Reabilitação profissional: o que é e como isso pode ajudar uma pessoa com deficiência?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

A reabilitação profissional ajuda um indivíduo a ter uma nova chance no mercado de trabalho. Neste artigo, você vai conferir um pouco mais sobre o programa, bem como, de que maneira isso pode ajudar uma pessoa com deficiência.

O que é a reabilitação profissional?

A reabilitação profissional é um programa social do INSS que visa reinserir pessoas com deficiência ou doenças sérias ao mercado de trabalho.

Quem já sofreu algum tipo de acidente no serviço, teve que parar de atuar e assegurado pelo INSS, tem direito a participar. Ao passo que, é muito comum que eles cessem suas atividades por motivos de saúde:

mental;
social;
física;
sensorial.

A ideia do programa de reabilitação é fazer com que elas tenham uma chance de voltar a trabalhar, bem como capacitá-las para isso. De modo que, mesmo que haja algum tipo de limitação, terá uma análise clínica sobre as suas condições físicas e mentais.

Com a Lei de Cotas do governo, as pessoas podem ter uma nova chance de atuar de outra forma. Ou seja, é um direito legal que o cidadão possui, embora o seu trabalho seja diferente.

Reabilitação profissional: o que é e como isso pode ajudar uma pessoa com deficiência?A reabilitação profissional é um programa que insere pessoas ao mercado de trabalho.

Como funciona essa reabilitação?

A pessoa passa por um laudo médico para saber quais são as suas condições e para entender a melhor forma de inseri-lo ao mercado de trabalho. Além disso, os objetivos profissionais dele são considerados nessa etapa.

Depois dessa fase, uma equipe multidisciplinar do órgão irá atuar na sua reabilitação. Ou seja, eles vão auxiliar na recuperação da pessoa, a fim de deixá-la em boas condições físicas e mentais para voltar a atuar.

Caso seja preciso, é comum levá-la para fazer um curso, escola e até mesmo uma faculdade para adquirir ainda mais conhecimento.

O INSS irá arcar com todos os custos para a reabilitação ser simples, leve e prática. Contudo, o processo requer um acompanhamento de perto para garantir que a pessoa se adapte.
Como a reabilitação profissional pode ajudar pessoas com deficiência?

A reabilitação profissional pode auxiliar na saúde da pessoa com deficiência, ou seja, ela pode desenvolver melhor as suas habilidades, por exemplo:

alta capacidade de raciocínio;
ter mais conhecimento;
sessões de fisioterapia.

Tudo vai depender da limitação que a pessoa tem, o que vai resultar na sua análise, bem como acompanhamento para melhorar. Em suma, a ideia é fazer com que ela possa atuar bem em equipe e tenha uma alta produtividade.
Um novo emprego

Com a reabilitação, a pessoa fica apta a ter um bom emprego. Nesse sentido, os profissionais que cuidam de todo o processo, irão auxiliar na busca por empresas que dão equidade de oportunidades.

Há muitas marcas que valorizam a diversidade e inclusão, por outro lado, existem as que apenas cumprem as cotas de acordo com a lei. Por isso, o ideal é estar em um negócio que abrace a causa e dê todo o suporte a pessoa com deficiência.
Reabilitação profissional: o que é e como isso pode ajudar uma pessoa com deficiência?A reabilitação profissional ajuda as pessoas com deficiência a conseguirem um novo emprego.

Suporte contínuo

O suporte contínuo é um ponto vital da reabilitação, uma vez que não basta só ter um emprego, é preciso mantê-lo. Por esse motivo, a equipe responsável do INSS irá garantir isso com um acompanhamento de perto de toda a fase.

Isso significa que a pessoa deve ser capaz de se adaptar às novas funções, bem como à sua nova rotina de tarefas. Todavia, para tal ponto ter a sua eficiência, a adoção de cursos e treinamentos extras serão vitais nessa ideia.
A inclusão social

O processo de reabilitação de uma pessoa é vital para a inclusão dela não só em empresas, mas no meio social. Desse modo, o cidadão pode levar uma vida plena e com as melhores condições, como é o seu direito.

Sem contar que isso também dá uma maior liberdade financeira, uma vez que ele terá como se sustentar graças ao seu trabalho. Ou seja, reabilitar uma pessoa que possui algum tipo de deficiência é dar a ela a chance de ter a vida que sempre quis.

Quais são os benefícios da reabilitação profissional?

A reabilitação profissional, a princípio, permite que uma pessoa com deficiência supere os desafios que limitam as suas capacidades físicas ou mentais. Dessa forma, ela terá uma nova chance no mercado de trabalho e conquistará sua independência.

Muitos outros pontos também são importantes citar nesse contexto, uma vez que há vários benefícios que se pode adquirir no processo, como:

uma melhor qualidade de vida;
apoio institucional para se adaptar ao trabalho;
inclusão social;
reduz o estigma social;
aumento da autossuficiência.

São muitos os pontos positivos da reabilitação de uma pessoa com deficiência. Dessa forma, cada um pode ter mais qualidade de vida, além de se adaptar melhor no meio social e profissional.

Por que investir na reabilitação profissional?

A reabilitação profissional é vital para dar uma chance de trabalho para pessoas com deficiência. Ou seja, é um meio de inseri-las no mercado, bem como dar equidade de oportunidades para eles, além disso, vale citar também:

dá ao profissional a sua independência financeira;
melhora a sua qualidade de vida;
ajuda a desenvolver as suas habilidades;
permite que a pessoa tenha acesso a novas oportunidades de emprego.

Como você pode notar, é uma forma de reeducar e recolocar uma pessoa cujas limitações o impedem de trabalhar, no mercado de trabalho. Por fim, é crucial frisar que as empresas devem incluir e integrar, além da lei de Cotas, para o sucesso da reabilitação.

Edição CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte:Igual/Internet

O que é o teste psicométrico e como fazê-lo de forma inclusiva?

CLEOdomira Soares dos Santos (cascavel Pr Brazil)

Um teste psicométrico é muito comum em processos de seleção de empresas.

