Entenda a importância de debater sobre capacitismo nas empresas

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Debater sobre o capacitismo dentro das empresas é um ponto crucial para construir um ambiente igualitário.

Isso porque, a quebra dele é primordial para a inclusão social das pessoas com deficiência no trabalho e no mundo. Então, se isso te interessou, saiba mais.

Por que é crucial debater e entender o que é capacitismo?

Entender o que é o capacitismo é importante para debater, porque esse é um tema pouco abordado. Desse modo, é crucial dominar o assunto para passá-lo com clareza e precisão para terceiros.

Vale dizer que ele é termo que utilizado para descrever o preconceito e a discriminação as pessoas com deficiência. Ou seja, é o ato de oprimir alguém por sua condição física ou mental.

É importante saber que no passado essa era uma prática muito comum.

Afinal, muitas pessoas acreditavam que as pessoas com deficiência não possuíam a capacidade de executar funções no ambiente de trabalho.

Apesar de ainda existir indivíduos que pensam assim, hoje o número já é bastante reduzido. Mas, ainda assim, há muito o que lutar para quebrar essa crença equivocada que só produz um retrocesso social.
Debater sobre o capacitismo é essencial nas empresas.

O capacitismo é crime?
Não existe uma lei que fale sobre o capacitismo, o que não o torna crime. Mas, a Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 5º, deixa claro que promover a equidade é dever de todo cidadão.
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência 13.146/2015 inibe qualquer tipo de discriminação com base na deficiência de alguém.

Assim, há diversas situações que se enquadram nas normas e por consequência, deve-se punir o opressor.

Qual a importância de desconstruir o capacitismo nas empresas?

Combater o capacitismo dentro das empresas faz com que seja possível criar um ambiente agradável e livre de preconceitos.

Além disso, o time conseguirá perceber que o bem-estar deles é uma das maiores prioridades, o que reforçará a ideia que eles estão no lugar certo.

Como ele acontece nas empresas?

Nas empresas, o capacitismo pode ocorrer na falta de vagas para pessoas com deficiência. Além disso, vale mencionar que quando elas são contratadas, ele pode se manifestar de outras formas, por exemplo:
 falas que diminuam a capacidade do indivíduo em executar a tarefa;
 piadas pejorativas vindas dos colegas de trabalho;
 demonstração irracional de pena.

Qualquer ação que cause desconforto no grupo é uma discriminação.

Inclusive, na maioria dos casos, o ofensor não acredita nas afirmações.

Mas, devido à competitividade no trabalho, ele cria esse cenário tóxico.

Muitas vezes, o capacitismo é confundido com proteção. Ou seja, o indivíduo não fala de forma agressiva.

Contudo, deixa a entender que a condição física ou mental de um terceiro o limita para executar tarefas e por isso, o melhor é que ele se preserve.

Quais os danos do capacitismo na empresa que é crucial debater?

É crucial debater sobre os atos de discriminação e preconceito contra pessoas com deficiência, a fim de que a empresa não perca os seus talentos.

Além disso, existem outros danos relevantes, como:
 má reputação da marca entre os funcionários e o público;
 perda de produtividade;
 risco de enfrentar problemas jurídicos.

Na prática, a empresa que vê o ato e não se esforça para resolvê-lo, mostra que não é inclusiva.

Ou seja, ela se coloca atrás de diversas outras no mercado, que podem se tornar a escolha de diversos clientes.

A verdade é que o capacitismo não traz nenhum tipo de benefício para o seu negócio.

Desse modo, se você deseja ser uma fonte de inspiração para construir um mundo melhor, todo esforço será válido para mudar esse quadro.

Parte de debater sobre o capacitismo é se dispor a conhecer novas ideias.

Como o RH pode ajudar a combater o capacitismo?

O RH pode promover treinos e workshops que abordam exemplos de inclusão de pessoas com deficiência no local de trabalho.

Desse modo, o time conseguirá entender mais sobre o assunto e colocá-lo em prática. Mas, caso esse seja um ponto já trabalhado, invista em:
 revisar ou atualizar a cultura e política da empresa;
 fomentar a acessibilidade no local de trabalho;
 criar programas de apoio a quem possui alguma deficiência;
 apostar na liderança com atitudes inclusivas;
 promover um processo seletivo sem preconceito;
 monitorar a eficiência das práticas já implantadas.

Fica claro, então, que o RH pode ajudar a combater o capacitismo. Portanto, se você tem uma empresa, nunca deixe de treinar esse setor para conseguir aplicar de forma efetiva os pontos abordados.
Mostrar o valor de toda a sua equipe é essencial para debater sobre o capacitismo.

Como debater sobre o capacitismo nas empresas?

Para debater sobre o capacitamos nas empresas é crucial conhecer o tema e criar um ambiente seguro.

Logo, você deve estabelecer um meio inclusivo onde o indivíduo não se sentirá julgado ao compartilhar as suas vivências. Além disso, é interessante:
 garantir que as pessoas com deficiência participem dos eventos;
 apresentar dados reais para argumentar sobre o tema;
 levar exemplos práticos para uma melhor compreensão;
 indicar ações corretas em certas situações.

É interessante deixar claro que esse é um projeto que será contínuo. Desse modo, o seu time conseguirá perceber a importância do tema e sentirá a necessidade de entender sobre o assunto, a fim de mudar suas posturas.

Outro ponto relevante é deixar claro que a mudança é emergencial e gradativa. Ou seja, não há a necessidade de criar quadros de ansiedade por não entender o tema e perceber que há muito para mudar.

Assim, você evita resolver um problema e criar outro.

Quais os maiores desafios na luta contra o capacitismo para debater?

Um dos maiores desafios para combater o capacitismo e que vale a pena debater é a falta de compressão sobre esse conceito.

Isso porque, muitos cresceram em ambientes que certas atitudes discriminatórias são consideradas normais.

Infelizmente, esse não é o único obstáculo hoje para exaurir a discriminação contra as pessoas com deficiência.

Mas, se você deseja abordar cada um deles, vale a pena conhecer outros, como:
 falta de acesso à informação;
 desconstrução da descriminalização nos processos seletivos;
 ausência de acomodações que proporcione conforto e segurança para todos;
 resistência a mudanças.

Muitas pessoas não conseguem mudar a maneira de pensar com facilidade. Desse modo, será necessário investir em treinos intensos para fazer com que compreendam e eliminem as práticas de capacitismo.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte igual/internet

Deficientes visuais: saiba como ferramentas podem te ajudar a promover a equidade na sua empresa

CLEOdomira Santos de Oliveira (Cascavel – Pr – Brazil)

Investir em ferramentas para deficientes visuais é essencial para alcançar a igualdade social.

Afinal, elas fazem com que esse grupo consiga explorar todo o seu potencial sem limites.

Então, veja quais são elas, entenda como são essenciais no dia a dia e no trabalho.

Quem são os deficientes visuais?
Deficientes visuais são aqueles que tiveram perda parcial ou total da visão.

Inclusive, isso pode ser resultado de vários fatores como glaucoma, catarata, lesões e outros mais.

Além disso, eles podem se dividir em três grupos:
 cegueira legal: possuem 20/200 ou menos no melhor olho;
 baixa visão: mesmo com uso de óculos ou lente, eles não enxergam direito;
 cegueira total: não têm percepção visual nenhuma.

É essencial saber que a deficiência visual não impede que a pessoa tenha uma vida comum. Ou seja, ela pode construir uma carreira, família e ter lazer como qualquer outro.

Outro ponto relevante é que quando esses indivíduos fazem parte de um time inclusivo, eles ajudam a melhorar os resultados de forma significativa.

Mas, para isso, eles precisam ter acesso a itens adequados.

Os deficientes visuais devem ser incluídos na sociedade desde novos.

Por que é crucial oferecer ferramentas para deficientes visuais?

Oferecer ferramentas apropriadas para deficientes visuais ajuda a promover a inclusão e igualdade. Isso porque, elas tornam possível a participação de todos nas atividades diárias.

Além disso, há outros pontos relevantes:
 incentiva o acesso aos dados;
 promove a autonomia;
 contribui para a melhora da sociedade.

Ao investir em itens adequados, a sua empresa está cumprindo com a lei. Afinal, a norma n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, define que promover condições de igualdade é obrigatório em toda empresa.

Stevie Wonder, Andrea Bocelli e Helen Keller são pessoas que provaram o seu talento no decorrer da história.

Logo, elas mostraram que com as ferramentas certas é possível brilhar e deixar um grande legado no mundo.
Quais são as melhores ferramentas para deficientes visuais?

O leitor de tela é uma ótima ferramenta para deficiente visuais. Isso porque, ele é um software que converte texto exibido em áudio ou braille. Mas, também a outras, como:
 ampliadores de tela;
 teclado e display em braille;
 películas com textura;
 relógio inteligente e luva robótica;
 peças que reconhecem a voz.

Todos os itens citados tem o poder de otimizar a rotina de pessoas com deficiência que fazem parte desse grupo.

Mas, para que isso fique mais claro, veja como cada um deles funciona logo abaixo.
Ferramentas eficientes para deficientes visuais são essenciais no dia a dia de trabalho.

Ampliadores de tela
Os ampliadores de tela, como o próprio nome indica, servem para aumentar o tamanho das letras.

Assim, pessoas com visão baixa ou cegueira legal, conseguem executar as suas tarefas com elas.
É bom saber que eles funcionam tanto em computadores quanto em outros dispositivos móveis, como celular ou tablet.

Portanto, você vai conseguir implantá-los em sua empresa sem dificuldade.

Teclado e display em braille
No mercado, já existem teclados e displays com um design ideal para pessoas com cegueira.

Desse modo, eles possuem um alto contraste e ondulações.

Além disso, eles contam com uma proteção que faz com que a peça dure mais.
O padrão das letras é a ABNT e eles são plugados com o cabo USB.

Logo, se trata de uma peça que segue o padrão e é fácil de instalar.

Películas com textura
Hoje em dia, existem películas que tornam as teclas táteis nos celulares e tablets. Portanto, eles contêm bolhas pequenas que inflam de forma dinâmica para ajudar na agilidade e na praticidade.

