Quem são as meninas autistas superdotadas?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Em entrevista, psicóloga autista explica estereótipos sobre altas habilidades

Geralmente associamos a superdotação, ou altas habilidades, aos gênios.

Pessoas muito inteligentes com interesses particulares e alto desempenho em música, matemática, filosofia ou física.

Nessa entrevista, a psicóloga e pesquisadora de neurodivergências francesa Adeline Magnon, hoje radicada na Espanha, fala sobre como esse é apenas um estereótipo e um perfil possível para as altas habilidades.

Focando a conversa nas características das altas habilidades em meninas, em especial também autistas, Magnon (ela própria diagnosticada autista com altas habilidades) explica a dificuldade de diagnóstico para esse grupo, os impactos das altas habilidades e do autismo no dia a dia das meninas, e o peso sóciocultural sobre a discussão da inteligência em homens e mulheres.

Muitas pessoas acreditam que ter altas habilidades significa ser gênio em ciências ou música. Isso é verdade? Esse é um estereótipo muito comum, mas não é isso.

Ser um gênio em uma área significa que você desenvolveu suas habilidades através da prática e teve o “ambiente adequado” para desenvolver seu potencial.

Ter um talento específico em determinada área se destaca mais, por isso pensamos mais nesses perfis quando falamos de altas habilidades, mas é apenas um perfil entre muitos.

Existem muitas formas de compreender as altas habilidades e tudo depende da definição que usamos e do modelo teórico que nos respalde. No entanto, acredito que todas estas definições estão alinhadas em afirmar que uma coisa é ter alto desempenho e outra coisa é ter altas habilidades.

E que ter altas habilidades não implica necessariamente em desenvolver esse potencial em algo “produtivo” para a sociedade. Para mim, ter altas habilidades é ter um cérebro que funciona de maneira diferente, com uma maneira diferente de ser, de perceber e de funcionar no dia a dia — embora outros autores considerem isso como um conceito meramente social. Posso ter altas habilidades, não ter alto desempenho e, ainda assim, perceber o mundo de uma forma muito intensa.

Como é feito o diagnóstico de altas habilidades? Voltamos ao maior problema que temos com as altas habilidades: a definição.

Dependendo de como for definida, a forma como pode ser diagnosticada mudará. Antes, as altas habilidades eram tidas como um alto QI [quociente de inteligência].

Bastava, então, fazer um teste de medição de inteligência geral, como os testes de Wechsler, e ver se o QI era superior a 130. Falo no passado, mas, na realidade, é algo que continua sendo feito hoje em dia, e muito. As altas habilidades são muito mais do que um QI maior que 130 — um ponto de corte que sempre foi totalmente arbitrário, não se baseia em nada além de estatísticas.

Medir o QI é como medir a temperatura. Posso te dizer que você está com 38,5º e que está com febre, mas não é por isso que vou poder dizer que você está gripado, correto? Você pode ter um QI elevado sem ter o funcionamento de altas habilidades (dependendo, novamente, da definição que damos a este perfil), ou ter um QI inferior a 130 e apresentar um perfil de altas habilidades, especialmente se tiver um QI heterogêneo, o que é bastante comum quando há dupla ou múltipla excepcionalidade (quando há outras neurodivergências concomitantes).

Para fazer uma identificação mais precisa de um perfil de altas habilidades, acredito que, além do teste de QI — que pode dar indicações valiosas (não tanto pelo QI geral, mas pela maneira como a pessoa se comporta em cada subteste)—, deveriam ser feitas uma anamnese por meio de entrevista guiada para obter informações qualitativas e buscar elementos que possam indicar altas habilidades, um teste de criatividade e pensamento divergente, e tudo mais que nos permita agregar informações para completar o perfil.

É preciso lembrar que os testes de QI medem principalmente a inteligência acadêmica (por isso são bom preditores de desempenho escolar), uma vez que foram elaborados justamente para detectar pessoas com potenciais dificuldades acadêmicas. Mas, definitivamente, um teste de QI não é suficiente.

Existe distinção nas características de altas habilidades entre homens e mulheres? Até o momento, a pesquisa sobre este tema é muito escassa. Acabei de fazer uma revisão sistemática dos últimos dez anos de pesquisa sobre mulheres neurodivergentes, que incluiu altas habilidades, e havia muito poucos artigos.

Não vejo tanto viés de gênero como em outras neurodivergências, como o autismo, mas definitivamente existe.

Mais do que características diferentes, tem a ver com a percepção que temos da inteligência em geral. É mais fácil valorizar um homem inteligente do que uma mulher, e as diferenças observadas geralmente vêm mais de diferenças de socialização e educação devido a nosso gênero do que de um desenvolvimento cerebral diferente ou características inatas. Mas, como mencionei, isso quase não foi estudado.

Você mencionou antes, o que é dupla ou tripla excepcionalidade?

A dupla excepcionalidade é a coexistência das altas habilidades com outra condição que signifique um desafio ou deficiência. Não se trata da soma das duas condições, mas de um perfil diferente, em geral com grandes paradoxos e contradições em seu funcionamento.

A tripla excepcionalidade ocorre quando a pessoa também faz parte de uma minoria social sub-representada (minoria étnica ou cultural, minoria linguística, grupo LGBTQIA+).

