Conheça os principais direitos previstos na Lei Brasileira de Inclusão (LBI)

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Sancionada em 2015, a lei serve para garantir às pessoas com deficiência uma participação plena e efetiva na sociedade

Em 2015, foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Atualmente, ela é uma das leis mais completas sobre acessibilidade no Brasil e complementa a Lei nº 10.098, que estabelece critérios básicos para a inclusão de pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida.

De acordo com a legislação, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

No Brasil, segundo um levantamento realizado em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 17 milhões de habitantes apresentam algum tipo de deficiência, o que corresponde a 8,4% da população brasileira.

Para ajudar você a entender melhor os principais aspectos da LBI, separamos alguns dos dez direitos fundamentais previstos na lei, que devem garantir às pessoas com deficiência uma participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com os demais indivíduos. Confira!

Direito à educação

A lei assegura um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e um aprendizado ao longo de toda a vida da pessoa com deficiência, para alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

O estatuto estabelece a oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas. Além disso, as instituições privadas não podem cobrar valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas.

Direito à saúde

A LBI garante a atenção integral à saúde em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, possibilitando um acesso universal e igualitário.

Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser proporcionada capacitação inicial e continuada.

As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir todos os serviços e produtos oferecidos aos demais clientes, sendo proibida a cobrança de valores diferenciados.

Além disso, é assegurado à pessoa com deficiência internada ou em observação o direito a acompanhante ou atendente pessoal.

Direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer

Segundo o estatuto, a pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com os demais indivíduos.

Ele estabelece o acesso, em formato acessível, a bens culturais, atividades culturais e desportivas, monumentos e locais de importância cultural e espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.

Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos, de conferências e similares, devem ser reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência e seu acompanhante, de acordo com a capacidade de lotação do lugar.

Além disso, todos os espaços dos estabelecimentos devem atender às normas de acessibilidade.
Direito ao transporte e à mobilidade

O estatuto garante o direito ao transporte e à mobilidade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de identificação e eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso.

Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, bem como as instalações, as estações, os portos e os terminais devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por todos.

Nas áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

As vagas devem equivaler a 2% do total, garantindo, no mínimo, uma vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.

Não há dúvidas de que a LBI foi uma importante conquista para as pessoas com deficiência, mas, na prática, o cenário está bem longe de ser o ideal.

Afinal, ainda existe um desrespeito significativo ao cumprimento dos direitos previstos na lei, que impossibilita as pessoas com deficiência de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com os demais indivíduos.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Carina Melazzi-Jornalista e produtora de conteúdo. Gosta de contar histórias e é apaixonada por viagens, montanhas e mar.

Doenças raras – quais são e por que são chamadas dessa forma?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

As doenças raras são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas e variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa acometida pela mesma condição.

O conceito de Doença Rara (DR), segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a doença que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 para cada 2 mil pessoas. Na União Europeia, por exemplo, estima-se que 24 a 36 milhões de pessoas têm doenças raras. No Brasil há estimados 13 milhões de pessoas com doenças raras, segundo pesquisa da Interfarma.

Existem de seis a oito mil tipos de doenças raras, em que 30% dos pacientes morrem antes dos cinco anos de idade; 75% delas afetam crianças e 80% têm origem genética.

Algumas dessas doenças se manifestam a partir de infecções bacterianas ou causas virais, alérgicas e ambientais, ou são degenerativas e proliferativas.

Segundo o Ministério da Saúde, atualmente existem no Brasil cerca de 240 serviços que oferecem ações de assistência e diagnóstico.

No entanto, por se tratarem de doenças raras, muitas vezes elas são diagnosticadas tardiamente.

Além disso, os pacientes geralmente encontram dificuldades no acesso ao tratamento.
Principais características

As doenças raras geralmente são crônicas, progressivas, degenerativas e muitas vezes com risco de morte.

Não existe uma cura eficaz existente, mas há medicamentos para tratar os sintomas.

As doenças órfãs alteram diretamente a qualidade de vida da pessoa e, muitas vezes, o paciente perde a autonomia para realizar suas atividades.

Por isso, causam muita dor e sofrimento tanto para o portador da doença quanto para os familiares.

Conheça algumas doenças raras

Doença de Gaucher: genética e hereditária, essa doença causa alterações no fígado e no baço.

Os ossos ficam enfraquecidos e também podem ocorrer manchas na pele, cansaço, fraqueza, diarreia e sangramento nasal.

A incidência da Doença de Goucher é um caso em cada 100 mil pessoas e pode atingir tanto crianças quanto adultos.

É difícil diagnosticá-la, pois os sintomas podem confundir a análise clínica. O tratamento é feito a partir de medicamentos indicados por um especialista.

Hemofilia: é um distúrbio genético que afeta a coagulação do sangue.

A hemofilia é hereditária e provoca sangramentos prolongados tanto na parte interna quanto externa do corpo.

Pode haver sangramento dentro das articulações, nos músculos, na pele e em mucosas. O tratamento é feito com medicamentos indicados por um hematologista.

Acromegalia: é uma doença grave que provoca aumento das mãos e dos pés e de outros tecidos moles do organismo como o nariz, as orelhas, os lábios e a língua.

Diabetes, Insuficiência cardíaca, hipertensão, artrose e tumores benignos também são comuns de se desenvolverem em pessoas portadoras da acromegalia. A cada ano, ela tem uma incidência de três a quatro casos por milhão. Além disso, se não tratada, pode levar à morte.

No entanto, a maioria dos pacientes pode conviver com a doença, a partir de um tratamento com um especialista. As três formas de tratá-la são: medicamentos, cirurgia e radioterapia.

Angiodema hereditário: é uma doença genética que provoca inchaços nas extremidades do corpo, do rosto, dos órgãos genitais, mucosas do trato intestinal, da laringe e outros órgãos.

Além dos inchaços, outros sintomas são: náuseas, vômitos e diarreia. O diagnóstico da doença é feito por meio do histórico médico do paciente, além de exames laboratoriais, físicos e de imagem. O angiodema hereditário é uma doença rara que não tem cura, mas o tratamento para aliviar ou prevenir crises é feito com medicamentos indicados por um especialista.

Doença de Crohn: é uma doença inflamatória crônica que atinge o intestino e os casos mais graves podem apresentar entupimento ou perfurações intestinais.

Enfraquecimento, dores abdominais e nas articulações, perda de peso, diarreia com ou sem sangue, lesões na pele, pedra nos rins e na vesícula são alguns dos principais sintomas.

Ela atinge tanto homens quanto mulheres, principalmente entre os 20 e 40 anos de idade e a incidência é maior em fumantes.

Não se sabe ao certo quais são as causas dessa doença, mas há indícios de que ela surge por causa de problemas no sistema imunológico.

Para fazer o diagnóstico é necessário realizar exames de sangue, clínicos, de imagem e analisar o histórico do paciente.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Referências-http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-raras –
http://www.eurordis.org/content/what-rare-disease –
https://www.eurordis.org/information-support/what-is-a-rare-disease/ –
http://ec.europa.eu/health/ph_threats/non_com/docs/portugal.pdf –
https://www.abhh.org.br/pensegaucher/ –
http://www.hemofiliabrasil.org.br/hemofilia/o-que-e/ –
http://www.hemofiliabrasil.org.br/hemofilia/tratamentos-por-demanda/
https://fedra.pt/doencas-raras/ –

Todo mundo ganha com a diversidade e inclusão e eu posso provar

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

“Neste momento, não temos condição de investir em diversidade e inclusão”, “essa pauta é muito importante, mas ainda não faz parte da nossa lista de prioridades”.

Na minha caminhada como palestrante e mentor, já escutei inúmeras vezes frases como essas para justificar a ausência de investimentos em diversidade e inclusão em determinadas empresas.

Mas quais prejuízos nascem dessa ausência? Te garanto: são muitos! Um dos principais é o enfraquecimento da promoção da justiça social.

Vamos lá: Dia após dia, as diversidades e as minorias possam por situações de discriminação e preonceito no Brasil.

Falo isso também por experiência própria: sou um homem negro retinto, trans e disléxico. Por ser quem eu sou, infelizmente já vivi momentos complicados.

