Sistema Braille – Lingua de Sinais

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

O Braille é um sistema de escrita e leitura tátil, em alto-relevo, utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão. O método foi criado em 1824, na França, por Louis Braille, jovem que ficou cego aos três anos de idade.

Importante ferramenta de inclusão social, o Braille chegou ao Brasil em 1850, trazido por José Álvares de Azevedo, idealizador do Instituto Benjamin Constant.

Como é o Braille?

O sistema Braille é formado por seis pontos, posicionados em duas fileiras paralelas de três pontos cada. O código permite até 63 variações. No Brasil, o sistema é adaptado para a língua portuguesa desde 2002.

Braille é um sistema de escrita e leitura tátil em alto-relevo.

A escrita em Braille é realizada com o reglete, régua especial com duas linhas e janelas de seis furos, que correspondem às celas do código; e os pontos são feitos com o punção, material semelhante a um estilete.

Há também a escrita por máquina de escrever específica para o Braille (Perkins ou Tetra Point) e por programas de computador.

A escrita em Braille é feita, da direita para a esquerda, pelos pontos criados com o punção. Para ler, a pessoa vira a folha e utiliza o relevo formado no verso.

Em resumo, a leitura em Braille é feita da esquerda para a direita, já a escrita é da direita para a esquerda.

O alfabeto Braille divide-se em letras primárias (de A até J), e as demais são variações. Conheça o alfabeto:
Fonte: Manual – Grafia Braille para a língua portuguesa (MEC)

História do Braille

O sistema Braille foi criado por Louis Braille, francês que ficou cego ainda na infância.

Braille estudou na primeira escola para cegos do mundo, o Instituto Real para Jovens Cegos, onde os alunos aprendiam por repetição dos sons e por poucos materiais suplementares compostos por letras em relevo — o método Valentin Hauy.

Sentindo a necessidade de um método que facilitasse a alfabetização e a aprendizagem de pessoas cegas, dando autonomia ao estudante, Louis Braille passou a adaptar para sua realidade o método da leitura noturna ou sonografia, código criado por Charles Barbier de la Serre, capitão de artilharia do exército francês. A técnica original consistia no uso de pontilhados em alto-relevo para soldados corresponderem-se em segredo, no escuro.

O método De la Serre, apesar de útil ao ser adaptado para cegos, tinha limitações, como sua complexidade de memorização e o fato de não permitir a soletração das palavras.

Louis Braille criou, então, seu próprio método de leitura e escrita para cegos utilizando papel de maior gramatura, que possibilitava a marcação dos pontos e criava o relevo necessário para ser identificado pelo tato.

Apesar de criado em 1824, apenas em 1843 é que o Braille foi aceito no Instituto Real para Jovens Cegos, onde, até então, o método utilizado eram as letras em relevo de Valentin Hauy.

O sistema Braille foi oficializado pelo governo francês em 1854, dois anos após a morte de seu criador.

Braille no Brasil

O Braille foi trazido ao Brasil por José Álvares de Azevedo, então com 16 anos, filho do escritor Manuel Álvares de Azevedo.

Sem uma escola para pessoas cegas em território brasileiro, Azevedo foi mandado a Paris para estudar no Instituto Real para Jovens Cegos, onde conheceu o método criado por Louis Braille.

Em 1850, ao retornar para o Brasil, José Álvares Azevedo decidiu criar uma escola para pessoas cegas, utilizando o Braille como método de aprendizagem.

Fez palestras sobre a importância do sistema, demonstrou a eficiência da leitura tátil na autonomia de estudo, e mobilizou esforços para a criação de uma instituição de ensino.

Os esforços de José Álvares para a alfabetização de cegos surpreenderam Dom Pedro II, o que resultou na criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto Benjamin Constant. O jovem foi o primeiro professor cego e o primeiro educador especializado no ensino de pessoas cegas no país.

Apesar de dar aulas para cegos e conseguir levar em frente sua ideia de uma escola específica para pessoas portadoras da cegueira, José morreu antes que o Imperial Instituto dos Meninos Cegos estivesse em funcionamento.

Com sua iniciativa de trazer o Braille para o Brasil, o país tornou-se o primeiro da América Latina a adotar o sistema criado na França.
Inclusão no Brasil

Outra figura importante para a disseminação do Braille no Brasil foi Dorina Nowill

. A educadora e ativista ficou cega na adolescência e, desde então, lutou pelo acesso de pessoas com cegueira e baixa visão à educação e pela inclusão social delas.

Dorina Nowill desenvolveu um método de educação para crianças cegas e, com isso, conseguiu que fosse criado o I Curso de Especialização de Educação de Cegos na América Latina.

Como parte de suas ações, Nowill criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, atual Fundação Dorina Nowill.

No Brasil existem projetos de distribuição gratuita de livros e materiais em Braille para pessoas cegas e com baixa visão. Por ser uma impressão que demanda mais recursos e tem um custo mais alto, a tiragem ainda é menor do que a necessidade do público-alvo. A maior parte da distribuição é feita pelo Instituto Benjamin Constant e pela Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Importância do Braille

A adoção do Braille no dia a dia permite que a pessoa cega tenha autonomia não só na aprendizagem mas também na locomoção para diferentes lugares. Por isso, a utilização do código em placas, elevadores e escadas é tão importante para a acessibilidade.

O Braille é o sistema mais completo para as pessoas cegas, já que abrange a literatura, matemática, informática, música e tantas outras áreas. Permitir o acesso ao ensino do Braille para a população cega ou com baixa visão é incluir tais indivíduos na sociedade e garantir a eles seus direitos fundamentais, uma vez que ter acesso a transporte, saúde e educação é mais difícil em um mundo voltado para o visual.

A fim de lembrar a importância do sistema e promover ações para a inclusão social de pessoas cegas, o 4 de janeiro foi escolhido como o Dia Mundial do Braille. A data faz referência ao aniversário de nascimento de Louis Braille.

Como aprender Braille?

A aprendizagem do sistema Braille exige da pessoa noções de espaço, profundidade, coordenação motora, memorização e percepção tátil. Para quem deseja aprender Braille, é importante conhecer como são formadas as celas, quais os principais pontos, o alfabeto e os símbolos mais comuns.

