Datas comemorativas

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Datas nacionais e internacionais relacionadas às Pessoas com Deficiência
MÊS DIA COMEMORAÇÃO / HOMENAGEM ATO DE CRIAÇÃO

Janeiro
4 Dia Mundial do Braille Resolução aprovada por Assembleia Geral da ONU em 17 de dezembro de 2018: World Braille Day

último domingo Dia Nacional de Combate e Previsão de Hanseníase Lei nº 12.135, de 2009

Fevereiro 18 Dia Nacional da Criança Traqueostomizada Lei nº 14.249, de 2021

25
Dia Internacional do Implante Coclear

[No dia 25 de fevereiro de 1957 foi realizado na França o primeiro teste com um implante sensorial que deu certo].
Data instituída pela Associação Europeia de Usuários de Implante Coclear a partir de 2009

25 Comissão Permanente de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos
Deputados Resolução da Câmara 01, em 25 de fevereiro de 2015

26 Dia Nacional de Conscientização sobre a Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) e o Dia Nacional de Conscientização sobre a Síndrome Hemolítico Urêmica atípica (SHUa) Lei nº 14.585, de 2023

último dia Dia Nacional da Informação, Capacitação e Pesquisa sobre Doenças Raras Lei nº 14.593, de 2023

última semana Semana Nacional da Informação, Capacitação e Pesquisa sobre Doenças Raras Lei nº 14.593, de 2023

Março 03 Dia Mundial da Audição Resolução aprovada no 10a reunião da 17a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde em 31 de maio de 2017: Prevention of deafness and hearing loss

11 Fundação Dorina Dowill para Cegos Data da criação da Fundação para o Livro do Cego do Brasil a partir de 1946

21 Dia Mundial da Síndrome de Down Resolução aprovada por Assembleia Geral da ONU em 19 de dezembro de 2011: World Down Syndrome Day

21 Dia Nacional da Síndrome de Down Lei nº 14.306, de 2022

27 Dia da Conscientização da Neuromielite Óptica Lei nº 14.670. de 2023

Abril 2 Dia Internacional de Conscientização sobre o Autismo Resolução aprovada por Assembleia Geral da ONU em 18 de dezembro de 2007: World Autism Awareness Day

2 Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo Lei nº 13.652, de 2018

7 Dia Mundial da Saúde Resolução aprovada por Assembleia Geral da OMS em 30 de junho de 1949: World Health Day

2a semana Semana Nacional da Responsabilidade Social Lei nº 13.559, de 2017

8 Dia Nacional do Sistema Braille Lei nº 12.266, de 2010

24 Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras) Lei nº 13.055, de 2014

Maio 7 Dia Nacional da Saúde Ocular e Prevenção à Cegueira

Portaria do Ministério da Saúde nº 389, de 13 de abril de 1989 (DOU – Seção I, pág. 5685)
12
Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia
Lei nº 14.233, de 2021

15
Dia Nacional de Conscientização quanto à Mucopolissacaridose (MPS)
Lei nº 13.122, de 2015

3a quinta-feira
Dia Mundial de Conscientização sobre a Acessibilidade (GAAD) Data cunhada no ano de 2012 por Joe Davon e Jennison Asuncion: Global Accessibility Awareness Day

26 Dia Nacional do Combate ao Glaucoma Lei nº 10.456, de 2002

Junho 21 Dia Nacional de Luta Contra a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Lei nº 13.471, de 2017

Julho 6 Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) Lei nº 13.146, de 2015

13 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº 8.069, de 1990
Agosto Mês de Agosto Mês da Primeira Infância Lei nº 14.617, de 2023

8 Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal (AME) Lei nº 14.062, de 2020

12 Dia Nacional dos Direitos Humanos Lei nº 12.641, de 2012

21 a 28 Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla Lei nº 13.585, de 2017

25 Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo Decreto nº 6.949, de 2009

30 Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla Lei nº 11.303, de 2006
Setembro 07 Dia Nacional de Conscientização sobre a Distrofia Muscular de Duchenne Lei nº 14.557, de 2023

a partir do dia 07 Semana Nacional de Conscientização sobre a Distrofia Muscular de Duchenne Lei nº 14.557, de 2023

12 Fundação do Instituto Benjamin Constant (Imperial Instituto dos Meninos Cegos) Decreto nº 1.428, de 1854

19 Dia Nacional do Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos Lei nº 13.442, de 2017

21 Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência Lei nº 11.133, de 2005

na semana do dia 21 Prêmio Brasil Inclusão Resolução da Câmara dos Deputados nº 10, de 2015

22 Dia Nacional do Atleta Paralímpico Lei nº 12.622, de 2012

23 Dia Internacional da Língua de Sinais Resolução aprovada por Assembleia Geral da ONU, 72a sessão em 19 de dezembro de 2017: International Day of Sign Languages

26 Dia Nacional dos Surdos Lei nº 11.796, de 2008

Outubro 1 Dia Nacional do Idoso Lei nº 11.433, de 2006

1 Estatuto do Idoso Lei nº 10.741, de 2003

5 Constituição da República Federativa do Brasil Texto Constitucional promulgado em 05 de outubro de 1998

10 Dia Nacional dos Direitos Fundamentais da Pessoa com Transtornos Mentais Lei nº 13.061, de 2014

25 Dia Nacional de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo Lei nº 13.472, de 2017

Novembro 10 Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez Portaria de Consolidação do Ministério da Saúde nº 01, de 2017, art. 527

12 Dia Nacional da Pessoa com Surdocegueira Lei nº 14.605, de 2023

16 Dia Nacional de Atenção à Dislexia Lei nº 13.085, de 2015

16 Dia Nacional dos Ostomizados Lei nº 11.506. de 2007

Dezembro 03 Dia Internacional das Pessoas com Deficiência Resolução aprovada por Assembleia Geral da ONU em 20 de dezembro de 1993: International Day of Disabled Persons

10 Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos Declaração assinada pela ONU no ano
de 1948: Universal Declaration of Human Rights

10 Dia da Inclusão Social Lei nº 12.073, de 2009

13 Dia do Cego Decreto nº 51.045, de 1961
Destaques

Carta de Serviços de Acessibilidade
Cartilha – Como construir um ambiente acessível nas organizações públicas
Guia de Eventos Presenciais com Acessibilidade

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Camara dos Deputados/Internet
Aro Magnético na Câmara

Especialistas alertam para a necessidade de combater capacitismo

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Cleodomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Desconfiança da sociedade em relação à capacidade das pessoas com deficiência ainda impede acesso ao mercado de trabalho
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03/10/2023 – 18:27

Will Shutter / Câmara dos Deputados
Audiência Pública – Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
Assunto foi debatido na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência

Especialistas no mercado de trabalho apontaram o capacitismo – desconfiança da sociedade em relação à capacidade das pessoas com deficiência (PCDs) – como um dos obstáculos para a inserção profissional. Eles participaram nesta terça-feira (3) de reunião sobre o tema na Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados.

Após 32 anos de vigência da Lei de Cotas para PCDs, apenas 2,5% das vagas nas empresas com mais de 1 mil empregados eram destinadas a PCDs em 2021 (pela lei deveriam ser de 5%), conforme levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“Embora a maior parte dos vínculos de pessoas com deficiência esteja em empresas de grande porte, apenas 10% dessas empresas estavam cumprindo a lei, em 2021. Em compensação, 38% das pequenas empresas cumpriram a lei neste ano”, informou o representante do órgão sindical, Gustavo Monteiro. Ele acrescentou que 31% das empresas cumpriram a reserva de vagas em 2021.

Estão aptos a trabalhar 17,5 milhões de PCDs. No entanto, apenas 29% (mais de 5 milhões) integram a força de trabalho, contra 66% das pessoas sem deficiência, segundo os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (2022).

Um dado positivo foi o crescimento de 61% da inserção de PCDs no mercado de trabalho formal entre 2011 e 2021, passando de 324 mil para 521 mil trabalhadores. Segundo o Dieese, esses trabalhadores estão concentrados na indústria (25%) e no comércio (20%).