Só para você ter uma ideia, pessoas aleatórias já me pararam na rua para tentar tocar meu corpo. Frequentemente, escuto muitas perguntas inconvenientes, além de piadas sobre minha aparência.

Sem falar das tentativas de agressões físicas. Mas a situação mais recorrente é o olhar zoológico. Aquele olhar fixo e invasivo que tenta tirar de nós nossa humanidade!

O que acabei de relatar faz parte das minhas vivências. Mas existem diversidades e minorias que enfrentam situações ainda mais desumanos e que, infelizmente, até viram estatísticas.

O Brasil teve 80 pessoas transexuais mortas no 1º semestre deste ano, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).

As mulheres receberam 77,7% do salário dos homens em 2019. Só para você ter uma ideia, o salário médio mensal dos homens era de R$2.555, já o das mulheres era de R$1.985, de acordo com o BGE.

Já os negros representam 72,9% dos desempregados do país, de um total de 13,9 milhões de pessoas nessa situação, de acordo como IBGE.

A chance de ter um trabalho, um salário digno, equânime e a chance de subir na carreira fazem total diferença!

Mas, com base nos dados apresentados, é possível dizer que muitas empresas ignoram seus papéis no impulsionamento da justiça social.

Faço a escolha da palavra “ignoram”, porque esses e outros dados que demonstram as vulnerabilidades que alguns grupos enfrentam não são novas.

E, infelizmente, muitas empresas não colaboram efetivamente na promoção da justiça social.

O que muitas pessoas esquecem é que nós, diversidades e minorias, também temos sonhos profissionais, planos para nossas carreiras, e claro, os boletos que também não param de chegar para a gente. Como é possível pagar nossas contas, ter uma vida mais confortável e digna se, no lugar da absorção de talentos que fazem parte da diversidade, algumas empresas apenas repetem como um mantra: “no momento diversidade não é uma das nossas prioridades”?

Se sua empresa realmente deseja impactar a sociedade de forma positiva e deseja impulsionar na prática a justiça social, já passou da hora de investir efetivamente em diversidade e inclusão.

E, como o próprio título desse artigo já diz, todo mundo ganha com a diversidade e inclusão, ou seja, além da promoção da justiça social, as empresas também podem ser beneficiadas diretamente e eu posso provar. Vamos lá:

Mais Engajamento

De acordo com os dados da pesquisa Hay Group, colaboradores de empresas que praticam a diversidade e inclusão são 17% mais engajados e 76% deles reconhecem que há espaço para inovar no trabalho.

Entre esses colaboradores, o sentimento de pertencimento é maior, eles percebem que podem crescer na carreira, suas vozes e ideias são ouvidas, e são valorizados.

Eles realmente se sentem parte da empresa. Tudo isso ajuda a melhorar a qualidade de vida desses colaboradores.

Menos conflitos

Em um ambiente de trabalho diverso e inclusivo, são muito mais intensos o respeito e a troca de informação, de opiniões e de ideias.

Ou seja, os colaboradores e lideranças escutam mais, ensinam mais e alcançam mais entendimentos.

O estudo Hay Group também mostra isso. Nas empresas em que a diversidade é reconhecida e praticada, a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas demais organizações.

Normalmente, conflitos acabam gerando um gasto absurdo de tempo, energia e, em muitos casos, até de dinheiro para serem solucionados. Sendo assim, um ambiente de trabalho diverso e inclusivo é essencial para qualquer negócio.

Aumenta a inovação e competitividade

Além dos pontos já citados, um ambiente de trabalho mais diverso e inclusivo também aumenta a criatividade e a inovação da empresa. Isso acontece porque há a convivência de diferentes visões de mundo, diferentes bagagens culturais e sociais no mesmo lugar de trabalho.

Assim, diferentes soluções para as dores dos clientes vão ser criadas e diferentes formas de produção vão nascer dessa equipe. Com certeza, isso vai impactar positivamente a inovação e competitividade da empresa.

Aumenta os lucros

Tudo que já foi tratado até aqui também impacta na produtividade.

As empresas que realmente investem em diversidade e inclusão conseguem aumentar a produtividade, tanto na quantidade quanto na qualidade, e isso resulta em lucros!

Só para você ter uma ideia, segundo o estudo “A diversidade como alavanca de performance”, publicado pela consultoria americana McKinsey, empresas com mais diversidade de gênero em cargos executivos têm 21% mais chance de ter lucros acima da média que as que apresentam pouca diversidade. No caso de diversidade étnica, isso é ainda mais aparente: 33%.

Além disso, a criação e promoção da cultura inclusiva, feitas pelas razões certas, também pode melhorar a imagem da empresa. Sem falar que os colaboradores podem levar o que aprenderam no ambiente de trabalho para suas casas, famílias e amigos. Ou seja, o investimento real em diversidade e inclusão podem ultrapassar os muros das empresas.

Tanto a promoção da justiça social, como os diversos benefícios para a organização: quando realmente existe um compromisso das empresas com a diversidade e inclusão todo mundo sai ganhando!

Então, não perca mais tempo, dê o primeiro passo!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte:Tags carreira diversidade inclusao trabalho
Arthur Bugre-Arthur Bugre é um homem negro, disléxico e transgênero. É palestrante sobre Diversidade e Inclusão e também ativista das causas negras e trans. Presta mentorias sobre diversidade, inclusão e gestão humanizada para empresas. Também é o criador do Instagram @homenstransnegros, que tem como objetivo oferecer visibilidade e representatividade para os homens negros trans.

Inclusão social: o que é e como acontece!

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Embora nosso país seja conhecido pela diversidade cultural e étnica dos seus cidadãos, o problema da exclusão é grave e atinge várias camadas da sociedade.

Podemos considerar excluídos negros, índios, pobres, transexuais, homossexuais e portadores de deficiência físicas, cognitivas e motoras, que muitas vezes não possuem oportunidades no mesmo nível que outros cidadãos e podem ter até seus direitos de cidadão blindados.

No artigo de hoje, vamos aprender um pouco mais sobre inclusão social, os direitos e deveres das pessoas com deficiência física. Também falaremos sobre a inclusão nas escolas, a questão dos moradores de ruas e ex presidiários e abordaremos o esporte como uma prática inclusiva. Confira!

O que é inclusão social?

A inclusão social é definida por uma soma de atividades que assegura a participação democrática de todos na sociedade, independentemente da etnia, gênero, orientação sexual, educação, condição física, classe social, entre outros aspectos.

O Brasil possui uma leia de inclusão social. A lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, conhecido também como Estatuto da Pessoa com Deficiência:

Art. 1o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Embora esse estatuto assegure a acessibilidade, acesso à informação e comunicação, tecnologia assistida, direito a participação na vida pública e política, ciência e tecnologia e a justiça, os desafios que as pessoas com algum grau de limitação tem que enfrentar ainda são muitos.

No Brasil, muitos deficientes físicos ainda são vistos com indiferença.

O preconceito ainda é visível, a ergonomia das cidades não atendem por completo as pessoas cegas, idosas, cadeirantes e com outros tipos de deficiência, muitas empresas de transporte público não renovaram suas frotas por completo, entre outras dificuldades.

Não precisa ir muito longe para ter conhecimento desses obstáculos.

Basta olhar ao seu redor com uma visão crítica e perceber onde está a dificuldade.

Felizmente, existem diversos projetos com foco na inclusão social atualmente.

Fundações, ONGs e programas do governo trabalham incessantemente para que o Estatuto seja cumprido e esses indivíduos possam, enfim, viver com dignidade em nosso país.

Inclusão social na educação
A inclusão social também deve ser praticada no âmbito educacional. De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal do Brasil, de 1988:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Infelizmente, a falta de recursos financeiros afasta muitas crianças da escola, muitas precisam trabalhar para ajudar no sustento de suas casas.

Quando falamos sobre pessoas com deficiência, a Lei nº 7.583, de 1989 é clara sobre isso:

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social. Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa.

É importante salientar que no Brasil as universidades também possuem sistema de inclusão, inclusive o Brasil se destaca nesse ponto de inclusão na educação. Nesse contexto, a inclusão social na escola e na universidade se dá no Brasil das seguintes formas:

Base Nacional Comum Curricular

A BNCC é um documento que tem como objetivo dar um direcionamento a educação de todo o país, estabelecendo uma base curricular a todas as instituições de ensino, sejam elas publicas ou privadas, diminuindo as diferenças na educacional de base de crianças educadas em escolas particulares e municipais, estaduais ou federais.