Pessoas que enxergam podem aprender mais em cursos como o Braille Virtual, oferecido pela Universidade de São Paulo (USP) de forma on-line e gratuita.

O YouTube também tem canais com aulas básicas sobre o sistema Braille. Nesses vídeos, o usuário pode ver, na prática, como funcionam os pontos do código, o uso de reglete e punção, e conferir dicas para o aprendizado.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Prepara Enem/Internet
Por: Lorraine Vilela

E qual você diria que é a diferença entre ter deficiência e ser deficiente?

CLEOdomira Soares dos Santos
BBC News Mundo – E qual você diria que é a diferença entre ter deficiência e ser deficiente?

Risso – A identidade. Quando alguém decide que é deficiente e percebe que isso irá acompanhá-lo por toda a vida, aquilo se torna uma característica, como tantas outras.

Sou uma mulher, sou branca e também sou deficiente.

De qualquer forma, acredito que o mais difícil é que a sociedade entenda que o problema, na verdade, são os outros, não somos nós.

Para falar de forma mais teórica, o modelo social da deficiência entende que a deficiência é uma construção social, não é um tema individual, não é um problema que exige que se cure uma pessoa.

O entorno é que precisa se adaptar para que essa pessoa possa viver com a maior autonomia possível.

Mesmo assim, acho que este conceito não encerra a discussão sobre a ideologia da normalidade.

Edição; CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte; BBC News/Internet

Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Sabemos que a luta das pessoas com deficiência para obter espaços acessíveis e igualitários na sociedade percorreu por um bom tempo.

E nada melhor do que podermos refletir um pouco mais sobre esse percurso, discutindo um pouco a respeito da comemoração do Dia nacional da luta das PCDs, data que está vindo por aí: 21 de Setembro.

Se você se interessa por informações a respeito deste dia tão especial e como a data foi estabelecida, vem com a gente para mais um texto!

Trajetória da luta das pessoas com deficiência ainda não acabou

A trajetória da luta das pessoas com deficiência não foi nada fácil e momentânea.

Essa data de comemoração, comemora, mas também relembra todos os passos a respeito das conquistas por direitos.

É interessante ainda ressaltar que a luta não acabou. Há muito ainda a ser conquistado.

Infelizmente vivemos em uma sociedade preconceituosa e apática em relação a aqueles vistos como “diferentes”.

Dito isso, devemos ter em consciência que o dia nacional desta luta é para comemorar o que foi conquistado, mas também para olhar para o futuro e ter a plena consciência que ainda há muito a ser adquirido.

Qual a importância do Dia Nacional da luta das pessoas com deficiência?

Quando vamos olhar para o próximo, é sempre importante colocar em prática a empatia e tentar sempre pensar nas dificuldades e até mesmo nas conquistas que essa pessoa teve em sua vida.

É comum comemoramos datas festivas durante todo o ano, como: Halloween, festa junina, entre outros. A questão aqui é: por que não comemorar a luta de um povo que se prontificou a lutar por seus direitos e também para os direitos do próximo?

A data traz a reflexão da importância da inclusão nas diversas esferas sociais e ainda dá voz a aqueles que, por boa parte do tempo, permaneceram calados e impossibilitados de se manifestar como cidadãos comuns.

Além disso, a data ainda ressalta a importância de movimentos sociais que pegaram para si a luta e procuram destaques para a causa social.

Compreender e ser compreendido é uma busca constante, até para quando nos expressamos na nossa própria língua.

E quando não conseguimos cumprir de forma satisfatória esse bem que a interação nos traz, quando não conseguimos entender, e nos fazer entender, sentimo-nos estrangeiros, estranhos.

Partindo dessa reflexão, podemos compreender melhor o porquê é tão importante nos aprofundarmos a respeito do tema neste dia.

As PCDs são cidadãos brasileiros, que, como outras minorias, estão colocados à margem da sociedade, porém, seus movimentos e suas lutas, estão colocando os sujeitos que fazem parte deste grupo, como pessoas de voz!

Tipos de deficiências

E claro, tão importante quanto comemorar, é também informar! Falaremos a seguir resumidamente acerca dos tipos de deficiências para que você fique mais ainda por dentro dos cidadãos que fazem parte deste grupo.

Deficiência Física: As pessoas com deficiência física são aquelas com condições motoras danificadas e que comprometem o desenvolvimento de funções diárias. São consequência de lesões neurológicas, ortopédicas, más formações congênitas ou que foram adquiridas durante o tempo.

Deficiência Auditiva: Como o próprio nome diz, está relacionado a audição. As pessoas com deficiência auditiva, são cidadãos que perderam uma parte ou total capacidade de ouvir. A perda auditiva pode ser consequente a doenças hereditárias, maternas, problemas na hora do nascimento/parto, infecções ou até mesmo a lesões que atingem o sistema auditivo.

Deficiência Visual: A deficiência visual é aquela que dificulta com que a pessoa possa enxergar. Podendo ser ela por diversas causas, a deficiência visual acomete boa parte da população devido ao alto número de doenças relacionadas à visão. A deficiência visual engloba pessoas cegas, com baixa visão ou monocular.

Deficiência Intelectual: A deficiência intelectual pode ser consequência de doenças hereditárias, má formação dentro do útero e muitas outras. A falta de inclusão a essas pessoas ainda é frequente. Muitas vezes por preconceito, essas pessoas são restritas de locomoção e comunicação, pauta, entretanto, de muitas discussões a respeito da inclusão de PCDs.

Por que 21 de setembro?

Muitos devem pensar “por que é comemorado dia 21 de setembro”, para quem não sabe esta data também é o dia das árvores, além disso dia vinte um representa o início da primavera, e isso não acontece por coincidência.

A data foi escolhida a fim de marcar o renascimento, a evolução de todas as coisas, inclusive neste caso, da luta das pessoas com deficiência.

Lei de cotas: ajuda na luta das pessoas com deficiência

Uma das conquistas da luta de PCDs é a respeito da lei de cotas. A Lei 8213/91 oferece às pessoas com deficiência acesso a Planos de Benefícios de Previdência e ainda dispõe da contratação de pessoas com deficiência.

