A luta contra o sofrimento mental causado pela deficiência

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

A Paralisia Cerebral, por vezes, me afunda em um buraco no qual eu não gostaria de estar; mas, apesar disso, consegui ver beleza na minha cadeira de rodas.

Quando se nasce com paralisia cerebral, é quase impossível esquecer que se está em uma cadeira de rodas. Isso traz um estilo de vida totalmente único, com um constante fluxo de pensamentos e sentimentos – bons ou ruins. Então, decidi escrever esse artigo em homenagem a todas aquelas pessoas que perderam sua vida nos últimos anos – para a depressão ou suicídio. Espero com isso trazer esperança e ajuda – e mostrar que a deficiência é muito mais do que os nossos olhos podem ver.

Desde pequena, sempre soube que era diferente. Sempre tive uma sombra maior que o meu corpo, mas nunca fui capaz de olhar para ela – figurativamente e literalmente falando. Minhas pernas simplesmente não me suportavam em pé, e atribuo isso a minha paralisia cerebral. Gostaria de dizer que essa é a razão de tudo isso, mas estaria errada e não seria justa.

Eu deveria olhar para mim mesma no espelho todos os dias se eu quisesse substituir a culpa por algo que não gerasse esses conflitos internos. Eu não posso ficar culpando a minha deficiência por tudo; quando isso cria apenas pensamentos ou sentimentos, independentemente se são bons ou não.

Contudo, não posso negar o fato de que a Paralisia Cerebral é algo que existe e que, por vezes, me afunda em um buraco que eu não gostaria de estar. Eu percebo, também, a minha cadeira de rodas como sendo uma entidade dolorosamente bela; que possui o seu próprio estilo de vida e regras.

É um estilo de vida que nunca escolhi, mas que tornou-se o meu estilo de vida.

Eu também internalizei o suficiente as regras do que significa ser deficiente para compensar aquilo que não sou capaz de fazer por conta própria.

Aos 32 anos, acho que fiz um trabalho justo em aprender a como viver a vida da minha própria forma.

Mesmo assim, muitos aspectos do meu mundo físico e externo causam um certo tumulto no meu interior. E quando todos esses elementos surgem juntos, isso realmente me abate.

Ter PC – ou qualquer outra deficiência – é participar tanto de um jogo mental quanto de um jogo físico; que normalmente não aparece como uma leve brisa ou de forma sutil.

É um jogo que vem como um lutador de 100 kg que te acerta em cheio com a mão direita, ao menos para mim. Os alertas de que preciso encontrar caminhos alternativos para fazer certas coisas podem vir em forma de um barulho de motor de carro roncando, do barulho dos passos quando alguém atravessa a porta ou mesmo do barulho das chaves do carro.

Tem dias que esses barulhos – independente do que representam – atravessam a minha pele de tal maneira que roubam a minha paz interior.

É nesse momento que vou para o computador e começo a escrever ou pego os fones de ouvidos para escutar música. Acredito que a criatividade é salvadora, não importa a forma como venha.

E esse é um dos poucos aspectos da minha vida que posso controlar plenamente. Escrever me dá esse controle, bem como disciplina para não perder a cabeça em tempos difíceis.

É difícil imaginar como a minha vida seria se eu não tivesse PC; já que essa é a condição que conheco a minha vida inteira e seria tolice negar tal fato.

E estaria sendo ainda mais tola ao dizer que esses fatores que geram esses conflitos internos em mim fossem algo que desaparecesse. Eu posso desejar que as pessoas não dirijam seus carros, não façam barulho ao abrir a porta ou ao balançar as chaves.

No final do dia, contudo, isso não seria real não seria justo. Cresci em uma casa muita agitada, com pessoas saindo e entrando o tempo inteiro; e acabei me acostumei com certos sons na casa, pois eles representam a localização de onde estão meus pais e meus irmãos.

Como na maior parte do tempo eu fico na cama, posso contar quantos segundos ou minutos leva para eu escutar a porta fechando ou passos subindo as escadas. Isso me faz me sentir segura de muitas formas.

Escutar esses sons cuidadosamente e conscientemente ano após ano me tornou autoconfiante em vários aspectos. Talvez mais relutante, embora, isso me force a ter mais paciência do que eu gostaria de ter.

O fato isolado corta a minha alma como uma faca quente, mas tudo isso me faz perceber que os barulhos que não gosto são necessários para a minha família – e para outros – viverem a sua vida. Não quer dizer que isso torne as coisas mais fáceis para mim.

Eu ainda vivo na casa e ainda escuto muitos dos barulhos que cresci ouvindo. Eles me afundam um pouco mais em um buraco agora que sou adulta. Eu deito na cama, escutando com apreciação e compreensão, mas isso não muda o fato de eu ter PC.

De fato, geralmente isso torna as coisas mais pesadas pra mim, pois sei que não importa o eu faça, não conseguirei fazer a minha deficiência desaparecer.

E tenho que lidar com isso – e com todos os seus aspectos emocionais – todos os dias e todas as noites da minha vida até eu morrer.

Essa é a única coisa que admito ter que lutar para viver em paz, já que é o aspecto mais difícil para eu aceitar. Ironicamente, entretanto, digo a mim mesma que está tudo bem sentar em uma cadeira de rodas durante 10 horas ou mais por dia.

É muito fácil para mim dizer ” eu tenho deficiência” ou ” minha vida é mais difícil por causa disso“.

Esse é um fato que não posso esconder ou disfarçar. Nem que eu tente, já que todo mundo pode ver a minha cadeira de rodas ou a lentidão com que faço alguns movimentos.