Excepcionalidade múltipla é quando a pessoa apresenta duas ou mais condições além das altas habilidades (por exemplo, pessoa com altas habilidades, TDAH e autismo).

Você acredita que a proporção de autismo entre homens e mulheres é, de fato, de 4 para 1? Ou há poucos diagnósticos entre as mulheres? Não, essa proporção é totalmente distorcida, e as pesquisas começam a ir nessa direção: há muitos “diagnósticos errados” em mulheres autistas, e a falta de diagnóstico ou o diagnóstico tardio faz com que as mulheres não saibam que são autistas até a vida adulta, ou não saibam nunca.

É representativo do preconceito de gênero que existe no autismo.

Por que é tão difícil identificar o autismo em mulheres, principalmente se elas possuem altas habilidades? Eu diria que é por causa do patriarcado: nos ensinam a socializar como uma “menina”, ou seja, a ouvir, a nos misturarmos na multidão, a tentar ser querida por todos, a não nos destacarmos demais, a ter empatia, a observar muito, não gritar, não expressar emoções… Enfim, a gente cresce com esse pacote cultural de “sou menina e tenho que… X”.

Por isso, tendemos a usar muito mais a camuflagem para tentar nos encaixar, porque uma menina que não se enquadra é muito mal vista, porque uma menina tem que socializar com ternura e gentileza. Basicamente, temos muitas habilidades de observação e aprendemos a usá-las para sobreviver socialmente.

Para dar exemplos, como seria uma menina pequena (de menos de 5 anos) com autismo e altas habilidades? Pode ser muito variável. Na realidade, é um espectro muito amplo.

Eu diria que podem ser sinais de suspeita: dissincronia (tendência a interagir com crianças mais velhas ou adultos); perguntas existenciais e enorme curiosidade intelectual incessante, com interesses muito intensos e grande potencial criativo ou grande imaginação (isto para as altas habilidades).

Ao mesmo tempo, possíveis dificuldades de regulação emocional, grande sensibilidade sensorial (com hipersensibilidades sensoriais geralmente acentuadas), necessidade de antecipação e rituais, apesar da fome por conhecimento e novidade. Dificuldades para socializar da forma esperada.

Em geral, expressam se sentir como “alienígenas”, esquisitas, querem voltar ao seu planeta de origem. De fora, é possível perceber “esquisitices”, mas, ao mesmo tempo, a menina consegue compensar, cada vez mais, os desafios que enfrenta. Em geral, são meninas com grande senso de justiça, mas que, ao mesmo tempo, são capazes de seguir as regras minuciosamente. Pode haver hiperlexia, com grande interesse precoce pela leitura e aprendizagem independente. Vamos ver uma menina esperta, curiosa, exigente por informações, exploradora, inquieta.

A presença de ansiedade elevada (escolar e social) pode ser sinal de que coexista, também, autismo ou outra condição, que ela está tentando camuflar. Geralmente também há grande frustração, pois a menina percebe que é capaz de fazer certas coisas difíceis, mas que outras coisas são muito desafiadoras para ela.

Com frequência, tem colapsos porque não consegue se regular emocional e sensorialmente. Depende de cada caso, mas eu diria que essas são as características gerais.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Johanna Nublat/Internet

Pesquisa revela ligação entre estresse na gravidez e Autismo

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Fatores estressantes durante a gestação, como complicações no parto, violência e rompimento da estrutura familiar podem afetar a incidência e prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas crianças.

Estudo conduzido por alunas de Medicina do CEUB – Centro Universitário de Brasília/DF, aponta a influência de fatores como a idade dos genitores na concepção e predisposição genética para o autismo. Fazer um pré-natal adequado e evitar o estresse na gestação estão entre as ações preventivas indicadas para a totalidade das gestantes.

De acordo com a pesquisa, realizada com 31 mães de crianças com TEA, fatores como complicações durante o parto, incluindo situações de sofrimento fetal e hipóxia neonatal, afetaram 19,4% das entrevistadas.

Cerca de 35,5% das mulheres experimentaram depressão pós-parto. Violência e rompimento amoroso durante a gestação também afetaram 29% e 22,6% das mães, respectivamente.

Além dos fatores estressores, o estudo mostra que a prevalência do transtorno aumenta com a idade dos pais durante a concepção, especialmente entre aqueles com 31 anos ou mais.

Compreender a relação entre fatores estressantes na gestação e o TEA pode ajudar na capacitação de profissionais de saúde, na distribuição adequada de centros de atendimento e escolas de acordo com o perfil epidemiológico, além da oferta precisa de informações para as gestantes.

O estudo aponta ainda que a detecção precoce e o tratamento adequado do autismo podem levar a um melhor prognóstico para essas crianças.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: alunas de Medicina do CEUB – Centro Universitário de Brasília/DF/Internet

Meu filho é autista, por onde eu começo?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

“Acabei de receber o diagnóstico, meu filho é autista. E agora, por onde eu começo?”

Esta é uma das dúvidas mais comuns entre as famílias após o laudo de autismo.

Por isso, trouxemos um guia simples, mas muito efetivo, para ajudá-los neste momento.

Antes de começarmos, é sempre bom entender de uma vez o que significa ser autista.

Para isso, é preciso saber que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por alterações em três grandes áreas: a comunicação, a interação social e o comportamento.