Podemos, então, considerar esta lei uma conquista fenomenal, já que uma das causas de exclusão sociais, é devido a impossibilidade desses cidadãos fazerem parte de todas as esferas de nossa sociedade, inclusive a de trabalho.
Para saber mais…

Informações são sempre bem vindas. Com o alto uso da tecnologia e das redes sociais, não existe desculpa para quem não procura se adentrar nas diferentes causas sociais que ainda são ignoradas por grande parte da população.

Dito isso, é interessante que você continue fazendo esta ação de saber um pouco mais sobre política e inclusão de PCDs. Existem, inclusive, curadorias que auxiliam empresas a contratar funcionários com deficiência, colaborando para que a luta não acabe e que possamos cada vez mais evoluir socialmente e também como pessoas.

Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência

Conclusão

O Dia nacional da luta das pessoas com deficiência é a melhor forma de conseguirmos relembrar a trajetória e persistência pelo bem estar e inclusão de boa parte da população, além de podermos comemorar as diversas conquistas e planejar um futuro ainda melhor.

E aí? O que achou do nosso texto a respeito desse dia tão importante. Nunca se esqueça de sempre compartilhar com seus amigos informações tão importantes e fazer parte das pessoas que ajudam na contribuição por um Brasil mais empático.

A igual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.

Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.

Edição: Gison de Souza DANIEL
Fonte: igual-http://linkedin.com/in/andrea-schwarz/Internet

Deficiência intelectual: quais os sintomas e tratamento mais adequado?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazi)]

Segundo dados do IBGE, 6,2% da população brasileira têm algum tipo de deficiência.

Dentro dessa porcentagem, 0,8% têm atraso intelectual.

Isso nos mostra o quanto este assunto deve ser debatido na sociedade, especialmente no que diz respeito às políticas públicas para pessoas com deficiência intelectual.

Os primeiros sintomas desse transtorno surgem ainda na primeira infância e não são difíceis de serem identificados. Se você tem filho e suspeita que ele pode ser um deficiente intelectual, continue lendo este artigo. Separamos as principais informações que você deve saber para garantir uma boa qualidade de vida a ele.

Quais são as principais características da deficiência intelectual?

A deficiência intelectual é um transtorno de desenvolvimento que acomete o raciocínio e a compreensão. Portadores de DI apresentam níveis cognitivos e comportamentais muito abaixo do seu grau de idade cronológica. Por exemplo: uma criança de 8 anos apresenta um perfil de comportamento e cognição equivalentes ao de uma criança com 4 anos de idade. Geralmente, crianças com DI aparentam ter menos idade do que realmente têm.

A deficiência intelectual traz prejuízos em algumas áreas da vida do portador, como na vida acadêmica e pedagógica. A pessoa com DI tem dificuldade de raciocínio, ou seja, não entende conceitos e nem compreende explicações.

Quais são os tipos de deficiência intelectual?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a DI é classificada em quatro níveis:

retardo mental leve (Q.I. entre 50-69);
retardo mental moderado (Q.I. entre 35-49);
retardo mental grave (Q.I. entre 20-40);
retardo mental profundo (Q.I. abaixo de 20).

O que pode causar a deficiência intelectual?

A chance de uma criança desenvolver um transtorno de atraso intelectual está ligada à genética, ou seja, é uma característica herdada geneticamente. Entretanto, em casos mais graves, onde há um grau de deficiência maior, é possível associá-los a possíveis causas, como:

uso de álcool, tabaco ou drogas na gravidez;
anomalias cromossômicas e gênicas;
doenças maternas adquiridas na gestação;
desordens do desenvolvimento embrionário.

Como diagnosticar uma pessoa com deficiência intelectual?

A deficiência intelectual está relacionada ao Quociente de Inteligência (Q.I.) da criança. Ou seja, refere-se à capacidade que o cérebro possui de acompanhar as fases do desenvolvimento infantil de acordo com a idade. Anteriormente, o transtorno era conhecido como retardo ou atraso mental.

A deficiência intelectual é diagnosticada em crianças até os 18 anos de idade. Em geral, os primeiros sinais surgem na fase do desenvolvimento psicomotor dos bebês.

Os principais sintomas são:

dificuldades de adaptação;
aprendizado mais lento;
ingenuidade exacerbada;
má compreensão de sinais e situações;
alto nível de dependência com os pais;
problemas de inter-relacionamento;
dificuldade para elaborar e exercer atividades.

Se o seu filho apresenta algum dos sintomas listados, procure especialistas na área de comportamento infantil e adolescente. Provavelmente, ele precisará ser avaliado por neurologistas, psiquiatras, pedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos. Isto se faz necessário porque portadores de DI podem desenvolver outros transtornos e doenças que podem se associar à sua condição.

As pessoas com deficiência intelectual têm mais risco de ter crises epiléticas, problemas severos de aprendizagem, dificuldades relacionadas e outros problemas.

Por isso, o acompanhamento multidisciplinar se faz necessário, na maioria dos casos.
Como é o tratamento de pacientes com deficiência intelectual?

Não existe cura ou remédio para a deficiência intelectual.

Alguns medicamentos são utilizados para regular os sintomas e ajudar a criança a se desenvolver melhor nas terapias e estimulações.

Profissionais de diferentes áreas são responsáveis por estimular e delegar tarefas aos pacientes com DI. O intuito é fazer com que eles se esforcem para criar mais redes neuronais no cérebro.

Seja qual for o método indicado, os pais devem ser treinados e orientados para estimular seus filhos em casa e manter a consistência do tratamento.
Terapia ABA

A Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis) é o método mais eficaz para tratar transtornos do desenvolvimento infantil, como a deficiência intelectual e o autismo.

A terapia ABA trabalha as necessidades do paciente com o intuito de melhorar suas habilidades e comportamentos sociais. Este tipo de intervenção não exige o uso de ferramentas específicas, podendo ser praticada até mesmo em casa pelos pais. Para iniciar as atividades, um analista comportamental deve ser consultado.