Mesmo assim, creio que muitas pessoas não saibam ou não entendam o peso emocional dessas afirmações – a menos que tenham alguma deficiência ou cuidem de alguém nessas circunstâncias.

Não é uma questão de ignorância ou intolerância.

Trata-se, na verdade, de fazer uma escolha consciente que não todo mundo vive nas mesmas circunstâncias que eu e, por isso, nem todo mundo precisa pensar sobre os aspectos que envolvem uma deficiência. Dessa forma, tenho a responsabilidade de conscientizar e educar as pessoas sobre deficiência.

Minha carreira como escritora me deu suporte para isso. Estaria mentindo se dissesse que escrever não é o que me mantém com os pés no chão e sã.

Na verdade, é bem possível que essa seja a ferramenta que mantém meus demônios longe. Não tenho certeza de que me sentiria confortável escrevendo sobre algo tão pessoal se a criatividade não me impulsionasse. Escrever, por exemplo, esse artigo me faz pensar de forma diferente – e até de considerar como ajudar a mim mesma.

Espero que a leitura desse artigo possa ajudar todos aqueles que estão enfrentando uma batalha – independentemente se é em decorrência de uma deficiência.

Ninguém está imune a sentir o peso das batalhas da vida, mas todo mundo merece a chance de se libertar das suas amarras. É só uma questão do quão longe uma pessoa deseja ir para alcançar a liberdade – e o que isso realmente representa.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Tradução livre do texto ” Wrestling With The Mental Distress Of Disability” de Erin Kelly/Internet

Tradução livre do texto ” Wrestling With The Mental Distress Of Disability” de Erin Kelly

Conheça os novos decretos que regulamentam a Lei Brasileira de Inclusão

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

A Lei Brasileira de Inclusão ( Lei n° 13.146/2016) representa um grande avanço na concretização e promoção dos direitos das pessoas com deficiência. São 127 artigos que garantem vários direitos a esse segmento social; como o atendimento prioritário, direito à habilitação e reabilitação, direito à saúde, direito à educação, direito à moradia e acessibilidade.

Contudo, certos dispositivos da lei necessitam de regulamentação para a sua plena efetividade; tarefa essa que cabe ao Poder Executivo. Por isso, separamos alguns decretos que foram publicados em 2018. Confiram!

1- Decreto n° 9.451/2018 (regulamenta o art. 58 da LBI) – trata da acessibilidade em unidades multifamiliares (condomínios, vilas, entre outros) e obriga as construtoras a projetarem os novos empreendimentos com unidade adaptáveis, ou seja, unidade autônoma cujas características construtivas permitam a sua adaptação a partir de alterações de layout, dimensões internas ou quantidade de ambientes, sem que sejam afetadas a estrutura da edificação e as instalações prediais.

Outro ponto bem interessante é a determinação para que as construtoras façam as adaptações com características específicas que permitam o uso da unidade por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida sem qualquer custo adicional, desde que seja solicitado pelo adquirente por escrito antes da construção.

2- Decreto n°9.404/2018 ( regulamenta o art. 44 da LBI e altera o Decreto 5.296/2004) Dispõe sobre a reserva de espaços e assentos em teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares para pessoas com deficiência. Assim, a depender da capacidade de lotação da edificação, serão reservadas uma proporção mínima de assentos para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e de espaços livres para pessoas em cadeira de rodas.

Então, caso uma pessoa em cadeira de rodas ou com mobilidade reduzida resolva ir ao cinema, deve-lhe ser garantidos espaços livres e assentos. Conforme disposição do Decreto , esses espaços devem ser localizados de forma a garantir a acomodação de um acompanhante ao lado da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida. Ou seja, deve ser proporcionado local com as acomodações necessárias tanto para a pessoa com deficiência quanto para o seu acompanhante.
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Outra novidade interessante: próximo a esses espaços livres e assentos deve, obrigatoriamente, haver rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis.

E mais: o acesso aos camarins dos artistas também devem ser garantidos a esse grupo de pessoas!

Outro aspecto muito importante: o Decreto 9.404/18 também cuida do direito das pessoas com deficiência auditiva. Como assim? Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de conferências os espaços especiais reservados às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devem ser posicionados de tal forma a possibilitar a boa visualização do intérprete de Libras.

3 – Decreto n° 9.405/2018 ( regulamenta o art. 122 da LBI) – garante acessibilidade mesmo nas microempresas e empresas de pequeno porte, incluindo o acesso ao mercado de trabalho para a pessoa com deficiência nesses empreendimentos , estabelecendo deveres a serem observados pelas microempresas e empresas de pequeno porte para a boa adaptação das pessoas com deficiência ao seu ambiente de trabalho e nas relações de consumo entre as ME e EPP e as pessoas com deficiência..

4 – Decreto n° 9.296/2018 (regulamenta o art. 45 da LBI) – dispõe que os hotéis, pousadas e similares devem adotar todos os meios de acessibilidade. Nesse sentido, o regulamento prevê que a concepção e a implementação dos projetos arquitetônicos desses estabelecimentos deverão ter como referências básicas as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a legislação específica e as disposições do recente Decreto.

Assim, a norma dispõe que cumprindo essas determinações, pressupõe que o estabelecimento, como um todo, possa receber, na maior medida possível, o maior número de hóspedes, independentemente de sua condição física, sensorial, intelectual ou mental, e garantir que essas pessoas possam desfrutar de todas as comodidades oferecidas.

Essas são apenas algumas das novidades trazidas pelos decretos. É interessante que todos leiam a sua integralidade para que possam conhecer os seus direitos!