Assim, essa avaliação traça o perfil do candidato e, em geral, é feito por um psicológico.

Dessa forma, para torná-lo mais inclusivo para as pessoas com deficiência, saiba como adaptá-lo.
O que é teste psicométrico?

Teste psicométrico é um conceito comum para recrutar pessoas, cuja meta é fazer uma previsão mais precisa e justa sobre os candidatos. Isso porque, mostra se as chances de trabalho são boas e como se sair bem na sua função.

Há muitas formas de aplicá-lo, mas todas analisam o perfil e avaliam se o candidato possui o que se exige para os cargos em questão. Assim, ele também pode ser aplicado para as pessoas com deficiência a partir de adaptações simples.

O que é o teste psicométrico e como fazê-lo de forma inclusiva?O teste psicométrico ajuda a empresa a fazer boas contratações.

Como tornar o teste psicométrico mais inclusivo?

O teste psicométrico pode ser mais inclusivo a partir de uma sequência de passos. Então, aqui estão alguns jeitos práticos para melhorar essa avaliação para as pessoas com deficiência, a fim de fazer um recrutamento inteligente.
Adaptações acessíveis

Ofereça versões em muitos formatos, como braille, áudio ou formatos digitais acessíveis. Além disso, permita que os candidatos usem tecnologias assistivas, como leitores de tela, para que todos entendam todos os passos e mostrem as suas soft skills.

Ambiente acessível

Certifique-se de que o local onde ele é feito seja de fácil acesso a pessoas com deficiência física. Dessa forma, forneça opções de assentos adequados e instalações adequadas, como rampas.
Linguagem inclusiva

Use linguagem clara e simples no teste, evite jargões ou termos que possam ser confusos. Assim, se certifique de que as instruções sirvam para pessoas com diferentes níveis para uma avaliação bem assertiva e justa.
Variedade de habilidades

Analise várias habilidades e tenha diferentes tipos de testes que as avaliem. Então, evite depender de testes que possam excluir candidatos com perfis diferentes.

Dê um feedback construtivo

Dê um feedback construtivo após o teste, onde destaque áreas de força e dê sugestões para que eles se desenvolvam. Dessa forma, isso é crucial para garantir que a avaliação seja educativa e não discrimine ninguém.

Treinamento sensível à inclusão

Garanta um treinamento comportamental para os administradores do teste. Afinal, eles devem se preparar para entender o processo de inclusão e estarem cientes das melhores práticas para torná-la uma realidade na empresa.

Lembre-se que se adaptar e a flexibilizar são essenciais ao lidar com a diversidade de candidatos. Já que, cada pessoa é única e é crucial se adaptar com a ajuda de todos e assim, respeitar as necessidades de cada um.
O que é o teste psicométrico e como fazê-lo de forma inclusiva?Torne o teste psicométrico mais inclusivo para pessoas com deficiência.

Qual é a importância do teste psicométrico para a empresa?

O teste psicométrico costuma ser aplicado por ser uma alternativa viável do ponto de vista financeiro e um meio eficiente de filtrar os candidatos. Dessa forma, é crucial saber quais têm as maiores chances de serem bem-sucedidos no cargo em questão.

Entre os motivos pelos quais cada vez mais empresas apostam nesse recurso, é porque há vários benefícios. Então, algumas das suas principais vantagens estão descritas a seguir, confira quais são:

reduz a taxa de turnover;
melhora os processos de seleção;
aumenta a satisfação do quadro de pessoal;
melhora o clima na firma;
favorece o trabalho em equipe.

Usar esse tipo de recurso é algo que garante um aumento da produtividade da sua equipe. Assim, essa é uma consequência natural devido aos demais aspectos já citados e isso garante que a empresa tenha um ganho na eficiência.

Quais são os tipos de testes?

Agora que você já sabe o que é esse teste e quais as vantagens de aplicá-lo de modo inclusivo, é bom conhecer alguns dos seus tipos. Por isso, a seguir estão os principais usados pelas empresas.
Teste de aptidão

Muito útil quando o RH quer medir se os candidatos têm as habilidades cognitivas que o cargo precisa. Além disso, permite ver quais os diferentes níveis de inteligência por um sistema de pontuação.
Comportamental

O teste de foco é um ótimo exemplo de comportamental, cujo objetivo é identificar como os indivíduos lidam com situações reais do dia a dia. No entanto, ele tem que ser adaptado para que pessoas com TDAH ou níveis de autismo possam mostrar seus talentos.

A sua finalidade é analisar a capacidade dos candidatos de perceber e identificar em quais áreas eles teriam mais chances de sucesso. Assim, possibilitam desenvolver seus potenciais na empresa.

Teste de personalidade

O teste dessa área permite mensurar a capacidade do candidato para se adequar na cultura organizacional da empresa. Por isso, analisa o seu desempenho no cargo em que será inserido.
Inteligência emocional

A inteligência emocional é uma das soft skills mais buscadas por empresas modernas, já que é escassa no mercado de trabalho. Então, os testes específicos se aplicam para identificar o modo como o indivíduo se posiciona e como se comporta diante de situações do dia a dia:

como se comunica com os colegas;
a maneira que reage às demandas dos líderes;
como fala com os clientes.

Esse teste pode avaliar o nível de inteligência emocional das pessoas que se candidatam às vagas. Além disso, contribui para que o RH avalie se a cultura da empresa também se adequa à realidade do mercado atual.

Como fazer o teste psicométrico?

O teste psicométrico pode ser feito pela internet, a partir de um link ou plataforma digital

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Igual/Internet

Mas, também pode se aplicar de forma presencial para quem prefere esse tipo de abordagem.

Inclusão social das Pessoas Com Deficiência (PCD) nas empresas

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Pouco mais de 28% de pessoas com deficiência estão inseridas no mercado de trabalho, um número irrisório perto das 17 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir desses números conseguimos compreender porque a inclusão se faz tão necessária em nossa sociedade.