A salz Clínica oferece terapia ABA para autismo, deficiência intelectual e outros transtornos com o método ABA. Somos especialistas em oferecer atendimento multidisciplinar para diversas áreas da saúde, como psicologia escolar, terapia ocupacional, home care, psicopedagogia, fonoaudiologia e muito mais. Atendemos na Clínica de psicologia em Mogi das Cruzes, temos psicólogos em Suzano e em outros locais da grande São Paulo.

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Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: saizclinica/Internet

Brasil tem mais de 10 milhões de pessoas surdas, segundo o IBGE

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

O número de pessoas surdas, no Brasil, passa dos dez milhões, de acordo com o IBGE. Mesmo com a lei que determina o uso da Libras, Língua Brasileira de Sinais, essas pessoas ainda enfrentam muitas dificuldades para acessar serviços básicos do dia a dia, fornecidos por empresas, órgãos e entidades.

Pensando em formas de promover um espaço onde os surdos possam fazer reclamações, uma empresa de tecnologia desenvolveu o SOS Surdo. Um site, na internet, onde é possível registrar, de graça, a falta de acessibilidade.

O diretor executivo da empresa, Cleber Santos, conta que a empatia fez com que desenvolvessem a ferramenta sossurdo.com.br

Tudo começou depois que um familiar do empresário quase perdeu a vida após uma forte reação alérgica a um medicamento.

Isso porque a pessoa não conseguiu se comunicar durante um atendimento onde o médico usava máscaras, o que dificultou a leitura labial.

Diante disso, Cleber Santos sentiu a necessidade de dar voz a essas pessoas, inclusive suporte jurídico para fazer cumprir a lei.

O empresário destaca, ainda, que a iniciativa é uma forma de contribuir para uma vivência mais equitativa para essas pessoas e que tem o sonho de ver os surdos tendo acesso a serviços simples do dia a dia.

Atualmente, a plataforma tem mais de duas mil denúncias. O setor que mais soma reclamações de falta de acessibilidade é o bancário, com 34% do total, seguido do setor público.

Ainda há reclamações contra empresas, faculdades, serviços de televisão e telefonia e internet. Para fazer a reclamação, basta se cadastrar no site.

Também é possível enviar um vídeo em Libras explicando o problema, além de anexar fotos e vídeos. Segundo Cleber Santos, algumas empresas acionadas acabam adaptando a comunicação, mas outras chegam a oferecer telefone para pessoas surdas ligarem, o que demonstra falta de preparo, de acordo com o empresário.

Em nota, a Febraban, Federação Brasileira de Bancos, informou que os bancos associados possuem ações para assegurar acessibilidade a pessoas com deficiência.

Em relação aos surdos, a entidade informa que “atendentes são capacitados” em Libras.

Além disso, a nota cita que mais de 80% dos caixas eletrônicos do país possuem atendimento em braile e funcionalidades com voz.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Agência Brasil Ebc/Internet

Nanismo – Tipos, Causas e Complicações

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

A medicina estima que entre 15 mil e 26 mil crianças nascidas vivas, uma tem nanismo.

Se estimarmos que um em 20 mil bebês tem a doença no Brasil, seriam cerca de 9.500 anões no país, sendo o nordeste onde se concentra a maior parte deles.

O que é o Nanismo?
Nanismo é uma condição médica ou genética que faz com um indivíduo tenha uma estatura até 20% inferior à média dos mesmos indivíduos de sua espécie, à mesma idade1.

Tipos de Nanismo?
Embora existam muitas causas diferentes de nanismo, existem dois tipos principais da condição: nanismo pituitário e a acondroplasia.
Nanismo Pituitário

Não é considerado o nanismo verdadeiro pois suas causas não são genéticas.

Se caracteriza quando a cabeça, o tronco e os membros são todos proporcionais ao corpo, mas muito menores do que aqueles de uma pessoa de tamanho médio2.

Esse tipo de nanismo é muitas vezes o resultado de uma deficiência hormonal e em geral pode ser tratado com injeções hormonais enquanto a criança ainda está crescendo.

Como resultado, alguém nascido com nanismo pituitário pode atingir uma altura média ou aproximar-se disso.

Acondroplasia
Esse é o tipo mais comum de nanismo3.

É genético e caracteriza-se pelas partes do corpo que são desproporcionais entre si.

Por exemplo, braços e pernas são significativamente menores do que as de uma pessoa de tamanho médio, mas o tronco é do mesmo tamanho de alguém não afetado pelo nanismo.
Causas do Nanismo

Acredita-se que exista mais de 300 condições que causam o nanismo. A maioria dessas causas são genéticas e as mais comuns são:

Acondroplasia
Apesar de ser genética, algumas pessoas podem sofrer mutações espontâneas em seus genes que farão com que indivíduos de estatura normal, mesmo sem ascendentes anões com esta síndrome, possam gerar filhos com nanismo.

Síndrome de Turner
Esta condição afeta apenas as mulheres. Em vez de herdar dois cromossomos X totalmente funcionais de seus pais, é herdado um cromossomo X e falta um segundo, ou pelo menos parte de um segundo cromossomo X. Os homens, em comparação, possuem um cromossomo X e um cromossomo Y.

Deficiência de hormônio do crescimento
As causas da deficiência de hormônio do crescimento nem sempre são claras.

Às vezes está ligada a uma mutação espontânea. Em muitos casos, os motivos da deficiência de hormônio do crescimento nunca são diagnosticados.

Hipotireoidismo
Um problema na tireoide, especialmente se ele se desenvolve quando criança, pode levar a muitos problemas de saúde, incluindo um crescimento limitado.

Outras complicações incluem baixa energia, problemas cognitivos e características faciais inchadas.
Retardo de crescimento intrauterino

Esta condição se desenvolve enquanto o bebê ainda está no útero da mãe.

A gravidez pode chegar a termo, mas o bebê geralmente é muito menor do que a média. O resultado é tipicamente de nanismo pituitário.

Fatores de Risco do Nanismo
O nanismo é geralmente o resultado de uma mutação genética. Mas ter um gene ou genes responsáveis por nanismo podem ocorrer de várias maneiras.