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Por Talita Cazassus Dall’Agnaol/Internet

Bengala, muleta ou andador? Saiba como escolher a ideal para você

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Conforme formos envelhecendo, é normal que nossa força nos membros inferiores venha a diminuir, podendo até mesmo ser necessário o uso de algum aparelho para auxiliar nossa mobilidade.

E quando chega na hora de pensarmos a respeito, pode surgir a dúvida: devo procurar uma bengala, uma muleta ou um andador?

Embora com objetivos parecidos, a bengala, a muleta e o andador possuem suas particularidades.

De modo geral, são indicadas de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa.

E aí, quer saber mais sobre quais são essas necessidades específicas e como escolher entre um e outro? Então continue lendo e descubra!

Bengala x Muleta x Andador: o que são e para que servem?

Sendo basicamente um pequeno bastão ou cajado, a bengala é o tipo mais leve pertencente aos dispositivos auxiliares de marcha (DAM), cujo principal objetivo é dar um pouco mais de estabilidade para quem possui pouco equilíbrio, leve fraqueza ou lesão nos membros inferiores.

Portanto, ela alivia o peso em um membro e fornece mais segurança para a locomoção, além de ser fácil de utilizar e transportar. Note, entretanto, que a bengala é mais indicada para casos leves, em que não há nenhum caso grave de lesão ou fraqueza nos membros inferiores.

Passando para outro dispositivo, temos a muleta. Esta possui uma altura maior do que a bengala e é indicada para aliviar o peso de uma das pernas, comumente utilizada em casos de recuperação de alguma fratura ou cirurgia.

Apesar de fornecer mais estabilidade do que uma bengala, a muleta exige um pouco de força dos membros superiores, pois a pessoa precisará exercer mais força para poder se locomover.

Por outro lado, temos o andador adulto como o mais pesado dos DAM e também como o mais robusto e seguro dentre eles.

Recomendado para casos mais severos, como lesões, problemas graves do tronco para baixo ou até alguma deficiência nas pernas, este dispositivo auxiliar fornece muito mais sustentação e segurança com seus quatro “pés”, aliviando quase que totalmente o peso que iria para os membros inferiores.

E também é indicado para situações em que a pessoa possa ter falta de coordenação motora, falta de força para sustentar o próprio peso e labirintite e outros distúrbios de equilíbrio.

Embora seja o DAM mais confiável para quem tem dificuldades de locomoção, deve-se saber que infelizmente o andador não pode ser utilizado para subir ou descer escadas. Por isso que a acessibilidade é tão importante!

Tipos de bengalas

Agora que vimos o que é uma bengala e para que serve, vamos conhecer os três principais tipos:

1. Bengala tradicional

Como o próprio nome já diz, é o modelo padrão de todas as bengalas, aquela com o apoio em formato de gancho, lembra?

Pois bem, este tipo é o mais simples possível, basicamente indicado para quem possui um desequilíbrio bem leve.
2. Bengala offset

Sendo o segundo modelo mais comum que podemos encontrar, é aquele que possui uma dobra do apoio ao cabo, quase que um “T” ou um sinal de interrogação ”?”.

Por conta desse formato, o apoio dessa bengala possibilita uma pegada mais firme e maior sustentação, permitindo que a pessoa possa depositar mais de seu peso nessa bengala.
3. Bengala com quatro apoios

Aqui temos o modelo mais incomum e ao mesmo tempo mais eficiente de bengala. Com um apoio para mão podendo variar entre o tradicional e o “T”, o seu cabo culmina em quatro pontas.

E por conta desse maior contato com o solo, essa bengala é a mais confiável entre os três tipos, dando muito mais sustentação e podendo receber mais peso, além de poder ficar em pé sozinha.
Tipos de muletas

No caso das muletas, temos dois tipos principais, sendo eles:
1. Muleta auxiliar

É aquela que vemos em hospitais, em que a pessoa encaixa a muleta sob as axilas e exerce força com o braço para fazer um movimento pendular, para então poder se locomover.

Por conta de sua estrutura mais firme, é possível aplicar mais força nesse dispositivo e aliviar bastante a pressão que estaria nas pernas, no quadril e na lombar.
2. Muleta de antebraço, ou muleta canadense

Neste modelo, o cabo é mais curto e o modo de uso diferente. Ao invés do apoio sob as axilas, aqui há um suporte para encaixar o antebraço e depois uma empunhadura, possibilitando maior movimentação e liberdade que o outro tipo de muleta.

Sendo assim, esta muleta é mais indicado para casos de lesões e traumas mais longos e até permanentes.
Tipos de andadores

Por último, vejamos brevemente três tipos de andadores e suas características:
1. Andador tradicional

Este normalmente é o primeiro que vem à mente quando pensamos em andadores. Possui os quatro “pés” estáveis no chão, sendo fabricado de alumínio e tubo de aço.

Apesar de fornecer muito mais segurança e estabilidade do que qualquer muleta e bengala, este modelo necessita ser levantado e empurrado para frente, exigindo bastante esforço.
2. Andador com rodas frontais

Amenizando uma das dificuldades do outro modelo, este aqui possibilita uma mobilidade maior com menos esforço, embora perca um pouco de sua estabilidade nas rodas frontais.
3. Andador com quatro rodas

Aqui temos o andador com maior agilidade e mobilidade dentre os três, pois fica muito mais fácil de empurrá-lo e se locomover com esse modelo. Entretanto, acaba não sendo recomendado para quem precisa utilizá-lo para apoiar seu peso.

Bem, vimos bastante informação, não é? De modo geral, seja uma bengala, muleta ou andador, caso sinta que precisa de um dispositivo auxiliar de locomoção, o mais recomendado é que procure um médico especializado, como um ortopedista, para então explicar sua situação e ver o que pode ser feito.