Também é importante compreender que o autismo em si não é o problema. O que deve ser motivo de ação são os possíveis prejuízos e atrasos que suas características – como alterações no processamento sensorial, dificuldades na comunicação e rigidez mental – podem causar na vida dos indivíduos diagnosticados. As habilidades e forma de ver o mundo que as pessoas autistas trazem para os meios que frequentam se encaixam na definição de neurodiversidade, que contribui e muito para a nossa sociedade!

Meu filho foi diagnosticado com autismo, e agora?

1. Busque uma equipe multidisciplinar

A equipe multidisciplinar é um time de especialistas em diversas áreas do desenvolvimento infantil, como:

Psicólogo;
Fonoaudiólogo;
Terapeuta ocupacional;
Pedagogo;
Fisioterapeuta, entre outros.

Este time vai auxiliar não só a identificar os atrasos e prejuízos que o transtorno ocasionou no repertório comportamental do indivíduo, como também vai guiar a família e a escola para participarem efetivamente das intervenções e, consequentemente, ajudarem no progresso dele.

É importante buscar profissionais que sejam especializados na Ciência ABA, que você pode compreender mais profundamente aqui.

2. Junto à equipe, faça uma avaliação comportamental

Para identificar os atrasos, as lacunas no desenvolvimento do seu filho relacionadas ao espectro autista, a equipe multidisciplinar fará uma avaliação comportamental dele.

Serão observadas as dificuldades e facilidades do pequeno em diversas áreas: cognitiva, social, comunicacional, etc.

Esta avaliação é muito importante e sua utilidade vai além da identificação dos atrasos: ela pode servir de métrica para observar os progressos e possíveis adequações terapêuticas ao longo do tratamento.

3. Não espere para começar as terapias

Mesmo quando o diagnóstico de autismo ainda é apenas uma desconfiança, é importante buscar recursos terapêuticos que ajudem o pequeno a desenvolver as áreas em que já foram identificados alguns atrasos.

Quanto antes as intervenções começarem, melhor!

4. A família deve se capacitar

Pais e cuidadores de pessoas autistas devem estar sempre buscando formas de aprender mais sobre o transtorno, para compreender comportamentos, limitações e situações ocasionadas por ele.

Também é importante se informar sobre os recursos legais voltados aos indivíduos TEA, ou seja, as leis e direitos que visam proporcionar mais inclusão autonomia e respeito. Saiba mais neste link.

Além disso, a capacitação não é exclusiva para os pais. Irmãos, tios, avós e todos os que convivem com a criança devem se prontificar em compreender o autismo e se capacitar para auxiliá-la ao longo do processo terapêutico.

Com toda a família alinhada nesse propósito, as chances das terapias terem um bom resultado é muito maior do que nos casos em que apenas uma ou duas pessoas estão verdadeiramente envolvidas.

5. Cuide de você e da sua família

Sabemos que o diagnóstico de autismo pode ser chocante para alguns pais e cuidadores. Por isso, é natural que muitos se sintam desesperados e voltem toda a sua atenção para o autista.

Mesmo que seja imprescindível procurar e começar o processo terapêutico o quanto antes, é importante ter em mente que cuidar da família e de si mesmo é tão fundamental quanto agir em relação aos atrasos!

Por isso, cuide das suas relações, do seu bem-estar, da sua saúde física e emocional. Pode ter certeza que isso impacta – e muito – o desenvolvimento do seu filho, seja ele autista ou não!

Eddição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Quer mais dicas sobre autismo e desenvolvimento infantil? Acesse já o canal da Mayra Gaiato no YouTube./Autor(a): Equipe Instituto Singular/Psicólogas e Terapeutas

Deficiência intelectual e autismo: qual a diferença?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Muitos sentem dificuldade em identificar a diferença entre a Deficiência Intelectual e o Autismo.

Conhecer as características de ambos os transtornos pode evitar diagnósticos e intervenções equivocadas.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Deficiência Intelectual (DI) são transtornos do neurodesenvolvimento confundidos com muita facilidade.

A falta de informação faz com que muitos acreditem que eles são complementares, ou seja, que não existem um sem o outro. Mas, isso não é verdade: eles são diferentes e podem ser diagnosticados sozinhos ou juntos numa mesma pessoa.

Para um diagnóstico correto e aplicação de intervenções eficazes é preciso compreender, de fato, as diferenças entre o Autismo e a Deficiência Intelectual.

O que é o autismo?

Uma pessoa diagnosticada no TEA apresenta alterações em três grandes áreas: a socialização, a comunicação e o comportamento. A princípio, no autismo, o indivíduo tem dificuldade em compreender as entrelinhas das interações sociais e manter a comunicação com outras pessoas de forma proveitosa.

Além disso, também é comum que autistas tenham comportamentos repetitivos e cultivem interesses restritos sobre determinado tópico ou objeto.

Acima de tudo, é importante ressaltar que autistas não são todos iguais. Existe uma diversidade de características dentro do espectro e, para além dos seus três níveis de suporte, outras questões influenciam na maneira como o indivíduo se comporta e interage com o mundo, como o tempo e a qualidade das intervenções e o apoio familiar.

O autismo tem causas predominantemente genéticas. Alguns estudos também apontam mutações genéticas e fatores ambientais como outras possíveis razões do desenvolvimento do transtorno, como os casos de autismo regressivo, por exemplo.