Ainda assim, as PCDs ocupam apenas 1,08% dos vínculos formais no mercado de trabalho, salientou Monteiro. “A parte positiva é que teve melhorias, teve uma evolução da inserção das pessoas com deficiência, mas há muito que melhorar”, frisou.
Will Shutter / Câmara dos Deputados
Audiência Pública – Inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Dep. Marcio Jerry (PCdoB – MA)
Jerry cobrou ações complementares do governo federal, estados e municípios

Cargos de chefia
Para os cargos de chefia, apenas uma de cada 200 vagas é destinada a PCDs, conforme os números apresentados pelo Dieese.

Na visão da representante do Ministério Público do Trabalho, Danielle Olivares Soares, a principal barreira à ascensão e permanência de PCDs na empresa é o preconceito em relação a sua capacidade profissional.

“As empresas que deixam de contratar um trabalhador com deficiência porque não adequaram o ambiente de trabalho estão incorrendo em discriminação. E se elas impedem essas pessoas de ascender na carreira também estão incorrendo em discriminação”, disse

A procuradora ressaltou que a cultura capacitista limita a presença dessa pessoas no mercado de trabalho, independentemente de seu grau de escolaridade. Ela citou pesquisa do IBGE pela qual 51% das PCDs com com curso superior completo estão empregadas, contra 80,8% das pessoas sem deficiência.

“Eles (PCDs) acabam sofrendo assédio moral dentro do trabalho ou porque são invisibilizados, ou porque não lhes passam tarefas adequadas, ou porque não têm acesso a nenhuma tecnologia assistiva para que possam produzir”, ressaltou a procuradora.

Federalismo
Além do combate ao capacitismo, o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) defendeu o reforço da fiscalização no cumprimento da lei. Para tanto, ele acredita que as politicas públicas sobre o tema devem ser articuladas entre União, estados e municípios, nos moldes do federalismo. “Precisamos fazer com que as ações dos entes federados consigam apreender informações e corrigir as distorções na garantia desses direitos”, disse o parlamentar.

Edição: ClLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Agência Câmara de Notícias/Internet

Você precisa de acessibilidade?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

CONFIRA OS RECURSOS DISPONÍVEIS

ÁREAS EXTERNAS

meios-fios rebaixados e rampas de acesso em diversos locais
vagas nos estacionamentos para pessoas com deficiência física e/ou autistas que sejam credenciadas pelo Detran
vagas nos estacionamentos privativos para funcionários com necessidade especial temporária que estejam credenciados pelo Departamento de Polícia Legislativa
espaço de estar acessível e com futuros serviços de alimentação na Alameda do Anexo IV

ÁREAS DE CIRCULAÇÃO

rotas acessíveis, rampas, elevadores
acesso ao Salão Branco, Salão Negro, Salão Nobre e Salão Verde por elevadores da Câmara
acesso às galerias do Plenário Ulysses Guimarães por elevador do Senado Federal
corrimãos nas escadas, alguns sinalizados em braile
placas de sinalização visual e braile
sanitários acessíveis em todos os prédios
sinalização visual direcional
sinalização podotátil de alerta em diversos locais

PORTARIAS E BALCÃO DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO DO CIDADÃO

atendimento preferencial
áreas de recepção com balcões rebaixados
indicação de rotas acessíveis
empréstimo de triciclos, cadeiras de rodas motorizada e manuais para pessoas com dificuldade de locomoção
aro magnético (sistema de escuta assistida para usuários de aparelhos auditivos que disponham de bobina telefônica “T” ativada) instalado nos balcões
atendimento em Libras (Língua Brasileira de Sinais) disponível mediante solicitação
oferecimento de folheto e QR Code (código de resposta rápida) com informativo sobre recursos de acessibilidade disponíveis

PLENÁRIOS E AUDITÓRIOS

rampas, corrimãos, assentos reservados para pessoas com deficiência e espaços destinados a pessoas em cadeira de rodas
interpretação de Libras nas reuniões e audiências públicas da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Comissão de Direitos Humanos e Minorias e nas sessões do Plenário Ulysses Guimarães. Nos demais eventos mediante solicitação
exibição de Libras em telões no Plenário Ulysses Guimarães
exibição de Libras em monitor de TV do Plenário 13 das Comissões
aro magnético instalado nos Plenários 1, 2, 3, 4, 5, 9, 10, 11, 12, 13, 15 e 16 das Comissões, nos Auditórios Freitas Nobre e do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento
saída de áudio para conexão de transmissores de FM (frequência modulada) ou Bluetooth dos aparelhos auditivos e/ou implantes cocleares nos Plenários das Comissões
assentos reservados para pessoas com deficiência e espaços destinados a pessoas em cadeira de rodas na Tribuna de Honra na galeria do Plenário Ulysses Guimarães
transmissão de Libras e legenda em monitor de TV de Tribuna de Honra na galeria do Plenário Ulysses Guimarães para pessoas com deficiência auditiva
posto de votação adaptado com sistema de reconhecimento de movimentos da face para deputados com perda da mobilidade nas mãos
posto de votação adaptado com áudio e braile para deputado com deficiência visual
transmissão da voz do intérprete de Libras para os Plenários das Comissões, nos casos de tradução da Língua Brasileira de Sinais para a Língua Portuguesa falada

RESTAURANTES E LANCHONETES

atendimento diferenciado para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida
caixa preferencial
apoio a pessoas cegas no atendimento self-service
balcões de distribuição de alimentos com passa-pratos e filtro de água em altura acessível
mesas reservadas para pessoas com deficiência
rotas acessíveis demarcadas no piso
televisores com modo legenda acionado

BALCÃO DE ATENDIMENTO DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

atendimento preferencial
aro magnético instalado no balcão
computador de pesquisa reservado para uso prioritário por pessoa com deficiência
acesso ao VLibras disponível no Portal da Câmara na Internet
acesso a programas leitores de tela (indicados para pessoas cegas)

BIBLIOTECA

atendimento preferencial
sala com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência mediante reserva
programas leitores de tela, scanner de voz e linha braile (indicados para pessoas cegas)
ampliador portátil e programa ampliador de tela (para pessoas com baixa visão)
programa de reconhecimento de voz (para pessoas com dificuldade de digitar)
acesso ao VLibras disponível no Portal da Câmara na Internet

ARQUIVO

ampliador portátil e programa ampliador de tela (para pessoas com baixa visão)
acesso ao VLibras disponível no Portal da Câmara na Internet

PORTAL INSTITUCIONAL

Portal da Câmara na Internet acessível a pessoas cegas
leis em formatos acessíveis (audiolivros, letras ampliadas, HTML e EPUB)
acesso ao VLibras disponível no Portal da Câmara na Internet
dicionário de termos político-legislativos em Libras

TV CÂMARA

programação transmitia com interpretação de Libras, legenda oculta (closed caption) e Audiodescrição

RÁDIO CÂMARA

transcrição de entrevistas e resumos de programas na página da Rádio, para acompanhamento por pessoas com deficiência auditiva usuárias da Língua Portuguesa

VISITAÇÃO INSTITUCIONAL

área de embarque e desembarque para pessoas com deficiência na Chapelaria
atendimento em Libras disponível mediante solicitação
aro magnético instalado no balcão
empréstimo de triciclos, cadeira de rodas motorizada e manuais para pessoas com dificuldade de locomoção
exibição de vídeo institucional com Libras e legendas

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Camara dos Deputados/Internet

8 aspectos que todos deveriam saber sobre AUTISMO

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Sempre que se fala em AUTISMO associamos ao termo à palavra ESPECTRO, porque este transtorno envolve situações e apresentações de sintomas muito diferentes umas das outras, mas com similaridades, especialmente na falta de percepção social.

Nem todos têm dificuldade de lidar com pessoas autistas, considerando-as a princípio “estranhas”, mas no geral, com algumas informações simples é possível tanto compreender melhor a situação da pessoa com autismo quanto ter um melhor relacionamento

. Desta forma, é de fundamental importância que informações sejam difundidas ao máximo na sociedade.

Veja a seguir alguns fatos importantes de saber sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista) de um modo mais geral.

O autismo tem um ESPECTRO gigantesco – e foi por isso que, no começo deste artigo, a palavra espectro teve sua definição informada. Mesmo que se tenha uma ideia de comportamentos comuns ao autismo, um autista ainda é extremamente diferente dos outros que você conheceu ou teve contato. O transtorno é o mesmo, mas o restante não!