Em alguns casos, pode acontecer de forma espontânea, onde os genes são herdados de um ou de ambos os pais.

Ou então, a mutação dos genes pode acontecer por conta própria, geralmente sem uma causa que os médicos possam descobrir.

Outros fatores de risco para o nanismo incluem deficiência hormonal ou desnutrição. Geralmente, não existem fatores de risco para uma deficiência hormonal, mas muitas vezes podem ser tratadas com sucesso.

A desnutrição grave, que leva a ossos e músculos fracos, também pode ser superada em muitos casos com uma dieta saudável e rica em nutrientes.

Sinais de Nanismo

Os sinais de nanismo são bem característicos e incluem:
Testa proeminente;
Região entre os olhos um pouco achatada;
Mandíbula ressaltada;
Arcada dentária pequena;
Desalinhamento e sobreposição de dentes;
Curva acentuada na parte mais fina da espinha;
Braços e pernas pequenos quando comparados com o restante do corpo;
Mãos pequenas;
Pernas quase sempre curvas;
Baixa estatura.

Diagnóstico do Nanismo
No nascimento, às vezes a aparência do recém-nascido pode ser suficiente para fazer um diagnóstico de nanismo.

Nas consultas de acompanhamento, o bebê é medido e pesado para ver como está seu desenvolvimento.

Com esses dados é possível comparar à média para uma criança de sua idade.

Estar abaixo da curva de crescimento padrão é outro sinal que o pediatra pode usar para diagnosticar o nanismo.

O teste genético pode ser útil em alguns casos. Eles são bastante importantes para distinguir uma causa potencial de nanismo de outra.

Um exame de sangue para verificar os níveis de hormônio do crescimento também pode ajudar a confirmar o diagnóstico de nanismo causado por deficiência hormonal

Possíveis Complicações do Nanismo
O nanismo é muitas vezes acompanhado de complicações de saúde. Estes variam de problemas nas pernas e nas costas a problemas da função cerebral e pulmonar.

As complicações mais comuns associadas ao nanismo (acondroplasia) são:

Artrite
Canal estreitado na coluna inferior, resultando em pressão sobre a medula espinhal (estenose espinhal)
Pressão espinhal na base do crânio
Excesso de fluido cerebral (hidrocefalia)
Apneia do sono
Atrasos no desenvolvimento de habilidades motoras como bebê
Ganho de peso que pode colocar mais pressão na coluna vertebral e nas articulações

A gravidez em mulheres com nanismo pode apresentar seu próprio conjunto de possíveis complicações, incluindo problemas respiratórios.

Normalmente é necessária uma cesariana, porque o tamanho da região pélvica não permite um parto vaginal.

Para algumas pessoas com nanismo pituitário, o mau desenvolvimento dos órgãos pode levar a problemas de saúde significativos.

Existe tratamentos para o Nanismo?

O nanismo, independentemente da causa, não pode ser curado ou “corrigido”. No entanto, existem certas terapias que podem ajudar a reduzir o risco de complicações.

Terapia hormonal – Para pessoas com deficiência de hormônio do crescimento, as injeções de hormônio do crescimento sintético podem ser úteis. As crianças que recebem este tratamento nem sempre alcançam uma altura média, mas podem chegar perto.

O tratamento inclui injeções diárias que começam na pré-adolescência, e podem continuar até os 20 anos.

Meninas com síndrome de Turner precisam de terapia com estrogênio e outros hormônios para ajudar a desencadear a puberdade e o desenvolvimento feminino apropriado. A terapia com estrogênio pode ser necessária até que ela atinja a idade da menopausa.

Opções cirúrgicas – Para outros com nanismo, tratamentos cirúrgicos podem ser necessários e úteis para viver uma vida mais longa e saudável.

Os tratamentos cirúrgicos incluem aqueles que podem ajudar:

Na correção da direção do crescimento ósseo
A estabilizar a espinha
Aumentar o canal nas vértebras que rodeiam a medula espinhal para aliviar a pressão na medula

Outro procedimento cirúrgico para pessoas com excesso de fluido ao redor do cérebro é colocar uma válvula para drenagem. Isso pode aliviar um pouco desse fluido e reduzir a pressão sobre o cérebro.

Fisioterapia e ortopedia – São soluções não invasivas para algumas complicações do nanismo.

A fisioterapia é frequentemente prescrita após a cirurgia de algum membro para ajudá-lo a recuperar ou melhorar sua amplitude de movimento e força.

Também pode ser indicada caso o nanismo esteja afetando a forma de caminhar ou está causando dor que não requer cirurgia.
Posso Passar o Nanismo Para Meus Filhos?

Quando se trata de ter uma família, existem algumas considerações importantes. Quando ambos os pais têm nanismo, as chances de uma criança nascer com o nanismo são maiores do que na população em geral.

No caso da acondroplasia, por exemplo, uma pessoa possui um gene anão e um gene não afetado. Isso significa que, quando ambos os pais têm acondroplasia, há uma chance de 25% de que o filho herde o gene não afetado e cresça normalmente

Existe uma chance de 50% de que a criança herde um gene de cada tipo, mas uma chance de 25% de que o bebê tenha dois genes anão. Os bebês que nascem com o que é chamado de homozigose morrem frequentemente no nascimento ou logo depois.

Vivendo Com o Nanismo
As pessoas com nanismo muitas vezes têm vidas longas e satisfatórias.

A condição não afeta a capacidade de ir à escola ou trabalhar, ter uma família ou desfrutar de qualquer outra coisa que a vida possa oferecer.

No entanto, o nanismo pode levar a complicações médicas potencialmente graves.

É importante fazer um checkup anual e visitas a especialistas, conforme necessário. Ser proativo e observar mudanças na saúde, buscando assim, ajuda médica o mais breve possível.

Edição:CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Famivita/Internet

AS MAIORES DIFICULDADES DA SURDEZ

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Falta de compreensão da família

Nada, absolutamente nada no mundo é capaz de nos magoar mais do que ouvir, das pessoas que nós amamos, o infame “Deixa pra lá, não é nada!” quando pedimos para que repitam algo que não ouvimos ou não entendemos.