Cotas raciais

O sistema de cotas é considerado, desde 2012, constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

O objetivo das cotas raciais é diminuir as diferenças econômicas, étnicas e educacionais de pretos, pardos e índios, quando se trata do ingresso em universidades públicas, cargos em concursos e bancos.
Cotas sociais

As cotas sociais são uma porcentagem de vagas destinadas aos alunos de baixa renda que cursaram o ensino médio integralmente em escola pública, dando a oportunidade para essas pessoas estudarem em uma universidade de qualidade sem sofrer a concorrência desleal com aqueles que foram mais bem preparados durante a vida escolar.

Segundo o portal do MEC, a lei de cotas:

garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Os demais 50% das vagas permanecem para ampla concorrência.

O sistema de cotas sociais é legal, estabelecido pela Lei nº 12.711/2012, e sancionado pelo Decreto nº 7.824/2012.

Tipos de inclusão social

Cadeirante

A inclusão social não é exclusiva para pessoas com deficiência. Como exposto no início do texto, ela abrange o direito a uma vida digna independentemente de vários fatores físicos e sociais. Separamos aqui mais 2 tipos de inclusão, para que você fique informado:

Inclusão social de moradores de rua

Basta sair às ruas para ver que eles existem, em números relevantes e vivendo em uma condição sub-humana. As causas de escolherem as ruas como moradia são muitas: uso de drogas, alcoolismo, falta de recursos, desavenças familiares costumam ser os mais comuns.

Buscando promover a solução desse problema e a inclusão social, a câmara aprovou o projeto de lei que obriga as empresas vencedoras de licitação de obras ou serviços de administração pública a contratar moradores de rua habilitados para o trabalho para fazer parte da equipe que vai atuar nessas atividades.

A justificativa é lógica: os municípios oferecem abrigo a essas pessoas, mas não podem morar nesses lugares permanentemente, fazendo com que voltem as ruas. O trabalho é fundamental para que não caíam em uma situação depressiva ou de vício.

Inclusão social de ex-presidiários

Falar sobre o sistema prisional do Brasil é difícil. Por ser cheio de falhas, o assunto acaba se tornando polêmico. Contudo, as leis de inclusão social também promovem a reintegração dos ex-detentos na sociedade.

De acordo com a Lei Nº 7.210/84, essas pessoas podem e devem retornar ao mercado de trabalho assim que concluírem a suas penas.

Entretanto, pode iniciar a atividade laboral ainda dentro do presídio, caso tenha um bom comportamento. No regime semiaberto, pode trabalhar durante o dia, em qualquer empresa da cidade, e dormir no presídio.

Parece simples, mas, na prática, a inclusão social de ex-presidiários é a mais difícil de acontecer e apontada como uma das mais necessárias para a recuperação daqueles, que algum dia, cometeram algum delito.

Esporte como ferramenta de inclusão social

Pessoas jogando basquete

Quando falamos em inclusão social, logo nos lembramos do esporte como ferramenta para que ela aconteça. É comum que esportistas famosos deem entrevistas falando sobre como a prática mudou suas vidas.

O site da ESPN, famoso canal exclusivo de esportes, publicou uma matéria que traz um relato emocionante de Gustavo Hofman, ex-jogador de basquete e jornalista desportivo, sobre o acesso ao esporte em comunidades carentes:

Eu realmente acredito no esporte como a melhor ferramenta de inclusão social existente. Conhecimento empírico, baseado no que vivi e conheci até hoje. Ter o esporte consigo fortalece, cria laços afetivos, ensina a vencer e perder, te coloca no rumo certo.

Os esportes têm mesmo uma participação bastante expressiva na inclusão social. Prova disso é a realização das Paraolimpíadas, evento internacional desportivo para atletas portadores de limitações físicas e sensoriais. A 15 edição do evento aconteceu em 2016 no Rio de Janeiro, cerca de um mês após as Olimpíadas, que também foi realizada na cidade carioca.

Os seguintes esportes foram disputados:

Atletismo
Basquete em cadeira de rodas
Bocha
Ciclismo de estrada e de pista
Canoagem velocidade
Esgrima em cadeira de rodas
Futebol de 5 e de 7
Goalball para portadores de deficiência visual
Levantamento de peso
Hipismo
Judô
Natação
Remo
Rúgbi em cadeira de rodas
Tênis em cadeira de rodas
Tênis de Mesa
Tiro esportivo e com arco
Triatlo
Vela
Volei sentado

Os jogos Paraolímpicos são realizados desde o ano de 1960, e a sua primeira edição foi em Roma, mas o Brasil foi representado somente a partir de 1972. A delegação brasileira paraolímpica de 2016 foi considerada a maior de sua história, com 285 atletas, ficando em 8º lugar no quadro de medalhas com 72 condecorações.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte; /blog.stoodi.com.br/blog/sociologia/inclusao-social/Internet

A importância da inclusão social nas escolas

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Falar sobre inclusão social nas escolas é essencial. Isso vale tanto no ambiente de ensino, quanto em outros âmbitos da vida.

Além de ajudar no desenvolvimento de uma pessoa com deficiência, também torna os estudantes, pais e professores mais conscientes.

O objetivo de difundir esse debate escolar é permitir que estudantes com algum tipo de necessidade, seja física ou intelectual, frequentem o mesmo espaço que todos os estudantes.

Vale dizer que, antigamente, as escolas não admitiam a inserção de crianças com deficiência. Nesse caso, pediam que os responsáveis buscassem um local especializado.

Hoje, com o avanço das leis de inclusão e das práticas pedagógicas, após diversos fóruns para discussão, isso mudou. Esses estudantes começaram a ser aceitos nas instituições convencionais.

Logo, passam a ter as mesmas oportunidades de aprendizado que todos os estudantes.

Se você quer um aprofundamento sobre esse tema, basta continuar a leitura.

A importância da inclusão social nas escolas

Foto de uma mulher loira sentada no chão com uma garota com Síndrome de Down, as duas brincam com peças de madeira em formato de animais.

A educação é um direito de todos, por isso é importante que as escolas estejam preparadas para acolher estudantes com necessidades especiais.

A inclusão nas escolas não é apenas uma ideologia, mas um direito civil.

No artigo 26º da Declaração Universal dos Direitos Humanos está que “toda pessoa tem direito à educação”.

Dessa forma, buscar essa condição igualitária é um papel fundamental para o desenvolvimento psicoemocional dos estudantes com necessidades especiais.

Além disso, a legislação, LDBEN 9394/96, propõe que toda criança possa socializar, ampliar sua inteligência emocional e desenvolver suas capacidades por meio da inclusão social nas escolas.

Então, esse acesso à escola não promove apenas o desenvolvimento pessoal, mas é uma ferramenta poderosa no aprimoramento dos relacionamentos interpessoais.

Afinal, nas instituições de ensino, o jovem tem contato com realidades e pessoas diversas, indo além da própria família.

Com isso, a inclusão traz benefícios não apenas para os estudantes com necessidades especiais, mas para todos os discentes que convivem com ele.

Assim, o grupo aprende na prática a respeitar as diferenças – um fator fundamental para conviver em sociedade.
Melhorias na estrutura nas escolas

Além do crescimento pessoal de cada estudante, a própria escola começa a ser um ambiente mais plural.

Por isso, é preciso incentivar a inclusão de espaços acessíveis, como elevadores, rampas e banheiros adaptados. Além de um material de apoio que explore os outros sentidos, por exemplo, atividades manuais ou exercícios em áudio.

Fora isso, os gestores, docentes e demais colaboradores também devem estar prontos para dar todo o suporte na recepção desse estudante.

Com isso, entra a questão de uma qualificação específica para a equipe escolar, para que tenham formação adequada no ensino de estudantes PcD.

Entretanto, é importante lembrar que esse estudante também deve receber as recomendações no cotidiano escolar.

Todas essas mudanças são gradativas e não se espera que uma escola sem essa estrutura mude de uma hora para outra. No entanto, levantar esse tema já é o primeiro passo para ter um ambiente que acolha a todos os estudantes, seja qual for sua necessidade.