Atualmente, o TEA é classificado em três níveis de suporte, de acordo com o grau de comprometimento de habilidades psicossociais e autonomia. O nível 1 é considerado o ‘autismo leve’, o 2, moderado e o 3, severo.

Para o diagnóstico de autismo, é preciso fazer uma avaliação neuropsicológica junto a uma equipe multidisciplinar, acompanhado de um médico psiquiatra ou neurologista.

O que é deficiência intelectual? Qual a diferença do autismo?

Na deficiência intelectual, os indivíduos apresentam limitações nas habilidades cognitivas, como dificuldades em raciocinar, resolver problemas e compreender ideias abstratas, além de possíveis prejuízos na aprendizagem e no desempenho de tarefas cotidianas.

Algumas escalas classificam a DI quando o quociente de inteligência é avaliado abaixo de 70, indicando uma habilidade reduzida na resolução de problemas, planejar, refletir e aprender.

Hoje, a DI é classificada em 4 níveis de suporte: leve, moderada, grave e profunda. Entretanto, há uma diferença em relação ao autismo: a deficiência intelectual não se limita a causas genéticas. Uma criança pode desenvolver a DI em períodos pré-natais, perinatais e após o nascimento, como em casos de desnutrição, infecções, traumatismo craniano e doenças degenerativas, por exemplo.

O diagnóstico de deficiência intelectual é realizado por meio de uma avaliação neuropsicológica, além de relatórios da escola e avaliações com psicoterapeutas para quantificar com precisão o nível de inteligência do indivíduo por meio de escalas específicas. É importante destacar que a avaliação é baseada no comprometimento geral e não em áreas específicas.

Por fim, assim como o autismo, a deficiência intelectual requer acompanhamento psicoterapêutico, para auxiliar o indivíduo no desenvolvimento de habilidades prejudicadas pelo transtorno.

TEA e DI juntos

Como falamos, uma pessoa pode ter o diagnóstico de ambos os transtornos. Nesses casos, é possível observar características tanto do autismo quanto da deficiência intelectual.

Ou seja, esses Indivíduos podem apresentar dificuldades na comunicação e socialização, comportamentos repetitivos, interesses restritos e limitações nas habilidades cognitivas.

É importante reforçar que cada caso é único e pode variar no grau de comprometimento dessas características. Essas pessoas precisam de intervenções específicas e individualizadas, com o suporte de profissionais qualificados.

Viu como há diferença entre a deficiência intelectual e o autismo?

Mas em ambos os casos, há uma coisa em comum: atendimento individual e com profissionais especializados no assunto para um diagnóstico correto e para intervenções direcionadas às necessidades do indivíduo. Desta maneira, certamente o paciente terá mais qualidade de vida e seu desenvolvimento aprimorado.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Autor(a): Equipe Instituto Singular/Psicólogas e Terapeutas

HABILIDADES SOCIAIS PARA CRIANÇAS AUTISTAS

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Você já ouviu falar da falta de habilidades sociais das crianças autistas?

Isso é algo importante para todas as crianças, para que elas possam brincar, fazer amigos e aprender coisas novas, mas com as crianças autistas isso às vezes se torna diferente.

Imagine se uma criança não sabe como falar com os coleguinhas na escola ou não entende como compartilhar brinquedos.

Isso pode ser difícil, não é?

Neste texto, vamos entender a importância das habilidades e falar sobre como as crianças com autismo podem aprender isso de maneira simples e divertida.

Você sabe a importância das habilidades sociais?

O desenvolvimento das habilidades sociais é um fator importante para que as crianças saibam agir em diversas ocasiões do cotidiano, desde interações mais simples, como conversar com os avós e brincar com os amigos na escola, até atividades mais complexas, como apresentar um trabalho na frente de toda turma.

Essas habilidades podem ajudar seu filho a criar laços de amizade, aprender com as outras pessoas, se interessar por alguma atividade ou se identificar com determinado assunto. Dessa forma, o aperfeiçoamento social é fundamental para ajudar nas relações familiares e possibilitar que seu filho crie sua própria identidade, dando a ele um sentimento de pertencimento.

Nesse sentido, o bom convívio social é indispensável para a qualidade de vida e, consequentemente, para a manutenção da saúde mental.

As habilidades sociais para crianças podem ser divididas em:

Habilidades de jogo ou brincadeira – capacidade de dividir o espaço com outros colegas em jogos e compartilhar brinquedos;
Habilidades de conversação – capacidade de escolher sobre o que falar ou qual linguagem corporal usar;
Habilidades emocionais – saber como lidar com suas emoções e compreender como os outros se sentem através da empatia;
Habilidades de resolução de problemas – saber administrar e lidar com conflitos ou tomar decisões em situações sociais.

AS HABILIDADES SOCIAIS E O AUTISMO

Na maioria das vezes, o indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tende a sentir dificuldades em socializar de maneira geral. Por isso, agir em determinadas situações que requerem certas convivências sociais se torna uma barreira na vida da criança autista, enquanto para as pessoas neurotípicas o desenvolvimento dessas habilidades ocorre de forma natural, apenas com a convivência em sociedade.

