Senado leva notícias em braile a todo o país há 15 anos 

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Senado Notícias em Braile é enviado mensalmente a 119 bibliotecas e entidades ligadas às pessoas com deficiência visual

Os dados oficiais são ainda do último Censo Demográfico, de 2010, já que ainda não foram divulgados os números sobre a população com deficiência no levantamento que está sendo feito desde 2022.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 506 mil cegos no Brasil. Essa parcela da população historicamente tem à disposição uma baixa oferta de material de leitura.

O avanço tecnológico facilitou em muito o acesso à informação, principalmente com a criação dos leitores de tela, programas de computador que convertem o texto em áudio e permitem à pessoa cega navegar na internet.

Mas um código inventado há 197 anos ainda é indispensável à educação e à inclusão dessas pessoas.

— Toda essa tecnologia que existe é bem-vinda, mas não substitui o braile. No braile, você efetivamente lê, você tem contato com a ortografia.

Se você acabar com o braile, você vai acabar causando um problema muito sério para a alfabetização e futuramente para a empregabilidade, porque uma pessoa mal alfabetizada não vai conseguir uma vaga qualificada — afirma Markiano Charan Filho, que é cego e preside a Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), de São Paulo (SP).

A instituição existe desde 1978 e tem como missão incluir a pessoa com deficiência visual, principalmente no trabalho, com cursos profissionalizantes e de reabilitação — neste último caso, para os que enxergavam e perderam a visão.

A Adeva é uma das 119 instituições que recebem mensalmente o Senado Notícias em Braile, produzido pela Agência Senado. São 116 entidades no Brasil e outras três em Portugal, entre associações ligadas às pessoas com deficiências, bibliotecas públicas e universidades.

Neste mês de maio, a publicação completa 15 anos. Até o final de 2019, ela se chamava Jornal do Senado em Braile e trazia um resumo mensal das notícias publicadas no Jornal do Senado impresso em tinta. Com o fim do impresso, o braile mudou de nome, passando a reunir as reportagens mais importantes publicadas no Portal Senado Notícias, também editado pela Agência Senado.

No final de 2021, uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto DataSenado junto ao público-alvo motivou uma reformulação editorial para aproximar ao máximo o conteúdo dos interesses dos leitores.
— Ajustamos nossos conteúdos para oferecer mais notícias sobre acessibilidade e direitos das pessoas com deficiências. Estamos sempre atentos para ampliar e melhorar esses serviços à população — afirma Paola Lima, diretora da Agência.

O compilado das notícias publicadas no Portal Senado Notícias também reúne as principais aprovações de projetos pelo Senado, as sanções de lei e reportagens especiais, principalmente sobre história e cidadania.

— Hoje em dia muita gente não está utilizando mais o braile, por conta da acessibilidade na informática. Mas, para quem gosta de ler, o Senado Notícias em Braile é muito bom. Deixa a gente por dentro das leis, do que está mudando no nosso país — opina a leitora Gessica Oliveira, que mora em Rondonópolis (MT) e tem acesso à publicação na biblioteca da Associação de Deficientes Visuais da cidade. Ela tem 31 anos e perdeu a visão aos 15.

Também frequentador assíduo dessa biblioteca, Bruno Marques Antunes, 29 anos, é cego desde os 12. Ele considera a escrita em braile uma ferramenta insubstituível para a informação desse público.
— Quando eu perdi a visão e comecei a ser realfabetizado, eu fui direto pro braile. Quando a pessoa está lendo em braile, ela consegue viajar mais no que está acontecendo, ela consegue entender mais. É diferente de quando uma pessoa está narrando — explica.

Outro leitor do Senado Notícias em Braile, o massoterapeuta Jackson Bulhões, de São Luís, é presidente do Centro Desportivo Maranhense de Cegos.

— De negativo eu não tenho nada [a apontar]. Eu gosto da publicação, das notícias. O braile [o relevo] é muito vivo, a qualidade da encadernação é boa — avalia.

Érica Prates Camillo é paratleta de natação, tem 14 anos e perdeu a visão há três. Cursa o 9º ano numa escola inclusiva. Hoje já domina o braile, que aprendeu na Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Caxias do Sul (RS). Ela “acha interessante saber o que está acontecendo no Senado” e também elogia as qualidades físicas do Senado Notícias em Braile: “A parte táctil e o relevo são bons”.

A professora de braile de Érica, Amanda Franscisco da Silva, que é vidente, afirma que conhecer esse sistema de leitura é fundamental.

— Vamos pensar no cotidiano. A pessoa com cegueira precisa ir a uma farmácia. Nas caixinhas de remédio tem as informações em braile.

É muito importante aprender. Sem dúvida, faz toda a diferença. Não dá pra depender só de suporte de áudio.

Markiano Filho, presidente da Adeva, de São Paulo. Amanda, professora de braile, e a estudante Érica, de Caxias do Sul Fotos: acervo pessoal e Tiago Koch Peres

Paola Lima, diretora da Agência Senado: pesquisa identificou preferências dos leitores e orientou ajustes na publicação Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Serviço especializado
Os elogios sobre as características físicas do Senado Notícias em Braile são mérito da Secretaria de Editoração e Publicações, a editora do Senado. Há um setor específico, o Serviço de Impressão em Braile, para cuidar das mais de 100 obras que compõem o catálogo elaborado nesse sistema e que podem ser solicitadas e reimpressas sob demanda com pequena tiragem.

No caso do Senado Notícias em Braile, o capricho fica evidente pelo uso de papel especial, mais grosso e resistente, e pela encadernação com espiral para facilitar o manuseio. A boa qualidade da impressão objetiva mantê-la intacta para que o maior número possível de pessoas possa ler sem que os pontinhos impressos percam o relevo ao longo do tempo.

Como a impressão em braile também é feita dos dois lados de cada folha, é essencial que os pontos em relevo não “vazem” de um lado para o outro. Daí a importância de usar na impressão um papel de maior gramatura, medida que identifica a densidade, ou simplesmente, a grossura do papel.

O Serviço de Impressão em Braile é chefiado por Marinete Brito e composto por outras sete pessoas. São dois responsáveis por fazer a transcrição do arquivo de texto fornecido pela Agência Senado, com o uso do programa de computador Braille Fácil, aplicando todas as padronizações necessárias.

Há também quatro revisores da escrita em braile, todos cegos, e um impressor.

O trabalho de produção gráfica da tiragem de cerca de 120 exemplares de 100 páginas leva em torno de uma semana.
— Estou orgulhosa de estar aqui desde o início, de poder ajudar, poder contribuir — diz Marinete, que considera o trabalho realizado pelo setor como de grande utilidade pública, principalmente em cidades pequenas, onde nem sempre é fácil para a pessoa cega acessar a internet.

Anderson de Castro trabalha na transcrição para braile desde o início da publicação.

— É o único jornal impresso em braile no Brasil de que a gente tem notícia.

É muito gratificante, porque a gente está ajudando bastante para a acessibilidade no país. O material em braile ajuda muito o cego a se tornar independente — aponta.

Entre os revisores das páginas já transcritas para o braile, o mais antigo é Jacob Luiz de Souza, cego de nascença, que trabalha com a publicação desde o início, há 15 anos.

— Eu tive o privilégio de revisar o primeiro jornal.

É muito gratificante porque a gente [a pessoa com deficiência visual] é muito dependente das outras pessoas para quase tudo. Mas, dentro das nossas possibilidades, temos o mesmo direito que as outras pessoas de estar bem-informados — opina.

Também revisora de textos em braile, Joana Maria de Vasconcelos destaca o alcance do Senado Notícias em Braile.

— Ele chega até o interior, chega nas escolas. Para mim, que já fui professora, isso é muito relevante. Na primeira vez que eu li o Jornal do Senado, antes de ser revisora aqui, fiquei muito emocionada, porque as notícias chegaram até mim de uma forma que eu poderia ler sozinha, sem ninguém ler pra mim.

Karina de Almeida Braga, que também faz parte da equipe de revisores em braile, aponta outro aspecto importante: o acesso ao noticiário e às outras publicações do Senado para as pessoas cegas que se preparam para concursos públicos.

— Eu estudo para concurso, e hoje em dia a gente está tendo muito acesso às informações. Nas provas, cai [o conteúdo] “atualidades”. E o jornal faz um resumo.

A outra integrante do time de pessoas cegas que revisam as publicações em braile do Senado é Sheila Maria Guimarães, bibliotecária. Segundo ela, “a informação está se tornando cada vez mais acessível por vários meios” para os que têm deficiência visual.