Na esfera profissional não é diferente, promover a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é uma forma de contribuir para a igualdade social, além de trazer pluralidade para as equipes e um impacto positivo na produtividade. Vamos conhecer um pouco sobre o que a legislação brasileira diz a respeito da inclusão.

Qual é a Lei Brasileira de Inclusão?

A principal lei regulamentadora dos deveres e direitos à acessibilidade, a Lei brasileira de Inclusão (LBI) ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, foi publicada no dia 6 de julho de 2015, sob o n.º 13.146.

Os principais objetivos desta Lei são: garantir a acessibilidade, através de benefícios que a reduzem; e apresentar medidas para aumentar a igualdade e a inclusão social das pessoas com deficiência. Podemos identificar esse objetivo no artigo 1.º da Lei:

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Uma definição muito importante que a Lei Brasileira de Inclusão nos apresenta é o conceito de pessoa com deficiência, presente no artigo 2.º da Lei:

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Esses entendimentos são o ponto de partida para que possamos desenvolver ações que realmente tragam impacto positivo às pessoas com deficiência, realizando a integração no ambiente social e de trabalho. Vamos conhecer um pouco sobre as leis que tratam da inclusão profissional?
Lei de Cotas – Entenda a reserva de cargos para PCDs

Em complemento as políticas de inclusão previstas, a Lei 8.213 de 1991, que trata sobre o regime da previdência social, estabelece que empresas com cem colaboradores ou mais devem destinar de 2% a 5% das vagas às pessoas em reabilitação ou com deficiência, sendo:

Faixa Alíquota
de 100 a 200 funcionários 2%
de 201 a 500 funcionários 3%
de 501 a 1000 funcionários 4%
de 1001 em diante 5%

Qual a multa prevista na Lei de Cotas?

A inobservância dessa regra poderá acarretar graves punições. Apesar de a Lei não prever expressamente qual seria o valor da multa, quando identificado o descumprimento, a empresa poderá sofrer um processo judicial, onde será arbitrado pelo magistrado o valor que entender coerente para a infração.

No caso da Lei de Cotas, por exemplo, a multa é atualizada diariamente e o cálculo é realizado com base na quantidade de dias em que a empresa atuou com o número abaixo do mínimo de funcionários com deficiência exigido pela Lei.

Observe a determinação da MTPS/MF N°1 de 08/01/2016, que indica:

Faixa Multa
de 100 a 200 funcionários De R$ 2.143,04 a 2.571,65
de 201 a 500 funcionários De R$ 2.571,65 a R$ 2.785,95
de 501 a 1000 funcionários De R$ 2.785,95 a R$ 3.000,25
de 1001 em diante De R$ 3.000,25 a R$ 3.214,55

Quais as principais leis de Inclusão existente no Brasil?

Além dessa, existem outras legislações para garantir a inclusão social nas empresas, como no caso da Lei 10.097/2000 que determina que os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente entre 5% e 15% dos trabalhadores existentes em cada empresa, cujas funções demandem formação profissional.

Ainda, a Lei 10.741/2003 assegura os direitos dos idosos, sendo, inclusive, proibido fixar idade máxima para os processos seletivos, exceto quando o cargo exigir. Além de determinar que todo idoso tem direito ao exercício da atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

A inclusão, além de ser um requisito legal para algumas organizações, promove vantagens para os empregadores que desejam expandir sua obrigação moral com a sociedade. Atualmente existem empresas especializadas em RH, como a Employer, que podem ajudá-lo na contratação de profissionais qualificados para o mercado. Saiba mais!

Edição:: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte:Contribuição da Advogada Letícia Pereira (OAB 457.214) do corpo jurídico Employer.

O alto desempenho das PCDs construção civil

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Políticas de ação afirmativa são cada vez mais comuns no mercado. Ao analisar os índices de produtividade dos trabalhadores com deficiência na construção civil, por exemplo, fica claro que há motivos de sobra para conceder espaço a esses profissionais:

33,3% têm desempenho acima da média, enquanto 61,1% estão dentro do esperado, como aponta o “Estudo de Viabilidade para Inserção Segura de Pessoas com Deficiência na Construção Civil”, do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Reprodução

O levantamento também avaliou a adequação de PCDs (Pessoas com Deficiência) nas posições que ocupam: 88,9% dos entrevistados percebem adaptação satisfatória nas funções e no relacionamento com a equipe.

Sobre o relacionamento intra e interpessoal desses colaboradores, 31,8% dos gestores avaliam como ótimo, 59,1% como bom e 9,1% como ruim.

PCDs no mercado de trabalho: desafios além da contratação

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2022, existem 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil – o equivalente a 8,9% da população com idade superior a dois anos.

A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (Lei nº 8.213) foi aprovada em 1991 e exige a destinação de 2% das vagas a PCDs em empresas com até 200 funcionários, 3% para quadros com 201 a 500 e 4% e 5%, respectivamente, para negócios que têm 1000 ou a partir de 1001 empregados.

Mesmo assim, os dados do IBGE comprovam que esse grupo tem mais dificuldade no mercado de trabalho. Pessoas com deficiência (acima dos 14 anos) marcam 26,6% em relação ao nível de ocupação, enquanto os brasileiros sem deficiência representam 60,7%.

O rendimento médio real de trabalhos das PCDs é de R$ 1.860 – em contrapartida, o salário médio da população geral é de R$ 2.690.

Co-Criadora e Facilitadora do Programa de Gestão da Diversidade nas Organizações, a advogada Thays Martinez, que é deficiente visual e trabalha no Tribunal Regional da 2ª Região (SP).

Em entrevista ao Valor Econômico, ela declarou que, no geral, o funcionário com deficiência não sofre preconceito, mas não é tratado como os outros: “Uma das situações problemáticas é o gestor que não aponta os erros nem dá feedback negativo, seja para proteger o funcionário ou por não acreditar em sua capacidade”.

A solução proposta por empresas de recrutamento e seleção focadas em pessoas com deficiência, é a sensibilização das equipes diante da humanização e competência desse público.

