amiotrófica

Gilson de Souza DANIEL

A empresa desenvolveu a tecnologia Personal Voice para ajudar quem vive com a doença

Pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) poderão, em breve, criar e usar facilmente a versão digitalizada de sua própria voz com iPhone, iPad ou Mac

. A utilização da tecnologia será possibilitada por meio de recurso de acessibilidade que a Apple planeja lançar ainda em 2023, o Personal Voice (“Voz Pessoal”, em tradução livre).

Com o Personal Voice, iPhones e outros aparelhos da Apple poderão “falar” usando a voz da pessoa usuária. A princípio, a empresa desenvolveu esse recurso para ajudar quem tem ELA a “digitalizar” sua própria voz, assim como fazia o físico Stephen Hawking, que também tinha a doença.

Novo recurso da Apple

Atualmente, o Personal Voice precisa de apenas 15 minutos de frases faladas para treinamento e fazer todo o processamento no aparelho. As vozes produzidas funcionam nos próprios aplicativos da Apple, bem como em aplicativos de Comunicação Alternativa e Aumentativa (AAC) de empresas como a AssistiveWare.

A companhia informou que qualquer Mac com processador da marca (M1, M2, M3) suportará a criação de Personal Voices, mas ainda não divulgou quais modelos de iPhone e iPad serão compatíveis com a nova ferramenta.

O recurso aproveita a tecnologia Neural Engine da empresa, que otimiza núcleos de computação dedicados em seus processadores para inteligência artificial.

O processamento inicial é um trabalho exigente o suficiente para que pessoas usuárias possam deixá-lo rodando em seu dispositivo enquanto carrega durante a noite e, pela manhã, a voz digitalizada estará pronta para uso.

Impactos da doença

A doença progressiva ao enfraquecer músculos da garganta e da boca, torna a fala cada vez mais difícil. Quem vive com ELA, eventualmente pode perder capacidade de falar.

Quando a fala é impossibilitada, a síntese digital se torna uma ferramenta essencial de comunicação.

Durante anos, pessoas com ELA conseguiram se planejar para essa eventualidade, criando uma versão digitalizada de sua própria voz em um “banco de voz”, que é um processo trabalhoso e demorado.

Embora seja recomendável fazê-lo antes que a doença avance demais, é um procedimento caro e que é adiado por muitas pessoas. Agora, a Apple pretende facilitar esse processo.

Em 2019, quando o empresário Philip Green fez seu banco de voz, cerca de 1,5 mil frases foram gravadas para fins de treinamento, levando apenas semanas para serem concluídas.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Com informações de Fast Company, via OlharDigital

Estereótipo e discriminação das pessoas com deficiência: o que são esses termos e como combater essa prática?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

As pessoas com deficiência enfrentam grandes desafios de inclusão por causa dos estereótipos e discriminação. No entanto, são atitudes que dá para evitar e até mesmo aprender a evitá-las.

A fim de que a sociedade se torne mais inclusiva e respeitosa.

O que é o estereótipo em pessoas com deficiência?

Nos dias atuais, tem se falado muito sobre esse termo e pouco se sabe sobre ele. Assim, significa uma ideia ou imagem já formada sobre algo. Dessa forma, alguns dos exemplos mais conhecidos a respeito dessa palavra são:

Todo brasileiro gosta de futebol e samba;
Mulher gosta de rosa e homem de azul;
Na África só existe pobreza.

Podem estar ligados a imagens que são neutras ou positivas em alguns momentos. No entanto, o mais comum é que seja sobre alguma ideia preconceituosa.

Por que isso acontece?

Ao longo dos anos, os estereótipos crescem por conta das gerações e da crença popular. Mas, muitos meios de informações também ajudam a criar a visão errada e estereotipada.

Contos que têm a moça como frágil e um homem forte como herói é um exemplo disso.

Em boa parte das vezes, essa ideia é criada para agradar a um público. Porque torna-se mais fácil criar certos personagens em determinadas histórias. Dessa forma, as mesmas ideias continuam a ser passadas ao longo do tempo, sem mudanças.

Tipos

Há diferenças nos tipos de estereótipos que existem, já que podem ser em relação a gênero ou classe social. No entanto, também tem aqueles que se referem a beleza e cultura. Assim, há muitos que se reproduzem sem que alguns se deem conta disso.

às suas capacidades nos estereótipos
Discriminação com pessoas com deficiência

A discriminação nem sempre é fácil de ver durante o dia a dia, pois pode acontecer de forma velada. Aliás, até mesmo os estereótipos fazem com que ela se propague por conta da visão preconceituosa. Assim, a melhor forma de identificar um caso como esse é notar:

Rejeição;
Exclusão;
Distinção.

Qualquer atitude que retire os direitos ou liberdade da pessoa com deficiência é uma discriminação. Portanto, pode acontecer de forma direta ou indireta, sem que ninguém perceba. Por isso, continua tão difícil de combater e mudar o pensamento das pessoas.
Indireta ou direta

Com a forma direta da discriminação é mais fácil de notar em matriculas de escola. Por exemplo, quando não permitem que uma criança estude no local por conta de sua condição. Então, seria uma forma de rejeitar e excluir, sem tentar criar um ambiente seguro.