Incentivo para o desenvolvimento da autonomia

Foto de um garoto com paralisia cerebral na escola, sentado e sorrindo brincando com um objeto educativo de madeira.

A inclusão social na escola ajuda no desenvolvimento da criança com necessidades especiais, o que leva a uma possível maior autonomia para ela no dia a dia.

Toda essa mudança estrutural para trazer inclusão reflete não apenas na oferta dos conteúdos programáticos. Na verdade, a profundidade de um ambiente inclusivo está na oportunidade de autonomia desses discentes.

Fora isso, um estudante que conviveu com um colega que tenha alguma dificuldade, percebe o quanto é importante o acesso para todos na sociedade.

A simples presença do estudante PcD em sala de aula é uma lição de cidadania e de responsabilidade social.

Ainda é uma forma de mostrar para o estudante com deficiência o direito da igualdade, portanto, sentir mais autonomia é crucial para a autoestima fortalecida desse jovem. Logo, apesar dos obstáculos, ele percebe que pode estudar e ter um ótimo desenvolvimento em todas as áreas.

Os temas de diversidade e respeito são fundamentais na construção de cidadãos que entendem a democracia.

Portanto, melhoram sua inteligência emocional com competências como empatia, colaboração e paciência.

A inclusão, em si, é uma medida educativa que ensina a toda a comunidade.
Acompanhamento escolar

A instituição de ensino deve acompanhar a saúde de seus estudantes de perto.

Para isso, pode começar solicitando aos responsáveis um documento que comprove a situação da criança a partir de um laudo em detalhes.

Com essas informações técnicas é possível realizar um planejamento escolar para ter um ambiente acolhedor para esses estudantes.

Ainda é recomendável manter o contato com os médicos, enfermeiros e profissionais da saúde que atendem o estudante.

Isso é ainda mais relevante quando for um caso novo e que a equipe pedagógica ainda não entenda. Dessa forma, o objetivo é unir forças e o entendimento de todos os envolvidos para trazer ótimos resultados e ofertar uma verdadeira comunidade de apoio.

O apoio pedagógico para a criança

Para o auxílio de estudantes com necessidades específicas, é importante contar com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) com a utilização da sala de recursos ou sala de apoio pedagógico.

Sendo assim, tanto a escola deve estar preparada com materiais e estrutura de acesso, quanto seus professores e coordenadores devem ter treinamento adequado, além de ferramentas didáticas aperfeiçoadas.

O estudante PcD continuará frequentando as aulas normalmente, mas pode contar com esse espaço para reforço de seu aprendizado. Nesse local, é interessante ter materiais de suporte e professores capacitados para o desenvolvimento dessas crianças e jovens.

Outro ponto benéfico para todo o corpo de estudantes é a presença de um psicólogo escolar. Vale destacar que esse profissional não substitui um psicólogo clínico, mas oferece suporte dentro do contexto de ensino-aprendizagem.

Educação contra o bullying

A foto de uma sala de aula, com estudantes e professora em volta de uma mesa e há um garoto em uma cadeira de rodas, representando a inclusão social na escola.

A inclusão social na escola traz para a realidade dos estudantes mais diversidade, o que ajuda no preparo para o convívio com as diferenças.

Não se pode falar em ambiente escolar saudável e não tocar na questão do bullying – essa realidade não deve ser ignorada.

Com isso, é preciso entender que muitas crianças não contam com um preparo para conviver com as diferenças e podem ferir emocionalmente seus colegas.

Até mesmo um comentário feito em tom de brincadeira tem o poder de trazer grande impacto para quem recebe.

Por isso, a educação realmente inclusiva, não apenas permite que o estudante com deficiência frequente a sala de aula regular, como também prepara todos os estudantes para receber e respeitar a criança.

Isso pode ser feito com atividades em classe, semanas especiais, campeonatos internos ou práticas que ajudem a ver a diferença como algo valioso que constrói a individualidade e singularidade.

Quanto mais esse tema é apresentado para a classe, maiores são as chances de evitar que casos de agressões emocionais ocorram na escola. Esse trabalho não é imediato e é uma prática diária, mas que deve ser mantida.

Presença ativa dos pais

Ainda que seja um desafio, também é recomendado envolver os pais na temática da inclusão social nas escolas.

Afinal, o preconceito pode ser reproduzido por gerações e o trabalho em todas as esferas ajuda a cortar as raízes do bullying.

Os responsáveis das crianças, independente de sua condição, também devem estar próximos ao ambiente escolar.

A relação familiar precisa ser informada aos educadores para entender o contexto que essa criança leva para a sala de aula.

Assim, é interessante até mesmo relatar desafios e pequenas conquistas para os pais. Esses assuntos podem parecer triviais sem um olhar cuidadoso, mas são de total importância na vida do estudante PcD e de sua família.

A equipe pedagógica pode avaliar ainda se a comunicação com esses responsáveis deve ocorrer com mais frequência. Ou seja, não apenas durante a reunião escolar de rotina.

O mais importante é ofertar as melhores condições para receber e manter essas crianças no ambiente escolar.

Concluindo, um fato é que todos ganham com a inclusão social nas escolas.

Como se trata de um aprendizado conjunto, todo o processo é enriquecedor para os estudantes, professores, funcionários e gestores.

O que você achou deste conteúdo? Se você gostou, deixe seu comentário contando a sua experiência e as dificuldades com a inclusão na sua escola.

Edição: CLEOddomira Soares dos Santos
Fonte:Tagged With: escola inclusiva, inclusão na escola, inclusão social na escola

Acessibilidade no trabalho: como impactar profissionais surdos e mudos?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Abril é o mês da Linguagem Brasileira de Sinais, conhecida como Libras, que atende a comunidade de pessoas surdas e mudas desde 2002.

A proximidade da data nos lembra de um assunto inadiável e essencial: acessibilidade no trabalho.

Baseada em um conceito de língua visual-espacial, a Libras possui sua própria gramática, especificamente criada para promover inclusão e acessibilidade em todos os espaços de convivência social entre surdos e mudos, inclusive no ambiente profissional.

Ser uma empresa que pratica a acessibilidade para surdos e mudos significa promover a equidade, oferecendo todas as condições necessárias para que essa comunidade não se sinta excluída por uma característica física.

Como funciona a acessibilidade no trabalho?
A acessibilidade no trabalho tem a ver com a capacidade de todas as pessoas utilizarem o ambiente físico, equipamentos, recursos e oportunidades de emprego, sem discriminação ou dificuldade.

Se pensarmos bem, a acessibilidade também está relacionada à diversidade nas empresas, promovendo a pluralidade de pessoas. Ao reunir esses dois conceitos, é mais possível criar um ambiente de trabalho justo e igualitário para todos os colaboradores.

No caso específico da acessibilidade para surdos e mudos, a linguagem de sinais é um dos recursos que permite que essas pessoas se comuniquem e acessem informações de forma efetiva no espaço de trabalho.

A Libras é uma forma legítima de expressão cultural e deve ser respeitada e valorizada.

Quando as empresas vestem essa camisa, permitem que toda a comunidade surda e muda identifique-se e sinta-se acolhida no ambiente profissional (que por sinal, é um direito garantido por lei).
Quais são os recursos que melhoram o ambiente de trabalho para surdos e mudos?

Existem diversos recursos que podem ser adotados para contribuir para a acessibilidade no trabalho.

As tecnologias de acessibilidade visam ajudar pessoas surdas e mudas a se comunicarem e acessarem informações de maneira mais fácil. Confira alguns exemplos:

Software de Reconhecimento de Voz: programas que podem ser utilizados por pessoas mudas para traduzir a fala em texto escrito

Telefone com Texto: recurso que permite que pessoas surdas e mudas possam se comunicar por meio de mensagens de texto em vez de chamadas de voz.

Alertas Visuais: utilizados para chamar a atenção de pessoas surdas para eventos como telefonemas, alarmes e campainhas.

Legendagem em tempo real: exibição de legendas em tempo real em uma transmissão ao vivo, permitindo que pessoas surdas possam acompanhar o conteúdo.

Em resumo, todas essas tecnologias podem ser combinadas para uma política de acessibilidade poderosa.

O importante é que a comunidade de surdos e mudos possa se comunicar e ter acesso a informações de maneira efetiva, possibilitando sua inclusão em todos os aspectos da sociedade.