A peça ainda não está à venda no Brasil. Portanto, caso queira, você terá que buscá-la em sites de vendas internacionalizais. Além disso, ela não se adapta a computadores, o que é um contra para as empresas.

Por ser uma boa ideia, é provável que ela seja abraçada pelo mercado nacional e adaptada a outros itens. Então, vale a pena ficar atento para comprá-la quando estiver disponível no Brasil.

Relógio inteligente
O relógio inteligente faz com que o indivíduo consiga enviar e ler mensagens. Desse modo, ele é ótimo para quem precisa mandar uma resposta rápida sobre um projeto ou reunião.

Outro fator relevante é que ele ajuda a monitorar as atividades físicas.

Então, se a sua empresa gosta de promover a saúde e o bem-estar, ele pode ser o ideal. Além disso, em geral, é compatível com Android e iOS.

Luva robótica
A luta robótica ajuda a “ver” com as mãos. Isso porque, esse aparelho possui câmeras que descrevem o ambiente. Desse modo, ao entrar em uma sala de reunião, por exemplo, ele conseguirá ter a mesma noção de espaço que qualquer outra pessoa.

O encaixe é ergonômico e a peça é muito fácil de usar. Portanto, quem é deficiente visual vai conseguir usá-la sem dificuldade, o que vai trazer uma grande melhora na qualidade de vida.

É essencial saber que essa é uma peça de alta tecnologia que vai fazer muita diferença para a empresa. Afinal, ela mostrará ao time que o bem-estar de cada um é crucial.

Logo, isso mostrará a todos que eles estão no lugar certo.

Os detalhes ajudam os deficientes visuais a terem uma vida melhor.

Quais os maiores desafios para os deficientes visuais no trabalho?

O acesso a dados é um dos maiores desafios para os deficientes visuais no trabalho. Isso porque, até hoje, muitas empresas não tem peças adequadas para esse grupo.

Além disso, há outros problemas, como:
 falta de estrutura com conforto e segurança;
 exclusão por parte do time ou clientes;
 falta de qualificação profissional fornecida pela empresa.

Apesar da sociedade já ter evoluído, ainda existe uma luta diária para mudar todos os pontos citados. Inclusive, vale mencionar, que todas as pessoas devem se juntar à causa.

É dever das empresas investir na acessibilidade de forma contínua. Ao fazer isso, será possível garantir um mundo melhor e mais inclusivo para todos.

Aliás, uma forma de atingir essa meta é dispor de todos ou de uma grande parte dos itens que foram abordados.

Quando providos de ferramentas adequadas, as pessoas com deficiência mostram que possuem a mesma capacidade que qualquer um. Portanto, vale a pena lutar com elas pela causa da inclusão.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: igual/Internet

Como trabalhar a cultura da empresa para ser mais inclusiva e diversa no dia a dia?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

A cultura da empresa é um fator que tem muito influência no processo de igualdade e inclusão.

Desse modo, se você tem um negócio e deseja torná-lo mais inclusivo, precisa entender o tema e seguir as dicas propostas neste conteúdo.

O que é a cultura da empresa?
A cultura da empresa é o conjunto de valores, crenças, normas e práticas executadas por todos os profissionais. Ou seja, ela é o espelho de como as pessoas devem se comportar no local de trabalho.
É essencial saber que ela é construída no decorrer do tempo. Desse modo, de certa forma, todos os indivíduos ajudam a formá-la.

Nesse caso, é evidente que ela tem um grande papel no processo de igualdade e inclusão para pessoas com deficiência. Portanto, qualquer empresa que queira lutar pela causa, precisa levar a sério essa questão.

Tornar a cultura da empresa mais inclusiva ajuda a construir ideias melhores.

Como a cultura da empresa impacta no processo de inclusão?

A cultura da empresa impacta no processo de inclusão, porque ela direciona valores e crenças no time.

Desse modo, eles vão seguir as ações que ela fizer no dia a dia. Além disso, ela incentiva outros pontos, como:
 criação de projetos para capacitar o time;
 melhora na comunicação verbal e não verbal;
 ajuda a reter talentos;
 melhora o ambiente físico.

É um grande engano acreditar que criar um local igualitário para pessoas com deficiência beneficia apenas esse grupo. Isso porque, ao fazer isso, você mostra para todos que o seu negócio valoriza as habilidades de cada indivíduo.

Outro ponto relevante é que investir nesse processo vai deixar claro que as pessoas precisam ser aceitas da forma que elas são.

Então, por esses dois fatores, o seu time sentirá conforto e segurança na empresa.

Já o resultado disso será ter uma equipe mais unida, que se importa com os resultados e sente que está no lugar certo. Ou seja, na prática, isso só traz coisas positivas.

Tornar a cultura da empresa mais inclusiva ajuda a criar times unidos e produtivos.

Como tornar a cultura da empresa mais inclusiva no dia a dia?
O primeiro passo para tornar a cultura da empresa mais inclusiva no dia a dia é investir em cursos e treinamentos. Isso porque, eles conseguem passar de forma lógica e eficiente o tema. Assim, o seu time vai conseguir entender o assunto.

Ao fazer esse processo, então, será possível desconstruir formas de pensar antigas que são prejudiciais. Mas, claro que existem outros pontos a mudar no perfil do negócio, como:

 a política de contratação deve ser inclusiva;
 é crucial ter uma liderança que seja leal à causa;
 nunca deixe de incentivar a comunicação aberta;
 crie grupos que tenham interesses em comum;
 avalie o progresso.

Para mudar o cenário, você deve investir em equiparação salarial e programas de inclusão para todos. Além disso, é crucial dar voz às pessoas com deficiência em todos os aspectos.
Uma boa ideia é promover debates que abordem o tema. Desse modo, cada um poderá falar sobre a sua história, sonhos, metas e desafios.

Outra possibilidade é criar dinâmicas em grupo para que todos tenham a chance de se conhecer e construir vínculos.

Assim, o seu time verá que cada um é essencial de uma forma.

Aplique uma política de contratação inclusiva
Para aplicar a política de contratação inclusiva, você deve treinar o seu RH para na hora da seleção olhar apenas as habilidades do candidato. Ou seja, os traços físicos e mentais que fogem do padrão devem deixar de ser relevantes.

Esse processo para empresas antigas não é fácil. Isso porque, elas costumam ter culturas consolidadas. Desse modo, será crucial investir em cursos específicos para esse setor aplicá-lo com eficiência.

Liderança inclusiva
A liderança inclusiva ajuda a criar um ambiente acolhedor. Logo, todos os integrantes do time vão se sentir bem, seguros e confortáveis. Além disso, ela consegue:
 estimular a diversidade;
 melhorar a retenção de talentos e motivação;
 incentivar a criatividade;
 promover a cultura do respeito.

Esse tipo de perfil ajuda a criar novos líderes que já possuam essa forma de pensar. Ou seja, pessoas que valorizam todos os pontos que foram apontados e querem aplicá-los para construir um lugar melhor.
Incentive a comunicação aberta

Criar espaços seguros para que todo mundo consiga se expressar é essencial.

Desse modo, todos vão mostrar seus medos e frustrações. Além disso, se sentirão confortáveis para relatar experiências.

Esse é um processo simples, mas que ajuda muito o time a se unir. Isso porque, todos vão sentir que são acolhidos, o que remete à ideia de ter uma família no local de trabalho.

Então, haverá a vontade de proteger e respeitar todos.

Crie grupos que tenham interesses em comum

Grupos que tenham afinidades servem de suporte.

Desse modo, as pessoas saberão como se comportar em várias situações e aquelas com deficiência se sentirão acolhidas nos locais em que estiverem.

É válido dizer que essa ação não causa um cenário de exclusão.

Ou seja, todos devem interagir e se respeitar de forma constante. Afinal, caso contrário, isso será o oposto do objetivo de criar uma cultura inclusiva.

Avalie o progresso
Para fazer a avaliação, você deve criar indicadores-chave de progresso e realizar pesquisas de campo. Desse modo, será possível ver o que mudou e o que ainda precisa mudar no ambiente para torná-lo mais inclusivo.

Para funcionar na prática, é crucial deixar claro para o time que eles estão em um ambiente seguro. Além disso, eles devem saber que esse processo é para melhorar a rotina de todos.

É essencial saber que toda melhora acontece aos poucos e ela deve ser contínua. Ou seja, talvez você não consiga ver os resultados de início. Mas, com o tempo, eles ficarão mais fáceis de enxergar. Então, tenha resiliência.

A cultura da empresa deve incentivar momentos descontraídos.

Vale a pena tornar a cultura da empresa mais inclusiva?

Tornar a cultura da empresa mais inclusiva, melhora o ambiente de forma geral, por isso, é algo que vale muito a pena investir. Entretanto, para que isso fique mais claro, veja quais são eles logo abaixo:

 ajuda a reduzir conflitos;
 eleva a capacidade de reter talentos;
 torna o time mais adaptável;
 melhora a imagem empresarial;
 cumpre com a norma;
 incentiva a responsabilidade social.

Na prática, todos esses pontos fazem com que esse processo ajude a construir uma sociedade mais justa. Lutar por um mundo que seja justo para todos é dever de cada cidadão que o compõe. Desse modo, comece mudando a cultura da sua empresa.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte igual/Internet

Afinal, o que é acessibilidade? Perrengues e reflexões de uma PCD em um festival de música

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Pensar em inclusão é urgente, e os grandes eventos culturais dão uma medida do desafio.
Educação e respeito são fundamentais para repensar as estruturas oferecidas pelas organizações

Shows e festivais: discutir acessibilidade para pessoas com deficiência e neurodivergentes é urgente. Estamos próximos da inclusão? (Mauricio Santana/Getty Images)
Fernanda Bastos=Publicado em 18 de abril de 2023 às, 14h01.

“O que é PCD?”, perguntou um funcionário para mim e minha irmã ao pedirmos informações sobre a área reservada para pessoas com deficiência, próximo ao Palco Chevrolet, um dos maiores do festival Lollapalooza. Silêncio. Vejo a sensação confusa no semblante da minha irmã. “Por onde começar a explicar?”, pensei. A pergunta simples demonstrou certo despreparo por parte do profissional do evento, e essa foi apenas uma das muitas aventuras que nós enfrentaríamos naqueles dias.