— Hoje só não lê quem não busca a leitura.

Equipe do Serviço de Impressão em Braile. Na primeira fila: Jacob Souza, Sheila Sá, Joana Vasconcelos e Karina Braga. Atrás: Marivaldo Santos, Anderson Castro, Marinete Brito e Celso dos Santos Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição, revisão e impressão dos 120 exemplares do Senado Notícias em Braile dura aproximadamente uma semana Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Como começou
Em 2006, o Senado publicou uma edição-piloto do jornal em braile. A ideia de criar uma seleção de notícias para o público com deficiência visual surgiu a partir de contatos da jornalista Treici Schwengber com instituições ligadas a pessoas com deficiência na produção de uma seção periódica do jornal, o Especial Cidadania.

— Foi muito especial participar desse projeto. O Jornal do Senado em Braile foi uma consequência natural do Especial Cidadania. Por meio das cartas e mensagens encaminhadas para o Jornal do Senado, era claro o grande interesse pela Casa legislativa e a carência e desejo dos cidadãos, especialmente aqueles que viviam fora dos grandes centros, por entender o sistema político, além de conhecer e usufruir das diversas políticas públicas — lembra.

Mas a publicação regular do noticiário em braile só começou em maio de 2008, quando o jornalista Davi Emerich era diretor do Jornal do Senado.

— A ideia de produzir o jornal em braile já estava no ar, já havia sido concebida, mas não tinha sido tirada do papel. Fizemos um cadastro nacional de entidades para remessa postal e começamos a tirar o jornal mensalmente — recorda. — Ele cumpre um papel muito importante naquelas entidades de pessoas com deficiência visual como instrumento de aprendizagem da leitura do braile. Nós passamos a oferecer uma leitura atraente.

O jornalista Eduardo Leão foi editor do número 1. Ele conta que um acordo com os Correios possibilitou a remessa postal sem custo para o Senado, o que facilitou a implementação do produto. Outro fator foi a expansão, naquela época, do Serviço de Impressão em Braile, então chefiado por um servidor cego, Paulo Brandão, que deu total apoio.

Segundo Leão, “ainda que tivesse uma tiragem pequena, tinha um sentido de cidadania, de inclusão”

— Mesmo atingindo um número reduzido de pessoas, fazia sentido para as pessoas que eram alfabetizadas em braile saberem o que acontecia no Senado, principalmente as decisões da Casa.
Quinze anos depois, o espírito continua o mesmo.

— Em nosso papel de agência pública, temos a preocupação de sermos o mais inclusivos possível na distribuição das notícias do que acontece no Senado. O Senado Notícias em Braile é uma das publicações de que mais nos orgulhamos — afirma Paola Lima, diretora da Agência Senado.

Emerich era o diretor do Jornal do Senado quando a versão em braile foi criada: instrumento de aprendizagem de leitura Fotos: Ana Volpe e Pedro França/Agência Senado

Outras obras
Diretor da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, Rafael Chervenski afirma que a editora é hoje a principal do país em volume de publicações em braile. Estão disponíveis mais de 100 obras, muitas já transcritas e prontas para impressão em braile sob demanda. Há muitos textos de leis, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Constituição, que tem oito volumes. Mas também estão disponíveis publicações de interesse cultural e literatura.

— Toda publicação que sai em tinta no Senado Federal hoje é transcrita para o sistema braile. Essa é uma iniciativa que a gente adotou, que foi determinada pelo Plano de Acessibilidade vigente no Senado — explica Chervenski.

Com isso, o Senado cumpre também o comando da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que determina que o poder público deve adotar mecanismos de incentivo à edição de livros em formatos acessíveis.

Para conhecer as obras publicadas pela Casa basta acessar o site da Livraria do Senado. A impressão em braile sob demanda tem baixa tiragem e pode ser solicitada apenas por instituições, sejam públicas ou privadas.

A relação das obras prontas para impressão, de atendimento mais rápido, está disponível na página Publicações em Braile.

Para mais informações, é possível entrar em contato com o Serviço de Impressão em Braile pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (61) 3303-4079.

Rafael Chervenski, diretor da Secretaria de Editoração e Publicações do Senado, principal editora em braile no país. Entre as obras publicadas, a Constituição federal conta com oito volumes Fotos: Roque de Sá/Agência Senado

Mais ações
O Senado Notícias em Braile se insere no Plano de Acessibilidade do Senado, ferramenta de gestão utilizada desde 2016, renovada a cada dois anos, para planejar e monitorar as ações de promoção de inclusão das pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida.

O plano é monitorado pelo Núcleo de Coordenação de Ações Socioambientais (NCas), chefiado por Humberto Formiga, e envolve toda a Casa, num total de 17 secretarias. No documento referente ao biênio 2022/2023 estão previstas 82 iniciativas.

— O Senado Notícias em Braile é um marco temporal importante na implantação da Política de Acessibilidade do Senado. O NCas faz o acompanhamento periódico das publicações para sugerir correções e melhorias, mantendo a ação em um ciclo de melhoria contínua.

As ações hoje se expandiram em direção à garantia de recursos de acessibilidade em todos os portais de comunicação do Senado, de tal forma que os leitores de tela eletrônicos auxiliam o acesso de pessoas com deficiência visual aos conteúdos jornalísticos na rede mundial de computadores. No entanto, muitas pessoas cegas foram alfabetizadas em braile e mantêm esse hábito da leitura. Dessa forma, essas tecnologias coexistirão — afirma Humberto.

Segundo ele, o Senado Notícias em Braile é uma iniciativa única do gênero.

— O Senado faz parte de uma rede de acessibilidade da qual participam outras instituições federais, entre elas a Câmara dos Deputados, o STJ, o STF, o TCU e o TJDFT.

Essas instituições foram consultadas sobre a existência desse tipo de serviço e nenhum desses órgãos confirmou a existência de produto similar.

Ele destaca outras ações do Senado previstas no Plano de Acessibilidade: serviços de empréstimos de cadeira de rodas e triciclos motorizados, para servidores e visitantes; e disponibilidade de vídeos institucionais com janela de Libras e com legendas nos eventos virtuais promovidos pelo NCAS. Além desses serviços, na Biblioteca do Senado estão disponíveis para empréstimo os óculos especiais que tornam acessível o conteúdo de qualquer livro para as pessoas com deficiência visual.

Louis Braille, inventor do sistema que leva o seu nome, e a tabela de correspondência com o alfabeto e os algarismos Imagens: reprodução e Roque de Sá/Agência Senado

História do braile
O sistema de leitura tátil de pontos em relevo que permite a leitura às pessoas cegas foi inventado em 1825 pelo francês Louis Braille (1809-1852).

Ele perdeu a visão aos três anos de idade após um acidente doméstico. O código se baseia na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três linhas.

O sistema é composto de 63 caracteres, que representam as letras do alfabeto, os números, os sinais de pontuação e acentuação, além da simbologia científica, musicográfica, fonética e informática.
O dia de nascimento do inventor, 4 de janeiro, é o Dia Mundial do Braile. Já o Dia Nacional do Braile homenageia o jovem cego José Álvares de Azevedo, nascido em 8 de abril de 1834, que trouxe o sistema para o Brasil, primeiro país da América Latina a adotá-lo, em 1850.
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Edição: Gilson de Souza Daniel
Reportagem: Rafael Faria-Agencia Senado/Internet

Veja mais Infomatérias
Fonte: Agência Senado

Banheiro para Deficientes – Dicas de Projeto

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Projeto de Banheiro adaptado para PCD (Pessoas com deficiencia) e idosos – Grande parte das pessoas têm dúvidas sobre as medidas de um projeto de banheiro acessível para PCD (Deficientes) nesse post, até mesmo para dar continuidade ao anterior, colocaremos algumas informações que com certeza irá responder algumas questões, á cerca do assunto.