Hoje eu entendo como é difícil para um ouvinte tentar compreender o que é não ouvir ou ouvir mal, mas isso não justifica falta de compreensão, paciência e ajuda dentro da própria família.

Há também as dificuldades relativas ao uso de aparelho auditivo e implante coclear: familiares que não entendem que o processo de adaptação é longo, cansativo e estressante. Ou que acham que usar AASI e IC é sinônimo de ouvido novo, de perfeição.

Não é nada disso. Eles ajudam (às vezes, MUITO) mas não nos transformam em ouvintes perfeitos – aliás, isso existe?

Capacitismo
O capacitismo é todo tipo de preconceito direcionado a pessoas com deficiência, seja ele velado ou escancarado. E quando somos surdos que ouvem (através de aparelhos auditivos ou implante coclear) ainda precisamos aguentar isso vindo de pessoas que têm a mesma deficiência que a nossa.

Quem nunca ouviu “Você não é surdo, você é só deficiente auditivo” que atire a primeira pedra. Osso duro de roer!

Casa não adaptada
Com a tecnologia disponível hoje, quem não escuta pode adquirir despertador vibratório para ser mais independente e não depender de ninguém para acordar, por exemplo.

A nossa casa precisa estar adaptada às nossas necessidades: TV’s com legendas, campainha com alarme de luz, iluminação adequada.

Pequenas coisas que fazem toda a diferença. Alguns ouvintes que convivem com surdos fazem comentários como “É horrível assistir TV com essas legendas” e esquecem que horrível mesmo é não ouvir a TV. Mais empatia, por favor!

Consultórios, laboratórios e hospitais não acessíveis

Passei algumas horas num hospital semana passada e quase enlouqueci com os chamados pelo alto-falante a cada 15 segundos, com campainha e barulhos incessantes.

O ambiente seria muito melhor se houvesse um telão com avisos e chamados! Nós não conseguiremos sentar na sala de espera e relaxar aguardando que gritem ou chamem pelo nosso nome. Isso é fácil de resolver: chamar pela TV ou por uma tela.

Aeroportos não acessíveis

Qualquer lugar que use alto-falantes para fazer anúncios e chamar as pessoas é um perrengue gigantesco para nós. Ou nós não ouvimos, ou ouvimos e não entendemos.

Nunca vou esquecer a primeira vez que ouvi e entendi um anúncio de alto-falante em aeroporto: foi como se tivesse tirado 200kg das costas. Perdi as contas de quantas vezes corri pra lá e pra cá entre portões porque os aeroportos não davam as informações corretas nas telas de TV. Hoje em dia isso melhorou bastante em alguns aeroportos!

Pessoas que não articulam bem os lábios

A maioria de nós é dependente de leitura labial. Quando alguém não articula bem os lábios para falar conosco, isso é desesperador.

O maior desespero eu sentia quando a pessoa articulava como tartaruga. Basta falar do jeito como você fala, mas prestando atenção para articular as palavras como se estivesse falando em público.

Você consegue, vai!

Restaurantes e baladas escuras

Ler lábios no escuro: impossível. Se você quer a nossa presença ou se quer a nossa felicidade, por favor não nos convide para ir a locais escuros (que em geral também são barulhentos) porque isso configura tortura para quem não ouve ou ouve mal.

Berros em vez de cutucadas

Se você quer a atenção de uma pessoa com deficiência auditiva, apareça no seu campo de visão. Berrar, gritar e mandar alguém cutucar enquanto você fica olhando com cara de tédio é muito, mas muito deselegante.

Ser infantilizado ou se tornar invisível

A surdez nos infantiliza em muitos momentos.

Não somos pessoas de confiança para várias tarefas e atividades porque não escutamos. Uma coisa que me irritava muito era quando eu estava entre pessoas que falavam de mim na minha presença como se eu não estivesse ali – como se fosse uma planta, como se fosse invisível. Se você estiver na presença de uma pessoa surda, não faça isso.

Cinemas só com filmes dublados

Isso me deixava louca! Só pude começar a frequentar cinema com filme dublado em 2014, após o primeiro implante coclear. Antes disso, jamais! Imagine você, pessoa que ouve, tentar assistir a um filme sem som, ou a um filme com áudio em russo sem legendas. Será que vai dar conta? Claro que não! Nós também não fazemos milagres e nós também queremos nos divertir e frequentar os mesmos lugares que vocês frequentam!

Salas de espera com TV ligada sem som e sem legendas

É algo que foge à minha compreensão. Nem os ouvintes conseguem entender nada, que dirá quem não escuta. Confesso que TV ligada sem som e sem legendas é algo que dá nó na minha cabeça.

E é assim que funciona na maioria das salas de espera, restaurantes e vários outros locais. Alguém avisa?

Falta de noção no trabalho

Quem nunca ouviu coisas como “tem que atender o telefone de qualquer jeito“, “se não consegue, pede demissão“, “ah que saco ter que ficar repetindo as coisas“, “fulana é surda” (junto com olhar de pena ou risadinha) no ambiente de trabalho é muito sortudo.

A maioria das empresas não se empenha em incluir de verdade os funcionários PCD – e quando você é um surdo usuário de AASI ou IC, eles parecem ainda mais confusos sobre como lidar com isso. Acho que a solução é falar abertamente sobre suas necessidades e dificuldades sempre, com seu gestor/chefe e também o RH. Não ature assédio moral de cabeça baixa, por favor.

A maldição do “0800 especial”

Não consigo compreender como algo assim permanece na lei como alternativa de acessibilidade para surdos – uma geringonça dos anos 70 que é tudo, menos acessível. Bancos, operadoras de cartão e várias outras instituições, como concessionárias de rodovias, nos direcionam ao 0800 especial para deficientes auditivos e da fala.

Chat, SMS, email ou cadastrar alguém para que resolva alguma coisa por nós, em geral, não permitem. Perda de tempo, de dinheiro e de neurônio.

Isolamento e depressão

Quando vivemos constantemente com as situações acima, acabamos nos isolando e vivendo numa concha, porque é muito cansativo viver em busca de entender o que os outros dizem.