Depois disso, com o que você aprendeu até aqui, poderá escolher um andador adulto, muleta ou bengala de acordo com suas necessidades, levando em conta aspectos como estabilidade, mobilidade e sustentação, de modo a evitar possíveis quedas e encontrar o dispositivo ideal para você.

Gostou do post e o achou útil de alguma forma? Então o que acha de dar uma olhada na nossa loja e conferir a linha de andadores, bengalas e muletas?

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: loja ortopedica/Internet

O que fazer para reduzir o preconceito com deficientes?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Você percebe no dia a dia o preconceito com deficientes?

Estabelecimentos inadequados, transportes sem acessibilidade, calçadas em péssimas condições, falta de guias rebaixadas, barreiras em prédios públicos e comerciais. Esses são apenas alguns dos obstáculos que a pessoa com mobilidade reduzida precisa superar todos os dias.

Mesmo que temas como igualdade e acessibilidade sejam apoiados por lei, vivemos em uma sociedade apegada a padrões e estereótipos, o que dificulta a inclusão de pessoas com deficiências.

A ignorância e a falta de conhecimento são os principais fatores para o preconceito.

Nesse contexto, como minimizar o preconceito com deficientes? Quais atitudes contribuem para uma sociedade mais igualitária? Continue a leitura e confira!

Como a falta de acessibilidade aumenta o preconceito com deficientes?

Todos os dias pessoas com mobilidade reduzida precisam enfrentar diversos obstáculos para conviver em sociedade. Isso mostra o quanto as cidades não estão preparadas para atender às demandas dessas pessoas.

Uma ação simples como usar o transporte público, em muitos casos, é um desafio para quem usa cadeira de rodas — altura dos degraus, ausência de espaços reservados e, até mesmo, a falta de paciência e respeito por parte das pessoas e motoristas.

Além da falta de acessibilidade física, como rampas e elevadores, a ausência de uma cultura mais inclusiva (barreiras atitudinais) aumenta o preconceito com deficientes, colocando-os em situações de constrangimento.

A desorganização das cidades intensifica o preconceito, e este não colabora para eventuais melhorias, além de atrapalhar a convivência social e profissional de pessoas com mobilidade reduzida.
Como reduzir o preconceito com deficientes?

Como vimos, a falta de acessibilidade e preparo das cidades são fatores que estimulam o preconceito com deficientes. Contudo, com as atitudes certas, é possível conscientizar as pessoas a respeito da realidade de quem tem mobilidade reduzida.

Para isso, primeiramente, é primordial o apoio mútuo, mais empatia e respeito pelo próximo. Veja algumas ações para reduzir a discriminação na sociedade.
Campanhas de conscientização

Tanto a sociedade quanto as empresas estão mais conscientes a respeito da acessibilidade de pessoas com deficiências físicas. Isso se deve especialmente às garantias legais e também pelas movimentações sociais que lutam por mais direitos e igualdade.

Mesmo assim, o preconceito com deficientes ainda se faz presente e dificulta a acessibilidade. Nesse ponto, a conscientização das pessoas sobre a inclusão é fundamental.

Para eliminar ideias preconceituosas é preciso conscientização, sejam em campanhas sociais ou em grupos de amigos, afinal atitudes inclusivas devem ser realizadas por todos, independentemente de onde se esteja.

Ações individuais e coletivas

O respeito e a empatia são as principais atitudes para criar uma sociedade mais igualitária. Falar sobre as diferenças é o principal caminho para diminuir a distância entre a sociedade e as pessoas que têm mobilidade reduzida. Nesse quesito entram as ações individuais e coletivas.

Se as pessoas agirem ao verem um ato de preconceito com deficientes, a falta de acessibilidade nos ambientes e buscarem mais informações sobre esse tema, atitudes preconceituosas serão reduzidas na sociedade.

Um bom exemplo disso é questionar com a prefeitura das cidades o porquê da falta de rampas de acesso nas calçadas, lutar por acessibilidade nas escolas e faculdades e incentivar a contratação de mais pessoas com deficiências, respeitando suas competências e os direitos.
Apoio a grupos já estabelecidos

Apoiar grupos e projetos sociais é uma forma de contribuir para diminuir o preconceito com deficientes. Esses projetos e movimentos buscam a inclusão dessas pessoas na sociedade e no mercado de trabalho, além de lutar pelos seus direitos.

Grupos como o Instituto Novo Ser, AACD e APAE são apenas alguns exemplos de organizações que precisam do apoio da sociedade. Busque em sua cidade quais são os projetos sociais ativos e ofereça o seu apoio. Sua participação é fundamental para a diminuição do preconceito e visibilidade desses grupos.

A luta por uma sociedade mais igualitária e sem preconceito com deficientes é um dever de todos.

Incluir é uma ação consciente que começa quando as pessoas identificam e compreendem a discriminação e preconceito.

Por isso, a conscientização é o principal caminho para uma sociedade mais inclusiva e justa.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: loja ortopédica/Internet

Inclusão depende de todos nós

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

O modelo social de direitos humanos conceitua que a pessoa com deficiência depende fundamentalmente do meio em que essa pessoa está inserida. Basicamente funciona assim…

O ambiente tem absoluta influência nas liberdades da pessoa com deficiência, que muitas vezes enfrentam evoluções negativas frente a sua condição por conta do meio o qual faz parte e, não especificamente em razão da deficiência em si, ou seja, a deficiência é o resultado da equação em que o valor final depende e muito de outras variáveis independentes.

Mas que variáveis?

Todo o tipo de barreiras como sociais, arquitetônicas, tecnológicas, físicas, econômicas, mobilidade urbana, além das próprias limitações funcionais do corpo humano.