O que era um final de semana de curtição e celebração à música para muitos, para outros foi mais um calvário, com longas caminhadas, tombos em cadeiras motorizadas, machucados e, principalmente, falta de acessibilidade.

Eu estava animada para o Lollapalooza. Apesar de ter crescido frequentando shows, esse era o meu primeiro grande festival. Havia comprado os ingressos em setembro do ano passado e estava empenhada em coletar boas memórias ao ver artistas que admiro. Mas, conforme a data foi se aproximando, a animação para o evento deu espaço para uma antecipação preocupada.

Como pessoa com uma deficiência física chamada paralisia cerebral, tenho o costume de checar a acessibilidade oferecida antes de ir a eventos culturais como feiras e shows, para saber com o que estou lidando.

E a falta de informações sobre o acesso só fortalecia a ideia que o final de semana não seria só sobre ver bandas e artistas que gostava.
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Antes de chegar o dia 24 de março, conversei com algumas pessoas do meu convívio, que já tinham tido experiências em eventos maiores para ter algumas dicas sobre como eu – enquanto PCD – poderia tirar o maior proveito do festival.

Ali, compartilhei um pouco dos meus receios e preocupações, e quanto mais eu conversava, mais tinha a sensação de que, talvez, outras pessoas neurodivergentes ou com deficiência também experimentaram situações parecidas. A falta de acessibilidade é um problema estrutural, e está longe de ser uma vivência só minha.

Assim como eu, Vallentina Pellicer também foi ao Lollapalooza deste ano. Diferentemente de mim, uma novata, a bancária frequenta o festival há cinco anos

Pellicer tem uma deficiência que pode ser considerada invisível, escoliose, o que torna a sua experiência um pouco diferente da minha.

A jovem de 23 anos, comentou que, ao sentar na cadeira reservada para pessoas com deficiência nos transportes públicos de São Paulo, por exemplo, tem de lidar com olhares de julgamento por não ter algo fisicamente exposto que comprova a condição, quase como uma chancela para ocupar aquele local, e em eventos culturais não é diferente.

Há dois anos, Pellicer comenta que o Lollapalooza conta com cadeiras motorizadas para atender as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Mas a situação se complica quando o festival acontece em um local com morros e barrancos. Neste ano, observei que haviam passarelas na grama para que as cadeiras pudessem transitar. Mas, ao passo que a tarde passava e os shows da noite começavam, ficava muito difícil circular.

Eu e Pellicer usamos as cadeiras para nos locomover, e elas ajudam bastante, mas não é uma ferramenta acessível para todos. Vi pessoas gordas tendo dificuldade para sentar na cadeira, por exemplo. Além disso, nós duas acabamos caindo com a cadeira. Eu, uma vez, por conta de uma lombada que protegia o cabeamento no chão; ela, três vezes, por conta das inclinações do local.

No caso dela, um tombo como esse pode ser perigoso visto que ela tem pinos e precisa proteger a coluna.

No ano passado, a influenciadora e criadora de conteúdo, Lorena Eltz, de 22 anos, compareceu ao mesmo festival. Eltz, que tem uma doença crônica chamada doença de Crohn e é uma pessoa ostomizada, precisa principalmente de banheiros acessíveis para que possa fazer a higienização correta da sua bolsa de ostomia. Lorena conta que a caminhada entre a estação e o os palcos do evento, por ser muito longa, fez com que o adesivo da bolsa desgrudasse lentamente.

E, ao não encontrar banheiros acessíveis no evento, sua bolsa acabou vazando. Com isso, Lorena não conseguiu aproveitar o festival: “Comentei com as pessoas que estavam comigo que queria ir embora, antes do show acabar, uma pessoa que nem conhecia me emprestou uma roupa para trocar, eu fui embora chorando”, relembra.
Matéria Lollapalooza

Experiência PCD em festivais: a influenciadora Lorena Eltz, que fala sobre saúde, bem-estar e inclusão, no Lollapalooza (Lorena Eltz/Arquivo pessoal/Reprodução)

Mas, do outro lado da moeda, a riograndense Lorena comenta que teve uma boa experiência no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, onde tem fila preferencial, rampas e outras estruturas para acessibilidade. Apesar de ser um pouco antigo, o local conseguiu proporcionar uma boa experiência desde a entrada até a saída. Também ressaltou o Allianz Parque em São Paulo, com shows da produtora Live Nation.

“Não vou dizer que são sempre shows acessíveis, mas são lugares um pouco melhores, sinto que eles dão um cuidado para venda dos ingressos PCD, por exemplo”. Valentina foi ao Allianz Parque no show do cantor inglês Harry Styles. “Desde o momento que eu entrei até chegar na área PCD, todos sabiam com quem falar, onde ir, isso ajuda muito. Acabei não comprando o ingresso PCD porque ele já tinha acabado e não tive problema nenhum”, comentou.

Com inúmeros shows no Brasil, havia muita expectativa para a vinda do Coldplay com a turnê Music of the Spheres e para Victor Fontenelle, que costuma ser um frequentador assíduo de shows e eventos culturais, não era diferente.

O jovem de 26 anos, tem o diagnóstico do espectro austista (TEA). Victor tem hipersensibilidade a ruídos, luzes e contato físico, além de ser desafiador entender o comportamento das outras pessoas e demonstrar suas necessidades. “Esperar e não saber o que vai acontecer me deixa ansioso e estressado, com isso, tenho agitação motora e dificuldade de parar de repetir as frases que gosto de falar”, disse Fontenelle.

Foi no estádio do Morumbi que Fontenelle e sua família encararam o desafio de curtir o show da banda britânica. “No show, não havia nenhuma sinalização e foi um cambista que pediu ajuda para um policial para que eu e minha família entrássemos sem passar na multidão”, compartilhou. Fontenelle conta que um bombeiro os acompanhou, mas que o espaço fora da pista tinha uma visibilidade ruim.

Por isso, eles optaram por arriscar e ficar na pista. “Minha mãe conversou com as pessoas que estavam ao nosso redor, explicou como eu reagia e todos foram muito legais e tomaram cuidado para eu ficar tranquilo. Mas já fui em muitos shows e em nenhum encontramos um espaço para pessoas com autismo”.
Matéria Lollapalooza

Show do Coldplay: Victor Fontenelle (à direita) curte o show com sua família (Victor Fontenelle/Arquivo pessoal/Reprodução)

Hamanda Matos, de 24 anos, tem má formação nos dedos das mãos e dos pés. Apesar da sua deficiência física, a advogada natural de Igarapé-Açu (PR) conta que tem bastante autonomia, mesmo precisando de adaptações em determinados cenários.

Matos foi ao show do artista coreano Jay B, do grupo GOT7. “Apesar da confusão dos staffs quanto à fila preferencial, ela foi sanada com o auxílio de uma colega que organizou as pessoas com deficiência, idosos e neurodivergentes”, relembrou.

A pessoa que ajudou a organizar a fila do show foi Mariana Mollo, de 22 anos, que também compartilhou sua experiência. A jovem de Americana (SP) recebeu recentemente o diagnóstico do transtorno do espectro autista de baixo suporte e, ao contrário do que possa parecer, Mollo era apenas uma espectadora do evento – assim como Matos – mas acabou se envolvendo na organização pela falta de estrutura oferecida na oportunidade pela casa de shows Vibra São Paulo, em Santo Amaro.

“Depois de organizarmos a fila, a equipe não permitiu que as PCD entrassem antes.

Muitas pessoas ali não poderiam correr, tinham idosos, então liberar as filas ao mesmo tempo poderia ser perigoso”, disse Mollo, que passou a frequentar mais eventos culturais como shows, apresentações e eventos geek como o Anime Fest, depois de se entender uma pessoa neurodivergente. Para ela, o diagnóstico foi essencial para que pudesse driblar as crises, entender os comportamentos e como os sintomas, entre eles a disfonia sonora, afetam sua vida.

Matos explica que, internamente, os fãs, espectadores e acompanhantes foram divididos em quatro setores na pista premium, sendo a área PCD entre o palco e a grade, onde a única separação entre o artista e os fãs eram os seguranças.

Ali, foram disponibilizadas cadeiras para que as pessoas com deficiência pudessem se acomodar melhor. Matos comenta que para as pessoas com deficiência visual, esse layout foi importante porque permitiu uma visibilidade alta, sem estruturas no local.

Assim como para os fãs com deficiência auditiva que conseguiram ouvir a passagem de som com qualidade.

As cadeiras fizeram diferença para Matos, que se sentiu segura ao não machucar seus pés e não perder a visão do palco, mesmo sentada.

Mas Mollo traz um contraponto: “Tinham pistolas de confete bem na direção da área PCD, tinham pessoas com epilepsia e autismo ali. Meu receio era de alguém ter alguma crise por conta da situação”, comentou Mollo.

“Acho que é o que eu mais passei”, disse a influenciadora carioca Marina Melo, que tem fraqueza muscular (AME II), quando perguntei sobre as experiências ruins em shows e festivais.

Quando tinha 8 anos, Marina teve uma experiência muito ruim na BGS (Big Game Show), a convenção de games e cosplay. “Meus pais tiveram que me carregar como seguranças”, comenta, por conta da lotação do evento e falta de profissionais para acompanhá-los.
Matéria Lollapalooza

“Acho que é o que eu mais passei”, disse a influenciadora Marina Melo sobre experiências ruins em eventos culturais (Marina Melo/Arquivo pessoal/Reprodução)

Outra experiência da influenciadora de maquiagem foi no show do cantor pop Jão, que aconteceu no Qualistage, ligado ao Via Parque Shopping, no Rio de Janeiro: “A área PCD da casa de show, era em uma altura muito baixa onde, se você tivesse sentado em uma cadeira como eu, não dava para ver nada. Era um cantinho. A melhor área de PCD era de um ingresso mais caro.

Eu chamei o gerente da casa e falei “não tem como eu assistir o show daqui porque não dá para ver nada”. Eles a colocaram na outra área PCD, que tinha uma altura melhor mas que era muito distante do palco, e só contava com dois espaços para pessoas com deficiência.