Portanto, os pequenos com TEA precisam de suporte para desenvolver de forma efetiva as habilidades sociais, levando em consideração suas necessidades pessoais e seu futuro.
COMO AJUDAR CRIANÇAS COM TEA A DESENVOLVER HABILIDADES SOCIAIS

Brincar: Brincadeiras e jogos são ótimos para ajudar as crianças a aprender, pois esses jogos ensinam coisas como compartilhar, seguir regras e lidar com vitórias e derrotas.

Por exemplo: em um jogo, o seu filho pode vencer ou perder e isso promove o espírito esportivo de saber lidar com o resultado, algo importante não só para jogos, como também para várias situações da vida.

Elogiar: Elogie as crianças quando elas interagirem bem com os outros, pois isso as incentiva a continuar agindo de maneira positiva.

Se o seu filho está brincando e você percebe que ele está compartilhando o brinquedo com outra criança, lhe parabenize pelo ato.

Encenar: Pratique situações sociais com as crianças para ajudar-las e prepará-las para situações do dia a dia.

Em uma determinada situação em que duas pessoas querem comer bolo, mas só tem apenas uma fatia, você pode ensinar o pequeno que a solução será dividir a fatia

Suportes Visuais: Use imagens ou cartões para mostrar ações sociais positivas e negativas. Isso ajuda as crianças a entender o que é certo e errado.

Você pode utilizar palavras e/ou imagens por meio de cartões, ou cartazes que ilustram ações positivas de convivência, como: conversar com os colegas, dividir o brinquedo, ajudar nas atividades de casa, entre outros.
PROMOVER O USO DAS HABILIDADES SOCIAIS EM DIFERENTES AMBIENTES

Talvez seu filho tenha aprendido a ter uma boa convivência quando está em casa, com seu irmão, seus pais e familiares. Entretanto, em alguns casos, a criança não mantém o comportamento ideal na escola. Em vista disso, é essencial conversar com o professor para alinhar as abordagens, de modo que as mesmas instruções sejam dadas nos dois ambientes.

Ademais, cada criança com TEA possui características próprias. Portanto, é imprescindível que ela tenha sua singularidade respeitada, como também é relevante que ela receba acompanhamento de profissionais capacitados.

Edição:Gilson de Souza DANIEL
Fonte:REFERÊNCIAS/MARANHAO, Samantha Santos de Albuquerque; PIRES, Izabel Augusta Hazin. Funções executivas e habilidades sociais no espectro autista: um estudo multicasos. Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv., São Paulo, v. 17, n. 1, p. 100-113, jun. 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-03072017000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 09 ago. 2022.
Social skills for autistic children. Raising Children, 2021. Disponível em: https://raisingchildren.net.au/autism/communicating-relationships/connecting/social-skills-for-children-with-asd. Acesso em: 09 ago. 2022.

Sinais precoces de autismo em crianças

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Alguns sinais precoces de autismo se dão antes mesmo dos 16 meses.

Esses sinais muitas vezes podem passar despercebidos, pois podem ser entendidos como características do próprio bebê. Por isso, deve-se ficar atento a qualquer sinal atípico que essa criança apresente.

Hoje vamos destacar alguns desses sinais que podem transparecer desde a fase de amamentação até a fase de comunicação e interação social.

Os sinais de autismo são individuais

Precisamos compreender, antes de tudo, que o transtorno do espectro do autismo (TEA), afeta a área motora, cognitiva e social.

Assim, quando falamos dos sinais de autismo, é necessário entender que ele se manifesta de uma forma bem individualizada. Ou seja: em cada pessoa pode ser diferente.

Mas existem alguns padrões pré-definidos que podem ser observados pelos pais desde o nascimento.

Principais sinais de autismo

Cada criança tem seu próprio ritmo. Por isso é necessário ficar ainda mais atento aos sinais precoces de autismo. Dessa forma, a procura por um pediatra ou neuropediatra deve ocorrer quando esses atrasos aparecem de forma significativa.

Quando falamos de crianças com menos de 12 meses de vida, os sintomas podem ser confundidos com a personalidade do bebê. Por exemplo: quando a criança é muito calma ou não se adequa a qualquer coisa.

Assim, o olhar dos pais deve ainda ser mais apurado para caso seu filho apresente algumas dessas características.
Sinais precoces de autismo antes dos 12 meses

Existem alguns sinais sobre autismo que são pré-definidos. Porém, podem ser difíceis de se perceber, caso não haja atenção. Alguns deles são:

Desatenção à voz do adulto;
Não balbucia;
O olhar não procura a mãe quando ela se afasta;
Não estende os braços para pedir colo;
Falta de contato visual com a mãe no momento da amamentação;
Não responde com imitação ações como sorrir ou mostrar a língua;
Falta de demonstração ou resposta ao carinho
Não brinca com outras crianças ou adultos;
Demonstra certa frieza em relação aos sentimentos e expressões de outras pessoas;

Sinais de autismo até os 16 meses

Nessa fase se torna um pouco mais fácil decifrar alguns sinais. Isso porque existem alguns comportamentos predominantes que ficam extintos, como por exemplo:

Não dá “thauzinho” com as mãos;
Ausência da fala ainda perpetua;
Dificuldade de demonstrar desejo sobre algo;
Não procura com o olhar;
Não gosta de ser tocado;
Locomoção atípica, como andar nas pontas dos pés.

Aliás, temos um vídeo sobre como entender alguns sinais de autismo em crianças, disponível na nossa plataforma do Youtube. Nele, o neuropediatra Clay Brites explica alguns sinais sobre autismo em crianças de uma forma mais ampla.