Rotina e previsibilidade ajudam na interação – flexibilidade é uma habilidade importante, mas no caso de pessoas com o espectro autista, ter uma rotina de tarefas e poder prever situações ajuda a sentir segurança. Grandes surpresas e mudanças bruscas de planos podem causar uma grande bagunça nos pensamentos deles e ter um impacto em seu comportamento social.

É como se fosse necessário ter uma agenda interna para se organizar. Enquanto ela está organizada, tudo fica mais fácil de lidar, para o autista e para as pessoas que convivem com ele.

A linguagem é processada de modo diferente – alguns autistas, dependendo de seu nível de autismo, precisam de mais tempo para aprender a falar, por exemplo, mas outros têm imensa facilidade.

Costuma ser extrema a relação com a linguagem, para mais e para menos. Os autistas entendem muito além do que você imagina. Pode ser que pareçam não estar entendendo, mas a realidade é que estarão muito avançados do pensamento sobre o que acabaram de ouvir e nem sempre conseguem articular o pensamento com o que precisam responder.

Por esse motivo, muitos pensam que lhes falta entendimento, quando na realidade lhes sobra e nem sempre querem expressar ou não sabem como fazê-lo.

Autistas levam tudo “ao pé da letra” – linguagem figurada, piadas de trocadilhos e mentiras são problemáticas para o autista. Tudo o que dizemos é interpretado por eles do jeitinho que foi falado. O “pé da letra” é como se a letra tivesse pé mesmo, ele não associaria, a princípio, a algo literal.

Certamente, uma vez que lhes é explicado o significado, conseguem lembrar o que significa, como se fosse um sinônimo e, ao longo da vida, fazem uma coleção destes sinônimos, o que facilita demais suas interações.

São obsessivos com coisas que lhes interessa – todo autista tem um assunto que lhe interessa muito. Interessa tanto, que se torna até obsessivo encontrar informações sobre o tema até que se esgote e ele domine completamente aquilo. Pode ser um seriado, um animal, um lugar.

Não importa. Se lhe chama a atenção, se torna perito em pouco tempo. O tema pode mudar durante sua vida, algumas vezes, mas tudo o que ele gostar muito terá sua atenção incondicional.

Esta obsessão pode, inclusive, prejudicar para aprender outras coisas, então é importante que aprenda a regular seu tempo para a pesquisa do tema amado.

Autistas precisam de auxílio nas relações sociais – este é o grande nó do transtorno e o ponto mais em comum para todo o espectro.

Alguns darão a impressão de serem isolados do mundo e outros de pertencerem demais, mas se você prestar muita atenção nos comportamentos, verá que na verdade todos têm dificuldade na interação, tanto os distantes quanto os que excedem, porque não percebem bem as relações humanas.

É preciso que alguém lhes informe como se comportar em determinadas situações para aprender melhor como interagir.

Eles possuem alguns sentidos mais aguçados do que o normal – autistas possuem uma sensibilidade maior em alguns de seus sentidos. O auditivo parece predominar neste caso.

Muito barulho costuma causar perturbação na maioria deles, mas pode se manifestar em outros sentidos, como no paladar, quando não conseguem comer determinados alimentos por causa de sua textura ou no olfato, quando sentem cheiros excessivamente a ponto de ser incômodo.

Eles não são distantes, são diferentes – nem todos nós temos o mesmo senso de distância social. Em alguns países, culturalmente falando, a distância para conversar com uma pessoa deve ser maior, senão é considerada inclusive falta de educação.

O mesmo acontece com os autistas. Não é que sejam pouco amorosos ou distantes das pessoas.

Ocorre que são apenas diferentes. Eles têm afeição ao seu modo próprio e possuem dificuldade em demonstrar, mas precisam de interação como todos nós, porém ela acontece de um modo peculiar.

Ele tem que ter empatia pela pessoa, confiar nela e só então consegue criar laços.

Nem sempre demonstra, mas eles certamente existem.

Não é nem tão difícil assim entender um autista, quando se consegue compreender o modo como vê o mundo.

Claro que há níveis, então autistas mais severos são mais difíceis de entender, porque se mostram menos do ponto de vista de interação social.

O que precisamos é compreender as diferenças para conseguirmos enxergar além dos preconceitos em relação ao que nos é estranho.

Se conseguir alongar seu olhar e ser informado sobre o transtorno, perceberá o quanto os autistas podem lhe surpreender!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Por Janaína Spolidorio, Especialista em educação/Internet

Terminologia sobre Deficiência na Era da Inclusão

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

Usar ou não usar termos técnicos corretamente não é uma mera questão semântica ou sem importância, se desejamos falar ou escrever construtivamente, numa perspectiva inclusiva, sobre qualquer assunto de cunho humano.

E a terminologia correta é especialmente importante quando abordamos assuntos tradicionalmente eivados de preconceitos, estigmas e estereótipos, como é o caso das deficiências que vários milhões de pessoas possuem no Brasil.

Os termos são considerados corretos em função de certos valores e conceitos vigentes em cada sociedade e em cada época.

Assim, eles passam a ser incorretos quando esses valores e conceitos vão sendo substituídos por outros, o que exige o uso de outras palavras. Estas outras palavras podem já existir na língua falada e escrita, mas, neste caso, passam a ter novos significados. Ou então são construídas especificamente para designar conceitos novos.

O maior problema decorrente do uso de termos incorretos reside no fato de os conceitos obsoletos, as ideias equivocadas e as informações inexatas serem inadvertidamente reforçados e perpetuados.

Este fato pode ser a causa da dificuldade ou excessiva demora com que o público leigo e os profissionais mudam seus comportamentos, raciocínios e conhecimentos em relação, por exemplo, à situação das pessoas com deficiência.

O mesmo fato também pode ser responsável pela resistência contra a mudança de paradigmas, como o que está acontecendo, por exemplo, na mudança que vai da “integração” para a “inclusão” em todos os sistemas sociais comuns.

Trata-se, pois, de uma questão da maior importância em todos os países. Existe uma literatura consideravelmente grande em várias línguas.

No Brasil, tem havido tentativas de levar ao público a terminologia correta para uso na abordagem de assuntos de deficiência a fim de que desencorajemos práticas discriminatórias e construamos uma verdadeira sociedade inclusiva.

A seguir, apresentamos várias expressões incorretas seguidas de comentários e dos equivalentes termos corretos, frases corretas e grafias corretas, com o objetivo de subsidiar o trabalho de estudantes leito de qualquer grau do sistema educacional, pessoas com deficiência e familiares, profissionais de diversas áreas (reabilitação, educação, mídia, esportes, lazer etc.), que necessitam falar e escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia a dia. Ouvimos e/ou lemos esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.

A enumeração de cada expressão incorreta servirá para direcionar o leitor de uma expressão para outra quando os comentários forem os mesmos para diferentes expressões (ou pertinentes entre si), evitando-se desta forma a repetição dos comentários.

Onde houver a indicação “Consultar”, o leitor poderá procurar a respectiva fonte nas Referências fornecidas no final deste texto.

1. adolescente normal
Desejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões “adolescente normal”, “criança normal” e “adulto normal”. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava-se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMOS CORRETOS: adolescente [ou criança ou adulto] sem deficiência; adolescente [ou criança ou adulto] não-deficiente.

2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido
Estes termos eram utilizados com frequência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão “pessoa deficiente”. O acréscimo da palavra “pessoa”, passando o vocábulo “deficiente” para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra “pessoa”: “Puxa, os deficientes são pessoas?!”. Aos poucos, entrou em uso a expressão “pessoa portadora de deficiência”, frequentemente reduzida para “portadores de deficiência”. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso o TERMO CORRETO pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Consultar SASSAKI (2003). Ver os itens 48 e 49.

3. “apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno’. FRASE CORRETA: “ele tem deficiência e é um ótimo aluno”.

4. “aquela criança não é inteligente”
Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de nove tipos de inteligência: lógico-matemática, verbal-linguística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinestésica e visual-espacial (GARDNER, 2000). Consultar ANTUNES (1998, 1999) e SASSAKI (2001). FRASE CORRETA: “aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico- matemática”.