No caso indireto, pode surgir no momento de contratar para um emprego. Assim, exige-se algo que não será essencial para a vaga, como certas qualificações ou aptidões. Já que com essas exigências, alguns com deficiência não se encaixam.

Combate aos preconceitos contra pessoas com deficiência

O primeiro objetivo é entender que todos têm os mesmos direitos e são iguais. No entanto, também é preciso ter equidade de oportunidades para que possam se incluir na sociedade. Por isso, existem as cotas em empregos, mas os pontos mais essenciais são:

Inclusão;
Acessibilidade digital.

Tem leis que garantem esses aspectos e isso é uma ótima forma de combater os preconceitos. Mas, todos precisam colaborar e aprender mais sobre o assunto. Dessa forma, qualquer ambiente pode se tornar seguro e justo.

Sociedade capacitista

Milhões de pessoas com deficiência enfrentam o capacitismo. Isso acontece porque muitos acreditam que as limitações devem ser corrigidas por médicos. Portanto, a sociedade enxerga esse grupo como incapaz.

Esse seria um dos tipos de estereótipos mais famosos e conhecidos que existem.

Então, também se torna uma forma de discriminar ao acreditar no conceito de incapacidade. Além disso, ainda existem os termos ofensivos e indivíduos que não veem problema nisso.

Foto: Pessoas com deficiência precisam de ambientes livres de qualquer discriminação
Pessoas com deficiência e o preconceito

Há diferença entre preconceito e discriminação, apesar do que dizem. Por exemplo, discriminar significa violar a forma certa de tratar as pessoas. Mas, também impedir que todos tenham o mesmo acesso a boas oportunidades.

O preconceito é uma opinião sobre um certo grupo social. Dessa forma, a base está em generalizar e criar um julgamento sobre alguém. Quanto a discriminação, ela cria a exclusão e a distinção dessas mesmas pessoas.
Como evitar?

Descobrir mais sobre o tema é uma ótima forma de aprender a tratar as pessoas com deficiência. Muitos dos estereótipos se mantém pela falta de informação sobre como lidar com as situações. Assim, não aprendem a evitar falas ofensivas ou tratamentos diferentes.

Mesmo que nos dias atuais seja mais fácil de se informar, nem todos querem. Mas, mudar a forma de pensar e sentir a vontade de contribuir para uma boa sociedade, faz a diferença. Por isso, mesmo que pareça o mínimo, muitas vezes já está fazendo mais do que pensa.

Reduza o capacitismo contra pessoas com deficiência

Uma das melhores formas de combater tanto os estereótipos quanto a discriminação é evitar o capacitismo. O termo tem relação com as atitudes que discriminam ou mostram preconceito, de acordo com termos pejorativos. Assim, os mais conhecidos são:

Aleijado;
Retardado;
Fazer de surdo.

São expressões que devem ser evitadas para ajudar a combater o preconceito. Dessa forma, não use-as, ainda mais ao se referir à uma pessoa com deficiência. Além disso, em locais de trabalho, por exemplo, isso torna o ambiente mais seguro e igualitário.
Ensinar

Nem todas as pessoas entendem o problema a respeito desses termos ofensivos. Por isso, uma forma de fazer com que todos parem de usar é conversar sobre o assunto. Portanto, conscientizar o público é o primeiro passo.

Mesmo em locais de trabalho, os colaboradores devem aprender sobre o tema, seja com palestras ou outros meios. Dessa forma, é uma maneira de começar a colocar as boas atitudes em prática. Além disso, até mesmo escolas podem ensinar sobre isso.
Direitos iguais

As pessoas com deficiência merecem respeito e por isso, esse assunto é tão relevante. Assim, esse tema não deve ser visto como um tabu. Afinal, debater isso é necessário para que a sociedade comece a mudar, mesmo aos poucos.

Ter acessibilidade e inclusão é um direito de todos e as pessoas devem se adaptar a isso. Dessa forma, os desafios do dia a dia tendem a diminuir e se cria locais mais seguros.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Igual/Intrnet

Qual a melhor cadeira de rodas e os tipos?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Dispositivos de mobilidade, incluindo cadeira de rodas, são uma parte essencial da vida diária de pessoas com deficiência motora.

Uma cadeira de rodas pode melhorar o acesso aos serviços diários e também a qualidade de vida.

Há algumas coisas a considerar antes de comprar uma para você ou para um ente querido.

Neste guia, descrevemos os diferentes tipos de cadeira de rodas disponíveis, juntamente com os principais benefícios para ajudá-lo a encontrar o modelo certo para você.

Olhe este guia! Entenda nos próximos tópicos:
✱ Tipos de cadeiras de rodas
✱ A cadeira de rodas é adequada para você?
✱ Modelos de cadeiras de rodas
✱ Soluções complexas para cadeiras de rodas
✱ Usando sua cadeira de rodas
✱ Transporte público e cadeiras de rodas

Tipos de cadeiras de rodas

Os diferentes tipos de cadeira de rodas podem ser amplamente separados em manuais e motorizadas. Cadeiras de rodas manuais precisam ser impulsionadas ou empurradas pelo usuário ou por um cuidador.