O que é um banheiro PcD?
• BOX – piso e proteção anti-derrapante
• Largura mínima do box : 80 cm
• Desnível máximo de 1,5 cm em relação ao piso do banheiro
• Assento para banho fixo, largura mínima 45 cm, altura 46 cm do piso
• Suporte/ corrimão lateral/ barras de apoio alturas variáveis
• Chuveiro portátil
• Porta objetos fixo
• Saboneteira para sabão líquido com altura média de1,20 m
• Fechamento do box com material inquebrável e firme, sistemas de porta de correr, ou utilização apenas de cortina plástica
• Torneiras de fácil manuseio – monocomando
• Tapete externo de borracha com ventosas
• Porta toalha bem próximo ao box altura média de 1,30 m

Essas são as duvidas sobre projetos para adaptação de banheiro para pessoas com deficiencia (PCD)

É obrigatório ter banheiro acessível?
Sim, o banheiro acessível se torna obrigatório em edificações privadas e publicas que tenham uso comum como salões de eventos de edifícios residenciais e coletivas como locais esportivos, hotéis, cunho religioso e outras

projeto de banheiro adaptado para pcd (Deficientes)
Exemplo de Projeto planta Baixa de Banheiro para PCD / Deficientes
VASO SANITÁRIO
• Altura média : 48 a 50 cm
• Aumentar em 10 cm a base do vaso, conforme indica a NBR 9050
• Descarga simples – caixa acoplada, ou descarga por botão
• Ducha higiênica manual altura média de 45 cm do piso
• Sabonete líquido próximo
• Papeleira externa de fácil acesso altura média de 45 cm do piso
• Barras de apoio altura de 30 cm acima do tampo do vaso.

assento / vaso para deficientes
BANCADA
• Altura entre 80 e 85 cm
• Torneiras de fácil manuseio – ½ volta, alavanca, monocomando ou com célula fotoelétrica.
• Distância máxima das torneiras em relação à face externa frontal – 0,50 m
• Pia com ralo protetor
• Barras de apoio junto ao lavatório
• Tomadas e interruptores altos em área seca – 1,10m a 1,30m
• Sabonete líquido
• Porta toalhas alto e próximo da bancada – 1,10m a 1,30m

ARMÁRIOS
• Gabinete com área livre para movimentação das pernas no caso do uso de cadeira, banqueta ou cadeira de rodas
• Espelho frontal iluminado
• Espelho de aumento
• Apoio de escovas, lâminas, tubos, remédios em material inquebrável
• Lanterna, caneta e lente de aumento para ler e marcar os remédios na gaveta ou porta medicamentos
• Prateleiras internas em material inquebrável
• Gavetas com trava de segurança
Banheiro de PCD e Deficientes completo
Portas de entrada com no mínimo 70 cm – ideal 80 cm
TAGS:
Acessibilidade para PCD, inclusão de pessoas com deficiencia fisica, acesso para todos, Projeto de Banheiro para PCD

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Pcd/Internet

Beneficiários BPC/LOAS têm direito ao décimo terceiro 2023?

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

O que o BPC/LOAS dá direito?
O BPC é um benefício assistencial regido pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e pago pelo Instituto Nacional do Serviço Social (INSS).

Ele garante um salário mínimo à pessoa com deficiência ou ao idoso com 65 anos, ou mais.

O objetivo desse benefício é assegurar que essas pessoas, ao comprovarem a impossibilidade de se sustentarem ou de sustentarem suas famílias, tenham um amparo financeiro e vivam com dignidade.

Quem pode receber o BPC?
Para ter direito ao BPC, é necessário que a renda familiar por pessoa seja igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo vigente, ou seja, R$ 330,00 em 2023.

Além disso, é preciso se enquadrar em uma das seguintes situações:

Ser pessoa com deficiência de qualquer idade que apresente impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que dificultem sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. A avaliação da deficiência é feita por meio da perícia médica e social do INSS.

Ser idoso com 65 anos ou mais que não receba nenhum outro benefício da seguridade social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego.

Além disso, é necessário estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) e ter o Número de Identificação Social (NIS).

Afinal, quem recebe BPC/LOAS tem direito ao décimo terceiro?

Atualmente, quem recebe BPC/LOAS não tem direito ao décimo terceiro salário, benefício conhecido como abono natalino.

Saiba mais: Meu filho recebe o benefício do BPC, eu posso trabalhar?

Isso porque o benefício assistencial, apesar de ser pago pelo INSS, é vinculado à Assistência Social e não à Previdência Social.

Dessa forma, o BPC não segue as mesmas regras dos benefícios previdenciários. Inclusive, para que ele seja pago, não é necessário que contribuições ao INSS tenham sido feitas.
Projeto de Lei para pagar 13º ao BPC/LOAS 2023

Apesar de o décimo terceiro não ser pago aos beneficiários do BPC, existem alguns Projetos de Lei (PL) que pretendem liberar o abono para esse grupo.

O PL 4439/2020, de autoria do deputado Darci de Matos (PSD-SC), que visa estabelecer o pagamento de até um salário extra por ano aos idosos e pessoas com deficiência que recebem o benefício assistencial, continua em tramitação na Câmara dos Deputados.

O PL 2348/2022, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), também propõe o pagamento do décimo terceiro salário BPC.

Ele é mais recente, está em tramitação e foi anexado ao PL mais antigo, situação chamada de “apensada”.

Ainda não é possível afirmar se o décimo terceiro BPC será pago ainda em 2023, visto que o projeto mais recente teve sua última movimentação em 12/09/2022.

Os benefícios com direito ao 13º salário são os seguintes:
Aposentadoria por idade;
Aposentadoria por tempo de contribuição;
Aposentadoria especial;
Aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente);
Aposentadoria compulsória;
Pensão por morte;
Auxílio-doença;
Auxílio-acidente;

O valor do 13º salário é proporcional e pode chegar a até uma parcela do benefício mensal, sendo pago em duas vezes: a primeira entre agosto e setembro e a segunda entre novembro e dezembro.

O calendário de pagamento segue o mesmo dos benefícios regulares e depende do número final do benefício.

Por vezes, o governo pode antecipar o pagamento do décimo terceiro para o primeiro semestre, como tem feito nos últimos anos.

Posso transformar o BPC em aposentadoria?
O BPC não pode ser transformado em aposentadoria, pois, como explicado até aqui, são benefícios com requisitos e regras diferentes.

Para ter direito à aposentadoria é necessário ter contribuído para a Previdência Social durante um certo período, além de cumprir outros requisitos. Por outro lado, o BPC não tem a exigência de contribuição para ser solicitado.

Se o beneficiário do BPC começar a contribuir para o INSS como trabalhador formal ou facultativo, ele poderá ter direito à aposentadoria no futuro, desde que cumpra os requisitos exigidos para cada modalidade.

Nesse caso, ele deverá optar por um dos benefícios, pois não é possível acumular o BPC com a aposentadoria

Como consultar o meu benefício?
O BPC/LOAS, assim como os benefícios previdenciários, podem ser consultados pelo portal Meu INSS, acessando o site ou aplicativo.

Após fazer login com CPF e senha cadastrada na conta gov.br, basta clicar na opção “Meu Benefício” e verificar as informações sobre o valor, a data e o banco de pagamento.

É possível visualizar e emitir o extrato de pagamento do benefício para fins de comprovação de renda.

Outra forma de consultar o BPC é pelo telefone 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h (horário de Brasília).

É necessário informar o CPF, data de nascimento e NIS para o atendente, que fornecerá todas as informações sobre o benefício.

Esperamos que este artigo tenha esclarecido suas dúvidas sobre o pagamento do 13º BPC 2023.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte :Fábela Quintiliano/Internet

Aposentadoria para deficiente auditivo 2023: Guia completo

CLEOdomira Soares dos Santoa (Cascavel – Pr – Brazil)

Cada vez mais observamos as pessoas com deficiência participando do mercado de trabalho.

Com isso, elas também têm direito à aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

As pessoas com deficiência são aquelas que possuem algum impedimento de longo prazo de natureza, mental, intelectual, física ou sensorial.

Pessoas com deficiência auditiva podem, inclusive, se aposentar mais cedo, além de contribuir por menos tempo devido às suas limitações.

Preparamos esse material para ajudar a entender melhor como funciona a aposentadoria por deficiência auditiva. Continue a leitura e confira!

Existe alguma lei que garanta a aposentadoria por deficiência auditiva?
Sim, as pessoas com deficiência são amparadas pela Lei Complementar nº 142/2013.

Esta lei regulamenta a aposentadoria de pessoa com deficiência através do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

Por meio da lei, as pessoas com deficiência podem se aposentar e ainda contam com diminuição no tempo de contribuição à Previdência Social ou redução na idade mínima.