5. cadeira de rodas elétrica
Trata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.

6. ceguinho
O diminutivo “ceguinho” denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual. Ver o item 60.

7. classe normal
TERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra “classe” sem adjetivá-la. Ver os itens 26 e 52.

8. criança excepcional
TERMO CORRETO: criança com deficiência intelectual. “Excepcionais” foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas com deficiência intelectual. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais nas décadas de 80 e 90 a respeito de altas habilidades ou talentos extraordinários, o termo “excepcionais” passou a se referir tanto a pessoas com inteligências múltiplas acima da média (pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios) quanto a pessoas com inteligência lógico-matemática abaixo da média (pessoas com deficiência intelectual) – daí surgindo, respectivamente, os termos “excepcionais positivos” e “excepcionais negativos”, de raríssimo uso. Consultar SASSAKI (2003), SASSAKI (2006a) e SASSAKI (2006b).

9. defeituoso físico
“Defeituoso”, “aleijado” e “inválido” são palavras muito antigas e eram utilizadas com frequência até o final da década de 70. O termo “deficiente”, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física. Ver os itens 10 e 12.

10. deficiência física (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência).
TERMO CORRETO: deficiência (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais, não-familiarizados com o campo da reabilitação, acreditam que as deficiências físicas são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais.

Para eles, “os deficientes físicos” são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo, o que é um equívoco. A deficiência física, propriamente dita, consiste na “alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções” (arts. 5º e 70, Decreto nº 5.296, 2/12/04). Consultar BRASIL (2004). Ver os itens 9 e 12.

11. deficiência mental leve, moderada, severa, profunda
TERMO CORRETO: deficiência intelectual (sem especificar nível de comprometimento). A partir da Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual, aprovada em 6/10/04 pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), em conjunto com a Organização Pan- Americana de Saúde (Opas), o termo “deficiência mental” passou a ser “deficiência intelectual”. Antes, em 1992, a então Associação Americana de Deficiência Mental (AAMR, em inglês) adotou uma nova conceituação da deficiência intelectual (até então denominada “deficiência mental”), considerando-a não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, o qual deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho. A AAMR, em reunião de novembro de 2006, decidiu que, a partir de 1°/1/07, passará a chamar-se Associação Americana de Deficiências Intelectual e de Desenvolvimento (AAIDD, em inglês). Consultar RIO DE JANEIRO (c. 2001). A classificação da então “deficiência mental” em leve, moderada, severa e profunda foi instituída pela OMS em 1968 e perdurou até 2004. Consultar BRASIL (2004), SASSAKI (2006a), SASSAKI (2006b) e SASSAKI (2007). Ver os itens 36 e 51.

12. deficiente físico (ao se referir a pessoa com qualquer tipo de deficiência).
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver os itens 9 e 10.

13. deficiente mental (ao se referir a uma pessoa com transtorno mental)
TERMOS CORRETOS: pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico. Consultar a lei sobre os direitos das pessoas com transtorno mental, em BRASIL (2001) e SASSAKI (2006b).

14. deficiente psíquico (ou psicossocial)
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência psicossocial. A categoria “deficiência psicossocial” foi acrescentada junto às categorias tradicionais (deficiências física, visual, auditiva, intelectual e múltipla) no texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 13/12/06 pela Assembleia Geral da ONU [ratificada com equivalência de emenda constitucional pelo Decreto Legislativo n. 186, de 9/7/08, e promulgada pelo Decreto n. 6.949, de 25/8/09]. Consultar SASSAKI (2011 e 2010).

15. doente mental (ao se referir a uma pessoa com deficiência intelectual)
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência intelectual (novo nome para “deficiência mental”). O termo “deficiente”, usado como substantivo (por ex.: o deficiente intelectual), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas por motivo de economia de espaço. Consultar RIO DE JANEIRO (c. 2001), SASSAKI (2006a) e SASSAKI (2006b).

16. “ela é cega, mas mora sozinha”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Todo cego não é capaz de morar sozinho’. FRASE CORRETA: “ela é cega e mora sozinha”.

17. “ela é retardada mental, mas é uma atleta excepcional”
Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta’. FRASE CORRETA: “ela tem deficiência intelectual e se destaca como atleta”.

18. “ela é surda [ou cega], mas não é retardada mental”
A frase acima contém um preconceito: ‘Todo surdo ou cego tem retardo mental’. “Retardada mental”, “retardamento mental” e “retardo mental” são termos do passado. O adjetivo “mental”, no caso de deficiência, mudou para “intelectual” a partir de 2004. Ver o item 12. FRASE CORRETA: “ela é surda [ou cega] e não tem deficiência intelectual”.

19. “ela foi vítima de paralisia infantil”
A poliomielite já ocorreu (tempo passado) nesta pessoa (por isso, o verbo no passado: “ela teve pólio”). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem (verbo no presente) sequela de poliomielite. A palavra “vítima” provoca sentimento de piedade. FRASES CORRETAS: “ela teve [flexão no passado] paralisia infantil” e/ou “ela tem [flexão no presente] sequela de paralisia infantil”.

20. “ela teve paralisia cerebral” (ao se referir, no presente, a uma pessoa com paralisia cerebral)
A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: “ela tem paralisia cerebral”.

21. “ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente”
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra “sofrer” coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência”.

22. ”ela foi vítima da pólio”
A palavra “vítima” provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS: pólio; poliomielite; paralisia infantil. FRASE CORRETA: “ela teve pólio”.

23. “ele é surdo-cego”
GRAFIA CORRETA: “ele é surdocego”. Também podemos dizer ou escrever: “ele tem surdocegueira”. Ver o item 56.

24. “ele manca com bengala nas axilas”
FRASE CORRETA: “ele anda com muletas axilares”. No contexto coloquial, é correto o uso do termo “muletante” para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.

25. “ela sofre de paraplegia” (ou “de paralisia cerebral” ou “de sequela de poliomielite”)
A palavra “sofrer” coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ela tem paraplegia” [ou “paralisia cerebral” ou “sequela de poliomielite”].

26. escola normal
No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra “escola” sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular. Ver os itens 7 e 52.

27. “esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente”
Nesta frase há um estigma embutido: “Filho deficiente é um peso morto para a família”. FRASE CORRETA: “esta família tem um filho com deficiência”.

28. “infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal”
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra “infelizmente” reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: “uma coisa ruim”. FRASE CORRETA: “tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem”.

29. intérprete do LIBRAS
TERMOS CORRETOS: intérprete da Libras; intérprete de Libras. GRAFIA CORRETA: Libras e não LIBRAS (como aparece na legislação). Libras é sigla de língua de sinais brasileira: Li = língua de sinais, bras = brasileira. “Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice linguístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será necessário chegar à outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil”, segundo CAPOVILLA (2001). É igualmente aceita a sigla LSB (Língua de Sinais Brasileira). A rigor, na grafia por extenso, quando se tratar da disciplina Língua de Sinais Brasileira, escreve-se em maiúsculo a letra inicial de cada uma dessas palavras. Mas, quando se referir ao substantivo composto, grafa-se “língua de sinais brasileira”, tudo em caixa baixa. Ver os itens 32, 33 e 34.

30. inválido (quando se referir a uma pessoa que tenha uma deficiência)
A palavra “inválido” significa “sem valor”. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.

31. lepra; leproso; doente de lepra
TERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira a expressão “as pessoas com hanseníase” ao termo “os hansenianos”. A Lei nº 9.010, de 29/3/95, proíbe a utilização da palavra “lepra” e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: “leprologia (hansenologia), leprologista (hansenologista), leprosário ou leprocômio (hospital de dermatologia), lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana), lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide), lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada)”. A palavra “hanseníase” deve ser pronunciada com o “h” mudo [como em haras, haste, harpa]. Consultar BRASIL (1995). Mas, pronuncia- se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen, descobridor da bactéria da hanseníase em 1873) com o “h” aspirado.

32. LIBRAS – Linguagem Brasileira de Sinais
GRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: língua de sinais brasileira. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. Segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal), “Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada”. Observe-se a expressão correta no título do livro Dicionário Enciclopédico Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira, v. I e II (CAPOVILLA & RAPHAEL, 2001). Ver os itens 29, 33 e 34.