Eu, Valentina, Lorena, Victor, Amanda, Mariana e Marina somos só algumas das milhares de histórias espalhadas pelo país. No Brasil, há mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, de acordo com levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas como discutir acessibilidade quando pensamos em corpos, histórias e experiências tão diversas como as nossas?

O que é acessibilidade?
Em uma conversa, a superintendente de Práticas Assistenciais da Associação de Assistência à Pessoa com Deficiência (AACD), Dra. Alice Rosa Ramos, trouxe uma definição interessante sobre o que seria acessibilidade: “É a possibilidade de ir e vir de forma independente, ou dependendo de outra pessoa, mas que seja fácil. A pessoa com deficiência tem que conseguir se deslocar, ela tem o direito de se deslocar em todos os ambientes”, disse. “Então, acessibilidade é tornar possível que a pessoa vá e volte para o lugar que quiser, sem estar restrito e não só do ponto de vista de lugar físico, mas de acesso à tecnologias, que facilitem a vida e que dê independência”.

Já Hamanda Matos, trouxe uma reflexão bastante importante para a discussão: “Como jurista, concordo com o conceito legal de acessibilidade sendo qualquer prática ou adaptação que proporcione às pessoas com deficiência o exercício autônomo e seguro das suas atividades.

Acredito que ele consegue descrever genericamente o que um ambiente acessível precisa apresentar”. As leis que asseguram questões ligadas à acessibilidade são as seguintes: a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei Nacional nº 13.146, e Lei de Acessibilidade no Brasil, Lei Nº 10.098.

A partir dessas afirmações, fica claro alguns pontos em comum, como o direito à autonomia e ao pleno exercício de ir e vir. Não é algo que cobramos por comodidade, mas por ser nosso direito, enquanto pessoas com deficiência. Os eventos precisam considerar pessoas com deficiência física, auditiva, visual, deficiências invisíveis e, também, as pessoas neurodivergentes. Cada grupo tem uma necessidade diferente e todos devem ser incluídos.

Para Valentina, acessibilidade é não ter sua deficiência questionada quando ela ocupa os lugares reservados em eventos. Já para Victor, acessibilidade é ter um portão específico para entrar com o acompanhante além de ter um espaço reservado para pessoas que têm dificuldade com contato físico.

“Eu vejo acessibilidade como um momento de paz para a pessoa com deficiência, um momento onde a pessoa pode simplesmente não se preocupar porque aquele espaço está totalmente preparado para lidar com aquelas situações”, afirma Mollo.

“Para mim, é tornar a mesma coisa possível para diferentes pessoas, porque eu acho que do mesmo jeito que outra pessoa consegue utilizar um banheiro, nós precisamos, talvez, de um banheiro diferente e isso não é algo a mais, sabe?

É só uma forma diferente para eu poder utilizar o banheiro da mesma forma, com o mesmo conforto, que uma pessoa sem deficiência”, afirma Eltz.

Os abismos criados pela falta de acessibilidade
Lorena conta que um dia depois de passar por todo o constrangimento que enfrentou no Lollapalooza, as pessoas não param para analisar que há um dano para a saúde mental. Para ela, um medo foi criado por conta da vulnerabilidade e humilhação envolvidas.

“Eu não gosto de ter essa lembrança, não queria que tivesse acontecido. É muito fácil que a gente queria se trancar em casa, sem sair, e isso é muito prejudicial para nós. A experiência no festival foi ruim, tive um dia ruim, mas e todos os dias depois disso?”, comentou.

Lorena disse que, um dia depois do festival, ela teve uma crise de pânico que a encaminhou para a emergência e que desenvolveu muitos medos:

“Quando eu me deparei com um lugar realmente sem nenhuma acessibilidade, entendi que a questão não era comigo, mas por muito tempo, pensei que tinha sido eu.

E tinha aquele pensamento ‘Para quê que eu fui? Nem é um lugar que eu deveria ir, nem um lugar que eu deveria estar. Eu me coloquei nessa situação’”.

A culpa, o medo e, por consequência, até a exclusão social são resultados e impactos diretos da falta de acessibilidade na vida das pessoas com deficiência. No caso da Lorena, e no meu caso quando caí da cadeira motorizada, existe uma vergonha e exposição envolvidas que não deveriam existir.

Conversando com Lorena, Victor, Marina e todas as pessoas com quem discuti acessibilidade para fazer esse texto, cheguei à conclusão que a falta de acessibilidade nos coloca em ambientes prejudiciais nos fazendo reproduzir e internalizar preconceitos e estereótipos com os quais temos que lutar todos os dias, porque nascemos em uma sociedade capacitista, que tem preconceitos sobre a pessoa com deficiência.

Como (re)pensar ambientes acessíveis
Depois de entender o que é acessibilidade, ouvir os relatos e também os impactos da falta de acessibilidade na vida de pessoas como eu, é importante que as produtoras de eventos e marcas estejam sensíveis o suficiente para se atentarem à questão – que pode passar despercebida. Em muitas das conversas que tive para escrever essa matéria, ouvi muito sobre a necessidade de comunicação e transparência. Como dito por Matos:

“Vejo que a reclamação é sobre falta de transparência na organização das filas preferenciais e as estruturas montadas nem sempre estão adequadas para todos os tipos de deficiência, além da física”, disse.

Concordo com as palavras da advogada que afirma ser preciso pensar a acessibilidade para além das barreiras físicas, ou seja, os eventos precisam entender que estruturas físicas como uma área cercada e elevada ajudam, mas não trazem acessibilidade para todos os grupos da nossa comunidade.

Quando pensamos em inclusão, a questão se aprofunda porque incluir significa oferecer uma mesma experiência para todos. “As pessoas com deficiência auditiva, múltiplas deficiências e deficiência visual também precisam de acesso que assegurem a sua segurança, autonomia e que possam curtir o show, já que o lazer é um direito fundamental e precisa ser respeitado”, comentou Matos.

Existem empresas especializadas em consultoria de acessibilidade, como é o caso do Vale PCD, citado por Marina Melo. “Se não me engano, na época da posse (do atual mandato do presidente Lula), eles participaram para tornar o evento um pouco mais acessível.

Também acho legal lembrar que existem diversas deficiências e eu sei que não vamos conseguir sensibilizar 100% para todas, mas tem como adicionarmos um pouquinho de cada”, afirmou a influencer carioca.

Segundo Marina Melo, o show do Coldplay contou com uma camisa para pessoas com deficiência auditiva onde elas sentiam a vibração das músicas. São diversos pontos para analisar, mas o importante é se perguntar: como esse grupo pode se sentir mais incluído? Essa ferramenta é efetiva?

E claro, sempre ouvir pessoas que usariam essas ferramentas, respeitando o lugar de fala do grupo.

Preparar a equipe, organizar o evento para receber pessoas com deficiência, capacitar a equipe da organização para saber e entender o que é acessibilidade são primeiros passos necessários, com um número suficiente de bombeiros e áreas PCD, por exemplo.

Muitos podem vir com o pretexto que acessibilidade não é necessária quando não há pessoas com deficiência indo aos eventos para aproveitar a estrutura disponibilizada.

Muitas das pessoas com quem conversei para fazer essa matéria relataram ter medo de ir a alguns eventos específicos por falta de estrutura. Se as pessoas com deficiência, como nós, não estão ocupando e frequentando lugares, será que eles foram pensados para receber todos os tipos de corpos?

Para Victor, seria importante que os profissionais que trabalham nos eventos fossem educados para as características e gatilhos dos comportamentos dos autistas: com entradas separadas, e um espaço específico para o autista se acomodar junto ao seu acompanhante e próximo a saídas de emergência, para sair, caso precise, sem atrapalhar as outras pessoas – evitando situações de estresse.

“Como o autista não tem características físicas, ter uma forma de identificá-los também facilita o entendimento por parte de outros participantes do evento.

Assim não julgam inconveniente alguns comportamentos”.

Valentina comenta que, em um festival como o do Lollapalooza, poderia existir uma espécie de pré-cadastro das pessoas com deficiência, para ajudar a mensurar o tamanho do público e também o que seria necessário oferecer como serviço de acessibilidade.

Parece um tanto básico mas o respeito é essencial para criação de diálogo. Melo, a influencer carioca, comenta que tem a impressão de que as pessoas tendem a ignorar, “como se a gente não fosse parte da população, como se nós não fôssemos importantes.

É fundamental sermos vistos, respeitados e valorizados enquanto pessoas. Somos iguais a qualquer outro, somos consumidores, trabalhadorres, mas não somos vistos. A gente tem que gritar porque eles ainda não enxergam a gente”, afirmou.

“Não tem nada de muito complicado, pergunte, porque é o nosso direito”, afirmou Mollo. A moradora de Americana salientou que não é a adaptação que custa para as organizações, mas ter uma equipe preparada é uma tarefa que exige educação.

Esse ponto também foi muito comentado pela Dra. Ramos: “Educação é o que vai nos tornar pessoas diferentes e é a educação do todo. Da parte de ensinar o quanto mais gente, maior a diversidade dentro dos ambientes, maior o respeito que a gente vai ter, porque aprendemos a lidar com a diferença. Falta respeito e tolerância. Para mim isso é muito importante, a educação, o respeito e a tolerância”.

Para Pellicer, a educação também deve contar principalmente com as próprias pessoas que trabalham nas áreas reservadas para PCD. “As pessoas que ficam com a gente e que trabalham com essa parte de organizar as áreas PCD, que é um time à parte contratado, não precisam discutir a nossa patologia com a gente. Deficiência não tem discussão, a minha deficiência está aqui”, conclui ela. A fala de Valentina ecoou na minha mente por algum tempo. Apesar da invisibilização pelo preconceito, da falta de acessibilidade e dos perrengues que temos que enfrentar diariamente para ocupar os espaços na sociedade, nós estamos aqui.

Editor: CLEOdoira Soares dos Santos
Fonte:Repórter de ESGGraduada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, entrou na EXAME como trainee do programa Imersão EXAME em 2022 e hoje atua como Repórter de ESG. Atuou também nas áreas de assessoria de imprensa e social media.