Compreendendo esse cenário, foi instituída a Lei 13.146/2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (estatuto da pessoa com deficiência).

Em vigor desde 2016, a lei assegura a dignidade e a inclusão de aproximadamente 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência.

Esse “Estatuto da Pessoa com Deficiência” garante uma série de direitos relacionados à acessibilidade, educação e saúde, além de estabelecer punições para atitudes discriminatórias.

Fato é a que existência de barreiras dificultam nosso acesso integral aos “componentes” da sociedade. Entretanto, o cenário tem ganhado outra “cara”, pois o próprio deficiente tem adotado uma postura diferente, uma postura exigindo, conquistando, garantindo seus – nossos – direitos através da Lei 13.146/2015 que definiu penas para quem agir com discriminação em qualquer circunstância como negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar, impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde, etc. Sobre esses direitos a nova legislação regulamenta outros como:

· As pessoas com deficiência de qualquer idade, com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 anos), têm direito ao Benefício da Prestação Continuada (BPC) no valor de um salário mínimo mensal.

· Legislações anteriores já previam a reserva de 2% das vagas dos estacionamentos públicos para pessoas com deficiência, mas atualmente a nova lei garante que haja, no mínimo, uma vaga em estacionamentos menores. Os locais devem estar devidamente sinalizados, e os veículos deverão conter a credencial de beneficiário fornecida pelos órgãos de trânsito.

· Empresas com 100 ou mais funcionários são obrigadas a preencher de 2% a 5% dos cargos com pessoas com deficiência. Já nos concursos públicos, há reserva de 5% das vagas.

· 10% dos dormitórios de hotéis e pousadas devem ser acessíveis e ao menos uma unidade acessível seja garantida.

· As habitações do programa Minha Casa Minha Vida também podem ser adaptadas para as necessidades das pessoas com deficiência.

· Empresas de táxi deverão reservar 10% das vagas para condutores com deficiência.

Para garantir a concretização destes e de outros direitos é preciso reconhecer nossa identidade provendo os recursos necessários que possibilitem nossa plena e efetiva participaçãona sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. Assim, a sociedade é corresponsável pela inclusão das pessoas com deficiência.

É importantíssimo lembrar que o “simples” fato de ser uma pessoa com deficiência não impede a PESSOA em nada, nada, nada… podemos e devemos ter acesso a universidades, mercado de trabalho, cinemas, clubes, teatros… podemos ser pais, amantes, enfim nós podemos “poder”.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Mão na roda/Intenet

Crimes virtuais nas redes sociais contra pessoas com deficiência

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

A internet é uma ferramenta para diminuir distâncias, aproximar pessoas, promover reencontros, emoções etc…

Além de tornar todo tipo de informação mais acessível para todos, assim como estamos fazendo com o “Mão na Roda” levando até você informações sobre esse peculiar mundo das deficiências.

Contudo, a internet, essa poderosa ferramenta têm se transformado em um ambiente de ódio e intolerância. Diariamente encontramos discursos de ódio nas redes sociais, em sites e blogs fakes. O motivo? Respondo sem “mimimi”, pura mediocridade, simples.

Lembra-se do Orkut? MSN?
Pois é… Desde a era “neandertal” do 3G, Wi-fi, esse tipo de comportamento vem sendo praticado. Pra se ter uma ideia da magnitude desse tipo de mediocridade, em 12 anos, a ONG SaferNet recebeu e processou 702.698 denúncias anônimas de Apologia e Incitação a crimes contra a Vida envolvendo 118.443 páginas (URLs) distintas (das quais 29.462 foram removidas) escritas em 9 idiomas e hospedadas em 11.088 hosts diferentes, conectados à Internet através de 10.079 números IPs distintos, atribuídos para 68 países em 5 continentes. Só no Brasil esse número chega a 18.945 páginas em 8115 hotlines, denúncias sobre conteúdos que incitam à violência, o racismo, xenofobia, intolerância religiosa homofobia, neonazismo, entre outros crimes.

Todas essas denúncias foram registradas pela população através dos 7 hotlines brasileiros que integram a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos que, a propósito recebeu 3.861.707 denúncias de conteúdo de ódio na internet, envolvendo 668.288 páginas diferentes, em nove idiomas. E isso é apenas aquilo que foi denunciado, ou seja, o que não chega nem perto do total de casos de intolerância na internet.

Um levantamento feito pela mesma ONG, revelou que cerca de 90,1% dos 45.873 comentários foram feitos de forma maldosa à pessoas com deficiência entre os meses de julho a setembro de 2017. Alarmante, não?

Ao que parece, a internet provoca uma sensação de segurança e impunidade para as pessoas vomitarem ideais pejorativos, mesquinhos e o que de pior guardam dentro de si. Além do anonimato, estar atrás de uma tela de computador, provoca a sensação da proteção de um “escudo” invisível, permitindo que os criminosos ataquem suas vítimas sem estarem cara a cara.

Um fato curiosíssimo é que a maioria dos comentários esdrúxulos não tem nós, pessoas com deficiência como foco, mas são usados pejorativamente à outras pessoas, por exemplo, chamar o outro de “down”, “demente”, “retardado”, “mongol” etc.. Mesmo o deficiente em si não sendo o público alvo do ofensor esse comportamento é multiplicado, pois além de ser extremamente ofensivo a vítima alvo, ainda atinge outras pessoas com esse tipo de deficiência.