Percebi sinais de autismo, o que fazer a seguir?

A partir do momento em que os pais percebem alguns sinais precoces do autismo, o melhor a ser feito é procurar um profissional.

Assim, será possível acompanhar e realizar um diagnóstico mais preciso.

Quanto mais rápido se inicie o tratamento, melhor será o desenvolvimento cognitivo e social da criança. Dessa forma, é fundamental procurar um médico mesmo que seja por uma pequena desconfiança.

Para saber mais sobre o assunto, acesse nossa página de artigos sobre autismo.

Edição:Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Referências:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812020000200009

8 aspectos que todos deveriam saber sobre AUTISMO

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Sempre que se fala em AUTISMO associamos ao termo à palavra ESPECTRO, porque este transtorno envolve situações e apresentações de sintomas muito diferentes umas das outras, mas com similaridades, especialmente na falta de percepção social.

Nem todos têm dificuldade de lidar com pessoas autistas, considerando-as a princípio “estranhas”, mas no geral, com algumas informações simples é possível tanto compreender melhor a situação da pessoa com autismo quanto ter um melhor relacionamento

. Desta forma, é de fundamental importância que informações sejam difundidas ao máximo na sociedade.

Veja a seguir alguns fatos importantes de saber sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista) de um modo mais geral.

O autismo tem um ESPECTRO gigantesco – e foi por isso que, no começo deste artigo, a palavra espectro teve sua definição informada. Mesmo que se tenha uma ideia de comportamentos comuns ao autismo, um autista ainda é extremamente diferente dos outros que você conheceu ou teve contato. O transtorno é o mesmo, mas o restante não!

Rotina e previsibilidade ajudam na interação – flexibilidade é uma habilidade importante, mas no caso de pessoas com o espectro autista, ter uma rotina de tarefas e poder prever situações ajuda a sentir segurança. Grandes surpresas e mudanças bruscas de planos podem causar uma grande bagunça nos pensamentos deles e ter um impacto em seu comportamento social.

É como se fosse necessário ter uma agenda interna para se organizar. Enquanto ela está organizada, tudo fica mais fácil de lidar, para o autista e para as pessoas que convivem com ele.

A linguagem é processada de modo diferente – alguns autistas, dependendo de seu nível de autismo, precisam de mais tempo para aprender a falar, por exemplo, mas outros têm imensa facilidade.

Costuma ser extrema a relação com a linguagem, para mais e para menos. Os autistas entendem muito além do que você imagina. Pode ser que pareçam não estar entendendo, mas a realidade é que estarão muito avançados do pensamento sobre o que acabaram de ouvir e nem sempre conseguem articular o pensamento com o que precisam responder.

Por esse motivo, muitos pensam que lhes falta entendimento, quando na realidade lhes sobra e nem sempre querem expressar ou não sabem como fazê-lo.

Autistas levam tudo “ao pé da letra” – linguagem figurada, piadas de trocadilhos e mentiras são problemáticas para o autista. Tudo o que dizemos é interpretado por eles do jeitinho que foi falado. O “pé da letra” é como se a letra tivesse pé mesmo, ele não associaria, a princípio, a algo literal.

Certamente, uma vez que lhes é explicado o significado, conseguem lembrar o que significa, como se fosse um sinônimo e, ao longo da vida, fazem uma coleção destes sinônimos, o que facilita demais suas interações.

São obsessivos com coisas que lhes interessa – todo autista tem um assunto que lhe interessa muito. Interessa tanto, que se torna até obsessivo encontrar informações sobre o tema até que se esgote e ele domine completamente aquilo. Pode ser um seriado, um animal, um lugar.

Não importa. Se lhe chama a atenção, se torna perito em pouco tempo. O tema pode mudar durante sua vida, algumas vezes, mas tudo o que ele gostar muito terá sua atenção incondicional.

Esta obsessão pode, inclusive, prejudicar para aprender outras coisas, então é importante que aprenda a regular seu tempo para a pesquisa do tema amado.

Autistas precisam de auxílio nas relações sociais – este é o grande nó do transtorno e o ponto mais em comum para todo o espectro.

Alguns darão a impressão de serem isolados do mundo e outros de pertencerem demais, mas se você prestar muita atenção nos comportamentos, verá que na verdade todos têm dificuldade na interação, tanto os distantes quanto os que excedem, porque não percebem bem as relações humanas.

É preciso que alguém lhes informe como se comportar em determinadas situações para aprender melhor como interagir.

Eles possuem alguns sentidos mais aguçados do que o normal – autistas possuem uma sensibilidade maior em alguns de seus sentidos. O auditivo parece predominar neste caso.

Muito barulho costuma causar perturbação na maioria deles, mas pode se manifestar em outros sentidos, como no paladar, quando não conseguem comer determinados alimentos por causa de sua textura ou no olfato, quando sentem cheiros excessivamente a ponto de ser incômodo.

Eles não são distantes, são diferentes – nem todos nós temos o mesmo senso de distância social. Em alguns países, culturalmente falando, a distância para conversar com uma pessoa deve ser maior, senão é considerada inclusive falta de educação.

O mesmo acontece com os autistas. Não é que sejam pouco amorosos ou distantes das pessoas.