33. língua dos sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão: a quantidade total de sinais não pode ser definitiva. Daí a expressão correta “língua de sinais” e não “língua dos sinais”. Ver os itens 29, 32 e 34.

34. linguagem de sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma “linguagem gestual”. Outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, também conhecido como a “linguagem corporal”. Ver os itens 29, 32 e 33.

35. Louis Braile
GRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego. Ver os itens 53 e 54.

36. mongolóide; mongol
TERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down; criança com Down; uma criança Down. As palavras “mongol” e “mongolóide” refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo “Down” vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. “A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais frequentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas… Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior.” (MUSTACCHI, 2000). Consultar Projeto Down (s/d). Ver os itens 11 e 51.

37. mudinho
Quando se refere ao surdo, a palavra “mudo” não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo “mudinho” denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Há casos de pessoas que ouvem (portanto, não são surdas), mas têm um distúrbio da fala (ou deficiência da fala) e, em decorrência disso, não falam. Ver os itens 47, 57 e 58.

38. necessidades educativas especiais
TERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. “A palavra “educativo” significa “algo que educa”. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação” (SASSAKI, 1999). O termo “necessidades educacionais especiais” foi adotado pelo Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Básica (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer CNE/CEB nº 17/2001, homologado pelo MEC em 15/8/01). Esta Resolução, durante o ano de 2005, estava sendo reformulada pelo CNE. Consultar CNE (2001) e SASSAKI (2006a).

39. o epilético (ou a pessoa epilética)
TERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia; a pessoa que tem epilepsia. Evite as expressões “o epilético”, “a pessoa epilética” e suas flexões em gênero e número.

40. o incapacitado (ou a pessoa incapacitada)
TERMO CORRETO: a pessoa com deficiência. A palavra “incapacitado” é muito antiga e era utilizada com frequência até a década de 80. Evite os termos “o incapacitado”, “a pessoa incapacitada” e suas flexões em gênero e número.

41. o paralisado cerebral (ou a pessoa paralisada cerebral)
TERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Evite as expressões “o paralisado cerebral”, “a pessoa paralisada cerebral” e suas flexões em gênero e número.

42. “paralisia cerebral é uma doença”
FRASE CORRETA: “paralisia cerebral é uma condição”. Muitas pessoas confundem ‘doença’ com ‘deficiência’.

43. pessoa normal
TERMOS CORRETOS: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.

44. pessoa presa (confinada, condenada) a uma cadeira de rodas
TERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa cadeira de rodas. Os termos “presa”, “confinada” e “condenada” provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos “cadeirante” e “chumbado”.

45. pessoas ditas deficientes
TERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra “ditas”, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.

46. pessoas ditas normais
TERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo “ditas” é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.

47. pessoa surda-muda
GRAFIAS CORRETAS: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra “mudo” não corresponde à realidade dessa pessoa. Diferencia-se entre “deficiência auditiva parcial” (perda de 41 decibéis) e “deficiência auditiva total” (ou surdez, cuja perda é superior a 41 decibéis), perdas essas aferidas por audiograma nas frequências de 500Hz, 2.000Hz e 3.000Hz, segundo o Decreto nº 5.296, de 2/12/05, arts. 5º e 70 (BRASIL, 2005). Ver os itens 37, 57 e 58.

48. portador de deficiência
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo “portador de deficiência” (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva). O termo preferido passou a ser “pessoa com deficiência”. Aprovados após debate mundial, os termos “pessoa com deficiência” e “pessoas com deficiência” são utilizados no texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 13/12/06 pela Assembléia Geral da ONU [ratificada com equivalência de emenda constitucional pelo Decreto Legislativo n. 186, de 9/7/08, e promulgada pelo Decreto n. 6.949, de 25/8/09]. Consultar ONU (2006) e SASSAKI (2003). Ver os itens 2 e 49.

49. PPD’s
GRAFIA CORRETA: PPD (tanto no singular como no plural). Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONG (e não ONG’s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo “pessoas portadoras de deficiência”. Hoje, o termo preferido passou a ser “pessoas com deficiência”, motivando o desuso da sigla “PPD”. Devemos evitar o uso de siglas em seres humanos. Mas, torna-se necessário usar siglas em circunstâncias pontuais, como em gráficos, quadros, colunas estreitas, manchetes de matérias jornalísticas etc. Nestes casos, a sigla recomendada é PcD, significando “pessoa com deficiência” ou “pessoas com deficiência”. Esta construção é a mesma que está sendo um consenso atualmente em âmbito mundial. Em espanhol: PcD (persona con discapacidad), tanto no singular como no plural, sem necessidade do “s” após PcD. Em inglês: PwD, também invariável em número (person with a disability, persons with disabilities, people with disabilities). Consultar SASSAKI (2003). Ver os itens 2 e 48.

50. quadriplegia; quadriparesia
TERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico “tetra” tornou-se mais utilizado que o “quadri”. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou “com tetraparesia”) no lugar de “o tetraplégico” ou “o tetraparético”. Consultar BRASIL (2004).

51. retardo mental, retardamento mental
TERMO CORRETO: deficiência intelectual. São pejorativos os termos “retardado mental”, “mongolóide”, “mongol”, “pessoa com retardo mental”, “portador de retardamento mental”, “portador de mongolismo” etc. Tornaram-se obsoletos, desde 1968, os termos: “deficiência mental dependente” (ou “custodial”), “deficiência mental treinável” (ou “adestrável”) e deficiência mental educável. Ver os itens 11 e 36.

52. sala de aula normal
TERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo “sala de aula” sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 26.

53. sistema inventado por Braile
GRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (letra éle). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade. Ver os itens 35, 54 e 59.

54. sistema Braille
GRAFIA CORRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: “A casa onde Braille passou a infância (…)”. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile, texto em braile etc.). NOTA: Em 10/7/05, a Comissão Brasileira do Braille (CBB) recomendou a grafia “braille”, com “b” minúsculo e dois “l” (letra éle), respeitando a forma original francesa, internacionalmente empregada (DUTRA, 2005), exceto quando nos referirmos ao educador Louis Braille. Ver os itens 35, 53 e 59.

55. “sofreu um acidente e ficou incapacitado”
FRASE CORRETA: “teve um acidente e ficou deficiente”. A palavra “sofrer” coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.

56. surdez-cegueira; surdo-cegueira
GRAFIA CORRETA: surdocegueira. No que se refere à comunicação das (e com) pessoas surdocegas, existem a Libras tátil (Libras na palma das mãos) ou o tadoma (pessoa surdocega coloca sua mão no rosto do interlocutor, com o polegar tocando suavemente o lábio inferior e os outros dedos pressionando levemente as cordas vocais). O método tadoma foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1926, quando Sophia Alcorn conseguiu comunicar-se com os surdocegos Tad e Oma, nomes que deram origem à palavra “tadoma”. Ver o item 23.

57. surdinho
TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. O diminutivo “surdinho” denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados “cegos” e os surdos de “surdos”, embora eles não descartem os termos “pessoas cegas” e “pessoas surdas”. Ver os itens 37, 47 e 58.

58. surdo-mudo
GRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra “mudo” não corresponde à realidade dessa pessoa. Ver os itens 37, 47 e 57.

59. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em Braille
GRAFIAS CORRETAS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Consultar DUTRA (2005). Ver NOTA no item 54.

60. visão sub-normal
GRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão. Existem quatro condições de deficiência visual: 1. cegueira (acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica); 2. baixa visão (acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica); 3. casos cuja somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; 4. ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores, de acordo com o Decreto nº 5.296, de 2/12/04, arts. 5º e 70 (BRASIL, 2004). Consultar SASSAKI (2006a). Ver o item 6.