Uso do cordão de girassóis pode mudar a rotina de pessoas com deficiências ocultas, diz especialista à CNN

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Uma fita com desenhos de girassóis foi formalizada no último dia 17 de julho 2023 como identificação para pessoas com deficiências ocultas no Brasil.

A medida, sancionada pelo governo federal, beneficia quem tem alguma deficiência que não pode ser percebida de imediato, seja física, cognitiva, permanente ou temporária.

A Associação Vozes Atípicas (AVA) – uma ONG que fornece suporte para pessoas com deficiência e suas famílias – explica que entre essas deficiências estão o autismo, surdez e Parkinson, por exemplo.

A presidente da AVA, Simone Alli Chair, tem dois filhos autistas e afirma que a conscientização sobre o uso do cordão com desenhos de girassóis é capaz de mudar a rotina de pessoas com deficiências ocultas.

“Nunca deixei meu filho de 25 anos andar de ônibus ou metrô porque eu tenho medo de ele entrar numa crise”, explicou em entrevista à CNN Rádio.

“Mas se ele estiver com esse cordão de girassol, as pessoas vão entender que ele tem alguma questão, e aí existe uma compreensão maior.”

Simone lembra que, além do uso em transporte público, o cordão auxilia pessoas em situações de espera, como filas ou saguões. E a compreensão acaba valendo também para quem acompanha pessoas com deficiências ocultas.

“Até mesmo quando é uma criança que se joga no chão e faz aquele escândalo, as pessoas vão entender que não é uma birra, não é uma falta de educação, mas que, naquele momento, ela está desorganizada sensorialmente”, conta a presidente da AVA.

“Se a pessoa não estiver com o cordão, não vão entender a situação e vão julgar, o que acontece demais com as mães de autistas. Quando a pessoa tem um comportamento que não é adequado, já olham torto para a mãe.”

Por outro lado, Simone Alli Chair reforça que o uso do cordão com girassóis é opcional, uma vez que o uso de acessórios pelo corpo pode incomodar e desestabilizar pessoas com algumas deficiências
ocultas.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: CNN Brasil?Internet

Maioria admira as marcas que apoiam a diversidade, diz pesquisa

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Estudo se propõe avaliar a percepção dos consumidores sobre as marcas que promovem e defendem ações de inclusão e diversidade

A importância da diversidade: Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma, idealizador da pesquisa, as marcas ganham com a diversidade e não o oposto. (Getty Images/Getty Images)

Publicado em 3 de julho de 2023 às, 14h32.

67% dos entrevistados passam a admirar marcas que apoiam a diversidade, é o que diz a 3ª edição da pesquisa Oldiversity:

Impactos da Diversidade e Longevidade para Marcas e Negócios idealizada pelo Grupo Croma.

O estudo, que ouviu 2 mil pessoas, se propõe a ser um parâmetro avaliativo das marcas que se preocupam, promovem e defendem iniciativas ligadas à longevidade e à diversidade em seus diferentes recortes – como orientação sexual e identidade gênero, raça, pessoas com deficiência, povos originários e idosos.

“Estudos como o Oldversity são importantes por nos lembrar que deveríamos debater pautas sobre humanidade, mas ainda precisamos investir tempo e recursos para falar sobre experiências e anseios não atendidos.

Há crimes, injustiças e a sociedade de consumo é apenas um triste recorte desta realidade. Fomentar a inclusão pela representação da nossa diversidade é um caminho para tornar a sociedade mais justa. A diversidade é sinônimo de riqueza”, afirmou Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma sobre a pesquisa, que tem como objetivo ser um levantamento sobre o posicionamento das marcas e a relação com os consumidores, principalmente pensando quando o assunto é representação de minorias.

Segundo o levantamento, 80% dos entrevistados declaram aceitar a diversidade e 59% passam a consumir produtos ou serviços das marcas que mostram apoio à diversidade e longevidade.

Enquanto 49% se identificam com marcas que falam sobre estes temas e 65% apoiam o movimento de diversidade na comunicação das marcas.

Dentre muitos dados apresentados pela pesquisa, quando o assunto é o processo contratual, 86% das pessoas com mais de 61 anos acreditam haver disriminação – seguidas por 81% de PCD (pessoas com deficiência) e 73% de pessoas pretas. Quando é feito um recorte por grupo social, 88% das mulheres ouvidas pela pesquisa exercem funções que eram, anteriormente, realizadas por homens. E há uma sensação de disparidade em outras esferas, visto que 77% delas dizem que há desigualdade salarial entre gêneros.

Uma das maiores dores de pessoas com deficiência é o preconceito.

Segundo a pesquisa, quase metade das pessoas com deficiência que participaram do levantamento relatam já terem sofrido algum tipo de preconceito por ser PCD (41%).

O grupo é bastante consciente com relação ao preconceito pois 65% deles dizem não consumir produtos de marcas preconceituosas.

Já uma das principais preocupações das pessoas com mais de 61 anos é a produtividade (89% deles pensam em como ser produtivos depois dos 60 anos).

Para 66% deles, há um desejo que as propagandas sejam mais diversas. Para as pessoas LGBTI+, 52% acreditam que marcas e empresas estão se adequando às suas necessidades. 81% Indígenas, imigrantes e refugiados se preocupam com a questão de direito à terra e a reconstrução de vida em outros países e 71% dizem que aumentaram as invasões em terras indígenas durante a última década.

Para as pessoas pretas, a discriminação é uma questão, onde 69% afirmam que já sofreram discriminação por serem pretos. 44% afirmam que já foram vítimas de discriminação no ambiente de trabalho, no entanto, 59% se mostram otimistas sobre o compate ao preconceito racial por parte do atual governo.
As marcas como reflexos sociais

Segundo o fundador do Grupo, as marcas devem espelhar o tecido social especialmente pensando no fator de empregabilidade, sem serem assistencialistas ou reforçarem os estigmas pré existentes.

“Hoje, as marcas desempenham diálogos com a sociedade, formando ideias e tendências, sendo capazes de moldar comportamentos”, disse, “Este arsenal pode e deve ser direcionado para a representação da diversidade em toda a experiência de compra e consumo.

E isto vai muito além da propaganda ou da oferta de produtos e serviços segmentados”.

De acordo com o levantamento, 44% dos brasileiros acreditam que as marcas são autênticas quando tratam sobre diversidade. No entanto, 39% dos entrevistados afirmam que as marcas no Brasil reproduzem comportamentos preconceituosos.

Para evitar essa tendência, as marcas devem assumir alguns compromissos: começar com a estruturação de ações concretas – que vão desde a geração de emprego, passando pelo posicionamento com relação a temas sensíveis até a interação com os clientes. Segundo Bulla, essas ações são “dialética fundamental” na criação de valor de marca, que sustentam marcas saudáveis e longevas.

“Marcas que se comunicam de modo autêntico promovem a inclusão social e, ao mesmo tempo, constroem grandes fortalezas competitivas. O lugar de diferenciação será daqueles que conseguirem se comprometer de modo real rumo a uma abordagem verdadeira e pragmática.

Autenticidade, empregabilidade e responsabilidade social serão cada vez mais importantes e reivindicadas pela sociedade”, comentou Bulla. A pesquisa destaca Natura, Boticário, Globo e Avon como as marcas mais Oldiversity.

Apesar do cenário animador, o público da pesquisa espera que as marcas tratem mais abertamente sobre diversidade nas comunicações.

No levantamento, 65% dos entrevistados apoiam o movimento e se sentem à vontade ao ver o tema sendo tratado de forma explícita, espontânea e natural.

Pensando nisso, o fundador reforça que as marcas têm papel importante na desconstrução de discriminações, estereótipos e preconceitos. Pensando em auxiliar as marcas nesse caminho, Bulla traz alguns pontos de atenção para as companhias que querem se comprometer com a agenda.

A primeira delas é considerar a diversidade parte integral da cultura organizacional, sem se tornar apenas uma estratégia de marketing. Em segundo lugar, as marcas devem demonstrar um compromisso com a diversidade e abraçar novos consumidores.

Além disso, as narrativas desenvolvidas nas comunicações devem trazer experiências diversas em imagens e linguagem, sem cair em representações comuns com estereótipos clichês.

E por último, as marcas devem explorar temas relevantes a diferentes grupos de pessoas – o que contribui para construção de conexões mais fortes, autênticas e positivas com o público.
A diversidade na prática

Quando o assunto é diversidade na prática, 56% dos entrevistados esperam ver lojas planejadas para pessoas com deficiência, enquanto 47% querem ver contratações de mais pessoas de públicos diversos, e 43% valorizaram o lançamento de projetos para integração social na comunidade de imigrantes e refugiados.

“Isso pode envolver a ascensão de modelos sociais e influenciadores cada vez mais diversos, bem como a adoção de narrativas que refletem a pluralidade de maneira real.

É claro que as marcas também devem adotar a diversidade e a inclusão como parte integrante de suas práticas e valores em todos os níveis.

Isso inclui desde uma maior contratação e retenção de funcionários, até a criação de ambientes e experiências mais inclusivas de consumo”, disse Bulla.

Para isso, Bulla afirma ser essencial existir cada vez mais pluralidade na composição de funcionários responsáveis por marcas e pelo marketing – o repertório diverso, segundo ele, é um agente capaz de levar autenticidade onde ela precisa chegar.

“Quando estamos receptivos ao aprendizado e à compreensão das nuances culturais, vamos garantir sempre uma abordagem respeitosa, inclusiva e genuína.

E, como já sabemos, não há inovação no consenso. Para nascer, ela precisa da multiplicidade e de antagonismos”, comentou.

Porém, o caminho ainda é desafiador, visto que a pesquisa diz que 56% dos entrevistados afirmam não se lembrar de propagandas relacionadas à diversidade.

Para Bulla, isso é um alerta para os movimentos esparsos e pouco genuínos, pois causam efeitos negativos. O fundador ainda é mais enfático e afirma que, em todos os sentidos, as marcas ganham com a diversidade e não o oposto disso.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Repórter de ESGGraduada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, ent rou na
EXAME como trainee do programa Imersão EXAME em 2022 e hoje atua como Repórter de ESG. Atuou também
nas áreas

Senado leva notícias em braile a todo o país há 15 anos 

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Senado Notícias em Braile é enviado mensalmente a 119 bibliotecas e entidades ligadas às pessoas com deficiência visual

Os dados oficiais são ainda do último Censo Demográfico, de 2010, já que ainda não foram divulgados os números sobre a população com deficiência no levantamento que está sendo feito desde 2022.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 506 mil cegos no Brasil. Essa parcela da população historicamente tem à disposição uma baixa oferta de material de leitura.