Quem deve pensar e implementar as tecnologias de acessibilidade no trabalho?
A implementação de tecnologias e políticas de acessibilidade deve estar presente em empresas de todos os setores. Além disso, pode estar relacionada a um setor específico da organização ou não.

Tudo depende da forma como a empresa decide se organizar nesse aspecto.

Na Prod, criamos o comitê de Prodiversidade, que promove ações de inclusão, diversidade e acessibilidade dentro e fora do trabalho. O papel do comitê é reunir um grupo de pessoas para pensar e implementar políticas e práticas relacionadas à diversidade em todos os aspectos.

O objetivo é simples: usar a diversidade para impactar o bem-estar dos colaboradores da melhor forma possível, independentemente de raça, gênero, orientação sexual, idade, religião, habilidade física ou qualquer outra característica pessoal.

Para o mês de abril, o Prodiversidade organizou uma ação educativa de Libras com todos os colaboradores da Prod, além da criação de um mural expositivo sobre “Mercado de trabalho e deficiências”.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: AddThis Website Tools=Giovana Alves/Internet

Aposentadoria por deficiência auditiva: o que é e como conseguir

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

A aposentadoria para deficiente auditivo é a possibilidade de se aposentar mais cedo e com o valor de benefício melhor em razão da perda da audição unilateral ou bilateral. Aprenda como funciona esse direito.

Ser deficiente no Brasil não é fácil.

Houveram muitas conquistas nos últimos anos, mas ainda é preciso garantir mais igualdade.

Especialmente, pessoas surdas sofrem para conseguir lugar no mercado de trabalho, o que os leva a terem menos tempo de contribuição do que uma pessoa sem deficiência.

Ou seja, se não for garantido requisitos diferenciados, essas pessoas se aposentam mais tarde, levando a um desgaste maior do corpo e da mente.

Em razão disso, foi criada uma lei garantindo que os PCD’s se aposentem mais cedo, dependendo da gravidade da deficiência, e com o valor de benefício melhor.

Quais os requisitos para se aposentar por deficiência auditiva?

Toda a comunidade PCD pode se aposentar por idade e por tempo de contribuição, e os requisitos são iguais para todos, qualquer que seja a deficiência (auditiva, visual, sensorial, mental ou física).

Assim, o deficiente auditivo pode se aposentar por idade se comprovar:

Homem: 60 anos de idade, 15 anos de tempo de contribuição e15 anos de surdez;
Mulher: 55 anos de idade, 15 anos de tempo de contribuição e 15 anos de surdez.

E um detalhe importante que muita gente se esquece: a deficiência não precisa ser ao mesmo tempo que o tempo de contribuição.

Por exemplo, pode ser que você tenha trabalhado por vários anos sem deficiência, porém, após perder a audição, ficou desempregado e não conseguiu mais realocação no mercado de trabalho.

Nesse caso, mesmo que você nunca tenha trabalhado na condição de PCD, você terá direito à aposentadoria mais cedo se comprovar a perda auditiva por um período mínimo de 15 anos.

Para a segunda opção, aposentadoria por tempo de contribuição, você deve comprovar:

Homem: 33 anos (deficiência leve), 29 anos (deficiência moderada) ou 25 anos de tempo de contribuição (deficiência grave);

Mulher: 28 anos (deficiência leve), 24 anos (deficiência moderada) ou 20 anos de tempo de contribuição (deficiência grave)

Ou seja, o tempo de contribuição mínimo necessário vai depender da classificação da sua deficiência, que varia de pessoa para pessoa.

Sobre a avaliação, nós vamos explicar como funciona essa classificação da surdez ainda neste post.

Além do tempo de contribuição, você também precisa comprovar que tem a deficiência há pelo menos 15 anos. Não precisa ser concomitante, ao mesmo tempo.

Quem é considerado PCD auditivo na aposentadoria?

Frequentemente eu recebo as seguintes perguntas: deficiente tem direito à aposentadoria? Surdez unilateral dá direito à aposentadoria?

Eu sempre respondo, depende!

Somente do ponto de vista médico, é considerado PCD auditivo quem apresenta média de perda de 41 dB em ambos os ouvidos.

Contudo, a resposta não é tão simples quando falamos em aposentadoria.

Na prática, a lei previdenciária não define quem é considerado deficiente auditivo, e essa decisão acaba sendo delegada para a perícia médica, que vai definir se você tem o direito à se aposentar pela lei especial ou não.

Se a surdez é bilateral (CID 10 H90.3 – ), as chances de conseguir uma aposentadoria com tempo de contribuição reduzido são bem maiores, mas ainda assim você precisará de um bom advogado que seja especialista nesse tipo de benefício para aumentar as suas chances.

Agora, se a surdez é unilateral (CID 10 H90.4), você tem pouca probabilidade de conseguir a aposentadoria PCD, mas não é impossível.

Se esse for o seu caso, você precisa deixar bem claro quais foram as barreiras enfrentadas durante a sua vida e como isso te afetou no trabalho, na sociedade e em casa.

E a forma de você fazer isso é explicando bem aos peritos que vão te avaliar, indicando exatamente como você sofreu com a deficiência.

Uma boa orientação com um advogado especializado vai te fornecer qual deve ser o enfoque principal que você deve dar nas suas respostas. Isso é fundamental!

Como comprovar que sou deficiente auditivo?

Conforme você leu acima, o resultado das perícias definirá se você é PNE ou não para fins previdenciários.

No entanto, você deve apresentar uma documentação médica mínima ao perito para que ele avalie a sua condição, pois o INSS e a justiça não têm equipamentos especializados para medir a sua perda auditiva.

Portanto, antes de fazer o pedido de aposentadoria, é fundamental que você providencie um laudo, com o CID 10 H90.3 ou CID 10 H90.4, e uma audiometria.

Quanto ganha um aposentado por deficiência auditiva?

O cálculo da aposentadoria por deficiência é um dos melhores para os segurados, porque garante valores melhores.

Funciona da seguinte forma.

Primeiro, é calculada a média dos seus 80% maiores salários da sua vida. São considerados somente aqueles posteriores a julho de 1994, quando houve a implantação do plano real.

Se for uma aposentadoria por tempo de contribuição, você receberá 100% dessa média.

Agora, se for por idade, você receberá 70% + 1% para cada ano de contribuição que você tiver.

Esses cálculos são os antigos ainda, ou seja, eles não foram alterados pela reforma da previdência de 2019.

Vamos ver o exemplo de Gilberto, que tem deficiência auditiva grave e conta com 25 anos de contribuição. A média dos seus salários a partir de julho de 1994 (excluindo-se os 20% menores) é de R$ 3.000,00.

Se ele se aposentar por tempo, receberá esse valor de aposentadoria, R$ 3.000,00.

Se escolher se aposentar por idade, receberá 95% da média, que resulta em R$ 2.850,00.
Como funciona a avaliação da pessoa com deficiência

Em todo processo de aposentadoria de deficiente auditivo ocorrem duas perícias: uma médica e outra social.

Primeiro, é agendada a perícia médica, na qual você deve levar os seus laudos e exames que comprovem a surdez ou a perda auditiva.

Como um dos requisitos é que você tenha a deficiência por no mínimo 15 anos, se você tiver um mais antigo, melhor para você.

Na sequência, é agendada a perícia social, na qual você NÃO precisa levar os seus exames e laudos.

Em ambos os casos, os avaliadores vão fazer (ou deveriam pelo menos) perguntas sobre a sua vida, como SOBRE o trabalho, vida, locomoção, relacionamentos, educação formal entre outros assuntos.

Para cada resposta, os peritos vão atribuir uma pontuação (25, 50, 75 ou 100), quanto menor os pontos, melhor para você.

Ao final, eles vão somar as pontuações e o resultado vai dizer se você é uma pessoa com deficiência para uma aposentadoria e o grau (leve, moderado ou grave).

Como essa avaliação não é baseada somente na sua perda auditiva, é plenamente possível que a surdez de um ouvido garanta a aposentadoria, mas dependerá, como já foi explicado, de uma boa postura nas perícias.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Maicon Alves, advogado previdenciário/Internet

Qualificações profissionais que uma pessoa com deficiência deve buscar, conheça as melhores

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

As qualificações profissionais são muito boas para conseguir empregos que paguem bem e também para crescer no mercado de trabalho.