Quais os critérios para se aposentar por deficiência auditiva?
Para uma pessoa com deficiência auditiva dar entrada na aposentadoria existem 2 critérios, são eles:

Por tempo de contribuição
O primeiro critério adotado pelo INSS para conceder a aposentadoria por tempo de contribuição para pessoa com deficiência auditiva é que ele contribua por, no mínimo, 180 meses.

Ao utilizar somente o tempo de contribuição, o futuro segurado deve ficar atento a quantas contribuições devem ser realizadas.

Também é preciso ficar atento ao tempo estipulado de acordo com o grau de deficiência que pode ser grave, médio ou leve. Veja diferença entre graus de deficiência:

Deficiência de grau grave: 25 anos de tempo de contribuição para homens e 20 anos de tempo de contribuição para mulheres;

Deficiência de grau médio: 29 anos de tempo de contribuição para homens e 24 anos de tempo de contribuição para mulheres;

Deficiência de grau leve: 33 anos de tempo de contribuição para homens e 28 anos de tempo de contribuição para mulheres.

Atenção: O grau de deficiência é determinado por meio de perícia médica do INSS e, este pode variar de acordo com as condições sociais e de saúde de cada segurado.

Por exemplo, uma pessoa com deficiência que utiliza cadeira de rodas se locomove pela cidade utilizando transporte público.

Outro cadeirante, com as mesmas condições físicas, se locomove com o próprio carro.

Diante das condições apresentadas, vemos que o 1º cadeirante possui um grau de locomoção maior.

Enquanto a pessoa com deficiência e possui carro tem facilidade de locomoção, o outro cadeirante tem um grau maior de dificuldade.

Tudo isso é considerado pelos peritos do INSS na hora de determinar o grau de deficiência de uma pessoa.

Essa é a forma mais fácil de uma pessoa com deficiência se aposentar, já que não exige a idade mínima do segurado após a Reforma da Previdência.

Por idade
Para que uma pessoa com deficiência possa solicitar a aposentadoria por idade, além de alcançar a idade mínima, deverá contribuir com a previdência por um tempo mínimo.

Os homens deverão ter, no mínimo, 60 anos de idade e as mulheres 55 anos e deverão ter realizado 180 pagamentos ao INSS.

No caso da aposentadoria de pessoa com deficiência auditiva por idade, não é preciso comprovar o grau da deficiência.

Mas como dissemos antes, é preciso contribuir por, pelo menos, 15 anos.

O valor da aposentadoria é calculado de acordo com a média de 100% dos salários recebidos de 1994 até os dias atuais.

Antes da reforma, eram excluídos os 20% menores salários.

Diferença entre aposentadoria por deficiência e aposentadoria por invalidez

Muitas pessoas ainda confundem aposentadoria de pessoa com deficiência com a aposentadoria por invalidez.

O primeiro passo, é entender que a pessoa com deficiência pode ou não ser capaz de fazer uma atividade laboral.

Lembre-se: Nem toda pessoa com deficiência é completamente incapaz de exercer funções e conviver em sociedade.

Portanto, a aposentadoria por deficiência é destinada às pessoas que possuem uma deficiência, mas, mesmo assim, conseguem exercer suas atividades laborais.

Já a aposentadoria por invalidez, também conhecida como aposentadoria por incapacidade, é concedida às pessoas que são incapazes de exercer suas atividades laborais, de forma permanente, por conta de alguma doença.

Documentos para pedir a aposentadoria por deficiência auditiva

Os documentos para pedir aposentadoria por deficiência auditiva são bastante similares aos solicitados para dar entrada no pedido de aposentadoria de pessoa com deficiência. Confira a lista:

Documento de identificação pessoal com RG e CPF;

Comprovante de residência;

Carteiras de Trabalho ou qualquer outro documento que comprove relação previdenciária;

Laudos médicos, atestados de diagnóstico, exames, receituários, laudos do CRAS;

Outros documentos, não obrigatórios, mas que podem ajudar na hora de solicitar a aposentadoria por deficiência:

Notas fiscais de compra de equipamentos referentes à sua deficiência;

Carteirinhas PCD;

CNH especial;

Comprovantes de isenção de impostos e outros.

Passo a passo de como dar entrada no INSS

A aposentadoria por deficiência pode ser solicitada pelo portal Meu INSS. Veja o passo a passo:

Faça login no portal (CPF e senha);
Na página inicial, clique em “Novo Pedido”;

3. Digite “aposentadoria” na barra de busca, escolha dentre as opções destacadas e clique em “avançar”;

Se necessário, atualize seus dados e clique em “avançar”;
Responda as perguntas previdenciárias;
Anexe os documentos necessários.

Após esses passos, será agendada a perícia médica, com local, data e horário para comparecimento.

Somente após a perícia que o benefício será concedido ou negado.

Atenção: É preciso comprovar que você trabalhou em condição de deficiência através de laudos médicos e todo documento que comprove essa condição, quando tiver que passar pela perícia médica feita pelo INSS.

Na perícia é importante relatar tudo o que for possível sobre o seu tipo de deficiência.

Caso a pessoa tenha adquirido alguma deficiência após começar a trabalhar, o tempo de contribuição anterior poderá ser convertido, considerando o grau de deficiência prevalecente.

Gostou de saber mais sobre a aposentadoria para pessoas com deficiência auditiva? Continue acompanhando nossas redes sociais e não perca nada!

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos

Fonte:Camila é formada em Jornalismo, com 10 anos de experiência em conteúdo digital. Na meutudo ela iniciou no time de Customer Success e agora é Copywriter no time de SEO & Conteúdo, com isso ela desenvolveu uma bagagem em assuntos sobre crédito e previdência. Ela ama música, ler, viajar, e ver futebol/Internet

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Violência escolar afeta saúde mental de crianças e de adolescentes

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

A saúde mental das crianças e dos adolescentes nesse período de ameaças em escolas e de outros tipos de violência foi o tema central do CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília. A convidada foi a psicóloga Doralice Oliveira Gomes, da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), e professora de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), câmpus Gama.

Na entrevista, concedida nesta quinta-feira (13/4) à jornalista Carmen Souza, a especialista, que é referência em cultura de paz nas escolas, também comentou sobre os impactos da pandemia nesse cenário de violência escolar e destacou a importância da presença policial nas unidades de ensino, para que os estudantes se sintam seguros.

Quais os impactos desse cenário de violência e de medo nas escolas na saúde mental das crianças e dos adolescentes?

É um impacto imediato. (…) São situações que podem gerar o que a gente chama de trauma, algo que acontece em um determinado momento, mas que tem uma validade eterna se não for trabalhado.

Mas, hoje, qual a repercussão? Temos crianças, adolescentes e familiares preocupados, muitos com dificuldade de dormir, com dor de cabeça, com uma ansiedade maior do que normalmente estariam por estarem inseguros. O espaço da escola, que é é protetivo e acolhedor por excelência, de repente, tornou-se um espaço em que a pessoa pensa ‘como é que poderei estar aqui?’.

Então, é importante a gente conversar sobre isso, para essas pessoas saberem que não são “pessoas espetáculo”. Elas têm nome, local, e têm outras pessoas que olham para elas com essa sensibilidade.

Muitos pais relatam que os filhos não querem ir para a escola porque têm medo. Que tipo de conversa eles devem ter com as crianças?

O que eu recomendo que os pais façam, se eles não estão se sentindo seguros para conversar com o filho, que primeiro procurem o diretor da escola, o orientadora educacional ou alguém da rede de ensino e converse com esse profissional, busque se informar.

(…)A família pode contar com a escola, pode perguntar ‘o que eu digo para o meu filho, como vocês estão lidando com isso, vocês pensaram em algo?’. Os pais podem até dar sugestões para a escola.

(…) Então, vejam como está lá e conversem com seu filho. Fala: “olha meu filho, a sua escola é um espaço que está sendo bem cuidado para você estar lá. Se eu puder eu te levo lá na porta”.

(…) Mas que ele possa ir para a escola, sim, porque é um ambiente protetivo. Tem problemas? Tem. Mas o aluno pode continuar a vida dele com regularidade, que é o que vai fazer com que essa criança tenha saúde mental.

No caso do adolescente, ele sabe o que está acontecendo. Ás vezes, repercute, não percebe a gravidade disso, leva como uma brincadeira. Que cuidados os pais devem ter?

Mostrar a seriedade da situação, que isso não é uma brincadeira, que gerar boatos sobre isso prejudica a vida de muita gente, inclusive crianças pequenas, que são indefesas. Então, que o adolescente saiba que o que ele faz repercute na vida do outro.