As redes sociais propiciam a disseminação do ódio, sem falar da extensão no alcance público que, quanto mais divulgado mais os criminosos sentem-se recompensados, premiados ao encontrarem usuários virtuais que reproduzem seus pensamentos concordando com esse tipo de discurso. Toda essa explicação resume-se basicamente naquele efeito negativo do curtir e do compartilhar.

Com isso, as redes sociais reproduzem a validação do ódio e intolerância a respeito das mais diversas deficiências, racismo, misoginia, aparência, religião, política, homofobia, xenofobia, idade/geração e classe social que, outrora eram mais complicados e demorados de disseminar.

A maioria das postagens captadas com comentários negativos teve origem no Twitter, representando mais de 98%, em seguida no Instagram que por sinal vem crescendo rapidamente. Sobre o Facebook vale destacar o fato de que a maioria das postagens não é pública, ou seja, impedem que boa parte dos comentários da rede seja captada.

Apesar do estrondoso número negativo, os haters (criminosos virtuais) vêm perdendo espaço. O motivo? O aumento do número de internautas que passaram a opinar diversos assuntos polêmicos, ou seja, equilibrando os números. A ágil criação de conteúdos maléficos tem promovido a qualificação nos debates polêmicos, mas fundamentais e que demandam discussão em nossa “desinformada” sociedade brasileira.

Assim, como denunciar um crime virtual?

Você precisa reunir o maior número de provas possíveis. É essencial que faça a impressão das páginas, guarde os endereços virtuais, salve os links dos indivíduos responsáveis pelo crime – deve-se atentar em salvar a URL onde o crime foi cometido. Uma vez com as provas em mãos, dirija-se a qualquer tipo de delegacia. Há, em certos locais, aquelas especiais para crimes virtuais – infelizmente não é o caso de Uberlândia.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: G1/Internet

Medos que pessoas com deficiência têm em relação à sexualidade.

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

A sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano, tenha ele uma deficiência ou não. Porém, graças ao capacitismo, este é um assunto muitas vezes desconfortável para aqueles que possuem uma deficiência.

Medos que pessoas com deficiência têm em relação à sexualidade.

Insegurança com o próprio corpo, super proteção familiar e a baixa autoestima são alguns dos motivos pelos quais essas pessoas sentem medo de se relacionar.

Perguntas como “e se eu não for atraente o suficiente?”,

“E se ele(a) não souber lidar com as minhas limitações?” Ou até mesmo “Como eu poderia marcar um encontro se estou sempre cercada(a) de pessoas?

São indagações que podem surgir com frequência na cabeça dos PCD’s fazendo com que pensem e repensem na hora de se relacionar com alguém e, quando o fazem, alguns optam por pessoas do mesmo ciclo social por se sentirem mais confortáveis.

A liberdade sexual ou amorosa de uma pessoa não deve ser restrita para pessoas sem deficiência, pois todo mundo merece e pode ser amado de todas as formas e da forma que é, todavia, na prática, quem vive a realidade de ser uma pessoa com deficiência sabe que não é bem assim que a banda toca.

Embora a sociedade cultive a ideia do “relacionamento íntimo por prazer”, assim como muitos, nós, PCD’s, também queremos ser amados e acreditamos que o relacionamento íntimo vai muito além do encontro carnal, é algo que deve transbordar amor, confiança e companheirismo.

No entanto, graças a temas como os que já foram citados, por vezes achamos não sermos dignos de experimentar esse sentimento e acabamos fugindo quando oportunidades surgem.

Lembrar que somos atraentes, que merecemos, podemos e devemos possuir liberdade sobre nossos corpos e sentimentos é um exercício que precisa ser realizado diariamente.

Tendo em vista que todos possuirmos alguma limitação, mas a cultura capacitista nos traz a necessidade de recordar não ser a toa que palavra “pessoa” vem antes da deficiência.

O preconceito deve ser um problema do outro, não nosso!

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Territorio Deficiente/Internet

O lugar da mulher com deficiência é onde ela quiser!

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Graças ao movimento feminista a frase “O lugar da mulher é onde ela quiser” tornou-se quase um grito de liberdade dado pelo sexo feminino, mas como será que essa perspectiva é vista quando se trata de mulheres com deficiência?

O lugar da mulher com deficiência é onde ela quiser!

Mulheres com deficiência: colocadas à margem da sociedade desde sempre!

Especialistas costumam dizer que a partir dos três anos inicia-se um novo movimento na formação da personalidade infantil e que esse se estende até os seis anos aproximadamente.

A partir desse período a criança começa a desenvolver um sentimento de “pertencimento” a uma determinada comunidade e essa sensação contribui para que ela se sinta cada vez mais segura de si até atingir a fase adulta e ser capaz de responder por si mesma.

Agora, trazendo essa visão para a realidade de uma criança com deficiência que também é mulher, como será que as coisas se desenvolvem?

Não é segredo para ninguém que pessoas com deficiência precisam de cuidados mais específicos que as sem deficiência, porém, o problema todo está em como esses cuidados são realizados.

Talvez por culpa de uma cultura capacitista, muitos pais acabam tratando seus filhos que possuem alguma limitação como incapazes e passam a infantiliza-los mesmo quando eles são adultos; quais são as consequências disso?

Diria que a quebra daquele processo de construção de personalidade que falamos no começo do texto.

A criação com base na infantilização permeiam em consequências graves para a fase a adulta
Sentimentos de inferioridade, incapacidade de dizer não e a sensação de impotência diante de situações que machucam e incomodam são alguns dos gatilhos que muitas garotas com deficiência carregam para a fase adulta e, infelizmente, acabam forçando-se a caberem em lugares que não deveriam por sempre terem ouvido coisas como “agradeça por ter x ou y na sua vida”.