É barra pesada mesmo!
Não é à toa que várias pesquisas já mostraram que pessoas com deficiência auditiva têm o dobro de chance de desenvolver depressão e ansiedade.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Cronicas da surdez/Internet

Há longo caminho para inclusão de alunos neurodivergentes nas escolas, diz pedagoga

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

À CNN Rádio, Solange Aroeira afirmou que “não há respostas prontas” para a inclusão total de alunos no espectro autista
Kelly Sikkema na Unsplash-19/06/2023 às 09:02 | Atualizado 19/06/2023 às 11:57

O Brasil tem aproximadamente 2 milhões de pessoas no espectro autista e, no último 18 de junho, foi comemorado o dia do orgulho autista.

À CNN Rádio, no CNN Educação, a pedagoga e psicóloga Solange Aroeira afirmou haver um “longo caminho” a ser percorrido para a inclusão de alunos autistas nas escolas.

Ela explicou que essa inclusão é muito importante e traz vantagens para todos os estudantes.

“Trabalhamos desenvolvimento de habilidades sociais, estímulo à empatia e compreensão, além de preparação para a vida adulta”, disse.

Segundo a especialista, “estamos numa fase de entender o que de fato é uma inclusão e o que é lidar com a diversidade humana e neurológica.”

Ela destaca que “não temos respostas prontas para isso.”

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De qualquer forma, Solange vê muitos desafios, como na comunicação com os alunos autistas, que segue as particularidades de casa pessoa.

Ao mesmo tempo, a pedagoga acredita que se “deve ter olhar direcionado do que deve ser feito na escola.”

“Professores devem sair do papel de autoridade de sala e devem passar a ser facilitador dessas crianças”, disse.

Para isso, ela aponta a necessidade de colaborar com especialistas e buscar conhecimento, para “considerar que as adaptações têm de ser justas e acessíveis”.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: CNN*Com produção de Isabel Campos/Internet

Acessibilidade: a batalha dos estudantes com deficiência nas universidades

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

A conquista de uma vaga em uma universidade pública é um sonho para muitos jovens brasileiros.

Dominar o conteúdo exigido no vestibular, no entanto, pode não ser o principal desafio para que um aluno consiga ingressar em instituições de ensino superior. Segundo relatos de candidatos com deficiência, as dificuldades começam antes mesmo de chegar aos locais dos exames que, muitas vezes, não oferecem a acessibilidade necessária.

Outras barreiras podem estar embutidas nas próprias questões que os alunos devem resolver nas provas, como contou Maria das Graças Morais.

A jovem, que tentou o vestibular da Universidade de Brasília (UnB) cinco vezes, coleciona relatos de problemas.

“Em uma das provas, uma questão deveria ser feita com base na observação da figura de uma bicicleta.

Por incrível que pareça, na prova adaptada para o braille não havia a descrição da figura e na prova do ledor, que nos ajuda a saber o que está sendo pedido, também não havia a figura para que ele pudesse descrever o que estava vendo. Como eu poderia fazer aquela questão?”, questiona a jovem, que tem deficiência visual.

Dados do Censo da Educação Superior de 2010 apontam que em um universo de 6,3 milhões de estudantes matriculados em cursos de graduação, apenas 16.328 universitários são identificados como pessoas com deficiência.

Desse número, 10.470 estão na rede privada. O dado mostra a realidade sobre a dificuldade de ingresso e permanência dos estudantes com deficiência no ensino superior no Brasil.

Ronan Alves Pereira é pai de Tomás Pereira, estudante cego do 5º semestre do curso de letras e tradução em inglês da UnB.

Ele também acredita que o filho foi prejudicado por condições inadequadas nas provas da universidade. Em uma das vezes, o rapaz, que nasceu cego, fez o vestibular da instituição e foram identificados erros de grafia em enunciados e de transcrição para o braille.

“É uma situação muito grave encontrar uma cadeia química incompleta ou sinais trocados em equações matemáticas: no lugar do sinal de adição, o de subtração. O resultado nunca daria certo”, conta Ronan.

No entendimento de Tomás, há precariedade no atendimento ao aluno com deficiência. “O atendimento ao aluno e à família das pessoas com deficiência é extremamente precário.

Além disso, não há vontade política de tirar as barreiras. Os problemas são questionados, mas não temos solução.

Nas respostas, a universidade é omissa, discriminadora”, argumenta o estudante, que lamenta por muitos amigos com deficiência que não conseguiram entrar na universidade como ele.

“Identificamos várias divergências na prova, foram sucessivos recursos e uma longa jornada até conseguir entrar na faculdade. Há vários colegas que não têm oportunidade ou conhecimento dos recursos e ficam pelo caminho”, destaca.

Depois de algumas tentativas, Tomás conseguiu entrar na universidade. Para garantir a vaga, contou com a ajuda do pai que checou item a item da prova tradicional com a prova aplicada ao filho, em braille. As dificuldades, no entanto, não acabaram. Ele teve de enfrentar a falta de estrutura para a locomoção dentro do campus.

“Ir ao banheiro, por exemplo, é muito complicado, pois não há identificação nas portas. Outro problema é conseguir mesa para colocar o teclado de braille, que é grande e não cabe em uma mesa comum.

Nem todos os professores se dispõem a compartilhar a sua própria mesa comigo”, conta ele, que diariamente é obrigado a desviar de bebedores, cadeiras e outros obstáculos com auxílio de uma bengala. É ela que o ajuda a identificar, quando há piso tátil, o caminho para onde quer chegar.

MEC – O Ministério da Educação (MEC) mudou o formato do Programa Incluir, destinado a investimentos nas universidades públicas para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência.

Até 2010, o recurso era colocado à disposição por meio de editais e as universidades participavam de uma seleção para receber os valores

. A partir deste ano, a pasta decidiu eliminar a seleção e definir já na proposta orçamentária o montante para cada universidade.

Com a mudança no programa, com o investimento direto nas instituições, o MEC espera melhorar as condições para o acesso e a permanência dos estudantes nos cursos de nível superior.

O último edital disputado pelas universidades foi em 2010 e sua vigência terminou em dezembro de 2011. O valor total previa a aplicação de R$ 5 milhões.