Então, ele pode, sim, ter uma atitude mais responsável. E o que é que o adolescente pode fazer? Se chegar esse tipo de notícia, comunicar o diretor da escola, o orientador, alguém da confiança dele. Não propagar isso como brincadeirinha, porque são coisas graves, e ele pode, inclusive, ser alguém que está contribuindo para isso não acontecer. Ele está sendo alguém que está contribuindo para a vida. Acho que os adolescentes também podem ser grandes parceiros nesse processo.

Há uma grande discussão de que o uso de videogames estaria, de certa forma, relacionado a esse comportamento mais violento dos jovens, das crianças e dos adolescentes. É um fato?

Não tem como fazer esse “ligue os pontos”. Vai depender muito mais dos valores que a pessoa tem. Se eu tenho dentro da minha casa um espaço de diálogo, de respeito a conviver com as diferenças.

(…) É reduzir demais uma pessoa porque ela joga um videogame. Pode ser um fator de risco? Pode, mas nunca vai ser isolado. Garanto que se é um espaço de lazer, de entretenimento, mas o adolescente, a criança têm uma saúde bem cuidada, outras formas de lazer, brincam com os amigos, assistem TV, têm uma alimentação bacana, têm espaço de diálogo, têm outras coisas da vida, o fato deles terem um tempinho para jogar videogame… Está tudo bem.

Com o fim do isolamento, houve um período de brigas nas escolas, com vídeos, disseminação de imagens violentas. Qual foi o impacto da pandemia, do isolamento, no comportamento das crianças e dos adolescentes?

Pensa quem tinha uma escola como um espaço de socialização, de encontrar com os amigos, de brincar, de jogar bola. De repente, o mundo caiu. A pessoa está dentro de casa, confinada.

(…) Isso tem uma repercussão na saúde mental daquele adolescente, daquela criança, daquela família.

(…) Se a criança tinha 6 anos, passou 2 anos em que o convívio social é primordial no desenvolvimento, estava em casa. Quando ela volta, isso meche, tem uma readaptação. E no caso dos adolescentes, essa questão da expressão da agressividade, da ansiedade.

Não teria como elencar exatamente o que pode ter acontecido, não sei como é a relação em todas as casas, não sei como foi isso no ambiente familiar. Mas quando isso foi para a escola, é uma sociedade que sofreu um terremoto junto. E uma das formas de expressão que apareceu foi essa agressividade. (…) Durante a pandemia, não conseguíamos chegar em todos os alunos.

Nós, da Secretaria de Saúde, com a Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Gama, fizemos encontros de terapia comunitária on-line com professores de 42 escolas públicas da cidade. Isso porque os professores, que têm acesso aos adolescentes e às crianças, também estavam na mesma crise, saíram do ambiente deles de estabilidade, onde têm todo um repertório de como lidar, educar, trabalhar.

Tiveram de se reinventar. Então, se os professores estivessem melhores, chegariam até os estudantes. A forma que a gente encontrou de estar com os estudantes foi cuidando dos professores, nesse pequeno espaço.

Como esse projeto vem sendo desenvolvido?
Nós temos um projeto com a CRE do Gama, desde 2018, o Escola Inspiradora.

No Centro Educacional Gesner Teixeira —na divisa com Goiás, que é uma região com vulnerabilidade social considerável —, criamos um espaço de acolhimento dos estudantes, onde acontecem várias práticas integrativas — terapia comunitária, meditação, automassagem, reiki. Nós levamos a saúde nessa parceria com a educação, formação dentro das escolas, para que elas tivessem esses espaços de acolhimento. Então, a nossa Escola Inspiradora é o CED Gesner Teixeira, em 2018.

De 2019 para cá, conseguimos expandira proposta para mais oito escolas do Gama e de Santa Maria e para a Universidade de Brasília (UnB).

Na UnB têm os jovens que estão na faixa etária de 18 até 23 anos, em geral. Então, a gente tem aí uma experiência bacana. Uma coisa que é um xodó pra mim são as rodas de terapia comunitária com as crianças do jardim, de 4, 5 e 6 anos.

O que temos visto como uma resposta dos governos mais imediata é a presença da polícia nas escolas. Há projetos para haver detectores de metais nas instituições de educação básica. Essas medidas funcionam?

A segurança pública tem um papel fundamental como parceira da educação, porque o estudante precisa se sentir seguro para poder aprender. Do mesmo jeito que ele precisa se sentir bem consigo mesmo, com suas emoções, para poder aprender, também necessita ter segurança.

(…) O papel que a polícia faz externo à escola para que ela se sinta dentro da política pública, amparada, de maneira geral, é de suma importância. O papel da polícia é esse mesmo.

(…) Agora, detector de metais na porta da escola é uma coisa bem nova. Estou pensando sobre isso e não tenho uma opinião formada.

Qual o papel dos pais na dinâmica da cultura de paz?

Quando os pais forem convidados pela escola para participar das atividades, por favor, compareçam, participem.

Sei que muitos pais trabalham, têm uma vida pesada, enfrentam problemas de trânsito, de transporte, mas, muitas vezes, os professores fazem atividades à noite, aos sábados, para que os pais possam estar junto, e eles não vão, ficamos muito tristes.

É importante essa participação dos pais.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Doralice Oliveira Gomes, psicóloga da Secretaria de Saúde e professora da UnB (câmpus Gama) analisa o atual cenário envolvendo as unidades de ensino e fala sobre a importância da presença da polícia nas escolas/Internet

Conheça 17 ONGs de apoio para pessoas com deficiência

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Os projetos sociais para pessoas com deficiência buscam garantir para esses cidadãos sua inclusão na sociedade e no mercado de trabalho.

É com tal objetivo que diversas pessoas e instituições têm se unido em forma de organizações não governamentais (ONGs).

No Brasil e no exterior existem diferentes ONGs de apoio às pessoas com deficiência, por isso, ter conhecimento acerca dessas entidades é importante não apenas para esses indivíduos e suas famílias, mas também para a sociedade como um todo.

Afinal, é fundamental que essas iniciativas sejam popularizadas, para que atinjam mais pessoas e consigam um maior apoio.

Seja com o intuito de inclusão social da pessoa com deficiência, promoção dos direitos, trabalhos com a família, ou seja, com o incentivo à prática esportiva, hoje é possível encontrar diversas ONGs de apoio espalhadas pelo Brasil.

Neste artigo, listamos 17 ONGs que fazem esse tipo de trabalho em várias regiões do país:

1. Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD)
A AACD, conhecida em todo o território nacional por meio da campanha do Teleton, tem um dos melhores complexos hospitalares da área, além de ser referência em qualidade no tratamento de pessoas com deficiência física.

A Associação tem como público principal crianças e adolescentes, e possui 12 centros de reabilitação e 6 oficinas de ortopedia no Brasil. O Teleton, maratona televisiva exibida anualmente pelo SBT, é uma das principais formas de garantir a sobrevivência dessa ONG.

Os mascotes “Tonzinho” e “Nina”, marca registrada do Teleton, foram inspirados em usuários da ONG. Tais bonecos podem ser adquiridos durante a exibição do programa de TV, pelo site da AACD e via telefone, sendo que toda a renda é revertida para a entidade.

2. AdaptSurf
Promovendo o contato direto com a natureza, a ONG de apoio AdaptSurf desenvolve a ousada proposta de incluir pessoas com deficiência em um esporte radical.

Criada em 2007, a instituição divulga e desenvolve o surf adaptado, ao mesmo tempo que realiza um trabalho de preservação das praias e luta por acessibilidade nesses locais.

A ONG oferece também treinamento e certificação para as pessoas que se interessarem em trabalhar como voluntárias em um dos projetos desenvolvidos.

Podem se inscrever tanto educadores físicos profissionais, como pessoas de outras áreas (como setores relacionados à saúde e também administrativo).

3. Associação Mineira de Reabilitação (AMR)
Fundada em 1964, a AMR cuida da reabilitação de crianças e adolescentes carentes com deficiência física. Atualmente, atende mais de 500 jovens que, em sua maioria, possuem alguma deficiência física ocasionada por paralisia cerebral e demais síndromes neurológicas.

Esse projeto social proporciona atividades de colaboração com profissionais de diversas áreas da saúde, prestando serviços de assistência e, principalmente, de reabilitação.

4. Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE Brasil)
A APAE é uma associação conhecida nacionalmente, destacando-se por seu pioneirismo e abrangência, está presente, atualmente, em mais de dois mil municípios em todo o território nacional.

