Inclusão: Um olhar além das diferenças na busca pela igualdade

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

A inclusão é um conceito cada vez mais relevante e necessário em diversas áreas da sociedade.

A inclusão abrange a ideia de proporcionar igualdade de oportunidades e tratamento justo para todas as pessoas, independentemente de suas características individuais, origens étnicas, orientações sexuais, identidades de gênero, habilidades físicas ou mentais, idade, religião, ou quaisquer outras diferenças pessoais.

Qual é o conceito de Inclusão?
O conceito de inclusão refere-se ao ato ou processo de garantir que todas as pessoas, independentemente de suas diferenças individuais, características ou origens, sejam valorizadas, respeitadas e tenham acesso igualitário a oportunidades, recursos e participação na sociedade.

A inclusão é baseada no princípio de que todos os indivíduos têm o direito fundamental de serem reconhecidos como membros iguais da comunidade e de participarem ativamente em todas as esferas da vida, seja na educação, no trabalho, na cultura, na política, na tecnologia, entre outros.

Essencialmente, a inclusão promove a ideia de que todas as pessoas devem ser tratadas com equidade e justiça, independentemente de suas capacidades físicas, origens étnicas, orientações sexuais, gênero, idade, religião ou qualquer outra característica pessoal.

O objetivo é criar ambientes e sistemas sociais, educacionais e profissionais que sejam abertos, acolhedores e acessíveis a todos, onde cada indivíduo possa desfrutar de oportunidades iguais de desenvolvimento pessoal e participação ativa na sociedade.

A inclusão não se limita apenas à aceitação passiva da diversidade, mas envolve ações e esforços deliberados para eliminar barreiras, preconceitos e discriminações que possam marginalizar ou excluir certos grupos de pessoas.

A busca pela inclusão é uma jornada contínua que requer a colaboração de indivíduos, comunidades, organizações e governos, trabalhando juntos para criar um mundo mais justo, respeitoso e solidário, onde a diversidade é celebrada e valorizada como uma riqueza essencial para o progresso humano.
Quais são os tipos de Inclusão?

A inclusão tem vários tipos para abranger diferentes áreas e contextos da sociedade, garantindo que todas as pessoas, independentemente de suas características e necessidades, sejam plenamente integradas e tenham acesso igualitário a oportunidades e recursos.

Esses tipos incluem a inclusão social, educacional, no mercado de trabalho, digital, financeira, cultural e política, abordando diversas dimensões da vida em sociedade e promovendo uma convivência respeitosa e igualitária.

Inclusão social
É o processo de integrar pessoas de diferentes origens, características e habilidades na sociedade, garantindo que todos tenham acesso aos mesmos direitos, oportunidades e serviços. Um exemplo de inclusão social é a criação de programas de assistência social para grupos vulneráveis, como moradores de rua, pessoas em situação de extrema pobreza ou refugiados, que buscam reintegrá-los à sociedade, fornecendo abrigo, alimentação e oportunidades de emprego.

Inclusão educacional
Consiste em proporcionar a todos os estudantes, incluindo aqueles com necessidades especiais, um ambiente educacional inclusivo e adaptado. Por exemplo, escolas que implementam o ensino inclusivo oferecem recursos pedagógicos e materiais que atendem às necessidades individuais dos alunos, como salas de aula acessíveis para cadeirantes, professores capacitados em educação inclusiva e uso de tecnologias assistivas para alunos com deficiência visual ou auditiva.

Inclusão no mercado de trabalho
Refere-se a criar ambientes de trabalho inclusivos, onde todas as pessoas têm oportunidades iguais de emprego e desenvolvimento profissional.

Empresas que promovem a inclusão no mercado de trabalho podem adotar práticas como programas de diversidade, treinamentos de sensibilização sobre inclusão e adaptação do ambiente físico para acomodar as necessidades de funcionários com deficiência.

Inclusão digital
Diz respeito ao acesso igualitário às tecnologias da informação e comunicação. Um exemplo de inclusão digital é a criação de sites e aplicativos acessíveis para pessoas com deficiências visuais, oferecendo recursos de leitura de tela e contraste adequado.

Além disso, a oferta de cursos de inclusão digital para comunidades de baixa renda é uma forma de garantir que todos possam se beneficiar das oportunidades oferecidas pela tecnologia.
Inclusão financeira

Busca garantir que todas as pessoas tenham acesso a serviços financeiros básicos, como contas bancárias e meios de pagamento eletrônico. Um exemplo de inclusão financeira é a oferta de contas bancárias simplificadas e isentas de taxas para pessoas de baixa renda ou que vivem em áreas rurais, onde os serviços bancários tradicionais podem não ser facilmente acessíveis.

Inclusão cultural
Envolve a valorização e promoção da diversidade cultural em todas as formas de expressão. Um exemplo é a realização de festivais culturais que celebram as diferentes tradições e costumes de grupos étnicos e religiosos presentes em uma comunidade, promovendo a convivência harmoniosa e o respeito mútuo entre as pessoas.

Inclusão política
Refere-se à participação ativa e igualitária de todos os cidadãos nos processos políticos. Um exemplo de inclusão política é a implementação de cotas para minorias étnicas ou grupos sub-representados em órgãos governamentais ou a criação de espaços de participação cidadã, como conselhos locais, para garantir que as vozes de todos sejam ouvidas nas decisões públicas.