Como o nome sugere, as cadeiras de rodas motorizadas possuem motor e bateria recarregável e são movidas por meio de um controle manual no apoio de braço, exigindo apenas um esforço mínimo do usuário.

Quando se trata de cadeira de rodas manuais, existem modelos automotores e de trânsito. Cadeiras de rodas automotivas permitem que você se empurre usando o aro de mão nas grandes rodas traseiras.

Essas cadeiras de rodas geralmente também vêm com uma alça traseira para o cuidador empurrar quando apropriado.

Cadeiras de rodas de transporte ou dobráveis têm rodas traseiras menores e só podem ser empurradas por um cuidador. Esses modelos geralmente são mais leves e podem ser dobrados para caber no porta-malas de um carro.

A cadeira de rodas é adequada para você?

Uma cadeira de rodas oferece maior liberdade para pessoas com mobilidade limitada como resultado de deficiência ou problema de saúde, seja de curto prazo ou mais permanente.

Embora haja benefícios óbvios em usar uma cadeira de rodas, decidir se uma é a certa para você acaba sendo uma decisão pessoal ou familiar.

A maioria das cadeiras de rodas é projetada para manobrar em espaços pequenos e apertados, tornando-as adequadas para uso doméstico.

Cadeiras de rodas mais robustas são projetadas para serem levadas para fora e podem até ser usadas em terrenos difíceis, como calçadas e declives.

Uma cadeira de rodas pode ser usada em conjunto com outros auxiliares de mobilidade ou formas de transporte.

Cadeiras de rodas dobráveis, por exemplo, são leves e cabe no porta-malas do carro, tornando-as adequadas para uso em viagens ou quando um auxiliar de mobilidade maior pode ser muito pesado.

As cadeiras de rodas também podem fornecer assistência temporária quando você está se recuperando de uma lesão ou operação. Isso permite que você continue a manter sua independência, evitando a fadiga ou um atraso na recuperação causado por muita atividade física.
Modelos de cadeiras de rodas

Depois de considerar como e onde usará sua cadeira de rodas, vamos dar uma olhada nos diferentes tipos disponíveis.

Cadeira de rodas de viagem

Leve e dobrável, uma cadeira de rodas para viagem ou trânsito é uma opção ideal para pessoas que precisam usar uma com pouca frequência ou apenas por curtos períodos de tempo.

Essas cadeiras de rodas têm uma estrutura ultraleve e rodas pequenas, tornando-as fáceis de levantar e dobrar no porta-malas de um carro padrão.

Uma cadeira de rodas de viagem também é uma boa opção para aqueles momentos em que sua cadeira padrão ou auxiliar de mobilidade não é conveniente.

Cadeiras de rodas automotoras

Uma cadeira de rodas automotora oferece independência e flexibilidade. Essas cadeiras de rodas podem ser impulsionadas pelo usuário ou empurradas com a ajuda de um cuidador.

Esta é uma opção ideal para quem quer se locomover sem ajuda em casa, ganhando as características de uma cadeira de rodas de trânsito, inclusive sendo leve e fácil de transportar em viagens.

Cadeiras de rodas motorizadas

Cadeiras de rodas motorizadas, também conhecidas como cadeiras de rodas motorizadas ou elétricas, fornecem o mais alto nível de independência e conveniência.

Eles têm uma alavanca no apoio de braço para controlar a velocidade e a direção, a inclusão de um motor facilita a navegação nas encostas, enquanto o pequeno círculo de giro permite o uso interno e externo.

As cadeiras de rodas motorizadas atingem uma velocidade máxima de cerca de 5 km/h, permitindo realizar atividades a uma velocidade de caminhada.

Eles ocupam menos espaço do que uma scooter de mobilidade e são mais manobráveis, tornando-os mais adequados para uso interno.

Soluções complexas para cadeiras de rodas

Para pessoas com desafios de mobilidade mais complexos, é preferível uma solução de cadeira de rodas individualizada.

Usuários de cadeiras de rodas complexas geralmente têm problemas significativos de mobilidade como resultado de lesões traumáticas, doenças neuromusculares ou distúrbios congênitos.

Para essas pessoas, a capacidade de adaptar completamente suas cadeiras de rodas para atender às suas necessidades e requisitos oferece o nível ideal de conforto e independência.

Usando sua cadeira de rodas

Ao levar sua cadeira de rodas para casa pela primeira vez, reserve um tempo para fazer os ajustes necessários para conforto e ajuste.

Isso pode incluir aumentar ou diminuir a altura do assento, ajustar o ângulo das rodas e mover a placa dos pés.

Certifique-se de saber onde estão os freios e como aplicá-los. E pratique entrar e sair da cadeira, com ou sem ajuda.

Se você estiver usando uma cadeira de rodas motorizada, familiarize-se com os controles e pratique o movimento para frente, virando e dando ré em uma superfície plana e clara.

Considere onde você guardará quando não estiver sendo usada. Se você tiver uma cadeira de rodas motorizada, precisará ter acesso fácil a um ponto carregador para carregá-lo entre os usos.