Ocorre que são apenas diferentes. Eles têm afeição ao seu modo próprio e possuem dificuldade em demonstrar, mas precisam de interação como todos nós, porém ela acontece de um modo peculiar.

Ele tem que ter empatia pela pessoa, confiar nela e só então consegue criar laços.

Nem sempre demonstra, mas eles certamente existem.

Não é nem tão difícil assim entender um autista, quando se consegue compreender o modo como vê o mundo.

Claro que há níveis, então autistas mais severos são mais difíceis de entender, porque se mostram menos do ponto de vista de interação social.

O que precisamos é compreender as diferenças para conseguirmos enxergar além dos preconceitos em relação ao que nos é estranho.

Se conseguir alongar seu olhar e ser informado sobre o transtorno, perceberá o quanto os autistas podem lhe surpreender!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Por Janaína Spolidorio, Especialista em educação/Internet

O autismo e o orgulho

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

“Se há orgulho em ser autista? É incerto dizer, pois o orgulho deveria advir do que alcançamos e não daquilo com que nascemos. Seria como ter orgulho em ser loiro”

Escrito por Beatriz Carvalho, aluna de 5º ano do Mestrado Integrado em Psicologia, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, este artigo, publicado originalmente no jornal O Público, propõe-se a discutir o dia do orgulho autista. Ao que a palavra orgulho da data se refere? Confira na leitura:

“No dia 18 de junho celebra-se o Dia do Orgulho Autista.

Um dia dedicado à celebração da neurodiversidade e das caraterísticas únicas das pessoas com o transtorno.

Quando nos orgulhamos do autismo, estaremos a orgulhar-nos das dificuldades? Estaremos menosprezando essas características ao tomá-las como traços de identidade, esquecendo-nos da sua origem como transtorno?

Uma das premissas do Dia do Orgulho Autista é a ideia de que as pessoas com autismo não são doentes, mas sim que as suas características são únicas.

No entanto, o próprio nome de “transtorno do espectro do autista” sugere as dificuldades e sofrimento que daí advêm, sendo insensato diminuí-lo ao ponto de “particularidades do indivíduo”.

Ao fazê-lo, esquecemo-nos de tudo aquilo que as pessoas com autismo atingem, apesar da sua perturbação, ignoramos todos os esforços feitos para aumentar o bem-estar e sucesso desta comunidade e diminuímos o esforço que fazem para atingir os seus objetivos, apesar das suas dificuldades.

A celebração da diferença passa por elevar os sucessos das pessoas, apesar da mesma, e não pela normalização das suas dificuldades, e aí há muitos motivos para orgulho.

Sendo o transtorno do espectro autista caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, existem vários marcos para a pessoa com autismo e para os técnicos que com ela trabalham que são motivos de orgulho.

Sempre que uma pessoa com autismo ultrapassa o sofrimento que lhe causa a interação social e interage com sucesso, sempre que consegue reunir esforços para entrar no mercado de trabalho ou ir à escola todos os dias, apesar da sua percepção do mundo ser tão diferente da nossa, há um motivo de orgulho sem igual. Sempre que alguém deixa o preconceito de lado e olha para uma pessoa com autismo como para si mesmo, há motivo de orgulho.

Não deveria ser necessário um dia do Orgulho Autista para que todos nós olhássemos para a pessoa com autismo como um ser humano com valor e motivos de orgulho.

Deveria estar implícito nas regras de convivência básica. Mas se assim for necessário, que esteja sempre presente que o transtorno do espectro autista se manifesta de formas totalmente diferentes de indivíduo para indivíduo, mas não o define.

Se há orgulho em ter autismo? É incerto, pois o orgulho deveria advir do que alcançamos, e não daquilo com que nascemos. Seria como ter orgulho em ser loiro.

Mas certamente há orgulho em ser humano, ter defeitos e qualidades, ser único e atingir objetivos e metas”.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Vida mais Livre/Internet

Vereador diz que autismo se cura ‘na peia’ e ‘na chibata’

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brasil)

Em um discurso no plenário da Câmara de Jucás/CE, o presidente da casa, vereador Eúde Lucas, demonstrou total falta de conhecimento sobre o transtorno do espectro autista. Em pronunciamento – no mínimo infeliz – na quarta-feira – dia 20/09 – o parlamentar inicialmente esnobou mensagens de apoio à atriz Letícia Sabatella – que falou ao Fantástico sobre o diagnóstico que recebeu de autismo com 52 anos.

Em nota, Eúde Lucas afirmou que não teve a intenção de ofender, que se expressou de maneira equivocada e lamentou “profundamente que tenha sido mal interpretado” – mau interpretado uma ova !

O vereador também afirmou que, em sua fala, estava se referindo ao próprio passado, uma vez que recebeu este tratamento do seu próprio pai. Mas na época não havia diagnóstico de autismo.

De acordo com o Ministério da Saúde, fazem parte do tratamento a pessoas com transtorno de espectro autista o acolhimento e maior dedicação.

As diretrizes do ministério sobre o tratamento de pessoas autistas não faz qualquer referência à “peia” ou “chibata”. Só na cabeça desse cidadão, cujos muitos pais de autistas, certamente estão arrependidos de terem votado.