O avanço tecnológico facilitou em muito o acesso à informação, principalmente com a criação dos leitores de tela, programas de computador que convertem o texto em áudio e permitem à pessoa cega navegar na internet.

Mas um código inventado há 197 anos ainda é indispensável à educação e à inclusão dessas pessoas.

— Toda essa tecnologia que existe é bem-vinda, mas não substitui o braile. No braile, você efetivamente lê, você tem contato com a ortografia.

Se você acabar com o braile, você vai acabar causando um problema muito sério para a alfabetização e futuramente para a empregabilidade, porque uma pessoa mal alfabetizada não vai conseguir uma vaga qualificada — afirma Markiano Charan Filho, que é cego e preside a Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), de São Paulo (SP).

A instituição existe desde 1978 e tem como missão incluir a pessoa com deficiência visual, principalmente no trabalho, com cursos profissionalizantes e de reabilitação — neste último caso, para os que enxergavam e perderam a visão.

A Adeva é uma das 119 instituições que recebem mensalmente o Senado Notícias em Braile, produzido pela Agência Senado. São 116 entidades no Brasil e outras três em Portugal, entre associações ligadas às pessoas com deficiências, bibliotecas públicas e universidades.

Neste mês de maio, a publicação completa 15 anos. Até o final de 2019, ela se chamava Jornal do Senado em Braile e trazia um resumo mensal das notícias publicadas no Jornal do Senado impresso em tinta. Com o fim do impresso, o braile mudou de nome, passando a reunir as reportagens mais importantes publicadas no Portal Senado Notícias, também editado pela Agência Senado.

No final de 2021, uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto DataSenado junto ao público-alvo motivou uma reformulação editorial para aproximar ao máximo o conteúdo dos interesses dos leitores.
— Ajustamos nossos conteúdos para oferecer mais notícias sobre acessibilidade e direitos das pessoas com deficiências. Estamos sempre atentos para ampliar e melhorar esses serviços à população — afirma Paola Lima, diretora da Agência.

O compilado das notícias publicadas no Portal Senado Notícias também reúne as principais aprovações de projetos pelo Senado, as sanções de lei e reportagens especiais, principalmente sobre história e cidadania.

— Hoje em dia muita gente não está utilizando mais o braile, por conta da acessibilidade na informática. Mas, para quem gosta de ler, o Senado Notícias em Braile é muito bom. Deixa a gente por dentro das leis, do que está mudando no nosso país — opina a leitora Gessica Oliveira, que mora em Rondonópolis (MT) e tem acesso à publicação na biblioteca da Associação de Deficientes Visuais da cidade. Ela tem 31 anos e perdeu a visão aos 15.

Também frequentador assíduo dessa biblioteca, Bruno Marques Antunes, 29 anos, é cego desde os 12. Ele considera a escrita em braile uma ferramenta insubstituível para a informação desse público.
— Quando eu perdi a visão e comecei a ser realfabetizado, eu fui direto pro braile. Quando a pessoa está lendo em braile, ela consegue viajar mais no que está acontecendo, ela consegue entender mais. É diferente de quando uma pessoa está narrando — explica.

Outro leitor do Senado Notícias em Braile, o massoterapeuta Jackson Bulhões, de São Luís, é presidente do Centro Desportivo Maranhense de Cegos.

— De negativo eu não tenho nada [a apontar]. Eu gosto da publicação, das notícias. O braile [o relevo] é muito vivo, a qualidade da encadernação é boa — avalia.

Érica Prates Camillo é paratleta de natação, tem 14 anos e perdeu a visão há três. Cursa o 9º ano numa escola inclusiva. Hoje já domina o braile, que aprendeu na Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Caxias do Sul (RS). Ela “acha interessante saber o que está acontecendo no Senado” e também elogia as qualidades físicas do Senado Notícias em Braile: “A parte táctil e o relevo são bons”.

A professora de braile de Érica, Amanda Franscisco da Silva, que é vidente, afirma que conhecer esse sistema de leitura é fundamental.

— Vamos pensar no cotidiano. A pessoa com cegueira precisa ir a uma farmácia. Nas caixinhas de remédio tem as informações em braile.

É muito importante aprender. Sem dúvida, faz toda a diferença. Não dá pra depender só de suporte de áudio.

Markiano Filho, presidente da Adeva, de São Paulo. Amanda, professora de braile, e a estudante Érica, de Caxias do Sul Fotos: acervo pessoal e Tiago Koch Peres

Paola Lima, diretora da Agência Senado: pesquisa identificou preferências dos leitores e orientou ajustes na publicação Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Serviço especializado
Os elogios sobre as características físicas do Senado Notícias em Braile são mérito da Secretaria de Editoração e Publicações, a editora do Senado. Há um setor específico, o Serviço de Impressão em Braile, para cuidar das mais de 100 obras que compõem o catálogo elaborado nesse sistema e que podem ser solicitadas e reimpressas sob demanda com pequena tiragem.

No caso do Senado Notícias em Braile, o capricho fica evidente pelo uso de papel especial, mais grosso e resistente, e pela encadernação com espiral para facilitar o manuseio. A boa qualidade da impressão objetiva mantê-la intacta para que o maior número possível de pessoas possa ler sem que os pontinhos impressos percam o relevo ao longo do tempo.

Como a impressão em braile também é feita dos dois lados de cada folha, é essencial que os pontos em relevo não “vazem” de um lado para o outro. Daí a importância de usar na impressão um papel de maior gramatura, medida que identifica a densidade, ou simplesmente, a grossura do papel.

O Serviço de Impressão em Braile é chefiado por Marinete Brito e composto por outras sete pessoas. São dois responsáveis por fazer a transcrição do arquivo de texto fornecido pela Agência Senado, com o uso do programa de computador Braille Fácil, aplicando todas as padronizações necessárias.

Há também quatro revisores da escrita em braile, todos cegos, e um impressor.

O trabalho de produção gráfica da tiragem de cerca de 120 exemplares de 100 páginas leva em torno de uma semana.
— Estou orgulhosa de estar aqui desde o início, de poder ajudar, poder contribuir — diz Marinete, que considera o trabalho realizado pelo setor como de grande utilidade pública, principalmente em cidades pequenas, onde nem sempre é fácil para a pessoa cega acessar a internet.

Anderson de Castro trabalha na transcrição para braile desde o início da publicação.

— É o único jornal impresso em braile no Brasil de que a gente tem notícia.

É muito gratificante, porque a gente está ajudando bastante para a acessibilidade no país. O material em braile ajuda muito o cego a se tornar independente — aponta.

Entre os revisores das páginas já transcritas para o braile, o mais antigo é Jacob Luiz de Souza, cego de nascença, que trabalha com a publicação desde o início, há 15 anos.

— Eu tive o privilégio de revisar o primeiro jornal.

É muito gratificante porque a gente [a pessoa com deficiência visual] é muito dependente das outras pessoas para quase tudo. Mas, dentro das nossas possibilidades, temos o mesmo direito que as outras pessoas de estar bem-informados — opina.

Também revisora de textos em braile, Joana Maria de Vasconcelos destaca o alcance do Senado Notícias em Braile.

— Ele chega até o interior, chega nas escolas. Para mim, que já fui professora, isso é muito relevante. Na primeira vez que eu li o Jornal do Senado, antes de ser revisora aqui, fiquei muito emocionada, porque as notícias chegaram até mim de uma forma que eu poderia ler sozinha, sem ninguém ler pra mim.

Karina de Almeida Braga, que também faz parte da equipe de revisores em braile, aponta outro aspecto importante: o acesso ao noticiário e às outras publicações do Senado para as pessoas cegas que se preparam para concursos públicos.

— Eu estudo para concurso, e hoje em dia a gente está tendo muito acesso às informações. Nas provas, cai [o conteúdo] “atualidades”. E o jornal faz um resumo.

A outra integrante do time de pessoas cegas que revisam as publicações em braile do Senado é Sheila Maria Guimarães, bibliotecária. Segundo ela, “a informação está se tornando cada vez mais acessível por vários meios” para os que têm deficiência visual.

— Hoje só não lê quem não busca a leitura.

Equipe do Serviço de Impressão em Braile. Na primeira fila: Jacob Souza, Sheila Sá, Joana Vasconcelos e Karina Braga. Atrás: Marivaldo Santos, Anderson Castro, Marinete Brito e Celso dos Santos Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição, revisão e impressão dos 120 exemplares do Senado Notícias em Braile dura aproximadamente uma semana Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Como começou
Em 2006, o Senado publicou uma edição-piloto do jornal em braile. A ideia de criar uma seleção de notícias para o público com deficiência visual surgiu a partir de contatos da jornalista Treici Schwengber com instituições ligadas a pessoas com deficiência na produção de uma seção periódica do jornal, o Especial Cidadania.

— Foi muito especial participar desse projeto. O Jornal do Senado em Braile foi uma consequência natural do Especial Cidadania. Por meio das cartas e mensagens encaminhadas para o Jornal do Senado, era claro o grande interesse pela Casa legislativa e a carência e desejo dos cidadãos, especialmente aqueles que viviam fora dos grandes centros, por entender o sistema político, além de conhecer e usufruir das diversas políticas públicas — lembra.

Mas a publicação regular do noticiário em braile só começou em maio de 2008, quando o jornalista Davi Emerich era diretor do Jornal do Senado.

— A ideia de produzir o jornal em braile já estava no ar, já havia sido concebida, mas não tinha sido tirada do papel. Fizemos um cadastro nacional de entidades para remessa postal e começamos a tirar o jornal mensalmente — recorda. — Ele cumpre um papel muito importante naquelas entidades de pessoas com deficiência visual como instrumento de aprendizagem da leitura do braile. Nós passamos a oferecer uma leitura atraente.