Criada por familiares e amigos empenhados na busca por melhores condições de vida para seus parentes com deficiência, as APAEs promovem e defendem os direitos destes cidadãos.

Vale ressaltar que essa associação têm unidades próprias em cada município, onde muitas vezes faz parcerias com o poder público municipal e estadual para receber recursos que auxiliam em sua manutenção.

5. APOIO
Fundada em 2007, em São Paulo, a APOIO oferece serviços de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional à pessoa com deficiência. A Associação foi criada por um grupo de amigos que, ou se tornaram portadores de deficiência, ou passaram boa parte da vida auxiliando indivíduos na mesma situação.

A ONG promove eventos e reforça a importância do conhecimento na hora de auxiliar as pessoas que necessitam, por exemplo, de cadeiras de rodas para locomoção.
6. Casa de David

Fundada em 1962, a Casa de David oferece abrigo e cuida de pessoas com deficiência física, intelectual, ou com autismo. Com sede em São Paulo, e uma unidade em Atibaia (SP), a Instituição atende 438 pessoas carentes, a maioria abandonadas por suas famílias.

Com uma equipe de especialistas, a ONG oferece atividades como: reabilitação aquática, fisioterapia, ioga, entre outros projetos. A ideia é dar um pouco de dignidade e qualidade de vida para essas pessoas, que por motivos diversos foram abandonadas por seus familiares.

7. Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD)
Fundado em 1988, o IBDD busca garantir e promover os direitos da pessoa com deficiência e inseri-la no mercado de trabalho. A ONG de apoio oferece cursos de formação profissional e possui especialistas em legislação da pessoa com deficiência.

No site do IBDD você encontra artigos e publicações sobre Direitos da Pessoa com Deficiência, entre outros materiais.

8. Instituto Mara Gabrilli (IMG)
Criado em 1997, o IMG desenvolve ações e trabalhos que buscam promover: projetos de orientação (incluindo também familiares), suporte a atletas paralímpicos, suporte a pesquisas e produção de materiais informativos.

Esse instituto tem impacto direto na qualidade de vida de mais de três mil famílias, trabalha e incentiva pesquisas científicas para a cura da paralisia, disponibiliza mais de 300 guias de acessibilidade e ainda oferece suporte direto a 20 atletas de alto rendimento.

No site do IMG você encontra também dicas de exercícios, de convivência, guias de acessibilidade cultural, entre outros.

9. Instituto Novo Ser
A objetivo do Instituto Novo Ser é contribuir com a produção de mudanças capazes de transformar a ótica negativa que é predominante sobre a deficiência.

O projeto tem como foco principal a valorização da pessoa com deficiência enquanto ser humano, ajudando essa a enfrentar seus desafios com dignidade e confiança.

A equipe do Instituto é formada, em sua maioria, por cidadãos com vivência e experiência concreta no cuidado de pessoas com deficiência. E é reconhecida, principalmente, pelo projeto “Praia para Todos”.
10. Vivência e Inclusão da Pessoa Com Deficiência Por Meio de Atividades e Sensibilização (Vidas)

A VIDAS desenvolve um trabalho de socialização para crianças e adolescentes com deficiência física. A ONG busca criar oportunidades de inclusão por meio de atividades de convivência, lazer e prática esportiva.

Surgida da necessidade de espaços escolares mais comprometidos na integração de crianças com deficiência, hoje a ONG também oferece um trabalho junto aos pais e familiares de seus participantes. Como a própria sigla sugere, o seu objetivo principal é prezar pela vida dos participantes.

11. Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu)
“Acreditamos no poder das diferenças. Trabalhamos pela transformação social. Vivemos pela inclusão. Somos a Unilehu”. Esse é o slogan da Universidade Livre para a Eficiência Humana — Unilehu, organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de fazer a inclusão acontecer para as pessoas com deficiência física.

A sede da ONG fica em Curitiba, porém os seus trabalhos se espalham por todo o território nacional. Por meio de grupos e instituições parceiras, a Unilehu faz um trabalho árduo para evitar que as pessoas com deficiência se encontrem em situação de vulnerabilidade social.

O “Programa Mais Eficiência” é o seu carro-chefe e atua principalmente para que as leis de cotas sejam cumpridas, garantindo a empregabilidade das pessoas com deficiência. Além disso, por meio de cursos e eventos, a ONG busca preparar essas pessoas para que alcancem vagas no mercado de trabalho.

12. Associação Ita Wegman de Pedagogia Curativa e Terapia Social (AIW)
A Associação Ita Wegman (AIW) é uma instituição paranaense que há 10 anos tem por norte contribuir para o pleno desenvolvimento humano e social, a partir dos fundamentos da Antroposofia.

Especialmente no atendimento às pessoas com deficiência e na realização de cursos que promovam capacitação profissional e autoeducação.

A Antroposofia traz um visão ampliada e profunda do ser humano e de suas relações com o meio ambiente e o cosmos. Foi concebida por Rudolf Steiner, no início do século XX.

Ela fundamenta diversas áreas do conhecimento humano, tais como a Pedagogia Waldorf, a Pedagogia Curativa, a Agricultura Biodinâmica e a Medicina Antropósófica, dentre outras.

A AIW oferece atividades pedagógicas, artísticas e terapêuticas (trabalhos manuais, teatro, jardinagem, música, marcenaria etc.) no contraturno para crianças em situação de vulnerabilidade social, e em período integral para pessoas com com deficiência provenientes de Campo Magro, Campo Largo e Curitiba.

13. Escola de Educação Especial 29 de Março
Em Curitiba-PR, a Escola de Educação Especial 29 de Março, criada em 1990 pela professora Ruth Schrank, atende mais de 100 pessoas com deficiência, a partir dos seis anos de idade.

A sede da escola foi conquistada pela idealizadora, em 1989, por meio de doações oriundas da campanha Criança Esperança, da Rede Globo. A partir de então, iniciou-se um trabalho assistencial e educacional, com foco na educação de crianças com dificuldade de locomoção e outras necessidades.

Sem fazer nenhuma distinção, a escola atende toda população de sua região de atuação, recebendo pessoas de diversas classes sociais e níveis culturais, garantindo a todos a mesma qualidade no atendimento, e com uma proposta pedagógica própria.

14. Instituto Vidas Raras
Com sede em Guarulhos-SP, e visando o desenvolvimento de pessoas com doenças raras (que acometem as funções físicas e intelectuais), o Instituto Vidas Raras realiza pesquisas para identificar e diagnosticar essas patologias.

Além disso, o instituto realiza diversos trabalhos junto à classe médica, divulgando as doenças raras e conscientizando os profissionais da saúde. Assim, trazem instruções sobre como diagnosticá-las corretamente e realizar tratamentos que proporcionem mais qualidade de vida aos portadores.

15. Escola de Gente
Fundada pela jornalista e ativista Claudia Werneck, a Escola de Gente é uma ONG que, por meio da comunicação estratégica, visa garantir registros nas mídias e divulgar causas.

Tem como objetivo o combate ao preconceito e o bem-estar geral das pessoas com deficiência.

Dessa maneira, a escola também visa formar jovens com deficiência, para que eles consigam desempenhar boas funções no mercado de trabalho. Outro aspecto interessante é que a Escola de Gente contribui para a formação e visão empreendedora daqueles que desejam se tornar donos de seus próprios negócios.

16. Associação Desportiva Para Pessoas Com Deficiência (ADD)
A administradora Eliane Miada e o educador físico Steven Dubner fundaram, em 1996, a Associação Desportiva para pessoas com Deficiência. Por meio de doações e o patrocínio de empresas parceiras, a associação atua para o desenvolvimento da prática esportiva entre pessoas com deficiência.

Basquete em cadeira de rodas, natação, ciclismo e atletismo são alguns dos esportes que podem ser praticados em equipes formadas pela ONG, na cidade de São Paulo. O objetivo da ADD é que, por meio do esporte, sejam desenvolvidas as capacidades físicas e também a inclusão social das crianças com deficiência.

17. Acessibilidade Brasil
Não é apenas o ambiente físico que apresenta obstáculos para as pessoas com deficiência, isso também ocorre no ciberespaço e nos meios digitais. Pensando nisso, a organização Acessibilidade Brasil se dedica ao desenvolvimento de novas tecnologias, buscando garantir a acessibilidade para todos no ambiente online.