No caso de pessoas com deficiência, elas ajudam a melhorar os pontos fortes que cada um já possui de modo natural.

Como as qualificações profissionais abrem as portas para o sucesso?

As qualificações profissionais abrem portas, pois ajudam as pessoas a crescerem, a fim de que se tornem cada vez melhores e mais bem-sucedidas.

É bom para se destacar no mercado de trabalho e conseguir bons empregos. Ou seja, aqueles que paguem bem.

Para as pessoas com deficiência, isso pode ser ainda mais vital, já que ajuda a quebrar barreiras e preconceitos, abrindo caminho para a inclusão nas empresas.

Ao procurar emprego, você tem que saber trabalhar os seus pontos fortes.

Cada pessoa tem os seus talentos únicos. Desse modo, é essencial saber desenvolver as suas soft skills para se tornar um bom profissional.
Empregadores podem e devem ajudar

Os empregadores reconhecem cada vez mais o poder da diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. Acima de tudo, sabem que é essencial dar valor às pessoas com deficiência e que as suas experiências são inestimáveis.

Investir em qualificações profissionais é uma forma muito boa de se destacar e conseguir o trabalho dos sonhos. Aliás, você nem precisa pagar para se aprimorar.

Existem qualificações profissionais gratuitas?

No Centro de Tecnologia e Inovação do Estado de SP, há muitas opções de cursos gratuitos para pessoas com deficiência. Veja alguns deles a seguir.

Alfabetização Digital
Curso que ensina o básico de informática para a pessoa entrar no mundo digital. Para quem não se sente seguro para conseguir um emprego onde se usa muito o computador, é uma boa opção.

Digitação
Todos que querem entrar no mercado de trabalho precisam saber digitar bem. Portanto, um bom curso de digitação é muito bom para a comunicação escrita no ambiente profissional.

Curso de Redes Sociais
Aprender a usar as redes sociais é muito bom para promover a si mesmo e o seu trabalho. É uma porta de entrada para trabalhar com essas plataformas no futuro ou, quem sabe, conseguir um emprego na área digital.

Conhecendo os Direitos da Pessoa com Deficiência
Ele é de grande importância para defender seus direitos no local de trabalho. Portanto, é necessário para qualquer pessoa com deficiência e para líderes inclusivos.
Educação Financeira

Tenha habilidades para cuidar do seu dinheiro de forma inteligente e planejar um futuro financeiro forte. Desse modo, é uma ótima opção para aqueles que estão começando a trabalhar. Além desses cursos, o Centro também oferece programas como:

Laboratório de Imagem;
Oficina de Currículos;
Curso de Moda Inclusiva.

Essas oportunidades podem ajudar as pessoas com deficiência. Antes de mais nada, ela deve estudar muito e correr atrás de novas habilidades que as deixem mais seguras para ou procurar um novo emprego, ou melhorar o salário do trabalho atual.

Há mais qualificações profissionais para investir?
Outro lugar que oferece cursos de capacitação é a IBM por meio do programa “Eu Capacito”. Nesse sentido, confira alguns deles logo abaixo.

Inteligência Artificial
Conheça o que é a IA e descubra como essa tecnologia está transformando o mundo ao seu redor. Este curso é válido para pessoas de qualquer área, pois fala de uma ferramenta muito útil e que está tomando conta de muitos setores.

Fundamentos da Cibersegurança
Este curso ensina sobre o básico da segurança cibernética, a fim de que possa proteger os seus dados pessoais e profissionais contra ameaças digitais. Sem dúvida, gera um ensinamento vital para qualquer pessoa que queira trabalhar com tecnologia.

Blockchain
A tecnologia blockchain é usada para dar segurança e transparência em negócios digitais. Ou seja, um conhecimento importante para quem quer se especializar na área financeira.

Internet das Coisas
A IoT tem relação com objetos do dia a dia conectados à internet, ou seja, fala de como a automação de itens comuns podem ser úteis.

Ciências de Dados
Esse curso ensina, antes de tudo, os fundamentos da Ciência de Dados e como usar a análise, bem como, a interpretação de dados para tomar decisões reais. Portanto, é vital para as pessoas com deficiência que querem trabalhar na área de TI.

Preparando-se para o seu primeiro emprego
Receba dicas valiosas para iniciar sua carreira com confiança e preparação adequada. De fato, essa é uma orientação crucial para as pessoas que estão entrando no mercado agora.

Habilidades profissionais
Este curso ajuda a ter sucesso profissional, mostra como a comunicação funciona no trabalho em equipe e como usar o seu tempo. Ele é importante para qualquer área de atuação.

Investir em qualificações profissionais é uma boa tática?
Quem tem interesse em aumentar seus horizontes, sem dúvida, precisa ter ótimas qualificações profissionais e esses cursos são boas opções.

Por isso, invista em seu futuro, aumente suas habilidades para ter uma carreira brilhante.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Igual/Internet

Deficiente Preconceituoso

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Ei… Já te contei que eu não tenho um pingo de dó das PESSOAS COM DEFICIÊNCIA?

Espero ter usado a “TER-MI-NO-LO-GI-A” correta e super solicitada pelos aleijados, surdos, cegos, cadeirantes, pernetas, corcundas, “cotoquinhos” da vida, mas que exigem o uso adequado da formalidade que define sistematicamente a rotulação e a designação de conceitos particulares a um ou vários assuntos e campos de atividade do universo paralelo dos super seres humanos com mobilidade reduzida física, intelectual ou sensorialmente.

Apesar de uma parcela das PESSOAS COM DEFICIÊNCIA aqui da vizinha de “Beraba” não simpatizarem muito comigo pelo fato de eu me recusar ser tratado como o “sinhô” dos direitos, soberano da luta pela acessibilidade, “divo” dos discursos de aceitação, mestre dos debates sobre inclusão.

Fico EX-TRE-MA-MEN-TE contente e realizado em saber que tenho essa galera como leitores assíduos e que não perdem um textinho aqui do “Mão na Roda”. Mesmo que seja pra “descer a lenha”, o importante é participar.

“Amorecos” e “amorecas” do “Túlindo”, esse aleijado, paralítico, baixinho, coxo, cadeirante ou pessoa com deficiência que vos escreve, saibam que amo “tus”, cada um com sua chatice e deficiência.

Querendo ou não faço parte da sociedade “defeituosa” de “Berlândia”, cidadezinha do Triângulo Mineiro e considerada a capital da logística. Resumindo, “tamu junto” pessoal.

Mas deixe-me parar de encher linguiça e começar nosso papo de hoje. Na verdade tem a ver um “cadinho” com a introdução. Pessoas com preconceito. Não.

Pessoas com deficiência. Quero dizer, pessoas com deficiência e preconceito. Um combo completo e nada bonitinho.

Seja sentado numa cadeira de rodas, usando óculos escuros e uma bengala, se comunicando através da linguagem brasileira de sinais (LIBRAS), fazendo uso de aparelho auditivo, andador ou qualquer mecanismo que o auxilie viver incluso na sociedade, uma pessoa com deficiência não é e nem deve ser tratada como um ser humano “perfeito” e sem malícias.

Muito menos ser isento de suas responsabilidades, deveres, ou ter amenizada qualquer tipo de punição pelo fato do humano ser deficiente. NÃO MESMO!

Falo com propriedade sobre isso. Acredite. Conheço um deficiente cheio de marra e que adora uma “encrenca”. Na verdade acredito que você também conheça.

Sabe um carinha moreno, baixinho, bonito pra caramba, inteligente, super humilde, tímido etc. e muito comunicativo? Claro que você conhece…

Ele escreve pra um blog do G1 do triângulo mineiro, um portal de notícias da Globo que se destaca pelo conteúdo multimídia, fazendo uma bela sacada aproveitando as vantagens da internet sobre os meios tradicionais de comunicação.

“Putz”… Além de deficiente físico acho que estou com outro problema. Como assim eu estou me descrevendo perguntando se você me conhece como amigo do eu amigo meu. Eu hein!

Enfim, depois eu trato isso. O que quero conversar com você é que eu ou qualquer deficiente, somos cidadãos iguais a TODOS os seres humanos, temos graves defeitos, muitas frescuras e não me toques, somos indisciplinados em algumas coisas, entojados em outras.