Sem dúvida nenhuma a maneira como somos criados é a grande responsável por boa parte dos nossos traumas e inseg
uranças e essa realidade se potencializa duas vezes mais quando possuímos alguma limitação.

Nossa deficiência não é limite para os nossos sonhos e nem combustível para que aceitemos permanecer em lugares que não nos cabem.

Se dizemos não quando alguém vem nos propor compromisso, ficam chocados porque acreditam que, por estar “nessas condições”, deveríamos levantar as mãos para o céu e agradecer por alguém ter nos visto.

Se entramos num relacionamento, automaticamente nosso(a) companheiro(a) é visto como uma pessoa de coração bom e longe de qualquer suspeita por simplesmente estar conosco — o que contribui muito para casos de violência doméstica — quando as coisas não são bem assim.

Se queremos ser mães, logo acreditam que todo o trabalho ficará nas costas do nosso (a) parceiro(a); se queremos morar sozinhas, viajar e viver por conta própria, logo perguntam como planejamos fazer isso se não conseguirmos nos virar sozinhas.

Se escolhemos estudar para ter uma profissão e nos sustentar, dizem ser perda de tempo porque o benefício está aí justamente para isso; se tomamos coragem e dizemos não diante de cenários que nos ferem e incomodam quando a pessoa que nos ajuda acha que aquela é a melhor decisão para nossas vidas, logo somos taxadas de ingratas porque ele(a) está apenas pensando no “melhor pra gente”.

Nossa vida é nossa, assim como as escolhas que tomamos e suas consequências.

A grande verdade é que a sociedade acostumou-se a colocar-nos à sua margem e a pior parte de perceber isso é reconhecer que, muitas vezes, nós aceitamos isso porque fomos criadas justamente para aceitarmos aquilo, pois, mesmo que inconscientemente, nossos pais ou responsáveis acabam limitando nossa personalidade com a ideia de estão apenas procurando proteger-nos.

Aposto que neste momento você, cara leitora, deve estar se perguntando: Mas será que não existe uma maneira de encontrarmos nosso lugar ao sol? E a resposta é: sim, há.

A chavinha começa a virar a partir do momento que começamos a desabrochar nossa consciência enquanto mulheres, ponto.

Nós estamos além da nossa deficiência, do que a sociedade ou nossa própria cabeça impõe. Não somos objetos, nossa existência não é fruto do acaso e muito menos devemos aceitar que terceirizem nossas vontades, sonhos e desejos.

Sabemos que não é fácil, mas precisamos tomar a frase “O lugar da mulher é onde ela quiser” e trazer para nossa realidade, porém, mesmo que seja difícil reconhecer que somos humanas antes de tudo, devemos dá um passo de cada vez, constantemente e sem desistir ou olhar para trás, pois, apenas assim seremos capazes de enfrentar as barreiras e os preconceitos da vida e dizer de cabeça erguida: O meu lugar é onde eu quiser estar!

A dica especial é o e-book digital Manual da Mulher com Deficiência.

Compartilhe esse texto, para que outras mulheres com deficiência saiba que o lugar dela é onde ela quiser!!!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fontw: Territorio deficiente/Internet

Conteúdo Exclusivo Território Deficiente

BPC é um direito das pessoas com deficiência intelectual e múltipla?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

As pessoas com deficiência intelectual e múltipla podem receber os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)? A resposta é sim.

Na semana de conscientização sobre as necessidades das pessoas com essas limitações, iniciada dia (21/08/2023), é importante falar sobre a proteção da Previdência e Assistência Social, feita a partir do reconhecimento de direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência.

Ambos precisam comprovar a condição de baixa renda.

Pessoas com deficiência de qualquer idade podem receber o BPC.

O que vai definir a aprovação ou não do benefício pelo INSS são três critérios: a constatação da incapacidade de longo prazo, informações atualizadas no CadÚnico e a renda do grupo familiar.

A questão da renda é a que mais traz dúvidas, porque a regra diz que não pode ultrapassar o valor de 25% do salário-mínimo por pessoa. Considerando o salário mínimo atual, isso significa que a soma da renda de todos os integrantes do grupo familiar divida pelo número de pessoas não pode passar de R$ 325,50.

Para exemplo vamos considerar uma família de oito pessoas, na qual o cálculo da renda total soma R$ 2 mil.

Essa quantia dividida pela quantidade de integrantes resulta R$ 250,00 para cada, valor que é menor que 25% do salário-mínimo. Portanto, nessa família a renda está dentro do critério de baixa renda para BPC.

E atenção porque os valores de bolsa família, menor aprendiz e pensões indenizatórias não são considerados como renda na hora desse cálculo.

E se no grupo familiar tiver outra pessoa com deficiência ou idosa (a partir dos 65 anos) que receba benefício do INSS de até um salário-mínimo, esse valor também não vai entrar no cálculo, assim como também não vai ser impedimento para o recebimento de um outro BPC.

Ou seja, duas ou mais pessoas na mesma família podem receber o benefício!

E se a renda ultrapassar?

Mesmo que a renda ultrapasse 25% do valor do salário-mínimo por pessoa ainda é possível conseguir o BPC!

Nesses casos, é possível comprovar com documentos que algumas despesas comprometem a renda do grupo familiar, como medicamentos, fraudas, alimentação especial e consultas.

Para saber mais sobre essa regra clique aqui ou busque mais informações no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da sua região.

Quem entra no cálculo?

Nem sempre todas as pessoas que vivem sob o mesmo teto entram no cálculo do grupo familiar!

A lei considera como integrantes do grupo familiar a pessoa que será beneficiada pelo BPC (requerente), os pais e padrasto/madrasta, o esposo/esposa (cônjuge) e companheiro/companheira, os filhos ou enteados solteiros, os irmãos solteiros, e o menor tutelado.