Sua cadeira de rodas deve receber manutenção regularmente. Cadeiras de rodas motorizadas devem receber manutenção anualmente, enquanto cadeiras de rodas manuais devem receber manutenção de acordo com o uso.

Antes de usar, verifique se os pneus estão cheios e se tudo está seguro.

Faça todos os ajustes no apoio para os pés ou braços para garantir uma viagem segura e confortável.

Certifique-se de não sobrecarregar a cadeira com bolsas que possam fazer com que ela tombe. Se você estiver viajando em colinas ou encostas, considere adicionar um cinto de segurança para evitar quedas para a frente.

Por fim, planeje sua rota e saiba para onde está indo. Se você for usar o transporte público, verifique quais serviços acessíveis estão disponíveis. Se puder, evite estradas movimentadas e calçadas estreitas e atravesse a rua nas faixas de pedestres sinalizadas.

Transporte público e cadeiras de rodas

A maioria dos serviços de transporte público é acessível para cadeira de rodas e tanto cadeiras de rodas manuais quanto motorizadas podem ser transportadas a bordo.

Se estiver viajando de ônibus ou bonde, verifique se sua rota oferece serviços acessíveis. Às vezes, a operadora adiciona um serviço acessível se você solicitar com antecedência – então não custa nada verificar.

O motorista estenderá uma rampa para ajudá-lo a passar do meio-fio para o ônibus ou bonde. Quando chegar a hora de desembarcar, eles estenderão a rampa para você novamente.

A escolha da cadeira de rodas certa significa maior qualidade de vida e a acessibilidade é um direito de todos. Esperamos que este texto tenha te ajudado a realizar a melhor escolha!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Constamed

A importância da participação de deficientes nas políticas públicas do Brasil

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

– “(…) então vc acha que as políticas públicas estão melhores?” (SIC)

Caro leitor como pôde notar, comecei essa postagem com uma pergunta digamos que, peculiar, que me fizeram sobre os avanços nas políticas públicas pra nós, pessoas com deficiência.

Honestamente achei um “gancho” extremamente pertinente pra falar sobre o assunto aqui no “Mão na Roda”.

Pois bem… Mas pra isso precisamos compreender o que são políticas públicas?

Bom, resumidamente são um conjunto de ações, programas e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de agentes públicos ou privados, objetivando assegurar determinados direitos de cidadania, para determinados “grupos” étnicos, sociais, econômicos, culturais etc.

As políticas públicas correspondem a direitos garantidos constitucionalmente, que se atestam graças ao reconhecimento e a participação plena por parte da sociedade ou pelo poder público como novos direitos às comunidades, coisas ou outros bens tangíveis ou intangíveis.

Entendido isto, quando falamos de políticas públicas para pessoas com deficiência…

Estamos abordando temas como acessibilidade, participação plena e eficaz da inclusão na sociedade, estamos abordando ainda a equidade, ou seja, a igualdade de oportunidades etc.

Isso e temas semelhantes objetivam a não discriminação inerentes aos direitos humanos, representando a valorização da diversidade humana.

Nós, pessoas com deficiência representamos uma especificidade do grande e complexo mosaico das diferenças humanas com particularidades como qualquer outra pessoa.

Agora, respondendo a pergunta que iniciei nosso assunto de hoje…

Sim, eu acredito que as políticas públicas pra o nosso público PCD (Pessoa com Deficiência) estão melhores, na verdade muito melhores. Pois discussões que tangem a nossa inclusão ganharam espaço e importância em nosso país, repercutindo em avanços sociais para todos… Como?

Ora, um grande exemplo sou eu e você discutindo esse assunto aqui no G1 o maior portal de notícias do país, nós estamos ganhando espaço na linha de frente das reivindicações políticas, sociais etc.

A mídia tem nos oferecido esse espaço, o poder Judiciário tem nos garantido direito a equidade em todos os sentidos…

Tudo isso configura um importantíssimo e decisivo marco na história da evolução das nossas políticas públicas…

Eu mais que compreendo o pensamento dos que dizem: “Ah, mas ainda tem muita coisa a fazer, a melhorar!”…

Contudo, defendo que estamos melhorando, estamos evoluindo. Ao longo desses últimos anos, temos ampliado nosso espaço também no cenário político nacional.

Estamos conquistando uma participação efetiva na definição de políticas públicas denotando um aumento na maturidade brasileira em torno dessa temática.

Estamos marcando território através da constatação de programas, ações e planos que vem sendo desenhados por nossos governos que, por sua vez se orientam nas discussões, ideias, projetos derivados da nossa plena participação.

Por exemplo, temos as deliberações das “Conferências Nacionais sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência”…

Que produziram/produzem frutos oriundos da plantação do diálogo democrático e participação da sociedade que busca implementar deliberações sobre acessibilidade, educação, saúde, inclusão, emprego, reabilitação etc…

De frente com essas temáticas deliberadas conseguimos estabelecer compromissos e perspectivas de responsabilidade social e governamental.

Portanto, mais uma vez afirmo que sim, temos evoluído com nossa participação na tomada de decisões das políticas públicas, mas isso não deve ser feito uma vez ou outra, não mesmo.