O jornalista Eduardo Leão foi editor do número 1. Ele conta que um acordo com os Correios possibilitou a remessa postal sem custo para o Senado, o que facilitou a implementação do produto. Outro fator foi a expansão, naquela época, do Serviço de Impressão em Braile, então chefiado por um servidor cego, Paulo Brandão, que deu total apoio.

Segundo Leão, “ainda que tivesse uma tiragem pequena, tinha um sentido de cidadania, de inclusão”

— Mesmo atingindo um número reduzido de pessoas, fazia sentido para as pessoas que eram alfabetizadas em braile saberem o que acontecia no Senado, principalmente as decisões da Casa.
Quinze anos depois, o espírito continua o mesmo.

— Em nosso papel de agência pública, temos a preocupação de sermos o mais inclusivos possível na distribuição das notícias do que acontece no Senado. O Senado Notícias em Braile é uma das publicações de que mais nos orgulhamos — afirma Paola Lima, diretora da Agência Senado.

Emerich era o diretor do Jornal do Senado quando a versão em braile foi criada: instrumento de aprendizagem de leitura Fotos: Ana Volpe e Pedro França/Agência Senado

Outras obras
Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, Rafael Chervenski afirma que a editora é hoje a principal do país em volume de publicações em braile. Estão disponíveis mais de 100 obras, muitas já transcritas e prontas para impressão em braile sob demanda. Há muitos textos de leis, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Constituição, que tem oito volumes. Mas também estão disponíveis publicações de interesse cultural e literatura.

— Toda publicação que sai em tinta no Senado Federal hoje é transcrita para o sistema braile. Essa é uma iniciativa que a gente adotou, que foi determinada pelo Plano de Acessibilidade vigente no Senado — explica Chervenski.

Com isso, o Senado cumpre também o comando da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que determina que o poder público deve adotar mecanismos de incentivo à edição de livros em formatos acessíveis.

Para conhecer as obras publicadas pela Casa basta acessar o site da Livraria do Senado. A impressão em braile sob demanda tem baixa tiragem e pode ser solicitada apenas por instituições, sejam públicas ou privadas.

A relação das obras prontas para impressão, de atendimento mais rápido, está disponível na página Publicações em Braile.

Para mais informações, é possível entrar em contato com o Serviço de Impressão em Braile pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (61) 3303-4079.

Rafael Chervenski, diretor da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, principal editora em braile no país. Entre as obras publicadas, a Constituição federal conta com oito volumes Fotos: Roque de Sá/Agência Senado

Mais ações
O Senado Notícias em Braile se insere no Plano de Acessibilidade do Senado, ferramenta de gestão utilizada desde 2016, renovada a cada dois anos, para planejar e monitorar as ações de promoção de inclusão das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida.

O plano é monitorado pelo Núcleo de Coordenação de Ações Socioambientais (NCas), chefiado por Humberto Formiga, e envolve toda a Casa, num total de 17 secretarias. No documento referente ao biênio 2022/2023 estão previstas 82 iniciativas.

— O Senado Notícias em Braile é um marco temporal importante na implantação da Política de Acessibilidade do Senado. O NCas faz o acompanhamento periódico das publicações para sugerir correções e melhorias, mantendo a ação em um ciclo de melhoria contínua.

As ações hoje se expandiram em direção à garantia de recursos de acessibilidade em todos os portais de comunicação do Senado, de tal forma que os leitores de tela eletrônicos auxiliam o acesso de pessoas com deficiência visual aos conteúdos jornalísticos na rede mundial de computadores. No entanto, muitas pessoas cegas foram alfabetizadas em braile e mantêm esse hábito da leitura. Dessa forma, essas tecnologias coexistirão — afirma Humberto.

Segundo ele, o Senado Notícias em Braile é uma iniciativa única do gênero.

— O Senado faz parte de uma rede de acessibilidade da qual participam outras instituições federais, entre elas a Câmara dos Deputados, o STJ, o STF, o TCU e o TJDFT.

Essas instituições foram consultadas sobre a existência desse tipo de serviço e nenhum desses órgãos confirmou a existência de produto similar.

Ele destaca outras ações do Senado previstas no Plano de Acessibilidade: serviços de empréstimos de cadeira de rodas e triciclos motorizados, para servidores e visitantes; e disponibilidade de vídeos institucionais com janela de Libras e com legendas nos eventos virtuais promovidos pelo NCAS. Além desses serviços, na Biblioteca do Senado estão disponíveis para empréstimo os óculos especiais que tornam acessível o conteúdo de qualquer livro para as pessoas com deficiência visual.

Louis Braille, inventor do sistema que leva o seu nome, e a tabela de correspondência com o alfabeto e os algarismos Imagens: reprodução e Roque de Sá/Agência Senado

História do braile
O sistema de leitura tátil de pontos em relevo que permite a leitura às pessoas cegas foi inventado em 1825 pelo francês Louis Braille (1809-1852).

Ele perdeu a visão aos três anos de idade após um acidente doméstico. O código se baseia na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três linhas.

O sistema é composto de 63 caracteres, que representam as letras do alfabeto, os números, os sinais de pontuação e acentuação, além da simbologia científica, musicográfica, fonética e informática.
O dia de nascimento do inventor, 4 de janeiro, é o Dia Mundial do Braile. Já o Dia Nacional do Braile homenageia o jovem cego José Álvares de Azevedo, nascido em 8 de abril de 1834, que trouxe o sistema para o Brasil, primeiro país da América Latina a adotá-lo, em 1850.
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Edição: Gilson de Souza Daniel
Reportagem: Rafael Faria-Agencia Senado/Internet

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Fonte: Agência Senado

Banheiro para Deficientes – Dicas de Projeto

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Projeto de Banheiro adaptado para PCD (Pessoas com deficiencia) e idosos – Grande parte das pessoas têm dúvidas sobre as medidas de um projeto de banheiro acessível para PCD (Deficientes) nesse post, até mesmo para dar continuidade ao anterior, colocaremos algumas informações que com certeza irá responder algumas questões, á cerca do assunto.

O que é um banheiro PcD?
• BOX – piso e proteção anti-derrapante
• Largura mínima do box : 80 cm
• Desnível máximo de 1,5 cm em relação ao piso do banheiro
• Assento para banho fixo, largura mínima 45 cm, altura 46 cm do piso
• Suporte/ corrimão lateral/ barras de apoio alturas variáveis
• Chuveiro portátil
• Porta objetos fixo
• Saboneteira para sabão líquido com altura média de1,20 m
• Fechamento do box com material inquebrável e firme, sistemas de porta de correr, ou utilização apenas de cortina plástica
• Torneiras de fácil manuseio – monocomando
• Tapete externo de borracha com ventosas
• Porta toalha bem próximo ao box altura média de 1,30 m

Essas são as duvidas sobre projetos para adaptação de banheiro para pessoas com deficiencia (PCD)

É obrigatório ter banheiro acessível?
Sim, o banheiro acessível se torna obrigatório em edificações privadas e publicas que tenham uso comum como salões de eventos de edifícios residenciais e coletivas como locais esportivos, hotéis, cunho religioso e outras

projeto de banheiro adaptado para pcd (Deficientes)
Exemplo de Projeto planta Baixa de Banheiro para PCD / Deficientes
VASO SANITÁRIO
• Altura média : 48 a 50 cm
• Aumentar em 10 cm a base do vaso, conforme indica a NBR 9050
• Descarga simples – caixa acoplada, ou descarga por botão
• Ducha higiênica manual altura média de 45 cm do piso
• Sabonete líquido próximo
• Papeleira externa de fácil acesso altura média de 45 cm do piso
• Barras de apoio altura de 30 cm acima do tampo do vaso.

assento / vaso para deficientes
BANCADA
• Altura entre 80 e 85 cm
• Torneiras de fácil manuseio – ½ volta, alavanca, monocomando ou com célula fotoelétrica.
• Distância máxima das torneiras em relação à face externa frontal – 0,50 m
• Pia com ralo protetor
• Barras de apoio junto ao lavatório
• Tomadas e interruptores altos em área seca – 1,10m a 1,30m
• Sabonete líquido
• Porta toalhas alto e próximo da bancada – 1,10m a 1,30m

ARMÁRIOS
• Gabinete com área livre para movimentação das pernas no caso do uso de cadeira, banqueta ou cadeira de rodas
• Espelho frontal iluminado
• Espelho de aumento
• Apoio de escovas, lâminas, tubos, remédios em material inquebrável
• Lanterna, caneta e lente de aumento para ler e marcar os remédios na gaveta ou porta medicamentos
• Prateleiras internas em material inquebrável
• Gavetas com trava de segurança
Banheiro de PCD e Deficientes completo
Portas de entrada com no mínimo 70 cm – ideal 80 cm
TAGS:
Acessibilidade para PCD, inclusão de pessoas com deficiencia fisica, acesso para todos, Projeto de Banheiro para PCD

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Pcd/Internet

Beneficiários BPC/LOAS têm direito ao décimo terceiro 2023?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

O que o BPC/LOAS dá direito?
O BPC é um benefício assistencial regido pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e pago pelo Instituto Nacional do Serviço Social (INSS).

Ele garante um salário mínimo à pessoa com deficiência ou ao idoso com 65 anos, ou mais.

O objetivo desse benefício é assegurar que essas pessoas, ao comprovarem a impossibilidade de se sustentarem ou de sustentarem suas famílias, tenham um amparo financeiro e vivam com dignidade.

Quem pode receber o BPC?
Para ter direito ao BPC, é necessário que a renda familiar por pessoa seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo vigente, ou seja, R$ 330,00 em 2023.

Além disso, é preciso se enquadrar em uma das seguintes situações:

Ser pessoa com deficiência de qualquer idade que apresente impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que dificultem sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. A avaliação da deficiência é feita por meio da perícia médica e social do INSS.

Ser idoso com 65 anos ou mais que não receba nenhum outro benefício da seguridade social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego.

Além disso, é necessário estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e ter o Número de Identificação Social (NIS).

Afinal, quem recebe BPC/LOAS tem direito ao décimo terceiro?

Atualmente, quem recebe BPC/LOAS não tem direito ao décimo terceiro salário, benefício conhecido como abono natalino.