O investimento na capacitação dos profissionais também é importante para o crescimento na carreira.

PCDs na construção civil: quanto paga? Com o que trabalhar?

O panorama da construção civil para profissionais com deficiência física ou intelectual aponta um rendimento um pouco mais alto que a média geral, de R$ 2.003,22 (44 horas semanais).

Um estudo feito pelo SindusCon-SP e Seconci-SP afirma que apenas quatro categorias de deficiência física ou intelectual não podem ser recrutadas para trabalhar na construção civil:

Deficiência intelectual severa e profunda
Deficiência física nos membros superiores
Deficiência visual (cegueira ou baixa visão)
Ostomia

Colaboradores com nanismo e deficiências auditivas são os mais indicados para o trabalho nos canteiros de obras, mas não devem participar de atividades com escavadeiras, gruas, guinchos e guindastes.

Ao analisar a participação de profissionais PCD no setor da construção de acordo com o cargo, o levantamento identificou que 33,3% dos profissionais PCD são mestres de obras e 16,7% são encarregados de almoxarifado e ajudantes gerais.

Auxiliares administrativos, auxiliares de laboratório tecnológico, carpinteiros, eletricistas, operadores de máquina extratora e pedreiros representam 5,6% cada.

Para mais igualdade na construção civil, o próprio SindusCon-SP organiza ações frequentes de conscientização e diversidade a partir da área de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social, como a participação na audiência de conciliação na 7ª Turma do TST (Tribunal Superior do Trabalho) em fevereiro de 2022 para apresentar exemplos de inserção segura de PCDs no setor.

Por que é importante contar com pessoas com deficiência na construção civil

As leis 10.098/2000 e 13.146/2015 garantem o direito de espaços adaptados, seguros e confortáveis para PCDs ou com mobilidade reduzida.

Novos condomínios são entregues com recursos destinados a esse grupo, mas ainda há o que melhorar nos projetos de obras, que podem ser particularmente difíceis em prédios antigos onde é necessário transformar estruturas já existentes.

Um prédio com rampas, mas que tem portas e corredores estreitos, por exemplo, não está adaptado corretamente para quem utiliza uma cadeira de rodas.

Outro caso comum é a necessidade de unir pisos táteis às sinalizações em braile nas soluções para deficientes visuais.

Detalhes assim podem não ser claros para profissionais sem deficiência, mas são elementos que fazem parte do dia a dia das PCDs.

Por isso é tão importante incluí-las nas engrenagens da construção civil – não apenas em cargos operacionais, mas também na elaboração dos projetos.

Além do respeito às leis de acessibilidade e o cumprimento do papel do setor na sociedade, a edificação acessível é vista com bons olhos no mercado. Devido ao investimento extra, um imóvel que cumpre as normas de acessibilidade, de acordo com Sérgio Yamawaki, engenheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CRA-PR), pode ter valorização média de 15%.

Release:

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: [email protected]/Internet

Laudo médico pcd: entenda a burocracia na hora da contratação

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

O laudo médico PcD é um documento crucial para pessoas com deficiência terem acesso a direitos e benefícios que lhe são reservados, mas muita gente não sabe do que se trata. Por isso, leia tudo até o final e entenda porque ele é tão importantes no contexto social.

O que é um laudo médico PcD?
Laudo médico PcD é um documento emitido por um profissional de saúde, em especial, um médico do trabalho ou reabilitação. Assim, ele atesta que existe uma deficiência em um candidato a emprego ou um membro da empresa.

Esse laudo é feito com base em análises clínicas e exames médicos que identificam e descrevem a natureza e o grau da deficiência de uma pessoa.

Qual é a validade do laudo PcD?
Segundo o Governo Federal, o laudo médico vale por cerca de 90 dias a partir da data de sua assinatura. Ainda assim, você só pode solicitar um novo documento após 75 dias, contados a partir da data de emissão do último laudo.

Laudo médico PCD: entenda a burocracia na hora da contrataçãoO laudo médico PcD é um documento crucial para as pessoas com deficiência.

Para que serve o laudo médico PcD?
O laudo médico PcD tem algumas funções, dentre elas, comprovar a deficiência de uma pessoa, por exemplo. Isso porque, ele descreve de forma legal:

qual é a deficiência;
o grau de limitação;
a validade do laudo.

Caso seja preciso, ele pode incluir ainda dicas e exigências de adaptações que a pessoa possa precisar para realizar suas funções no trabalho.

O documento é ideal para que a pessoa com deficiência possa ter acesso aos seus direitos e, como um dos pontos principais, para conseguir uma vaga de emprego com reserva para PcD.
Acesso a benefícios

No Brasil e em alguns outros locais, ter um laudo médico que ateste a deficiência é um pré-requisito para acessar benefícios sociais, como se aposentar por invalidez, auxílio-doença e isenções fiscais, por exemplo.

Ter acesso à vagas reservadas

Em uma possível contratação, o laudo médico é essencial para que a pessoa com deficiência possa concorrer a vagas de emprego para PcD.

O que é a reserva de vagas?
A reserva de vagas é uma medida legal que busca promover a inclusão e a igualdade de chances no mercado de trabalho. Portanto, é uma lei que visa tornar o mercado mais justo e inclusivo para este grupo de minoria.

Adaptações de ambientes
O laudo também pode ser usado para solicitar adaptações razoáveis no ambiente de trabalho, como:

rampas de acesso;
computadores com tecnologia assistiva;
ajustes na jornada de trabalho.

Além disso, em alguns casos, o laudo médico pode ser necessário para a participação em cursos, treinamentos e programas de reabilitação voltados para as pessoas com deficiência.

O que consta no laudo médico PcD?
O laudo médico PcD deve conter algumas informações sobre o paciente, como dados pessoais, além do código (CID) do seu caso. Do mesmo modo, nele deve constar:

parecer médico;
consentimento do paciente sobre o caso;
dados sobre a condição do paciente.

Isso ocorre para que ambas as partes, no caso de uma contratação, estejam livres de qualquer problema legal.