Temos que fazer esse trabalho mega organizado igual às formigas construindo um formigueiro, ou seja, cada uma desempenhando uma função que, com sua singularidade contribuirá determinando importantes avanços na construção de uma sociedade inclusiva, acessível.

Conseguimos avançar nessa ultima década, isso é muito importante. Precisamos unir nossas forças e continuarmos avaliando diariamente medidas, implementações, e diligências essenciais ao ajustamento das políticas públicas voltada pra gente (PCD)

Hoje decidi salientar a importância da nossa participação como agentes das mudanças sociais no processo da construção democrática, lembrando que é nossa função semear perspectivas sensibilizando os governos federal, estaduais e municipais para as questões referentes à pessoa com deficiência.

Devemos impulsionar a inclusão qualificada no processo de desenvolvimento do país, visando sempre, sempre oportunizar a visibilidade da situação que se encontram nossas políticas públicas, além de estimularmos o fortalecimento do controle social estimulando a tomada de medidas necessárias para impulsionar o cumprimento das legislações vigentes.

Essa plantação, num futuro de curto, médio e longo prazo produzirá bons frutos que garantirão direitos co equidade para cada cidadão brasileiro com deficiência.

A notícia boa é que hoje 29 de janeiro de 2018, eu e você acabamos de contribuir mais um pouquinho na plantação dessas perspectivas. Como?

Eu do lado de cá da sua tela, falando sobre a eficácia e funcionalidade da nossa participação na construção de uma sociedade coletiva e democrática, promovendo a união das sociedades civil e governamental, em torno do objetivo comum de avaliar e aprimorar as políticas públicas enquanto pessoas com deficiência.

E você caro leitor, está contribuindo do lado daí da telinha demonstrando interesse na compreensão e importância desse assunto avaliando a implementação de deliberações que possam contribuir para nortear a construção de políticas públicas para nós brasileiros com deficiência.

Agora pra contribuirmos juntinhos na propagação da importância das nossas políticas públicas, que tal compartilharmos essa postagem e motivarmos outros cidadãos com deficiências a tornarem-se exímios plantadores de perspectivas pra novos direitos materiais ou imateriais à nossa “classe”?

E aí?

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: mensagem no meu e-mail [email protected]

Braille: o que é, como surgiu, no Brasil – Mundo Educação

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Braille é um sistema de escrita utilizado para garantir que pessoas cegas ou com baixa visão possam ler.

Esse sistema surgiu no século XIX, na França, e foi criado por um jovem estudante chamado Louis Braille. Atualmente, é padrão no mundo, sendo utilizado por milhões de pessoas cegas.

Chegou ao Brasil em 1854, por meio de um estudante chamado José Álvares de Azevedo.

Como foi criado o Braille?

O sistema Braille foi criado pelo jovem francês Louis Braille. Ele nasceu em Coupvray, na França, no dia 4 de janeiro de 1809, e era filho de Monique e Simon-René.

Um acidente ainda na infância mudou radicalmente sua vida. Quando tinha três anos de idade, enquanto brincava com as ferramentas de seu pai, acidentalmente uma sovela atingiu seu olho.

Aos 12 anos de idade, o francês Louis Braille inventou um método que permite que cegos consigam ler.

O olho esquerdo de Braille foi severamente ferido e os pais dele procuraram todo tipo de atendimento médico, mas nada adiantou, e ele perdeu a visão desse olho.

Uma infecção iniciada no olho ferido se espalhou para o olho direito, assim Braille ficou cego dos dois olhos.

Os pais de Braille iniciaram a educação de seu filho e o desempenho escolar dele, mesmo cego, era tão bom que ele conquistou uma bolsa em um colégio para cegos, o Instituto Nacional para Jovens Cegos, localizado em Paris.

Esse colégio tinha sido criado por Valentin Haüy e lá era implementado um método de alfabetização para os alunos cegos.

Esse método de alfabetização consistia em imprimir letras em alto-relevo para que os cegos pudessem distingui-las por meio do tato. Esse sistema, no entanto, era complexo e muitos dos estudantes cegos tinham dificuldades para se adaptar a ele.

Não pare agora… Tem mais depois da publicidade 😉

Isso começou a mudar quando o jovem Louis Braille conheceu, em 1821, Charles Barbier de La Serre, um oficial francês que foi à escola em que Braille estudava para apresentar um código que ele havia desenvolvido no exército francês. O código criado por Barbier foi um pedido de Napoleão Bonaparte para que os soldados franceses pudessem ler as ordens recebidas no escuro.

Esse sistema de comunicação de Barbier usava pontos e traços e era conhecido como “escrita noturna”.

O sistema não vingou no exército francês porque os soldados o achavam muito complexo, já que utilizava uma grande quantidade de sinais e tinha uma decifração muito lenta.

Braille conheceu o método de Barbier aos 12 anos de idade. Ele dedicou os anos seguintes de sua vida a estudá-lo e, em 1824, quando tinha 15 anos, apresentou um método alternativo.

Ele se inspirou na criação de Barbier, mas resolveu melhorá-la. Surgia então o Braille.