Vamos ver juntos o vídeo das declarações do vereador:

A matéria completa sobre o caso você pode encontrar no link:

Edição:Gilson de Souza DANIEL

Fonte: https://paraibadagente.com.br/2023/09/20/vereador-sugere-que-autismo-se-cura-na-peia-e-na-chibata-video/?fbclid=IwAR3Do08K2pKcxTc8CBwT5DT2xDz2SBDjPS90bUhOhZdTmhAC2ctoqcOeL3o

ANAC garante 80% de desconto em passagens aéreas para acompanhantes de pessoas autistas

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Braazil)

Como forma de promover a inclusão e facilitar a vida das pessoas com autismo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) estabeleceu uma resolução que visa tornar as viagens de avião mais acessíveis e confortáveis para todos.

Com isso, os acompanhantes de pessoas autistas têm direito a 80% de desconto em passagens aéreas. Essa iniciativa visa tornar as experiências de viagem mais tranquilas e agradáveis, beneficiando não apenas as pessoas com autismo, mas também suas famílias e cuidadores.

Para entender melhor sobre essa resolução e como aproveitar o benefício, continue lendo esse texto!

Conheça a Resolução da ANAC que garante 80% de desconto em passagens aéreas

mãe pai e filho em aeroporto conversando com comissária de bordo

A Resolução 280/2013 da ANAC deixa claro “sobre os procedimentos relativos à acessibilidade de passageiros com necessidade de assistência especial ao transporte aéreo”, determinando que as empresas são obrigadas a garantir 80% de desconto em passagens aéreas para acompanhantes de passageiros com deficiência que não possam viajar sozinhos.

Como já falamos aqui em nosso blog, as legislações consideram pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), para todos os efeitos legais, como pessoas com deficiência. Assim, todos os direitos garantidos a PCDs são estendidos também para pessoas autistas.

Dessa forma, tem direito a ter um acompanhamento aqueles que:

Precisam viajar em macas ou incubadores;
Que tem dificuldades de entender as instruções de segurança durante o voo devido à deficiência mental e intelectual;
Que não conseguem realizar suas necessidades fisiológicas sem assistência.

Nesses casos, as companhias aéreas devem fornecer um acompanhamento gratuito ou permitir que as pessoas com autismo, deficiência ou mobilidade reduzida escolham seu próprio acompanhante, tendo 80% de desconto em passagens aéreas.

Além desse desconto, a norma também determina que as empresas aéreas disponibilizem assistência especial e equipamentos de acessibilidade, como cadeiras de rodas, para facilitar a locomoção dentro dos terminais aéreos.

Ela também garante atendimento prioritário no embarque, desembarque e durante o voo para os passageiros. Por fim, fica também estabelecido que essas empresas devem disponibilizar informações sobre as condições de acessibilidade e garantir que os funcionários tenham treinamento específico para passageiros que não tenham acompanhantes.

O objetivo é oferecer maior suporte emocional para quem precisa viajar de avião e tornar a jornada mais tranquila, garantindo que o conforto e bem-estar de todos sejam priorizados durante o voo.

Como pedir benefício de 80% de desconto em passagens aéreas?

De acordo com a resolução da ANAC, para pedir esse benefício em passagens aéreas, é preciso comprovar a necessidade de acompanhante. Além disso, o acompanhante escolhido precisa ser maior de 18 anos e possuir condições de prestar auxílio para as assistências necessárias.

Outro ponto importante é que o acompanhante precisa viajar na mesma classe e mesmo voo do passageiro. Esse desconto é garantido para qualquer voo que esteja saindo do Brasil, seja de empresas nacionais ou internacionais.

Por isso, atenção: na hora de efetuar a compra das passagens aéreas, é preciso avisar com antecedência que é para uma pessoa com TEA e por isso, precisará de um acompanhante.

Depois disso, a companhia pedirá alguns documentos como:

O laudo diagnóstico;
O MEDIF (Formulário de Informações Médicas, assinado pelo médico da pessoa);
Ou o FREMEC (Cartão Médico do Viajante Frequente).

Com isso, é preciso aguardar o prazo de resposta, que pela lei, deverá ser feito em até 48hrs, pela companhia aérea para avaliar o formulário do passageiro.

Importante frisar que, apesar dessa norma não ser uma lei, a resolução da ANAC tem obrigatoriedade de cumprimento por todas as companhias aéreas que operam no Brasil.

Conclusão

menina de fone de ouvido no meio do corredor do avião

A possibilidade de viajar com um 80% de desconto em passagens aéreas é um benefício que traz muitas vantagens para as famílias e cuidadores de pessoas com autismo.

Além da questão financeira, que pode aliviar os custos da viagem, o desconto permite que o acompanhante esteja presente para auxiliar o passageiro autista em todo o percurso, proporcionando conforto emocional e segurança durante a viagem.

Já que ter o apoio do cuidador é fundamental para minimizar possíveis ansiedades e crises, e também tornar a experiência de voar mais prazerosa para todos os envolvidos

Apesar do desconto de 80% para acompanhantes de pessoas autistas em voos ser um facilitador para muitas famílias, esse benefício ainda é pouco divulgado e conhecido pela comunidade.

Por isso, é importante entender o que é garantido pela legislação e deve ser disponibilizado para todas as pessoas, já que caso as empresas descumpram as regras da Resolução, poderão ser penalizadas com multas e sanções administrativas.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte :Heloise Rissato/Internet