REFERÊNCIAS

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. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Campinas: Papirus, 1998. BRASIL. Decreto nº 5.296, 2/12/04, arts. 5º e 70 (Lei da Acessibilidade).
. Lei nº 10.216, 6/4/01 (Lei do Transtorno Mental).
. Lei federal nº 9.010, 29/3/95 (Lei da Hanseníase).
CAPOVILLA, Fernando César. Comunicação pessoal por e-mail em 6/6/01.
CAPOVILLA, Fernando César, RAPHAEL, Walkiria Duarte. Dicionário enciclopédico trilíngüe da língua de sinais brasileira, v. I e II. São Paulo: Edusp, 2001.
CENTRO DE INFORMAÇÃO E PESQUISA DA SÍNDROME DE DOWN. Você diz mongolóide ou mongol. Nós dizemos síndrome de Down. Seus amigos preferem chamá- lo de Bruno. Folheto do Projeto Down -. São Paulo, s/d.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÂO. Resolução nº 2, 11/9/01, e Parecer nº 17, de 3/7/01.
DUTRA, Claudia Pereira. Parecer sobre a grafia da palavra “braille”. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, ano 11, nº 31, agosto 2005, p. 27.
GARDNER, Howard. Inteligência: um conceito reformulado [Intelligence reframed]. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Identificando o aluno com deficiência mental: Critérios e parâmetros. Rio de Janeiro: Coordenação de Educação Especial, s/d (c. 2001)
MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo. São Paulo: O Estado de S.Paulo, 1990, p.313.
MUSTACCHI, Zan. Síndrome de Down. In: MUSTACCHI, Zan, PERES, Sergio. Genética baseada em evidências: síndromes e heranças. São Paulo: CID, 2000, p. 880.
OMS. Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual. Montreal, Canadá, 4-6 outubro 2004.
ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Nova York: Nações Unidas, 2006.
PROJETO DOWN. Você diz mongolóide ou mongol. Nós dizemos síndrome de Down. Seus amigos preferem chamá-lo de Bruno. São Paulo: Centro de Informação e Pesquisa da Síndrome de Down, s/d. (folheto)
RIO DE JANEIRO. Identificando o aluno com deficiência mental: critérios e parâmetros. Rio de Janeiro: Coordenação de Educação Especial, Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, c. 2001.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Incluindo pessoas com deficiência psicossocial – Parte 2. Revista Reação, ano XIV, n. 79, mar./abr. 2011, p.12-19.
. Incluindo pessoas com deficiência psicossocial– Parte 1. Revista Reação, ano XIV, n.78, jan./fev. 2011, p.10-14.
. Deficiência psicossocial: A nova categoria de deficiência. Agenda do Portador de Eficiência 2011, Bloco 2, p. 13-16, 2010.
. Deficiência intelectual e inclusão. Revista Reação, ano X, n. 54, jan./fev 2007, p. 8-11, e n. 55, mar./abr. 2007, p. 8-10.
. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 8.ed. Rio de Janeiro: WVA, 2010.
. Questões semânticas sobre as deficiências visual e intelectual na perspectiva inclusiva. São Paulo, 2006a.
. Deficiência mental ou intelectual? Doença ou transtorno mental? Atualizações semânticas na inclusão de pessoas. São Paulo, 2006b.
. Inteligências múltiplas na educação inclusiva. São Paulo, 2001 (apostila de curso).
. Portadores de deficiência ou pessoas com deficiência? Recife: Encontrão 2000. (evento realizado em 3 a 6 de setembro de 2000). São Paulo, julho de 2003.
. Vocabulário usado pela mídia: O certo e o errado. Recife, 2000 (apostila de curso).
. Como chamar as pessoas que têm deficiência. São Paulo: RNR, 2003.
. A educação especial e a leitura para o mundo: A mídia. Campinas, 1997 (apostila de palestra).

________________________

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: * Consultor de inclusão social e autor dos livros Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos (7.ed., Rio de Janeiro: WVA, 2006) e Inclusão no Lazer e Turismo: em busca da qualidade de vida (São Paulo, Áurea 2003). E-mail: [email protected]
NOTAS
(1) Esta é a versão atualizada em 2011.
(2) A primeira versão deste artigo foi publicada na Revista Nacional de Reabilitação (Reação), São Paulo, ano V, n. 24, jan./fev. 2002, p. 6-9; e também no livro Mídia e Deficiência, de Veet Vivarta (org.), Brasília: Agência de Notícias dos Direitos da Infância / Fundação Banco do Brasil, 2003, p. 160-165.

Cão-guia representa a inclusão social das pessoas com deficiência visual e a sociedade precisa aprender a recebê-lo

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Por George Thomaz Harrison, instrutor de cães-guia do Instituto Magnus

Eles são os olhos daqueles que não podem enxergar. Dão segurança, autonomia e promovem a inclusão social das pessoas que apresentam algum tipo de deficiência visual. Embora a história do cão-guia do Brasil tenha um início recente, hoje existem aproximadamente 200 cães–guia em atividade.

O número é ainda muito baixo, diante da necessidade das mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência, entretanto, existem algumas entidades que têm trabalhado para que essas demandas sejam, aos poucos, atendidas.

Pelo fato de ser algo pouco difundido, é preciso levar ao conhecimento da sociedade que o cão-guia é um fator agregador, muito benéfico para a pessoa que o tem como companheiro.

Até mesmo por isso, ele não deve e nem pode ser vetado dos espaços públicos ou privados, inclusive, isso está em lei. Em vigência desde 2005, a Lei Federal 11.126 e o decreto 5904, de 21 de setembro de 2006, que regulamenta a lei, asseguram às pessoas com deficiência visual – cegos ou com baixa visão – o direito de permanência com seu cão-guia em todos os estabelecimentos de ordem pública ou privada, de uso coletivo

. Tal lei, garante o direito de ir e vir dessas pessoas com mais autonomia e confiança, adquiridas a partir do animal treinado para esta finalidade. Isso quer dizer que o cão-guia pode ingressar em transportes públicos, centros comerciais, bancos, enfim, onde quer que seu tutor precise ir.

Esclarecida essa questão, um outro ponto que ainda precisa ser trabalhado, refere-se a como as pessoas – principalmente as que gostam de cachorros – recebem o cão-guia.

Sabemos que os cães adoram interagir conosco, especialmente Labradores e Golden Retriever, raças amáveis e as mais utilizadas para cumprir tal função.

Mas quando um cão-guia está em serviço, qualquer distração pode acabar atrapalhando seu trabalho.

Acariciar, brincar, ofertar alimentos é algo tentador às pessoas, mas quando o animal estiver com o arreio, significa que está a serviço e não deve sofrer interferências.

E isso não é algo ruim para ele, que foi treinado por um longo período para isso.

Em horários específicos, ele receberá suas refeições, petiscos, água, fará suas necessidades e para ele está tudo certo. Tirar sua atenção, implica em problemas e até mesmo perigo para a pessoa com deficiência visual.

Portanto, se algum dia encontrar um cão-guia em um transporte público, uma estação de metrô ou um parque, aproveite para observar como ele se porta, como atende aos comandos e admire seu trabalho.

É possível também conversar com seu tutor e entender um pouco mais da sua rotina, entender suas limitações e como o cão-guia foi capaz de mudar sua vida para melhor.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Vida mais Livre/Internet

Apple promete digitalizar voz de pacientes da Esclerose Lateral Amiotrófica

Gilson de Souza DANIEL

A empresa desenvolveu a tecnologia Personal Voice para ajudar quem vive com a doença

Pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) poderão, em breve, criar e usar facilmente a versão digitalizada de sua própria voz com iPhone, iPad ou Mac

. A utilização da tecnologia será possibilitada por meio de recurso de acessibilidade que a Apple planeja lançar ainda em 2023, o Personal Voice (“Voz Pessoal”, em tradução livre).

Com o Personal Voice, iPhones e outros aparelhos da Apple poderão “falar” usando a voz da pessoa usuária. A princípio, a empresa desenvolveu esse recurso para ajudar quem tem ELA a “digitalizar” sua própria voz, assim como fazia o físico Stephen Hawking, que também tinha a doença.

Novo recurso da Apple

Atualmente, o Personal Voice precisa de apenas 15 minutos de frases faladas para treinamento e fazer todo o processamento no aparelho. As vozes produzidas funcionam nos próprios aplicativos da Apple, bem como em aplicativos de Comunicação Alternativa e Aumentativa (AAC) de empresas como a AssistiveWare.