Ainda assim, é crucial para que as pessoas que precisam deste não sejam lesadas em nenhum momento no meio social, por exemplo.

Laudo médico PCD: entenda a burocracia na hora da contrataçãoO laudo médico PcD é crucial para cumprir as leis e fazer com que cada vez mais pessoas com deficiência cheguem ao mercado de trabalho.

Qual é a importância do laudo médico PcD?
O laudo médico PcD é de suma importância para acessar direitos e conseguir um emprego com vagas que atenda à lei cotas PcD.

Da mesma forma, é este documento que assegura que a contratação de uma pessoa com deficiência seja feita de maneira legítima e com base em critérios médicos e legais.

Mais respeito aos direitos

O documento garante que os direitos humanos das pessoas com deficiência sejam respeitados, o que inclui aquele referente ao trabalho e à equidade de oportunidades

. Contudo, isso não deve ocorrer apenas no trabalho, mas também em locais de ensino.
Cumpra as leis

No Brasil, exige-se que empresas com mais de 100 colaboradores contratem pessoas com deficiência, ainda de acordo com a lei de cotas. Assim, o total mínimo de vagas com reserva é de 2% para negócios com 100 a 200 pessoas em seu quadro de pessoal.

Vale destacar que esse número aumenta com base no total de pessoas que compõem a equipe da firma. Portanto, a contratação de PcD é uma exigência legal e o laudo é um documento essencial para cumprir essa obrigação.

Promova a acessibilidade
Com base no laudo, a empresa pode tomar medidas para tornar o ambiente de trabalho que permita o ir e vir de todos, com um projeto voltado à acessibilidade arquitetônica.

Mas, outras medidas são ideais para adaptar tudo, desde softwares a mesas, por exemplo.

Onde conseguir um laudo médico PcD?
Você pode obter um laudo médico PcD após perícia médica com um especialista em algum órgão do governo, como o INSS. Contudo, a primeira avaliação é feita em hospitais e clínicas médicas, em geral, em consulta com médicos da área.

Afinal, são eles que podem avaliar a capacidade de uma pessoa para desempenhar atividades no ambiente de trabalho e podem emitir esses laudos médicos relacionados ao meio profissional.

Porém, no caso de benefícios legais, por outro lado, a passagem por esses órgãos é obrigatória.

Ainda assim, é preciso seguir alguns passos, como perceber a real necessidade de ajuda em relação a isso.

Como são os exames?
O médico especializado realizará exames médicos e avaliações clínicas para determinar o tipo e o grau da sua deficiência. Nesse sentido, estes podem incluir exames físicos, testes de visão, audição, avaliação cognitiva e outros mais que forem julgados relevantes.

Forneça todos os dados
Durante a consulta médica, é importante fornecer dados com detalhes sobre a sua condição, histórico médico, tratamentos anteriores e quaisquer dificuldades que enfrente devido à sua deficiência.

Assim, é ainda mais fácil ter acesso aos seus direitos.

Quem pode pedir o laudo médico PcD?
Em geral, qualquer pessoa com uma deficiência, seja física, mental, visual ou auditiva, pode pedir a avaliação para obter o laudo médico PcD.

Porém, nos casos em que a pessoa não consegue fazer por si mesma, é ideal que um responsável legal o faça.

Desse modo, é comum submeter-se aos exames em juntas do governo para atestar a veracidade de todos os dados.

As empresas podem exigir o laudo?
Em alguns casos, como no contexto da contratação de pcd para vagas de emprego reservadas, as empresas podem solicitar que os candidatos exibam um laudo médico como parte do processo de seleção.

Você já conhece a iigual?
A iigual é uma empresa que pode te ajudar em todos os assuntos com relação a pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Isso porque, o seu foco é promover a equidade de chances para todos neste meio para terem a oportunidade de construir uma carreira.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:/iigualpara conhecer tudo sobre esse belo trabalho e ler dicas importantes no blog oficial da iigual/Internet

Qualificações profissionais que uma pessoa com deficiência deve buscar, conheça as melhores

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

As qualificações profissionais são muito boas para conseguir empregos que paguem bem e também para crescer no mercado de trabalho.

No caso de pessoas com deficiência, elas ajudam a melhorar os pontos fortes que cada um já possui de modo natural.

Como as qualificações profissionais abrem as portas para o sucesso?

As qualificações profissionais abrem portas, pois ajudam as pessoas a crescerem, a fim de que se tornem cada vez melhores e mais bem-sucedidas.

É bom para se destacar no mercado de trabalho e conseguir bons empregos. Ou seja, aqueles que paguem bem.

Para as pessoas com deficiência, isso pode ser ainda mais vital, já que ajuda a quebrar barreiras e preconceitos, abrindo caminho para a inclusão nas empresas.

Ao procurar emprego, você tem que saber trabalhar os seus pontos fortes.

Cada pessoa tem os seus talentos únicos. Desse modo, é essencial saber desenvolver as suas soft skills para se tornar um bom profissional.
Empregadores podem e devem ajudar

Os empregadores reconhecem cada vez mais o poder da diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. Acima de tudo, sabem que é essencial dar valor às pessoas com deficiência e que as suas experiências são inestimáveis.

Investir em qualificações profissionais é uma forma muito boa de se destacar e conseguir o trabalho dos sonhos. Aliás, você nem precisa pagar para se aprimorar.

Existem qualificações profissionais gratuitas?

No Centro de Tecnologia e Inovação do Estado de SP, há muitas opções de cursos gratuitos para pessoas com deficiência. Veja alguns deles a seguir.

Alfabetização Digital
Curso que ensina o básico de informática para a pessoa entrar no mundo digital. Para quem não se sente seguro para conseguir um emprego onde se usa muito o computador, é uma boa opção.

Digitação
Todos que querem entrar no mercado de trabalho precisam saber digitar bem. Portanto, um bom curso de digitação é muito bom para a comunicação escrita no ambiente profissional.