O MEC informou ainda que, em 2012, foram investidos em todas as universidades federais a quantia de R$ 3 milhões.

A previsão de investimento deve alcançar R$ 11 milhões em 2013, a serem aplicados em adequação arquitetônica para acessibilidade como rampas, barras de apoio, corrimão, piso e sinalização tátil.

Além das obras de adaptações, o MEC destacou que os recursos também poderão ser usados na aquisição de computador com interface de acessibilidade, impressora braille, lupa eletrônica e outros materiais didáticos e pedagógicos.

Para a diretora de desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Ministério da Educação, Adriana Rigon Weska, a mudança significou um avanço nas condições enfrentadas pelos estudantes com deficiência. “O governo federal tem feito um esforço de eliminar barreiras físicas pedagógicas e permitir o acesso à informação. É um avanço”, disse.

De acordo com Adriana Weska, para atender a demanda pedagógica dos universitários com deficiência, a pasta vai criar o curso de letras – português/libras até 2014, em cada estado do País.

“Serão ofertados mais 12 cursos de pedagogia na perspectiva bilíngue pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) para formação inicial de professores e tradutores/intérpretes de libras”, disse.

O ministério prevê ainda abrir concurso até dezembro deste ano para contratação de 229 professores e 606 técnico-administrativos. A medida envolve as pastas do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Educação, da Saúde e da Secretaria de Direitos Humanos, com o Plano Viver sem Limites.

Burocracia – As dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no acesso ao ensino superior e também durante os cursos oferecidos são reconhecidas pela Universidade de Brasília (UnB).

O coordenador do Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais da universidade, José Roberto Vieira, aponta que há dificuldades provocadas principalmente pela burocracia pública.

“Queremos buscar a igualdade de condições na universidade. Sabemos que há casos de obras feitas de forma errônea, mas procuramos fazer as adaptações.

Infelizmente, esbarramos em burocracia pública, como todo prazo licitatório. Além disso, a UnB tem prédios tombados, o que retarda ainda mais o processo de obras. [A estrutura dos campi] está longe do ideal, mas a preocupação existe”, completou o coordenador.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: R7,com/Internet

Deficientes relatam dificuldades e desafios em relacionamentos

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Programa na TV britânica fala sobre barreiras que deficientes têm de superar para conquistar vida amorosa bem-sucedida

As dificuldades e desafios enfrentados por deficientes quando o assunto é namoro são tema de uma série transmitida pela TV britânica nesta semana.

Em diversos relatos, deficientes físicos e mentais contam as barreiras que têm de superar para conquistar uma vida amorosa bem-sucedida.

Adrian Higginbotham, de 37 anos, conta que para ele, que é cego, as dificuldades começam no primeiro contato, o ponto de partida para qualquer relacionamento.

´Você não pode entrar em uma sala de modo casual e dar aquela olhada. Você não pode sorrir para alguém que você já viu duas vezes anteriormente passando pela rua´, diz Higginbotham.

Com um título provocante, o programa ´The Undateables´ (que poderia ser traduzido como

´Os Inamoráveis´) conta histórias como a de Higginbotham e virou alvo de discussões acaloradas nas redes sociais principalmente por conta do título.

O programa mostra ainda uma agência de namoros especializada em pessoas com dificuldade de aprendizagem, a ´Stars in the Sky´, que assegura que seus clientes cheguem seguros ao local do encontro e os ajuda a encontrar ´a pessoa certa´.

A agência diz já ter organizado mais de 180 encontros desde 2005, com um saldo de um casamento, uma união entre pessoas do mesmo sexo, três noivados e 15 relacionamentos sérios.

Reações

O programa mostra que, apesar de muitos deficientes estarem casados e felizes ou não terem dificuldades para namorar, outros enfrentam uma gama variada de reações e, às vezes, atitudes estranhas, principalmente quando o par não sofre de deficiência.

Lisa Jenkins, de 38 anos, relata sua experiência em um encontro com um amigo de um amigo que não sabia que ela tinha paralisia cerebral.

´Nós entramos em um bar e ele imediatamente desceu os degraus diante de nós. Eu tentei descer, mas simplesmente não consegui. Não havia corrimão´, conta.

Quando seu acompanhante perguntou se algo estava errado, Jenkins teve de contar sobre sua paralisia cerebral.
´Eu podia ver a mudança em seu rosto. Ele ficou instantaneamente menos atraído por mim´, diz.

´Eu já tive homens que se sentiam atraídos por mim, mas achavam que havia algo de errado com eles por isso.´
Jenkins conta que já chegou a ouvir de um potencial pretendente que ele ´sempre teve interesse por sexo bizarro´.

Em uma sondagem feita em 2008 pelo jornal britânico The Observer, 70% dos entrevistados disseram que não fariam sexo com um deficiente.

Shannon Murray, uma modelo na casa dos 30 anos, há 20 em uma cadeira de rodas, conta que, quando era adolescente, alguns rapazes lhe ofereciam uma bebida e em seguida perguntavam se ela ainda podia fazer sexo.

Internet

O programa discute também a era dos encontros pela internet e um novo dilema surgido com ela: um deficiente deve revelar sua condição imediatamente ou esperar que as pessoas o conheçam melhor antes de contar sobre sua deficiência.

Murray – que tem sempre em seu telefone uma lista de bares e restaurantes com acesso fácil para cadeiras de rodas, com medo de parecer pouco independente em um primeiro encontro – diz que já fez os dois.
Ela conta que em apenas uma ocasião um pretendente resolveu abandonar a relação após descobrir que ela era deficiente.

Murray diz que tentou também a abordagem oposta, colocando em um site de relacionamentos comum uma foto em que sua cadeira de rodas era bem visível e uma frase bem-humorada, dizendo que, se o interesse da pessoa era escalar o Everest, ela não poderia ir junto, mas ficaria no campo base e tentaria manter a barraca aquecida.

´Esperava que, revelando minha deficiência assim, no início, geraria menos interesse, mas acabei recebendo mais respostas do que quando escondia a cadeira. Fiquei entre as cinco mulheres que receberam mais atenção no site naquela semana´, conta.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte:BBC/Internet