E acredite, temos preconceito. Por exemplo, euzinho sou um cadeirante hiper preconceituoso, a diferença é que eu assumo isso. Ponto.

Eu tenho uma birra das associações, instituições, conselhos, superintendências, secretarias, ONGs que lidam com assuntos das e com as pessoas com deficiência, pois afirmo que seus dirigentes, voluntários, profissionais superprotegem seus associados, pacientes deficientes.

Eu já “recorri” a alguns lugares desse naipe aqui na cidade. Lá eles usam “metodologias” com a cultura de superestimar as pessoas com deficiências pregando a proteção e garantias dos direitos expressos na lei pra esse público. Seria tudo muito bacana, se dentro dessas metodologias fossem repassadas explicitamente os deveres, obrigações, responsabilidades que acompanham o “pacotinho” dos direitos.

O preconceito explícito que devoto as PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, justifico afirmando que essas pessoas lutam, brigam, fazem uma algazarra na conquista e defesa de seus direitos, mas como orientados, protegidos, amadinhos e supervalorizados daquelas instituições que formam deficientes, essas pessoinhas maravilhosamente “defeituosas” ignoram a bendita lista de deveres. Por exemplo, eles brigam, levantam bandeiras, fazem denúncias, cedem entrevistas, escrevem textos do tamanho do universo em redes sociais sobre a luta para ingressarem no mercado de trabalho, mas quando conseguem sentem-se no direito de serem relapsos em seus empregos, faltando sem justificativa plausível – sempre colocando a deficiência a frente de qualquer desculpa –, justificam não baterem a meta, pois é muito pra eles, sempre chegam atrasados alegando defeito no ônibus adaptado, inventam mil e uma desculpas quando seus chefes decidem puni-los ou demiti-los, aí não satisfeitos são experts em mover ações trabalhistas. Complicando a vida do empregador e seus coresponsáveis.

Aí quando deficientes nada “mimizentos”, conscientes de suas obrigações, procuram os mesmos empregadores em busca de uma vaga e são contratados, precisam provar que não estão ali pra ser mais um número na cota pra o ministério do trabalho, dia a dia ralam e lidam com seus chefes sobre a dúvida do “se” podem ou conseguem assumir um cargo de liderança.

Tenho preconceito contra as PESSOAS que exigem sem necessidade o uso da terminologia “pessoas com deficiências”, pois acredito que a melhor terminologia pra tratar qualquer pessoa deficiente ou não, é o nome escrito no RG de cada um. Por exemplo, o Joãozinho que é uma pessoa com deficiência física pode muito bem ser chamado apenas de senhor “João Kadeir Ante de Sousa, ou Joãozinho”.

Por que a Paulete mobilete que também é uma pessoa com deficiência física, precisamente por ter a perna esquerda dez centímetros menor que a direita, não pode ser “tratada” apenas como “Paula Soares Mank Ueba”? A Flor que é uma pessoa com deficiência auditiva pode muito bem ser tratada exclusivamente como “Florinda Assurda da Silva”. A “Mariana Quena Dafala Afonso” é muda, ou seja, uma pessoa com deficiência auditiva, mas nada impede de ser chamada apenas de “Mari” etc…

Eu, Túlio Mendhes, o blogueirinho querido da sociedade sem deficiência e dos deficientes hiper normais e que sentem aversão por “mimimi”, sou extremamente preconceituoso com o pensamento de qualquer ser humano que acredita na existência de um super humano, atrás de qualquer deficiência, seja um cadeirante, surdo, cego. Meu preconceito se deve a falta da resposta, por quê? Sendo eu deficiente, e bem rodadinho por aí conheço locais com péssimas infraestruturas, falta de acessibilidade, por exemplo, vejo Uberlândia como uma cidade hostil, apesar de ser melhor que muitas aqui nas “bandas” de “Minsgerais”.

Temos ausência de rampas de acessibilidade em locais estratégicos como alguns prédios locados pela Prefeitura Municipal de Uberlândia, sofremos com a falta de banheiros adaptados, temos calçadas irregulares, nosso transporte público é altamente eficaz e acessível, mas somente no papel, pois no dia a dia o que vemos é falta de manutenção nos elevadores dos ônibus, falta de treinamento adequado e boa vontade de profissionais que lidam com o público deficiente…

Enfim, temos muitos problemas, mas e aí? Por isso eu devo me colocar no papel de vítima, minoria excluída da sociedade, o coitado sem chance na selva? Devo encarnar o deficiente que obriga com hostilidade os empresários, funcionários, prestadores de serviço público ou privado oferecerem adaptações, políticas de inclusão etc?

Não seria mais fácil o diálogo? Gente, bom senso! Eu compreendo que se existe a lei, a mesma deva ser cumprida. Mas acredito e defendo que o que deve ser cumprido é o respeito mútuo.

Trazer o empresário pra cima da minha cadeira (figuradamente) e fazer com que ele perceba a dificuldade que o estabelecimento dele oferece aos deficientes por falta de acessibilidade, é muito mais fácil e menos estressante do que eu chamar a polícia, denunciar na “casa dos incapacitados”, bancar o excluído dos bistrôs, cafés, cervejarias.

Se depois de toda minha diplomacia pra resolver o problema, o bendito empreendedor se recusar a cumprir a lei… aí sim, eu faço “cabane” (barraco em francês, mais chique), porém com elegância e usando as ferramentas jurídicas, sociais, políticas a meu favor. Aconteceu comigo…

Fui na lanchonete e não tinha como eu entrar, pois um degrau de uns vinte centímetros complicava as coisas. Fui insistente, chamei a balconista, disse que me indicaram a provar a melhor torta de frango, perto da faculdade. Afirmei que estava ali pra me esbaldar, mas a falta de adaptação me chateou, entretanto eu não iria embora sem comer a bendita torta.

A moça muito solícita e consternada com a situação (pois outros clientes presenciavam a cena), chamou um auxiliar e colocou a mesa na calçada pra eu comer junto com minha amiga. Comi, elogiei, afinal a indicação valeu a pena, e ressaltei que eu viraria cliente assíduo, pois eu encontrei a melhor torta de frango, perto da faculdade. A balconista, que também era filha da dona, a senhora que fazia as tortas…

Garantiu-me que providenciaria uma rampa. Como não banquei o “porre” de cadeirante, ela ainda me perguntou onde seria o melhor local pra colocar a bendita rampa.

Ahhhh e mais uma vez eu ganhei o lanche na faixa. Abri minha carteira e fiz questão de pagar, mas ela fez questão de não receber como pedido de desculpas. Obviamente que eu não insisti, seria falta de educação (não ouse sorrir). Hoje eu posso frequentar o local sem nenhum problema. Mas ouvi um relato de que uma pessoa com deficiência, apaixonada pela terminologia “pessoa com deficiência”, fez um “escarcéu” simplesmente por ela ter que solicitar que colocassem a rampa pra ela entrar, pois a rampa providenciada à base do altruísmo e respeito é uma rampa móvel de alumínio e, não fica o tempo inteiro na entrada, justamente por “atrapalhar” o ir e vir das pessoas na calçada.

Eu não queria sentir preconceito por esses seres humanos com deficiência, mas que são deselegantes, mal educados, hostis, grossos, praticam a “adantefobia”, “cegofobia”, “surdofobia” – já que tudo tem sido motivo de fobia, vou permitir-me praticar a “CHATOFOBIA”.

E você, qual sua “fobia”?

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: [email protected] / [email protected]/Internet

Diversidade e inclusão social: vamos falar sobre isso?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

A construção de uma sociedade mais justa depende de todos nós.

Por isso, as ações de diversidade e inclusão social vêm crescendo no mundo corporativo. Elas são um movimento consciente para gerar oportunidades a quem precisa.

E, no fim das contas, todo mundo sai ganhando. Continue conosco para entender por quê.

Entenda o que significa diversidade

Nenhuma pessoa é igual à outra. Embora todo mundo tenha os mesmos direitos perante a lei, cada indivíduo vive a própria história e constitui uma identidade única.

É de se esperar, portanto, que existam diferenças entre os cidadãos.