Curso de Redes Sociais
Aprender a usar as redes sociais é muito bom para promover a si mesmo e o seu trabalho. É uma porta de entrada para trabalhar com essas plataformas no futuro ou, quem sabe, conseguir um emprego na área digital.

Conhecendo os Direitos da Pessoa com Deficiência
Ele é de grande importância para defender seus direitos no local de trabalho. Portanto, é necessário para qualquer pessoa com deficiência e para líderes inclusivos.
Educação Financeira

Tenha habilidades para cuidar do seu dinheiro de forma inteligente e planejar um futuro financeiro forte. Desse modo, é uma ótima opção para aqueles que estão começando a trabalhar. Além desses cursos, o Centro também oferece programas como:

Laboratório de Imagem;
Oficina de Currículos;
Curso de Moda Inclusiva.

Essas oportunidades podem ajudar as pessoas com deficiência. Antes de mais nada, ela deve estudar muito e correr atrás de novas habilidades que as deixem mais seguras para ou procurar um novo emprego, ou melhorar o salário do trabalho atual.

Há mais qualificações profissionais para investir?
Outro lugar que oferece cursos de capacitação é a IBM por meio do programa “Eu Capacito”. Nesse sentido, confira alguns deles logo abaixo.

Inteligência Artificial
Conheça o que é a IA e descubra como essa tecnologia está transformando o mundo ao seu redor. Este curso é válido para pessoas de qualquer área, pois fala de uma ferramenta muito útil e que está tomando conta de muitos setores.

Fundamentos da Cibersegurança
Este curso ensina sobre o básico da segurança cibernética, a fim de que possa proteger os seus dados pessoais e profissionais contra ameaças digitais. Sem dúvida, gera um ensinamento vital para qualquer pessoa que queira trabalhar com tecnologia.

Blockchain
A tecnologia blockchain é usada para dar segurança e transparência em negócios digitais. Ou seja, um conhecimento importante para quem quer se especializar na área financeira.

Internet das Coisas
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Ciências de Dados
Esse curso ensina, antes de tudo, os fundamentos da Ciência de Dados e como usar a análise, bem como, a interpretação de dados para tomar decisões reais. Portanto, é vital para as pessoas com deficiência que querem trabalhar na área de TI.

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Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Igual/Internet

A MULHER COM DEFICIÊNCIA E SUA SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

A MULHER COM DEFICIÊNCIA E SUA SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Sou Maria Aparecida Gugel, membra do Ministério Público do Trabalho, escritora de artigos e livros jurídicos, e ativista em direitos humanos das pessoas com deficiência e idosas.

O objetivo dessa exposição que leva o título de A MULHER COM DEFICIÊNCIA E SUA SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO é evidenciar a mulher com deficiência, tendo como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência/LBI, além do capítulo de proteção ao trabalho da mulher da Consolidação das Leis do Trabalho. Ao me referir a estas normas direi apenas Convenção, LBI e CLT.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência se preocupa com a condição da mulher com deficiência. Ela reconhece no Artigo 6 que as mulheres e as meninas com deficiência estão sujeitas a múltiplas formas de discriminação.

Destaque 1: A Convenção sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência ratificada pelo Brasil em 2009 tem natureza de norma constitucional porque seguiu o rito do art. 5º § 3º da Constituição da República para a sua ratificação.

Ao tratar da prevenção contra a exploração, violência e abuso, a Convenção no Artigo 16, afirma que as pessoas com deficiência estão mais expostas a riscos de sofrer violência, lesões, abusos, descaso ou tratamento negligente, maus-tratos ou exploração. Esses riscos podem estar em casa, no seio da família ou fora dela.

Por 3 vezes a Convenção pede providencias dos Estados para que levem em conta os aspectos relacionados a gênero e a idade das pessoas com deficiência, seus familiares e acompanhantes.

Sobre gênero, tenhamos em conta que se trata de uma construção social da diferença de sexos. O sexo se relaciona com a realidade biológica e a anatomia masculina e feminina. O gênero se refere à cultura que estabelece posturas e comportamentos definidos para homens e mulheres.

Devemos sempre questionar as posturas e os comportamentos direcionados para as mulheres quanto aos papeis que desempenham na sociedade, os gestos, a linguagem, as roupas, as profissões que devem adotar (por exemplo, a mulher deve somente escolher profissões que lhe permitem atender à casa e aos filhos?) (outro exemplo, quanto à maternidade, ela gera um filho e somente ela é quem deve cuidar dele? Ou compartilha esse papel com o homem?).

A LBI incorporou as preocupações da Convenção e diz claramente que a pessoa com deficiência deve ser protegida de toda forma de discriminação, sendo consideradas especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso com deficiência.

Destaque 2: A mulher com deficiência é especialmente vulnerável juntamente com a criança, o adolescente e a pessoa idosa (artigo 5º, Parágrafo único da LBI).

No rol de situações de vulnerabilidade está a discriminação em razão da deficiência, cuja incidência é grande nas relações de trabalho.

A discriminação nas relações de trabalho se manifesta sempre que há distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão do empregador com o propósito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento de sua condição de mulher com deficiência trabalhadora.

Destaque 3: Discriminar, induzir ou incitar, em razão da deficiência da pessoa é crime, punível com reclusão de 1 a 3 anos e multa.

A discriminação ficará caracterizada quando o empregador se recusar a conceder as adaptações razoáveis para cada caso em particular e o fornecimento de tecnologias assistivas, pois esses são elementos indispensáveis de acessibilidade para que a trabalhadora com deficiência demonstre a sua produtividade e a sua eficiência no desempenho de atividades.

Destaque 4: A adaptação razoável e a tecnologia assistiva são elementos de acessibilidade que junto a ela (a acessibilidade) compõem o rol de direitos do trabalhador com deficiência para poder desempenhar suas atividades no trabalho.