Como pedir o BPC?

É possível pedir o BPC à pessoa com deficiência pelo Meu INSS ou pelo telefone 135. O benefício também pode ser encaminhado por uma assistente social do CRAS mais próximo de sua residência.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: gov.br/Inetrnet

Deficiência intelectual e múltipla: O que seria?

CLEOdomira Soares dos Santps (Cascavel – Pr – Brazil)

Pessoas com deficiência são aquelas que possuem o impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial ao longo prazo que, junto a uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Dentre os tipos de deficiências mais conhecidas, são elas:
Auditiva;
Visual;
Física;
Intelectual;
Múltipla.

Aqui nesta matéria, você verá o que seria deficiência intelectual e múltipla.

O que é a deficiência múltipla?
Esta deficiência, é a junção de duas ou mais deficiências no mesmo indivíduo, causando atrasos em seu desenvolvimento e na sua capacidade de adaptação.

Ela pode ser agravada por alguns aspectos, como por exemplo a idade que este indivíduo se tornou deficiente, o grau desta deficiência e a quantidade de associações que apresenta.

O que seria a deficiência intelectual?
Ela reflete no funcionamento intelectual com limitações significativas em áreas importantes da vida, tais como a comunicação, relacionamento, estudo, trabalho, dentre outros.

Essa limitações surgem normalmente antes dos 18 anos de idade, podendo ser acompanhada de transtornos mentais (bipolaridade, esquizofrenia, depressão), assim como pode acontecer de modo autônomo.

Além disso, a deficiência intelectual é um sinal de mais de 2.000 condições, incluindo doenças genéticas raras.

A deficiência intelectual – antigamente, denominada retardo mental – caracteriza-se pela capacidade significativamente reduzida de processar informações novas ou complexas e de se aprender e aplicar novas habilidades (inteligência prejudicada).

Basicamente, essas alterações surgem durante o período de desenvolvimento das faculdades que determinam o nível geral de inteligência, ou seja, das funções cognitivas, de linguagem, habilidades motoras, dentre outras, e que tem um efeito duradouro sobre o desenvolvimento.

O nome correto é “pessoa com deficiência intelectual”
De acordo com a história, a deficiência intelectual já recebeu outros nomes que hoje não são mais utilizados.

Vários nomes podem ser listados, tais como criança atrasada, criança excepcional, retardada mental, deficiente mental, criança com deficit intelectual e do desenvolvimento.

Como funciona o relacionamento
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) garante que a pessoa com deficiência pode casar-se ou constituir união estável e exercer seus direitos sexuais e reprodutivos.

Além disso, é garantido por lei que a pessoa com deficiência pode exercer o seu direito de decidir sobre o número de filhos que deseja e deve ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar.

As pessoas deficientes também podem exercer o seu direito de ter convivência familiar e comunitária. Também é possível exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Dicas de como se comportar
Preste atenção em como a pessoa está interagindo
Aja naturalmente quando for se dirigir a uma pessoa com deficiência intelectual ou múltipla.

Trate a pessoa sempre com respeito e consideração. Caso seja uma criança, trate-a como uma. Caso seja adolescente ou adulta, trate da mesma maneira que trataria qualquer pessoa da respectiva idade.

Não ignore a pessoa, cumprimente e se despeça da mesma maneira que seria com alguma outra pessoa.

Não seja superprotetor. Deixe que ele ou ela faça ou tente fazer sozinho tudo o que possível – sempre levando em consideração a idade da pessoa – Apenas ajude quando haver a necessidade real.

Não subestime a sua inteligência. Sabe-se que pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas mesmo assim podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Procure ajuda de um psicólogo(a)
O psicólogo pode desenvolver ou ampliar a capacidade funcional e o desempenho dos indivíduos, tendo como objetivo desenvolver habilidades cognitivas, psicossociais, profissionais e artísticas.

O desenvolvimento dessas habilidades contribui para a conquista da autonomia e participação social. O trabalho deve ter uma abordagem interdisciplinar e o envolvimento direto de cuidadores e também a família nestes processos.

Para que a criança chegue a uma determinada fase do desenvolvimento, ela precisa ser estimulada. Estimular é ensinar, motivar, aproveitar objetos e situações no processo de construção do conhecimento. A avaliação psicológica contribui para a criação de um programa de apoio e de orientação para as famílias.

O psicólogo também pode fazer reabilitação domiciliar.

Essa opção é indicada para pessoas que, estando em estabilidade clínica, necessitam de atenção à saúde em sua própria casa

. A reabilitação domiciliar é uma oportunidade de tratamento e de prevenção de que ocorra agravamentos no processo.

Independentemente da idade, as pessoas com deficiência podem se beneficiar da psicoterapia. Afinal, as pessoas com deficiência podem ter suas dúvidas e angústias diante da vida em qualquer fase da mesma.
Faça a pessoa deficiente aproveitar a vida

Ter algum tipo de deficiência pode trazer muito desconforto emocional para a própria pessoa e para a sua família, pois por muitas vezes acaba sendo algo novo e desconhecido, há o desconhecimento de como educar ou simplesmente tratar este indivíduo.

No entanto, o sofrimento não é a única possibilidade nesses casos. Muitas pessoas com deficiência encaram as dificuldades da vida com otimismo e leveza. Essa forma de encarar a vida depende de como pensamos e agimos, ou seja, depende de como
percebemos o mundo, as pessoas ao nosso redor e nós mesmos. Viva a vida como ela deve ser, de forma leve!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: espacoreligare/Internet