A companhia informou que qualquer Mac com processador da marca (M1, M2, M3) suportará a criação de Personal Voices, mas ainda não divulgou quais modelos de iPhone e iPad serão compatíveis com a nova ferramenta.

O recurso aproveita a tecnologia Neural Engine da empresa, que otimiza núcleos de computação dedicados em seus processadores para inteligência artificial.

O processamento inicial é um trabalho exigente o suficiente para que pessoas usuárias possam deixá-lo rodando em seu dispositivo enquanto carrega durante a noite e, pela manhã, a voz digitalizada estará pronta para uso.

Impactos da doença

A doença progressiva ao enfraquecer músculos da garganta e da boca, torna a fala cada vez mais difícil. Quem vive com ELA, eventualmente pode perder capacidade de falar.

Quando a fala é impossibilitada, a síntese digital se torna uma ferramenta essencial de comunicação.

Durante anos, pessoas com ELA conseguiram se planejar para essa eventualidade, criando uma versão digitalizada de sua própria voz em um “banco de voz”, que é um processo trabalhoso e demorado.

Embora seja recomendável fazê-lo antes que a doença avance demais, é um procedimento caro e que é adiado por muitas pessoas. Agora, a Apple pretende facilitar esse processo.

Em 2019, quando o empresário Philip Green fez seu banco de voz, cerca de 1,5 mil frases foram gravadas para fins de treinamento, levando apenas semanas para serem concluídas.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Com informações de Fast Company, via OlharDigital

Braille: sistema de alfabetização e inclusão social

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

Regina Oliveira, da Fundação Dorina Nowill para Cegos, fala sobre a importância do sistema para pessoas com deficiência visual

Foi no ano de 1825 que um sistema de escrita e leitura revolucionou a vida das pessoas cegas e com baixa visão: o braille. Composto por seis pontos que, combinados entre si, permitem a representação do alfabeto, números e simbologias, a técnica desenvolvida por Louis Braille atravessou gerações e foi pioneira ao permitir mais autonomia e independência das pessoas com deficiência visual.

Hoje, dia 4 de janeiro, é comemorado o Dia Mundial do Braille.

E, mesmo quase 200 anos após a sua criação, o braille continua sendo o único método de alfabetização para crianças nascidas cegas.

É claro que nesse tempo a tecnologia avançou e permitiu a criação de diversos recursos de acessibilidade, ampliando o horizonte das pessoas com deficiência, mas nenhum deles – seja a audiodescrição, ou softwares que permitem a leitura de e-mails, por exemplo -, substitui esse sistema.

No entanto, alguns dados indicam que isso pode estar acontecendo. De acordo com Fredric K. Schroeder, vice-presidente da Federação Nacional dos Cegos dos EUA, cerca de 90% das crianças cegas americanas já estão crescendo sem aprender a ler e escrever. A percepção, segundo o próprio especialista, é que elas estão optando justamente por migrarem para esses recursos em detrimento ao braille. Não pode!

Tecnologia e braille precisam andar juntos.

Pesquisas indicam que informações visuais correspondem a 80% do total recebido por uma pessoa. E o áudio corresponde a apenas 20%. Partindo deste princípio, o braile é o único sistema que ajuda a suprir o acesso da pessoa cega à maioria de informações visuais.

Fora isso, a alfabetização em braille – quando feita cedo nas escolas ou instituições de apoio – tem impactos que serão levados ao longo da vida.

Além de estimular o desenvolvimento cognitivo, principalmente por nos colocar de forma ativa na leitura, ele é fundamental para inclusão na sociedade para os processos de socialização com outras pessoas.

Para as crianças, o braille é ainda mais importante. Como elas dependem da representação tátil para aprender, é esse sistema que traduz para elas gráficos, equações matemáticas, mapas e figuras geométricas.

É fato que, em 2020, a pandemia do novo coronavírus afetou diversos setores da sociedade, inclusive a educação. Escolas foram fechadas para evitar a propagação do vírus, os processos de alfabetização sofreram adaptações e o distanciamento físico limitou ainda mais a inclusão dessas crianças.

2021, no entanto, chega com um ar de otimismo em todos os aspectos, principalmente por conta da chegada de projetos como Lego Braille Bricks – produto de uma parceria entre a Lego Foundation e a Fundação Dorina Nowill para Cegos, que chega às escolas nesse ano.

Com cerca de 300 peças cobrindo o alfabeto completo, números de 0 a 9 e símbolos matemáticos, o brinquedo educativo conta blocos em letras impressa e relevo, chega às escolas nesse ano para que todas as crianças – com ou sem deficiência – possam aprender e brincar juntas.

De acordo com o IBGE, o Brasil tem 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual (cegas ou baixa visão).

Já o A Conselho Brasileiro de Oftalmologia, estima que o Brasil tenha pelo menos de 25mil crianças cegas. Para elas, que estão em pleno processo de alfabetização, são ações como essa que contribuem para o aprendizado inclusivo.

Como dizia D. Dorina de Gouvea Nowill, “Na escada da vida, os degraus são feitos de livros”. E a gente precisa do braille para lê-los.

Edição: CLEOdomira Soares dos Sanntos
Fonte: Vida mais livre / Internet

Festival de Cinema Acessível Kids anuncia programação para o segundo semestre de 2023

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel Pr Brazil)

A iniciativa é um projeto de arte, educação e lazer para, principalmente, crianças com deficiência.

O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional” anunciou a sua programação para o segundo semestre de 2023

. A iniciativa é um projeto de arte, educação e lazer para, principalmente, crianças cegas ou com baixa visão, surdas ou com deficiência auditiva ou com deficiência intelectual ou cognitiva.

O projeto tem o reconhecimento da Unesco e foi selecionado para a 37ª edição do “Criança Esperança”. Ele estará em, pelo menos, mais cinco cidades do País até o final do ano: Brasília, de 11 a 14 de setembro; Recife, de 8 a 11 de outubro; Florianópolis, de 23 a 27 de outubro; e Rio de Janeiro e Niterói, de 5 a 11 de novembro.

Os locais e horários em cada cidade ainda estão sendo definidos.

A iniciativa mostra como educação, cultura, tecnologia e solidariedade podem ser agentes de transformação e inclusão social das crianças com deficiência.

Neste ano, o projeto vai além das sessões de cinema com as tecnologias de acessibilidade (audiodescrição, Libras e legendas descritivas) e as oficinas para Educadores Inclusivos. Ele passou a ter uma Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas inclusivas.

No dia 7 de agosto, o “Criança Esperança” anunciou que a OSC Mais Criança foi selecionada para participar da sua 38ª edição, em 2024. Ela vai participar com seu projeto “Festival de Cinema Acessível Kids”.

Em 12 de abril de 2023, o projeto esteve em São Paulo, na sala Kinoplex Itaim Bibi, com a exibição do filme “Meu Malvado Favorito”. Antes da sessão, foram distribuídos kits com pipoca e refrigerante gratuito para 355 crianças das escolas da rede pública, com e sem deficiência, inscritas para o evento.

O projeto nasceu há oito anos no Rio Grande do Sul, como Festival de Cinema Acessível. Ele foi idealizado pelo empreendedor e musicista Sidnei Schames, o Sid, presidente da OSC Mais Criança e diretor da empresa Som da Luz. Logo na estreia, em 2015, seu filho, David, com oito anos na época, não pôde entrar no cinema, por não ter a idade necessária.

Ele falou: “Meu pai criou um Festival Acessível para os outros; mas não é acessível para mim!”. Logo depois, transformou a indignação em projeto: “Pai, que tal a gente criar também um festival para as crianças? Já tenho até nome e slogan: ‘Festival de Cinema Acessível Kids, leve seu pai ao cinema!”.

Esse é o projeto que em 2016 recebeu a chancela da Unesco. Em 2017, estreou nos cinemas e, em 2021, foi selecionado para a 36ª edição do “Programa Criança Esperança.

No ano passado, saiu pela primeira vez dos limites da região Sul e percorreu outros estados, com capacitação de professores de escolas da rede pública e privadas a serviço da inclusão educacional.