Várias são as hipóteses em que o empregador pode incorrer em discriminação em relação à mulher no trabalho:

adotar qualquer prática discriminatória e limitativa de acesso ao trabalho com base na condição de deficiência;

Destaque 5: é crime, punível com detenção de 1 a 4 anos e multa, obstar o acesso a qualquer cargo público em razão de sua deficiência; negar emprego, trabalho ou promoção em razão da deficiência – artigo 8º, da Lei nº 7.853/89.

exigir teste, exame, laudo, atestado ou qualquer outro procedimento que confirme a esterilização ou estado de gravidez da mulher trabalhadora;

controlar a natalidade ou instigar a esterilização;

Destaque 6: A lei n° 9.020/1995 diz que é crime discriminar em razão da condição de deficiência da pessoa, passível de pena de detenção de 1 a 2 anos de prisão e multa para a pessoa física do empregador, seu representante legal.

publicar anúncio de emprego preferindo homens, idade, cor ou situação familiar;

Destaque 7: A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha, sem qualquer restrição (artigo 34 da LBI)

recusar o emprego, a promoção na carreira ou a dispensa do trabalho em razão do sexo, idade, cor, situação familiar, estado de gravidez;

proceder revista íntima nas empregadas mulheres.

O empregador colabora com boas práticas e elimina a discriminação, quando:

cumpre a jornada de trabalho na forma da lei, respeita os intervalos de descanso, de refeição e repouso;

ajusta/reduz a jornada diária de trabalho, sem necessidade de compensação, para a trabalhadora com deficiência, mesmo sem cláusula coletiva;

ajusta/reduz a jornada diária de trabalho de seus empregados que tenham com filhos com deficiência;

ao se deparar com uma trabalhadora em situação de violência doméstica e familiar, mantém o vínculo de trabalho por até 6 meses e se for necessário o afastamento do local de trabalho – se for empregada pública deve ter acesso prioritário à remoção – Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/ 2006).

Eliminamos definitivamente a discriminação em relação à mulher trabalhadora com deficiência quando há, na prática, igualdade de oportunidades em relação ao homem trabalhador, e isto ocorre quando as condições de trabalho são justas e favoráveis e com igual remuneração para igual trabalho de homens e mulheres.

Destaque 8: O direito à remuneração por trabalho de igual valor, previsto na LBI, inspira-se na Convenção n° 100 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), compondo a base para a remuneração igual entre homens e mulheres.

Uma forma de vencer as múltiplas formas de discriminação, é assegurar que a mulher com deficiência alcance o pleno desenvolvimento, o avanço e o empoderamento.

Destaque 10: assegurar que a mulher com deficiência alcance o pleno desenvolvimento, o avanço e o empoderamento

O pleno desenvolvimento se alcança por meio do estudo, da preparação para o trabalho e para a vida independente.

O avanço das mulheres com deficiência ocorre se existem oportunidades iguais, ambientes acessíveis.

O empoderamento é autoconsciência da mulher sobre qualquer forma de opressão que tenha sofrido, a percepção e o correspondente poder que passou a ter para enfrentar e combater a desigualdade e a discriminação em relação a si própria e às demais mulheres.

O exemplo final que proponho para assegurar o pleno desenvolvimento, avanço e empoderamento da mulher com deficiência é o trabalho e o exercício dos direitos sindicais. O trabalho lhe traz independência financeira e o exercício de direitos sindicais lhe permitir colaborar, interferir mesmo na negociação coletiva, com a formulação de cláusulas coletivas de trabalho que favoreçam o desempenho de suas atividades de trabalhadora e de genitora. Por exemplo, criar uma cláusula coletiva que garanta a redução de horas de trabalho para que a mulher possa cuidar de filhos com deficiência, ou uma cláusula coletiva prevendo a redução de jornada de trabalho para a trabalhadora com deficiência de forma que ela possa cuidar de sua saúde.

Síntese:

Conforme vimos, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e a Consolidação das Leis do Trabalho asseguram direitos às mulheres trabalhadoras com deficiência, porque percebem que a sociedade as expõem a múltiplas formas de discriminação.

A eliminação da discriminação, especialmente a discriminação em razão da deficiência, é fundamental para assegurar a igualdade de oportunidades nas relações de trabalho.

Destaque 11: A lei é clara ao apontar as hipóteses de discriminação.

A lei é clara ao apontar as hipóteses de discriminação.

Boas práticas podem eliminar a discriminação em relação às mulheres com deficiência, sobretudo se acompanhada de condições de trabalho justas e favoráveis e com igual remuneração para igual trabalho de homens e mulheres.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte:Dra. Cida Gugel-MARIA APARECIDA GUGEL é Subprocuradora-geral do Trabalho, tendo ingressado na carreira do Ministério Público do Trabalho em 1988. É a Vice Procuradora-geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho. Doutora pela Università degli Studi di Roma “Tor Vergata”, Facoltà di Giurisprudenza, Autonomia Individuale e Collettiva, Roma, Italia. Presidenta da Associação Nacional de Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência – AMPID, biênio 2019-2021 www.ampid.org.br
Referência=GUGEL, Maria Aparecida. Mulher com deficiência – medidas apropriadas para o seu desenvolvimento, avanço e empoderamento in Direitos Humanos no Trabalho pela Perspectiva da Mulher. ARAÚJO, Adriane Reis de; LOPES, Andrea Lino; GUGEL, Maria Aparecida; Coelho RENATA (Orgs.). Belo Horizonte: RTM Editora, 2019.

Como proporcionar qualificação profissional para as pessoas com deficiência dentro das empresas?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr = Brazil)

As empresas têm o dever de oferecer qualificação profissional às pessoas com deficiência.

Afinal, essa é uma das formas de aplicar a inclusão na prática e também de aprimorar os talentos da sua firma. Então, se isso chamou sua atenção, saiba mais.

Há uma lei que regule a qualificação profissional de pessoas com deficiência?

A Lei n.º 8.213/1991, define que as empresas devem oferecer qualificação profissional para pessoas com deficiência. Desse modo, é crucial investir em meios para alcançar essa meta.

Essa obrigação se aplica, antes de tudo, a negócios que tem mais de 100 funcionários.