A entidade atua no desenvolvimento e divulgação de: sistemas e aplicativos que permitam a leitura de textos digitais; teclados adaptados para pessoas com dificuldades motoras; entre outras tecnologias de acessibilidade.

É cada vez maior o número de ONGs de apoio à pessoa com deficiência no Brasil. Em quase todas as regiões do país, é possível encontrar um grupo de familiares ou amigos realizando trabalhos em busca da promoção do bem-estar, inserção, integração e saúde desses cidadãos.

Ao divulgar o trabalho desses projetos sociais para pessoas com deficiência você ajuda nos resultados, levando-as ao conhecimento de quem necessita. Por isso, atue sempre como um replicador, disseminando esse tipo de informação para os seus familiares e amigos.

Bom, você conhece alguma ONG que faça algum trabalho interessante nesse sentido e que não foi mencionada neste artigo?

Então, deixe um comentário no espaço abaixo e compartilhe um pouco sobre o trabalho realizado pelas instituições que você conhece ou participa.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Freedom/Internet

Como fazer um currículo para PCD: Dicas e informações importantes

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Como montar um currículo para Pessoas com deficiência: Dicas, informações importantes e Modelos

Se você é uma pessoa com deficiência (PCD) e está procurando montar um curriculo de PCD para um emprego, é fundamental ter um currículo bem elaborado e estruturado.

Afinal, esse documento é a primeira impressão que o empregador terá de você e pode ser determinante para conseguir uma entrevista de emprego.

Como-montar-um-modelo-de-currículo-para-Pessoas-com-deficiência
Por isso, preparamos este conteúdo com dicas e informações importantes para ajudá-lo a criar um currículo que destaque suas habilidades e experiências profissionais, ao mesmo tempo em que evidencia as suas limitações e necessidades enquanto PCD. Confira!

Inclua dados de CID e laudo médico
Ao elaborar um currículo para PCD, é essencial incluir informações sobre a sua deficiência. Isso porque muitos empregadores possuem cotas de contratação para PCDs e precisam desses dados para cumprir a lei. Além disso, essas informações ajudam a adequar o ambiente de trabalho às suas necessidades e garantir acessibilidade.

Por isso, é importante incluir no currículo de PCD o número do CID (Código Internacional de Doenças) referente à sua deficiência, bem como o laudo médico que comprova a condição. Essas informações podem ser colocadas na seção de dados pessoais ou em um campo específico para PCD.

Destaque suas habilidades e experiências
Ao elaborar o seu currículo, é fundamental destacar as suas habilidades e experiências profissionais. Isso porque esses aspectos são valorizados pelos empregadores e podem ser determinantes para conseguir uma entrevista de emprego.

Faça uma lista de suas habilidades, levando em conta tanto as habilidades técnicas (relacionadas à sua área de atuação) quanto as habilidades comportamentais (como comunicação, trabalho em equipe, liderança etc.)

. Em seguida, procure destacar as experiências profissionais que evidenciam essas habilidades, ressaltando as conquistas e resultados obtidos em cada uma delas.

Descreva suas limitações e necessidades
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, descrever suas limitações e necessidades enquanto PCD no currículo não é um aspecto negativo.

Pelo contrário, isso demonstra transparência e contribui para que o empregador entenda melhor as suas necessidades e possa adequar o ambiente de trabalho para recebê-lo da melhor forma possível.

Por isso, procure descrever suas limitações e necessidades de forma clara e objetiva, sem deixar dúvidas sobre como a sua deficiência pode afetar o seu desempenho e quais as adaptações necessárias para garantir acessibilidade. Isso pode ser feito em um campo específico para PCD ou em uma seção de habilidades e experiências.

Conclusão
Ao criar um currículo para PCD, é fundamental levar em conta aspectos específicos que evidenciem suas habilidades e experiências, bem como suas limitações e necessidades enquanto PCD.

Além disso, é importante incluir informações sobre CID e laudo médico para cumprir as exigências legais e adequar o ambiente de trabalho às suas necessidades.

Seguindo essas dicas, você aumentará as suas chances de conseguir uma entrevista de emprego e alcançar o sucesso profissional.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: deficienteonline/Internet

Inclusão digital: o que é e como funciona o processo de democratização das tecnologias digitais

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr- Brazil)

inclusão digital é uma forma de democratizar a tecnologia e deixá-la acessível ao maior número de pessoas. Assim, a qualidade de vida das minorias melhora e elas podem pensar além, em outras perspectivas.

A tecnologia abriu muitas portas para a melhoria da sociedade.

Hoje temos acesso a várias informações que não tínhamos antes e, com elas, pudemos transformar nosso trabalho, nossas opiniões e nossa forma de ver o mundo.

Entretanto, nem todos conseguiram ter acesso aos meios tecnológicos da mesma maneira.

Seja pela diferença social ou pela falta de opções para quem tem algum tipo de deficiência, algumas fatias do público ficaram carentes da tecnologia e dos benefícios que ela traz.

A Transformação Digital, que está trazendo uma nova onda de tecnologia, tornando-a mais acessível às empresas e pessoas, tem um papel fundamental na inclusão digital e consequentemente na democratização das tecnologias digitais.

Entenda melhor o que é a inclusão digital e como funciona esse processo. Abordaremos os seguintes pontos:

A inclusão digital é, primeiramente, uma conversa ampla.

É uma extensão natural, para o ambiente digital, de algo que existe pelas diferenças sociais e culturais que permanecem na sociedade.

No Brasil, não é diferente.

A desigualdade social, cultural e física entre as pessoas acaba gerando ainda mais segregação entre elas. A chegada dos computadores e da Internet estava sendo exatamente um prolongamento dessa desigualdade.

Quem tinha privilégios, continuava os tendo, com relação à tecnologia.

Entretanto, o próprio meio tecnológico, principalmente a Internet, é uma forma de democratizar conhecimento e oportunidades. E foi para acabar com diferença, que surgiu a inclusão digital.

Assim, esse conceito procura tornar acessível para o maior número de pessoas, a tecnologia, principalmente a Internet.

Segundo um levantamento feito pela The Economist Inteligence Unit em parceria com o Facebook, chamado The Inclusive Internet, nosso país está em 31º lugar geral sobre o nível de Internet inclusiva.

Esse levantamento leva em consideração pontos como a disponibilidade de sinal, ambiente econômico e os custos. Apesar de ainda sabermos que existem muitas questões que precisam ser mais bem trabalhadas aqui no Brasil sobre a inclusão digital, já melhoramos em na Internet inclusiva, já que em 2016 o Brasil ocupava o 78º lugar nessa mesma pesquisa.

Entretanto, levando em consideração apenas a disponibilidade de sinal, nossa posição cai para o 44º lugar.

Ainda temos um longo caminho a percorrer aqui no Brasil.

Por que a inclusão digital é importante?
A inclusão digital, juntamente à inclusão de PCD’s, a inclusão de pessoas negras e outros, como a diversidade e inclusão nas empresas, devem ser assuntos que devem ser falados e discutidos em sociedade.

Isso porque tendemos a não enxergar a causa e a dor do outro e assim, deixamos passar oportunidades de crescer enquanto pessoas e sociedade.

Afinal, o crescimento existe na diferença, em suas diversas maneiras.

E olhando para o lado empresarial também, existem ganhos na mudança desse olhar. Alinhar marketing e código de cultura gera uma série de benefícios, como a melhoria da satisfação dos colaboradores e consequentemente, aumento na produtividade.

Sem contar que o público que era deixado de lado, passa a ser consumidor com a inclusão digital. São pessoas que podem se expressar com mais liberdade e também a consumir produtos que antes não tinham acesso.

Como funciona a democratização digital?
A democratização digital, que pode ser considerado um sinônimo para a inclusão digital, mas, na verdade, é uma consequência dela, pode ser realizada pelos governos ou pelas parcerias com empresas de vários ramos, não só da tecnologia.

No Brasil, ainda consideramos que a inclusão digital está caminhando a passos lentos. Mesmo com iniciativas do governo federal, como o programa “Computador para Todos”, que existe desde 2005 e subsidiava computadores e notebooks com acesso à Internet para as classes mais baixas da população.

Existem também iniciativas dos governos estaduais, como o do Ceará, que premia os melhores alunos da rede pública de ensino com notebooks, incluindo as escolas indígenas, estimulando o ingresso desses alunos no ensino superior.

O crescimento da inclusão digital é lento pelas próprias características geográficas, sociais e culturais do país.