O método de Barbier se baseava nos sons e, portanto, não permitia a soletração; tinha uma combinação de símbolos muito grandes e não tinha símbolos de números, letras com acentos e notas musicais, por exemplo.

Braille reformulou esse modelo e criou um sistema que se baseava nas letras do alfabeto francês e nos números. Ao todo o sistema desenvolvido por Braille permitia um total de 63 combinações em relevo.

Em 1826, Braille começou a ensinar o método que ele criou para os seus colegas. Em 1829, publicou um livro explicando o método e, em 1837, publicou uma revisão.

Na época, o diretor do Instituto Nacional para Jovens Cegos era o Dr. Pignier, que decidiu utilizar o método de Braille, embora ainda não tivesse sido oficializado.

O Dr. Pignier acabou demitido da função pela insistência em utilizar o método de Braille. Nessa altura, Louis Braille era professor do Instituto Nacional para Jovens Cegos e tentava obter o reconhecimento para seu método.

Louis Braille faleceu em 1852, vítima de uma tuberculose, quando tinha 43 anos. Seu método só foi oficializado dois anos depois. A partir de 1854, o Braille se popularizou e tornou-se o método mais utilizado na alfabetização dos cegos na França. O sistema Braille começou a ganhar o mundo quando foi apresentado na Exposição Internacional, que aconteceu em Paris, no ano de 1855.

Braille no Brasil

O Braille foi oficialmente introduzido no Brasil em 1854. Isso resultou do esforço de José Álvares de Azevedo para que fosse criada uma instituição que fornecesse educação para jovens cegos.

José Álvares de Azevedo era cego e aprendeu o Braille na França, local ao qual foi enviado por sua família ainda na adolescência.

Ele retornou para o Brasil disposto a introduzir esse sistema aqui.

Em 1850, conseguiu uma audiência com o imperador D. Pedro II e dele obteve autorização para fundar uma escola para a educação de cegos. Em 1854, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, mas, na ocasião, o jovem José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil, já havia falecido, vítima de tuberculose.

O sistema Braille, introduzido no Brasil por essa instituição, é até hoje utilizado no país, embora tenha passado por algumas atualizações para adaptá-lo à realidade da língua portuguesa. O Imperial Instituto dos Meninos Cegos é atualmente conhecido como Instituto Benjamin Constant.

Créditos da imagem

[1] neftali e Shutterstock
Publicado por Daniel Neves Silva

A linguagem inclusiva e como se referir a pessoas com deficiência

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

esde cedo, ensinamos às crianças que elas não devem xingar o amiguinho, falar palavrão… Elas logo percebem o poder das palavras: é através delas que podemos elogiar ou ofender alguém.

Segundo estimativas da ONU, há pelo menos 1 bilhão de pessoas no mundo com alguma deficiência. Quem as discrimina tem uma atitude capacitista, que é crime desde 2015.

A Lei Brasileira de Inclusão prevê “pena de um a três anos de reclusão e multa, podendo a reclusão ter o seu período aumentado dependendo das condições em que o crime foi praticado”.

Na maioria das vezes, no entanto, deixamos de mostrar aos pequenos a importância da linguagem inclusiva.

Elas crescem sem saber saber como se referir a pessoas com deficiência e, na vida adulta, empregam no dia a dia e no trabalho, por ignorância, ou, talvez até mesmo preconceito, palavras e expressões que deveriam ter sido banidas do vocabulário.

Por isso, é importante que todos nós conheçamos as terminologias que tratam a todos com o respeito que merecem. Você sabia que não se deve falar, por exemplo, deficiente? O termo correto, definido a partir da Convenção da ONU, em 2006, é pessoa com deficiência. A palavra portador é inadequada porque se refere a algo que se carrega e que, portanto, pode ser deixado de lado, o que não é o caso de deficiência, uma característica permanente.

Outro cuidado que devemos ter, ao escrever, é não usar a abreviação PCDs para os referirmos a pessoas com deficiência. As siglas desumanizam. Pense bem: você gostaria de ser chamado por três letrinhas? Pois é, a pessoa com deficiência também não.

É preciso também esquecer de uma vez por todas palavras que eram usadas até pouco tempo atrás, como doente, pessoa com problema, retardado. Você já pensou no quanto elas são ofensivas?

Mas como fazer se eu precisar me referir uma pessoa, detalhando suas características. É simples.

Não chame um cego de cego. Ele tem deficiência visual, assim como outras pessoas tem auditiva. Outro aprendizado que todos devemos ter é nunca usar o contraponto “mas” ao elogiar uma pessoa com deficiência.

Você vai dizer que nunca ouviu, ou mesmo disse, algo parecido com “ela tem síndrome de Down, mas mora sozinha” ou “ele tem deficiência visual, mas é um ótimo profissional”, como se as característica da pessoa a impedissem de viver sem ajuda ou trabalhar bem?

Outro erro comum é demonstrar sentimento de pena.

A pessoa com deficiência é igualzinha a você, só tem algumas características diferentes, mas que não a definem.

Também fuja da armadilha de achar que pessoas com deficiência são exemplos de superação quando elas fazem algo do dia a dia, como andar de transporte público. Ao receberem esta conotação de heroísmo, sem estarem fazendo nada de diferente, não são vistas como pessoas capazes de terem autonomia.