Essa pluralidade está marcada por muitos fatores. Há sujeitos de variados gêneros, etnias, orientações sexuais, origens geográficas e vivências socioculturais.

Quem nasceu e cresceu no oeste de Santa Catarina, por exemplo, certamente terá um sotaque diferente de quem mora no norte do Piauí. É provável, ainda, que as visões de mundo desses dois sejam um pouco distintas.

Praticar a diversidade é reconhecer as diferenças entre as pessoas e, mais que isso, acolhê-las.

A diversidade está relacionada justamente a essas questões. Trata-se de reconhecer as diferenças entre as pessoas e, mais que isso, acolhê-las.

Nas instituições públicas e privadas, uma política de diversidade é aquela que abre espaço para todos os grupos.

Quando uma empresa recruta talentos vindos de outros lugares, ou que passaram por experiências de vida variadas, ela forma uma equipe múltipla.

O resultado é que os colaboradores aprendem uns com os outros, trocam ideias e crescem juntos.

Inclusão social: o que é e para que serve?

Perceber a diversidade social também é admitir que existe desigualdade no mundo. Afinal, alguns públicos têm mais dificuldade para estudar, ou então sofrem discriminação para alcançar um posto de trabalho.

Praticar a inclusão é tratamento justo e igualitário para qualquer pessoa.

Diante disso, é importante pensar em estratégias de inclusão. Estamos falando de um tratamento justo e igualitário para qualquer pessoa.

Como as vivências são múltiplas, só é possível alcançar a igualdade quando derrubamos as barreiras e oferecemos novas oportunidades a quem precisa. Para isso, deve-se observar as necessidades específicas de um indivíduo.

Usemos o exemplo da deficiência visual. Uma pessoa cega pode ser totalmente capaz de exercer um cargo administrativo. Porém, ela demanda um software leitor de tela para usar o computador. Nesse caso, cabe à empresa adaptar a tecnologia para incorporar o profissional ao quadro de funcionários.

Outra situação é a das pessoas trans. Muitas delas têm a qualificação exigida para a vaga. Só que, ao chegar à firma, encontram um ambiente hostil e sofrem preconceito dos colegas. Ou seja: não foram incluídas, pois não foram compreendidas.

No Brasil, a inclusão social acontece principalmente devido a políticas públicas. Existem leis para proteger os direitos de grupos minoritários ou que foram excluídos das posições de liderança ao longo da História, como mulheres, população negra, pessoas com deficiência e membros da comunidade LGBTQIA+.

Na legislação, o Estatuto da Pessoa com Deficiência fortaleceu a exigência de recursos de acessibilidade, como rampas e piso tátil, para garantir a autonomia de quem tem uma necessidade específica. Já as políticas de cotas raciais, em universidades e empresas, abriram portas para se atingir maior diversidade nesses locais.

A importância da diversidade e da inclusão nas organizações
As estratégias de diversidade e inclusão oferecem condições para que todo mundo tenha chance de desenvolver habilidades.

As estratégias de diversidade e inclusão oferecem condições para que todo mundo tenha chance de desenvolver habilidades.

Assim, mais gente consegue contribuir para o sucesso de uma organização. Longe de ser benfeitoria ou caridade, essa é uma postura séria, e que traz benefícios para todos os envolvidos.

Estudos apontam que ambientes de trabalho diversos são mais inovadores e criativos.

Fácil entender por quê: diferentes vivências significam diferentes perspectivas, o que leva a formas novas de encarar um desafio e buscar soluções. Isso aumenta a produtividade.

Além do mais, o clima organizacional melhora.

É que a convivência com colegas que têm outras trajetórias pode mudar nosso jeito de pensar.

A consequência é um maior respeito às diferenças, diminuindo atritos ou falhas de comunicação entre as equipes.

As empresas brasileiras sabem disso. Segundo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 87% têm o desejo de ser reconhecidas por valorizar a diversidade. No entanto, apenas 60% desenvolvem programas de inclusão.

Resumindo, o discurso de tolerância deve vir acompanhado de medidas práticas. Aqui vão alguns exemplos:

– Conduzir treinamentos e debates sobre diversidade e inclusão;

– Estimular a contratação de mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência;

– Fomentar cursos de capacitação para jovens em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de retenção desses futuros talentos;

– Realizar campanhas de combate à discriminação e ao preconceito;

– Instituir um canal de denúncias para casos de racismo, homofobia e outras formas de intolerância dentro do local de trabalho.
Como a diversidade e inclusão impactam as empresas?

Diversidade e inclusão são, cada vez mais, valores estratégicos para as empresas que buscam melhorar o relacionamento com suas equipes, aumentar sua produtividade e alcançar diferencial competitivo no mercado.

E para além dos benefícios que já citamos aqui, como inovação, equipes mais plurais e melhoria no clima organizacional, podemos destacar ainda outros impactos positivos que esses conceitos promovem nas instituições. Confira!

Engajamento dos colaboradores

Ambientes mais diversos e inclusivos contribuem para que as pessoas se sintam valorizadas e parte da organização. Com equipes mais engajadas, ganha-se também em produtividade e qualidade no trabalho.

Além disso, pesquisas mostram que a inclusão é um elemento imprescindível para a atração e retenção de talentos, reduzindo o turnover nas empresas.

Bem-estar e qualidade de vida das equipes

Quando uma empresa investe em práticas de diversidade e inclusão, ela promove também outros valores, tais como cooperação, confiança, ética, respeito, segurança e satisfação. E esse conjunto de atributos resulta em melhorias no bem-estar e qualidade de vida dos profissionais.
Melhora no desempenho e faturamento da empresa

Equipes mais diversas conseguem compreender os diferentes perfis de público da marca e se comunicar melhor com cada um deles.

Com isso, a organização consegue proporcionar uma boa experiência para os consumidores, o que, em consequência, se reflete na fidelização dos clientes e prosperidade dos negócios.

Como adotar práticas de diversidade e inclusão em uma empresa?

Até aqui nós vimos que os ideais de diversidade e inclusão devem vir acompanhados de ações efetivas nas organizações. Listamos inclusive alguns exemplos de práticas que podem ser realizadas, como debates sobre a temática e cursos de capacitação. Mas por onde começar?

O primeiro passo para tornar a sua organização mais diversa e inclusiva é analisar o quadro de colaboradores. Avalie como as equipes são compostas e quais são as possibilidades de contar com times mais plurais. Se necessário, estabeleça novos critérios e processos no recrutamento de talentos.

Outra ação válida é realizar pesquisas internas para fazer um diagnóstico de como a temática é percebida pelas equipes. Dessa análise podem inclusive surgir ideias de ações para a empresa.

Aliás, o engajamento dos líderes é essencial para a adoção dessas práticas na empresa. Conscientize-os sobre a importância dos valores para a companhia, estabeleça políticas de atuação, busque o comprometimento. Afinal, as lideranças são exemplo para toda a equipe.

Se possível, organize também um grupo para debater e planejar práticas de diversidade e inclusão. Cuide apenas para que a área tenha o espaço e as ferramentas necessárias para que os valores sejam priorizados na organização.

Vale lembrar da importância da comunicação para engajar as equipes nas práticas de diversidade e inclusão. Use os canais de comunicação interna para propagar as ações e incentivar a sua adesão pelos colaboradores.

Algumas campanhas podem inclusive ser divulgadas para o público externo. Avalie com seu time de marketing quando e como fazer essa comunicação para clientes e parceiros.

A adesão aos valores da diversidade e inclusão passa por uma mudança na cultura organizacional. Por essa razão, depois de definir e implementar boas práticas, é importante também acompanhar os resultados e refletir o que ainda pode ser feito ou melhorado.
O caminho para uma sociedade mais justa

Um dos princípios do cooperativismo diz respeito à adesão livre e voluntária. Em associações dessa natureza, toda pessoa é bem-vinda, sem discriminação de gênero, social, racial, política ou religiosa. Por isso, nós, da Cresol, acreditamos que ações de diversidade e inclusão são essenciais para uma sociedade mais justa.

E o nosso trabalho começa com nossas equipes. O Comitê de Diversidade é uma das ações que realizamos para impulsionar esses valores internamente. Com a participação de colaboradores do sistema, o projeto busca fomentar práticas para tornar o ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo e para todos.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Cresol/Internet