Isso porque, a norma só exige a contratação de pessoas com deficiência, a partir do número informado.

As regras sobre a qualificação desse grupo é definida pelo Decreto n.º 9.508/2018.

Inclusive, ele reforça a importância de gerar oportunidades iguais para gerar uma sociedade justa.

Fornecer a capacitação de pessoas com deficiência é mais do que cumprir a lei. Afinal, essa é uma chance de criar um local de trabalho acolhedor que lute pela inclusão.

Logo, é uma forma de melhorar o mundo.

Como proporcionar qualificação profissional para as pessoas com deficiência dentro das empresas
A capacitação profissional de pessoas com deficiência torna os desafios mais fáceis.

Por que investir em qualificação profissional de pessoas com deficiência dentro da empresa?

Ao investir em qualificação profissional de pessoas com deficiência, a empresa está ajudando a aprimorar os seus talentos.

Ou seja, ela terá a chance de ter um time brilhante que seja referência no mercado.

Na prática, só existem prós ao fazer esse processo.

Isso porque, ele ajuda a tornar o mundo melhor, eleva os resultados da firma e faz com que as pessoas com deficiência alcancem seus sonhos. Além disso, pode:

A informação é uma das ferramentas mais poderosas do mundo. Desse modo, um indivíduo que tem acesso a ela, consegue ter uma visão ampla para lidar com vários desafios.
Evita a perda de grandes talentos

Quando alguém é acolhido, ela não tem vontade de mudar de emprego. Logo, empresas que investem na capacitação de pessoas com deficiência, estão prevenindo a perda de grandes talentos.

É essencial saber que ao investir em qualificação, você está criando um clima de trabalho saudável. Ou seja, está ajudando a construir um time inclusivo e respeitoso, que entenda e apoie as causas sociais.
Como investir em qualificação profissional de pessoas com deficiência?

Para investir em qualificação profissional de pessoas com deficiência, é crucial avaliar o que elas precisam. Desse modo, você saberá qual o método mais eficaz para cada situação. Além disso, há outros pontos cruciais, como:

ofereça cursos que encaixem com o perfil;
crie boas parcerias;
adapte o local trabalho;
promova networking.

Outro ponto é que, todos devem saber quais são os tipos de deficiência que existem e como lidar com elas para evitar situações complexas.

Para saber que o projeto funciona, siga os resultados. Logo, faça uma pesquisa de campo para saber se o processo é proveitoso e o que pode melhorar. Desse modo, você vai conseguir fazer com que o tempo e o dinheiro investidos sejam válidos.
Como proporcionar qualificação profissional para as pessoas com deficiência dentro das empresas
A qualificação profissional de pessoas com deficiência torna o time mais unido. Imagem de freepik no Freepik

Ofereça cursos que encaixem com o perfil de cada um

Cursos que se encaixam com o perfil de cada um vão ajudar a obter a meta de forma lógica. Então, se um funcionário quer se tornar um líder no futuro, não faz sentido sugerir algo que fuja dessa linha.

É essencial sempre dispor de métodos que combinem com a necessidade de cada um, por exemplo, se alguém é deficiente auditivo, você deve oferecer cursos e palestras que sejam adaptadas a libras.
Crie parcerias qualificadas

Investir em parcerias qualificadas faz com que todo o tempo e o dinheiro investidos seja benéfico. Afinal, eles vão conseguir criar métodos de ensino que se adequem à realidade de todos que estejam inseridos no processo.

No mercado, existem muitas empresas que dominam o assunto. Assim, vale a pena realizar uma boa pesquisa para optar por aquela que vai te ajudar a alcançar essa meta.
Adapte o local de trabalho

O conforto e a segurança são aspectos cruciais para aprender algo novo. Isso porque, eles deixam os indivíduos mais relaxados e isso ajuda a focar no tema. Portanto, eles vão aprender com mais facilidade.

Investir em adaptações na parte física da empresa é algo crucial. Isso porque, caso ela não seja inclusiva, será difícil proporcionar conforto. Então, antes de tudo, dê um pouco de atenção a esse fator.
A importância do networking

Promover o networking facilita o processo de evolução. Isso porque, eles terão a chance de conhecer vivências que servirão como base para algumas situações.

Além disso, se sentirão parte da empresa.

O ponto citado se adequa a qualquer tipo de cargo. Ou seja, não deixe de criar vínculos entre as funções. Desse modo, as pessoas saberão a quem procurar para resolver um problema ou buscar uma oportunidade.
Como proporcionar qualificação profissional para as pessoas com deficiência dentro das empresas
Os debates são uma forma de promover a qualificação profissional de pessoas com deficiência. Imagem de freepik no Freepik
Qual o maior desafio ao investir na qualificação profissional de pessoas com deficiência?

Um dos grandes desafios ao incentivar a qualificação profissional de pessoas com deficiência é oferecer um bom local físico. Isso porque, às vezes, isso significa mudar a estrutura do ambiente.

Para ter eficácia, é bom realizar uma pesquisa entre a equipe. Desse modo, ficará mais fácil descobrir o que falta para proporcionar um ambiente agradável. Além disso, ao investir nesse processo, é crucial superar:

o medo de mudar;
a falta de recursos adequados.

Existem muitas maneiras de ajudar na capacitação profissional de pessoas com deficiência. Mas, nem todos serão eficazes para o seu time. Então, haverá o desafio de descobrir quais são as melhores.
Um dos desafios é o medo de mudanças

O medo da mudança acontece porque as pessoas passam a vida toda com certas crenças. Então, aceitar que elas estão erradas quebra o comodismo. Logo, em alguns casos isso pode causar muito impacto.

Para mudar o cenário, você terá que mostrar que as mudanças vêm com o tempo. Logo, é crucial manter a calma. Além disso, é bom citar que para evoluir, o ser humano precisa sair da sua zona de conforto.

Após aplicar essa e todas as dicas, será possível investir na ideia de forma eficiente. Portanto, a sua marca fará parte da carreira de pessoas que só precisavam de uma chance para brilharem.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Igual/Internet