Até hoje, o Festival de Cinema Acessível foi assistido por cerca de 20.500 pessoas em suas versões adulto e infantil. Ele já esteve em 37 cidades (São Paulo, Natal e Brasília, além de 32 no Rio Grande do Sul e duas em Santa Catarina – Lages e Chapecó). Ao todo, o Festival teve 110 exibições.

O “Festival de Cinema Acessível Kids – a serviço da inclusão educacional”, Edição 2023, que tem a produção do Som da Luz, conta com o apoio nacional da Salesforce, Total Seguros, Bem Promotora, BRDE, Outback, Abbraccio, Gontof Comunicação, Sopa Digital, Dextera, Studio.Z, Mundo Melhor e Senado Federal.

Diferencial do Festival

O Festival de Cinema Acessível Kids traz como diferencial a adaptação de obras cinematográficas infanto-juvenis, mas que fazem sucesso com a família toda. Oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população privada do direito de ter acesso à magia do cinema.

As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas.

De acordo com Schames, os filmes têm audiodescrição das cenas para quem não enxerga, janela de Libras para quem não ouve e legendas descritivas para quem não sabe Libras.

“Tudo é gravado em estúdio para chegar às telas de cinema com toda a acessibilidade necessária. É preciso tecnologia e muita sensibilidade”, diz.

E acrescenta: “Todos somos diferentes, mas podemos compartilhar uma mesma sala de cinema. Nas sessões tem o pai com deficiência visual, com o filho que enxerga; a filha com deficiência auditiva com a mãe que escuta, crianças com deficiência intelectual ou cognitiva e todos estão juntos se divertindo dentro do cinema”.

David, hoje com 16 anos, diz: “criamos o Festival para todo mundo ser igual. Não igual no sentido de ter as mesmas características, mas os mesmos direitos e possibilidades.

É um momento de inclusão estar todo mundo, pessoas com e sem deficiência, assistindo ao filme”.

Quando David e Sid contam sobre pessoas sem deficiência, eles se referem também a quem vai às exibições como um exercício de aprendizado e empatia.

“Fizemos sessões em escolas, onde as crianças assistem aos filmes de olhos fechados ou com venda nos olhos, para sentir como é um mundo sem imagens. Assim, esses alunos tentam se colocar na posição do outro e aprendem a entender e respeitar as diferenças”, reflete Sid.

Sid destaca as oficinas para pessoas educadoras iniciadas no ano passado. “Temos conseguido contribuir com as pessoas educadoras para fazer o acolhimento de forma adequada.

Assim, cumprimos uma função muito importante, já que aumentamos – e precisamos ampliar ainda mais – a velocidade dessa mudança na sociedade.

Se mostrarmos que a inclusão é perfeitamente possível, ela se torna natural. Estamos fazendo parte de uma história importante, do caminho da acessibilidade, de tudo para todas as pessoas”, diz Schames.

Ele espera atrair ainda mais cidades e apoiadores para 2024, à medida que o projeto se tornar mais conhecido e o país esteja mais estabilizado após a pandemia do Covid-19. “O anúncio de que participaremos do ‘Criança Esperança’ pelo terceiro ano consecutivo, feito no último dia 7, é um importante e emocionante reconhecimento do nosso trabalho.

É também mais uma comprovação de que estamos no caminho certo na construção de uma sociedade melhor e igualitária”, diz Sid Schames.

Rede Virtual

Sobre a Rede Virtual de compartilhamento de boas práticas inclusivas, Sid Schames conta que a novidade incluiu a criação de um Portal que abriga o site da OSC Mais Criança e “outras instituições que também trabalham com a Diversidade, Inclusão Social e Cultural, Acessibilidade e outras questões que combatam as desigualdades e a discriminação”, afirma Sid.

O portal será lançado em agosto e terá uma sala de trocas de boas práticas sociais dos participantes dos eventos.

Lei de Inclusão

Em dezembro de 2015, a Lei Brasileira da Inclusão surgiu para reforçar o direito das pessoas com deficiência. Em seu primeiro artigo, ela diz que “é instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania.”

A participação das pessoas com deficiência é um direito inquestionável, porém ainda não é concreto e pleno. “As leis existem, mas não são cumpridas na prática.

Por isso, entendemos que projetos como esse, que promovem a acessibilidade e inclusão de todos, ainda são fundamentais.

O Festival de Cinema Acessível Kids oferece conteúdo acessível de qualidade para uma parcela da população que é privada do direito de ter acesso à magia do cinema.

As ações de inclusão cultural para o público das pessoas com deficiência são raras e, quando existem, invariavelmente assistencialistas”, diz Schames.

O Festival de Cinema Acessível Kids, assim como o Festival de Cinema Acessível, segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU. Contribui diretamente para a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promove a oportunidade de aprendizagem, crescimento inclusivo e sustentável da sociedade e oportuniza trabalho digno para todos (pessoas com e sem deficiência). “Estamos alinhados com os objetivos do desenvolvimento sustentável – ODS 4, ODS 8 e ODS 10 – e participamos diretamente da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, conta o presidente da Mais Criança.

Títulos do acervo da Som da Luz na edição Kids

Avatar 1, Harry Poter 1 e Aladdim, Malévola; Meu Malvado Favorito; Universidade Monstro; Frozen Uma Aventura Congelante e Divertida Mente.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Vida mais livre/Internet

Com informações de assessoria de imprensa.

O autismo e o orgulho

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel Pr Brazil)

“Se há orgulho em ser autista? É incerto dizer, pois o orgulho deveria advir do que alcançamos e não daquilo com que nascemos. Seria como ter orgulho em ser loiro”

Escrito por Beatriz Carvalho, aluna de 5º ano do Mestrado Integrado em Psicologia, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, este artigo, publicado originalmente no jornal O Público, propõe-se a discutir o dia do orgulho autista. Ao que a palavra orgulho da data se refere? Confira na leitura:

“No dia 18 de junho celebra-se o Dia do Orgulho Autista.

Um dia dedicado à celebração da neurodiversidade e das caraterísticas únicas das pessoas com o transtorno.

Quando nos orgulhamos do autismo, estaremos a orgulhar-nos das dificuldades? Estaremos menosprezando essas características ao tomá-las como traços de identidade, esquecendo-nos da sua origem como transtorno?

Uma das premissas do Dia do Orgulho Autista é a ideia de que as pessoas com autismo não são doentes, mas sim que as suas características são únicas.

No entanto, o próprio nome de “transtorno do espectro do autista” sugere as dificuldades e sofrimento que daí advêm, sendo insensato diminuí-lo ao ponto de “particularidades do indivíduo”.

Ao fazê-lo, esquecemo-nos de tudo aquilo que as pessoas com autismo atingem, apesar da sua perturbação, ignoramos todos os esforços feitos para aumentar o bem-estar e sucesso desta comunidade e diminuímos o esforço que fazem para atingir os seus objetivos, apesar das suas dificuldades.

A celebração da diferença passa por elevar os sucessos das pessoas, apesar da mesma, e não pela normalização das suas dificuldades, e aí há muitos motivos para orgulho.

Sendo o transtorno do espectro autista caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, existem vários marcos para a pessoa com autismo e para os técnicos que com ela trabalham que são motivos de orgulho.

Sempre que uma pessoa com autismo ultrapassa o sofrimento que lhe causa a interação social e interage com sucesso, sempre que consegue reunir esforços para entrar no mercado de trabalho ou ir à escola todos os dias, apesar da sua percepção do mundo ser tão diferente da nossa, há um motivo de orgulho sem igual. Sempre que alguém deixa o preconceito de lado e olha para uma pessoa com autismo como para si mesmo, há motivo de orgulho.

Não deveria ser necessário um dia do Orgulho Autista para que todos nós olhássemos para a pessoa com autismo como um ser humano com valor e motivos de orgulho.

Deveria estar implícito nas regras de convivência básica. Mas se assim for necessário, que esteja sempre presente que o transtorno do espectro autista se manifesta de formas totalmente diferentes de indivíduo para indivíduo, mas não o define.

Se há orgulho em ter autismo? É incerto, pois o orgulho deveria advir do que alcançamos, e não daquilo com que nascemos. Seria como ter orgulho em ser loiro.

Mas certamente há orgulho em ser humano, ter defeitos e qualidades, ser único e atingir objetivos e metas”.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Vida mais Livre/Internet