Muita gente já combate o racismo, o machismo e a LGBTQIA+fobia, mas o preconceito contra pessoas com deficiência muitas vezes não merece a atenção que deveria. Isso precisa mudar.

Com pequenas mudanças você pode fazer a sua parte por um mundo melhor.

O que você está esperando?

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: BlogGtech/Internet

Doenças raras – quais são e por que são chamadas dessa forma?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

As doenças raras são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas e variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa acometida pela mesma condição.

O conceito de Doença Rara (DR), segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a doença que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 para cada 2 mil pessoas. Na União Europeia, por exemplo, estima-se que 24 a 36 milhões de pessoas têm doenças raras. No Brasil há estimados 13 milhões de pessoas com doenças raras, segundo pesquisa da Interfarma.

Existem de seis a oito mil tipos de doenças raras, em que 30% dos pacientes morrem antes dos cinco anos de idade; 75% delas afetam crianças e 80% têm origem genética.

Algumas dessas doenças se manifestam a partir de infecções bacterianas ou causas virais, alérgicas e ambientais, ou são degenerativas e proliferativas.

Segundo o Ministério da Saúde, atualmente existem no Brasil cerca de 240 serviços que oferecem ações de assistência e diagnóstico.

No entanto, por se tratarem de doenças raras, muitas vezes elas são diagnosticadas tardiamente.

Além disso, os pacientes geralmente encontram dificuldades no acesso ao tratamento.
Principais características

As doenças raras geralmente são crônicas, progressivas, degenerativas e muitas vezes com risco de morte.

Não existe uma cura eficaz existente, mas há medicamentos para tratar os sintomas.

As doenças órfãs alteram diretamente a qualidade de vida da pessoa e, muitas vezes, o paciente perde a autonomia para realizar suas atividades.

Por isso, causam muita dor e sofrimento tanto para o portador da doença quanto para os familiares.

Conheça algumas doenças raras

Doença de Gaucher: genética e hereditária, essa doença causa alterações no fígado e no baço.

Os ossos ficam enfraquecidos e também podem ocorrer manchas na pele, cansaço, fraqueza, diarreia e sangramento nasal.

A incidência da Doença de Goucher é um caso em cada 100 mil pessoas e pode atingir tanto crianças quanto adultos.

É difícil diagnosticá-la, pois os sintomas podem confundir a análise clínica. O tratamento é feito a partir de medicamentos indicados por um especialista.

Hemofilia: é um distúrbio genético que afeta a coagulação do sangue.

A hemofilia é hereditária e provoca sangramentos prolongados tanto na parte interna quanto externa do corpo.

Pode haver sangramento dentro das articulações, nos músculos, na pele e em mucosas. O tratamento é feito com medicamentos indicados por um hematologista.

Acromegalia: é uma doença grave que provoca aumento das mãos e dos pés e de outros tecidos moles do organismo como o nariz, as orelhas, os lábios e a língua.

Diabetes, Insuficiência cardíaca, hipertensão, artrose e tumores benignos também são comuns de se desenvolverem em pessoas portadoras da acromegalia. A cada ano, ela tem uma incidência de três a quatro casos por milhão. Além disso, se não tratada, pode levar à morte.

No entanto, a maioria dos pacientes pode conviver com a doença, a partir de um tratamento com um especialista. As três formas de tratá-la são: medicamentos, cirurgia e radioterapia.

Angiodema hereditário: é uma doença genética que provoca inchaços nas extremidades do corpo, do rosto, dos órgãos genitais, mucosas do trato intestinal, da laringe e outros órgãos.

Além dos inchaços, outros sintomas são: náuseas, vômitos e diarreia. O diagnóstico da doença é feito por meio do histórico médico do paciente, além de exames laboratoriais, físicos e de imagem. O angiodema hereditário é uma doença rara que não tem cura, mas o tratamento para aliviar ou prevenir crises é feito com medicamentos indicados por um especialista.

Doença de Crohn: é uma doença inflamatória crônica que atinge o intestino e os casos mais graves podem apresentar entupimento ou perfurações intestinais.

Enfraquecimento, dores abdominais e nas articulações, perda de peso, diarreia com ou sem sangue, lesões na pele, pedra nos rins e na vesícula são alguns dos principais sintomas.

Ela atinge tanto homens quanto mulheres, principalmente entre os 20 e 40 anos de idade e a incidência é maior em fumantes.

Não se sabe ao certo quais são as causas dessa doença, mas há indícios de que ela surge por causa de problemas no sistema imunológico.

Para fazer o diagnóstico é necessário realizar exames de sangue, clínicos, de imagem e analisar o histórico do paciente.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Referências-http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-raras –
http://www.eurordis.org/content/what-rare-disease –
https://www.eurordis.org/information-support/what-is-a-rare-disease/ –
http://ec.europa.eu/health/ph_threats/non_com/docs/portugal.pdf –
https://www.abhh.org.br/pensegaucher/ –
http://www.hemofiliabrasil.org.br/hemofilia/o-que-e/ –
http://www.hemofiliabrasil.org.br/hemofilia/tratamentos-por-demanda/
https://fedra.pt/doencas-raras/ –

O lugar da mulher com deficiência é onde ela quiser!