Por isso, esperar apenas por iniciativas dos governos não é uma boa saída.

As empresas também podem (e devem) atuar ativamente para acelerar a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. E a inclusão social é uma dessas maneiras de causar impactos positivos no país e no mundo.

E engana-se quem pensa que somente grandes empresas, gigantes da indústria ou multinacionais podem criar e sabem como começar projeto de impacto social relevante.

Logicamente, elas dispõem de mais recursos, sejam eles materiais ou humanos, para impactar o maior número de pessoas em situação de desigualdade. Mas empresas de todos os portes podem criar seus próprios projetos de impacto social, de acordo com seus valores, com a sua disponibilidade e com o seu core business.

A Rock Content, por exemplo, tem a Rock.org, que é um projeto de impacto social que acredita na educação e no empreendedorismo como ferramenta de inclusão social. Assim, foi criado o Rock Volunteer Day, em que 250 colaboradores da empresa puderam participar e contou inclusive com uma premiação em forma de doação para uma ONG.

Buscar iniciativas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE), por exemplo, é uma maneira de começar a pensar nos impactos sociais que a sua empresa pode trazer.

Isso gera melhoria da imagem da empresa, aumento no número de consumidores, engajamento dos colaboradores e clientes, além de aumentar a fidelidade deles, fortalecendo a marca.

Os projetos sociais, usando ou não a inclusão digital, geram uma série de benefícios para a empresa e para a sociedade, criando um ciclo virtuoso.

É importante lembrar que a inclusão digital é uma das consequências positivas da Transformação Digital.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Rockcontente-Raissa Serique/Internet

O que a Síndrome de Down me ensinou sobre a vida

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Confira o relato do ex-jogador de futebol e atual senador Romário sobre sua relação com a filha, Ivy.
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á 10 anos minha vida deu uma guinada.

Era 2005 e eu, aos 40 anos, me surpreendi com o nascimento de uma filha com síndrome de Down. Meu desconhecimento sobre o assunto era tão grande que sofri por alguns minutos. Foram poucos, graças a Papai do Céu.

O amor por aquela criança dissipou rapidamente qualquer sentimento ruim.

Naquele momento, as notícias sobre o assunto não foram as mais razoáveis. “Romário enfrenta drama com nascimento do sexto filho”, escreveu um jornalista.

Enquanto inúmeras outras pessoas cochichavam com preconceito sobre as características da síndrome. Definitivamente, o mundo era outro.

Muitos acharam que eu esconderia minha princesa, mas, sendo um homem público, chamei uma coletiva para falar sobre a Ivy. “Hoje o assunto aqui não é futebol, é síndrome de Down”, anunciei aos jornalistas que ouviram com espanto.

Em abril daquele mesmo ano, me despedi da Seleção Brasileira, com um gol em um jogo contra a Guatemala. Havia ampla cobertura da mídia e, na comemoração, exibi a camisa da causa: “Tenho uma filhinha Down que é uma princesinha!” Foi assim, apresentando minha filha ao mundo que mudei muita gente, assim como mudei a mim próprio.

Ivy veio ao mundo com uma responsabilidade enorme, mudar o Romário. Ela me deu tranquilidade e pude me tornar um cara menos egoísta, mais calmo e, assim, melhorar minha relação com os meus outros filhos e o trato com as pessoas.

Ela fez isso tão bem que, junto com esse pai babão, mudou milhões de pessoas. Recebo muitas mensagens de pais que ficaram tranquilos em receber a notícia do nascimento de um filho com Down. Certa vez, um médico comunicou a uma mãe que ela havia dado luz a uma criança como a filha do Romário. Ela sorriu com emoção e me contou, tempos depois.

Esse poder é da Ivy. Quem a conhece sabe de sua luz, alegria, inteligência e amor que encanta a todos a sua volta. Graças a ela, hoje sou uma pessoa mais sensível, paciente, compreensivo. Ela me deu um novo sentido para viver.

Por causa dela, resolvi lutar por um mundo melhor para as pessoas com deficiência. Nestes cinco anos no parlamento, posso dizer, modestamente, que já deixei minha marca.

Em apenas seis meses de mandato, consegui fazer importantes mudanças na legislação em favor das pessoas com deficiência. Uma delas está relacionada ao Benefício de Prestação Continuada.

Também conhecido como BPC, o benefício garante o auxílio de um salário mínimo à pessoa com deficiência de baixa renda.

A mudança na Lei Orgânica de Assistência Social (Lei n° 8.742/1993) prevê que a contratação de deficientes físicos como estagiários não mais acarretará na suspensão ou cancelamento do BPC.

Como aprendiz, eles poderão receber, por até dois anos, a remuneração e o benefício simultaneamente. Já no caso do deficiente ser contratado ou se tornar um microempreendedor individual, o benefício será apenas suspenso.

Desta forma, quando a atividade remunerada cessar, o beneficiário voltará a receber automaticamente o auxílio, sem necessidade de nova perícia.

Além disso, foi engrandecedor participar da construção do Plano Nacional de Educação e tantos outros projetos para o País. Agora, me honra ser o relator da Lei Brasileira de Inclusão.

E tudo isso, apenas uma pessoa é responsável. Quem diria que a síndrome de Down me daria tantas novas possibilidades na vida.

Hoje eu agradeço a Ivy por tudo. Especialmente pela oportunidade de lutar pela sociedade.

Por contribuir para melhorar a vida de tantas pessoas com síndromes, deficiências, doenças raras e tantas outras incapacitantes.

Com 10 aninhos, minha filha ainda não tem dimensão de sua importância para este mundo, mas um dia terá.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: vidamais livre/Internet

Cão-guia representa a inclusão social das pessoas com deficiência visual e a sociedade precisa aprender a recebê-lo

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)
Por George Thomaz Harrison, instrutor de cães-guia do Instituto Magnus

Eles são os olhos daqueles que não podem enxergar. Dão segurança, autonomia e promovem a inclusão social das pessoas que apresentam algum tipo de deficiência visual.

Embora a história do cão-guia do Brasil tenha um início recente, hoje existem aproximadamente 200 cães–guia em atividade.

O número é ainda muito baixo, diante da necessidade das mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência, entretanto, existem algumas entidades que têm trabalhado para que essas demandas sejam, aos poucos, atendidas.

Pelo fato de ser algo pouco difundido, é preciso levar ao conhecimento da sociedade que o cão-guia é um fator agregador, muito benéfico para a pessoa que o tem como companheiro.

Até mesmo por isso, ele não deve e nem pode ser vetado dos espaços públicos ou privados, inclusive, isso está em lei. Em vigência desde 2005, a Lei Federal 11.126 e o decreto 5904, de 21 de setembro de 2006, que regulamenta a lei, asseguram às pessoas com deficiência visual – cegos ou com baixa visão – o direito de permanência com seu cão-guia em todos os estabelecimentos de ordem pública ou privada, de uso coletivo. Tal lei, garante o direito de ir e vir dessas pessoas com mais autonomia e confiança, adquiridas a partir do animal treinado para esta finalidade. Isso quer dizer que o cão-guia pode ingressar em transportes públicos, centros comerciais, bancos, enfim, onde quer que seu tutor precise ir.

Esclarecida essa questão, um outro ponto que ainda precisa ser trabalhado, refere-se a como as pessoas – principalmente as que gostam de cachorros – recebem o cão-guia. Sabemos que os cães adoram interagir conosco, especialmente Labradores e Golden Retriever, raças amáveis e as mais utilizadas para cumprir tal função. Mas quando um cão-guia está em serviço, qualquer distração pode acabar atrapalhando seu trabalho. Acariciar, brincar, ofertar alimentos é algo tentador às pessoas, mas quando o animal estiver com o arreio, significa que está a serviço e não deve sofrer interferências. E isso não é algo ruim para ele, que foi treinado por um longo período para isso. Em horários específicos, ele receberá suas refeições, petiscos, água, fará suas necessidades e para ele está tudo certo. Tirar sua atenção, implica em problemas e até mesmo perigo para a pessoa com deficiência visual.

Portanto, se algum dia encontrar um cão-guia em um transporte público, uma estação de metrô ou um parque, aproveite para observar como ele se porta, como atende aos comandos e admire seu trabalho. É possível também conversar com seu tutor e entender um pouco mais da sua rotina, entender suas limitações e como o cão-guia foi capaz de mudar sua vida para melhor.

Edição? CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: vidamaislivre/Internet