Saiba mais: Meu filho recebe o benefício do BPC, eu posso trabalhar?

Isso porque o benefício assistencial, apesar de ser pago pelo INSS, é vinculado à Assistência Social e não à Previdência Social.

Dessa forma, o BPC não segue as mesmas regras dos benefícios previdenciários. Inclusive, para que ele seja pago, não é necessário que contribuições ao INSS tenham sido feitas.
Projeto de Lei para pagar 13º ao BPC/LOAS 2023

Apesar de o décimo terceiro não ser pago aos beneficiários do BPC, existem alguns Projetos de Lei (PL) que pretendem liberar o abono para esse grupo.

O PL 4439/2020, de autoria do deputado Darci de Matos (PSD-SC), que visa estabelecer o pagamento de até um salário extra por ano aos idosos e pessoas com deficiência que recebem o benefício assistencial, continua em tramitação na Câmara dos Deputados.

O PL 2348/2022, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), também propõe o pagamento do décimo terceiro salário BPC.

Ele é mais recente, está em tramitação e foi anexado ao PL mais antigo, situação chamada de “apensada”.

Ainda não é possível afirmar se o décimo terceiro BPC será pago ainda em 2023, visto que o projeto mais recente teve sua última movimentação em 12/09/2022.

Os benefícios com direito ao 13º salário são os seguintes:
Aposentadoria por idade;
Aposentadoria por tempo de contribuição;
Aposentadoria especial;
Aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente);
Aposentadoria compulsória;
Pensão por morte;
Auxílio-doença;
Auxílio-acidente;

O valor do 13º salário é proporcional e pode chegar a até uma parcela do benefício mensal, sendo pago em duas vezes: a primeira entre agosto e setembro e a segunda entre novembro e dezembro.

O calendário de pagamento segue o mesmo dos benefícios regulares e depende do número final do benefício.

Por vezes, o governo pode antecipar o pagamento do décimo terceiro para o primeiro semestre, como tem feito nos últimos anos.

Posso transformar o BPC em aposentadoria?
O BPC não pode ser transformado em aposentadoria, pois, como explicado até aqui, são benefícios com requisitos e regras diferentes.

Para ter direito à aposentadoria é necessário ter contribuído para a Previdência Social durante um certo período, além de cumprir outros requisitos. Por outro lado, o BPC não tem a exigência de contribuição para ser solicitado.

Se o beneficiário do BPC começar a contribuir para o INSS como trabalhador formal ou facultativo, ele poderá ter direito à aposentadoria no futuro, desde que cumpra os requisitos exigidos para cada modalidade.

Nesse caso, ele deverá optar por um dos benefícios, pois não é possível acumular o BPC com a aposentadoria

Como consultar o meu benefício?
O BPC/LOAS, assim como os benefícios previdenciários, podem ser consultados pelo portal Meu INSS, acessando o site ou aplicativo.

Após fazer login com CPF e senha cadastrada na conta gov.br, basta clicar na opção “Meu Benefício” e verificar as informações sobre o valor, a data e o banco de pagamento.

É possível visualizar e emitir o extrato de pagamento do benefício para fins de comprovação de renda.

Outra forma de consultar o BPC é pelo telefone 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h (horário de Brasília).

É necessário informar o CPF, data de nascimento e NIS para o atendente, que fornecerá todas as informações sobre o benefício.

Esperamos que este artigo tenha esclarecido suas dúvidas sobre o pagamento do 13º BPC 2023.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte :Fábela Quintiliano/Internet

Aposentadoria para deficiente auditivo 2023: Guia completo

CLEOdomira Soares dos Santoa (Cascavel – Pr – Brazil)

Cada vez mais observamos as pessoas com deficiência participando do mercado de trabalho.

Com isso, elas também têm direito à aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

As pessoas com deficiência são aquelas que possuem algum impedimento de longo prazo de natureza, mental, intelectual, física ou sensorial.

Pessoas com deficiência auditiva podem, inclusive, se aposentar mais cedo, além de contribuir por menos tempo devido às suas limitações.

Preparamos esse material para ajudar a entender melhor como funciona a aposentadoria por deficiência auditiva. Continue a leitura e confira!

Existe alguma lei que garanta a aposentadoria por deficiência auditiva?
Sim, as pessoas com deficiência são amparadas pela Lei Complementar nº 142/2013.

Esta lei regulamenta a aposentadoria de pessoa com deficiência através do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

Por meio da lei, as pessoas com deficiência podem se aposentar e ainda contam com diminuição no tempo de contribuição à Previdência Social ou redução na idade mínima.

Quais os critérios para se aposentar por deficiência auditiva?
Para uma pessoa com deficiência auditiva dar entrada na aposentadoria existem 2 critérios, são eles:

Por tempo de contribuição
O primeiro critério adotado pelo INSS para conceder a aposentadoria por tempo de contribuição para pessoa com deficiência auditiva é que ele contribua por, no mínimo, 180 meses.

Ao utilizar somente o tempo de contribuição, o futuro segurado deve ficar atento a quantas contribuições devem ser realizadas.

Também é preciso ficar atento ao tempo estipulado de acordo com o grau de deficiência que pode ser grave, médio ou leve. Veja diferença entre graus de deficiência:

Deficiência de grau grave: 25 anos de tempo de contribuição para homens e 20 anos de tempo de contribuição para mulheres;

Deficiência de grau médio: 29 anos de tempo de contribuição para homens e 24 anos de tempo de contribuição para mulheres;

Deficiência de grau leve: 33 anos de tempo de contribuição para homens e 28 anos de tempo de contribuição para mulheres.

Atenção: O grau de deficiência é determinado por meio de perícia médica do INSS e, este pode variar de acordo com as condições sociais e de saúde de cada segurado.

Por exemplo, uma pessoa com deficiência que utiliza cadeira de rodas se locomove pela cidade utilizando transporte público.

Outro cadeirante, com as mesmas condições físicas, se locomove com o próprio carro.

Diante das condições apresentadas, vemos que o 1º cadeirante possui um grau de locomoção maior.

Enquanto a pessoa com deficiência e possui carro tem facilidade de locomoção, o outro cadeirante tem um grau maior de dificuldade.

Tudo isso é considerado pelos peritos do INSS na hora de determinar o grau de deficiência de uma pessoa.

Essa é a forma mais fácil de uma pessoa com deficiência se aposentar, já que não exige a idade mínima do segurado após a Reforma da Previdência.

Por idade
Para que uma pessoa com deficiência possa solicitar a aposentadoria por idade, além de alcançar a idade mínima, deverá contribuir com a previdência por um tempo mínimo.

Os homens deverão ter, no mínimo, 60 anos de idade e as mulheres 55 anos e deverão ter realizado 180 pagamentos ao INSS.

No caso da aposentadoria de pessoa com deficiência auditiva por idade, não é preciso comprovar o grau da deficiência.

Mas como dissemos antes, é preciso contribuir por, pelo menos, 15 anos.

O valor da aposentadoria é calculado de acordo com a média de 100% dos salários recebidos de 1994 até os dias atuais.

Antes da reforma, eram excluídos os 20% menores salários.

Diferença entre aposentadoria por deficiência e aposentadoria por invalidez

Muitas pessoas ainda confundem aposentadoria de pessoa com deficiência com a aposentadoria por invalidez.

O primeiro passo, é entender que a pessoa com deficiência pode ou não ser capaz de fazer uma atividade laboral.

Lembre-se: Nem toda pessoa com deficiência é completamente incapaz de exercer funções e conviver em sociedade.

Portanto, a aposentadoria por deficiência é destinada às pessoas que possuem uma deficiência, mas, mesmo assim, conseguem exercer suas atividades laborais.

Já a aposentadoria por invalidez, também conhecida como aposentadoria por incapacidade, é concedida às pessoas que são incapazes de exercer suas atividades laborais, de forma permanente, por conta de alguma doença.

Documentos para pedir a aposentadoria por deficiência auditiva

Os documentos para pedir aposentadoria por deficiência auditiva são bastante similares aos solicitados para dar entrada no pedido de aposentadoria de pessoa com deficiência. Confira a lista:

Documento de identificação pessoal com RG e CPF;

Comprovante de residência;

Carteiras de Trabalho ou qualquer outro documento que comprove relação previdenciária;

Laudos médicos, atestados de diagnóstico, exames, receituários, laudos do CRAS;

Outros documentos, não obrigatórios, mas que podem ajudar na hora de solicitar a aposentadoria por deficiência:

Notas fiscais de compra de equipamentos referentes à sua deficiência;

Carteirinhas PCD;

CNH especial;

Comprovantes de isenção de impostos e outros.

Passo a passo de como dar entrada no INSS

A aposentadoria por deficiência pode ser solicitada pelo portal Meu INSS. Veja o passo a passo:

Faça login no portal (CPF e senha);
Na página inicial, clique em “Novo Pedido”;

3. Digite “aposentadoria” na barra de busca, escolha dentre as opções destacadas e clique em “avançar”;

Se necessário, atualize seus dados e clique em “avançar”;
Responda as perguntas previdenciárias;
Anexe os documentos necessários.

Após esses passos, será agendada a perícia médica, com local, data e horário para comparecimento.

Somente após a perícia que o benefício será concedido ou negado.

Atenção: É preciso comprovar que você trabalhou em condição de deficiência através de laudos médicos e todo documento que comprove essa condição, quando tiver que passar pela perícia médica feita pelo INSS.

Na perícia é importante relatar tudo o que for possível sobre o seu tipo de deficiência.

Caso a pessoa tenha adquirido alguma deficiência após começar a trabalhar, o tempo de contribuição anterior poderá ser convertido, considerando o grau de deficiência prevalecente.

Gostou de saber mais sobre a aposentadoria para pessoas com deficiência auditiva? Continue acompanhando nossas redes sociais e não perca nada!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos

Fonte:Camila é formada em Jornalismo, com 10 anos de experiência em conteúdo digital. Na meutudo ela iniciou no time de Customer Success e agora é Copywriter no time de SEO & Conteúdo, com isso ela desenvolveu uma bagagem em assuntos sobre crédito e previdência. Ela ama música, ler, viajar, e ver futebol/Internet

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