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Graças ao movimento feminista a frase “O lugar da mulher é onde ela quiser” tornou-se quase um grito de liberdade dado pelo sexo feminino, mas como será que essa perspectiva é vista quando se trata de mulheres com deficiência?

O lugar da mulher com deficiência é onde ela quiser!

Mulheres com deficiência: colocadas à margem da sociedade desde sempre!

Especialistas costumam dizer que a partir dos três anos inicia-se um novo movimento na formação da personalidade infantil e que esse se estende até os seis anos aproximadamente.

A partir desse período a criança começa a desenvolver um sentimento de “pertencimento” a uma determinada comunidade e essa sensação contribui para que ela se sinta cada vez mais segura de si até atingir a fase adulta e ser capaz de responder por si mesma.

Agora, trazendo essa visão para a realidade de uma criança com deficiência que também é mulher, como será que as coisas se desenvolvem?

Não é segredo para ninguém que pessoas com deficiência precisam de cuidados mais específicos que as sem deficiência, porém, o problema todo está em como esses cuidados são realizados.

Talvez por culpa de uma cultura capacitista, muitos pais acabam tratando seus filhos que possuem alguma limitação como incapazes e passam a infantiliza-los mesmo quando eles são adultos; quais são as consequências disso?

Diria que a quebra daquele processo de construção de personalidade que falamos no começo do texto.

A criação com base na infantilização permeiam em consequências graves para a fase a adulta
Sentimentos de inferioridade, incapacidade de dizer não e a sensação de impotência diante de situações que machucam e incomodam são alguns dos gatilhos que muitas garotas com deficiência carregam para a fase adulta e, infelizmente, acabam forçando-se a caberem em lugares que não deveriam por sempre terem ouvido coisas como “agradeça por ter x ou y na sua vida”.

Sem dúvida nenhuma a maneira como somos criados é a grande responsável por boa parte dos nossos traumas e inseg
uranças e essa realidade se potencializa duas vezes mais quando possuímos alguma limitação.

Nossa deficiência não é limite para os nossos sonhos e nem combustível para que aceitemos permanecer em lugares que não nos cabem.

Se dizemos não quando alguém vem nos propor compromisso, ficam chocados porque acreditam que, por estar “nessas condições”, deveríamos levantar as mãos para o céu e agradecer por alguém ter nos visto.

Se entramos num relacionamento, automaticamente nosso(a) companheiro(a) é visto como uma pessoa de coração bom e longe de qualquer suspeita por simplesmente estar conosco — o que contribui muito para casos de violência doméstica — quando as coisas não são bem assim.

Se queremos ser mães, logo acreditam que todo o trabalho ficará nas costas do nosso (a) parceiro(a); se queremos morar sozinhas, viajar e viver por conta própria, logo perguntam como planejamos fazer isso se não conseguirmos nos virar sozinhas.

Se escolhemos estudar para ter uma profissão e nos sustentar, dizem ser perda de tempo porque o benefício está aí justamente para isso; se tomamos coragem e dizemos não diante de cenários que nos ferem e incomodam quando a pessoa que nos ajuda acha que aquela é a melhor decisão para nossas vidas, logo somos taxadas de ingratas porque ele(a) está apenas pensando no “melhor pra gente”.

Nossa vida é nossa, assim como as escolhas que tomamos e suas consequências.

A grande verdade é que a sociedade acostumou-se a colocar-nos à sua margem e a pior parte de perceber isso é reconhecer que, muitas vezes, nós aceitamos isso porque fomos criadas justamente para aceitarmos aquilo, pois, mesmo que inconscientemente, nossos pais ou responsáveis acabam limitando nossa personalidade com a ideia de estão apenas procurando proteger-nos.

Aposto que neste momento você, cara leitora, deve estar se perguntando: Mas será que não existe uma maneira de encontrarmos nosso lugar ao sol? E a resposta é: sim, há.

A chavinha começa a virar a partir do momento que começamos a desabrochar nossa consciência enquanto mulheres, ponto.

Nós estamos além da nossa deficiência, do que a sociedade ou nossa própria cabeça impõe. Não somos objetos, nossa existência não é fruto do acaso e muito menos devemos aceitar que terceirizem nossas vontades, sonhos e desejos.

Sabemos que não é fácil, mas precisamos tomar a frase “O lugar da mulher é onde ela quiser” e trazer para nossa realidade, porém, mesmo que seja difícil reconhecer que somos humanas antes de tudo, devemos dá um passo de cada vez, constantemente e sem desistir ou olhar para trás, pois, apenas assim seremos capazes de enfrentar as barreiras e os preconceitos da vida e dizer de cabeça erguida: O meu lugar é onde eu quiser estar!

A dica especial é o e-book digital Manual da Mulher com Deficiência.

Compartilhe esse texto, para que outras mulheres com deficiência saiba que o lugar dela é onde ela quiser!!!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fontw: Territorio deficiente/Internet

Conteúdo Exclusivo Território Deficiente