Por que a Inclusão é importante?
Em uma sociedade inclusiva, a diversidade é reconhecida como uma riqueza, não como um obstáculo. Cada indivíduo é visto como uma peça importante no mosaico social, contribuindo com suas habilidades, experiências e perspectivas únicas.

A inclusão não se trata apenas de aceitar as diferenças, mas de promover ativamente a igualdade de oportunidades e de remover barreiras que possam impedir a participação plena de todos.

Primeiramente, a inclusão é um direito humano fundamental.

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todas as pessoas têm direito à igualdade perante a lei e à não discriminação. A inclusão, portanto, é um imperativo moral que assegura o respeito à dignidade e aos direitos de cada indivíduo.

Além disso, a inclusão é um fator essencial para o desenvolvimento social e econômico. Quando todos têm acesso a educação de qualidade, saúde adequada, emprego digno e oportunidades de desenvolvimento, a sociedade como um todo se beneficia.

Pessoas que se sentem incluídas e valorizadas tendem a ser mais produtivas, criativas e engajadas, contribuindo para o crescimento econômico e a construção de uma comunidade mais resiliente.

Exemplo um caso de Inclusão
Um exemplo de inclusão notável é o “Caso Valentina”, ocorrido no Brasil em 2018. Valentina Muniz, uma criança de 5 anos com síndrome de Down, foi impedida de participar de uma apresentação de dança de uma escola particular em Natal, Rio Grande do Norte, sob o argumento de que sua presença poderia “atrapalhar a harmonia do grupo”.

Esse caso gerou grande repercussão nas mídias sociais e na sociedade em geral. Muitas pessoas se manifestaram em apoio à Valentina, denunciando a discriminação e defendendo o direito dela de ser incluída em atividades escolares como qualquer outra criança.

A reação pública ao caso foi extremamente positiva, e diversas instituições e pessoas se mobilizaram para apoiar Valentina e sua família. Em resposta ao ocorrido, a escola se retratou e permitiu que Valentina participasse da apresentação de dança.

Esse episódio ressalta a importância da inclusão na educação e na sociedade como um todo. Mostra como a luta pela igualdade de oportunidades e pela valorização da diversidade é fundamental para construir uma sociedade mais justa e acolhedora.

Através de casos como esse, podemos perceber que a conscientização e o combate à discriminação são passos essenciais para promover a inclusão em todas as áreas da vida.

A inclusão também é uma poderosa ferramenta para combater a exclusão social e a desigualdade. Através dela, é possível romper os ciclos de pobreza, marginalização e discriminação que afetam muitas comunidades. Ao promover a inclusão, reduzimos as disparidades e promovemos a coesão social, criando um ambiente de respeito mútuo e empatia.

Outro aspecto relevante é a construção de uma cultura de respeito e valorização das diferenças. Através da inclusão, as pessoas aprendem a enxergar além das aparências e estereótipos, reconhecendo o valor intrínseco de cada indivíduo. Isso resulta em uma sociedade mais tolerante, menos preconceituosa e mais aberta ao diálogo e à colaboração.

Por fim, a inclusão é um pilar fundamental para a construção de um futuro sustentável.

À medida que enfrentamos desafios globais, como as mudanças climáticas e a escassez de recursos, a inclusão se torna ainda mais importante. Somente com a participação de todos, podemos encontrar soluções criativas e inovadoras para os problemas que enfrentamos como sociedade global.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: fm2s/Internet

Pessoas com deficiência podem ser consideradas idosas a partir dos 50 anos

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr- Brazil)

É o que afirma projeto de lei 401/2019 que está pronto para ser votado no Plenário do Senado

O projeto de lei 401/2019 Site externo propõe que o Estatuto do Idoso reduza de 60 para 50 anos a idade para que pessoas com deficiência sejam consideradas idosas.

Também prevê que esse limite pode ser reduzido por meio de uma avaliação médica, psicológica e social. O relator na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, defende a proposta.

A ideia é estender a proteção garantida aos idosos por normas específicas, notadamente o Estatuto do Idoso, para pessoas com deficiência.

Além disso, o projeto viabiliza a aplicação de conceitos de envelhecimento ativo, minimizando os possíveis impactos negativos do avanço da idade em um grupo social subrepresentado.

O senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, relator na Comissão de Assuntos Sociais, ressalta que “o marco etário da condição de idoso será definido por avaliações individuais.

É importante que se diga, mediante avaliação biopsicossocial, multidisciplinar, da deficiência. Porque não é generalizada, é em função de pessoas”, afirma.

Conforme a deficiência, é possível considerar reduções na expectativa de vida que variam até algumas décadas para baixo, se compararmos com a média da população.

Mesmo que, de modo geral, se observe um aumento da expectativa de vida das pessoas com deficiência, estamos longe de um patamar de igualdade.

Como já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto seguirá para sanção presidencial se passar pelo Plenário do Senado.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Rádio Senado/Internet

O autismo e o orgulho

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

“Se há orgulho em ser autista? É incerto dizer, pois o orgulho deveria advir do que alcançamos e não daquilo com que nascemos. Seria como ter orgulho em ser loiro”

Escrito por Beatriz Carvalho, aluna de 5º ano do Mestrado Integrado em Psicologia, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, este artigo, publicado originalmente no jornal O Público, propõe-se a discutir o dia do orgulho autista.

Ao que a palavra orgulho da data se refere? Confira na leitura:

“No dia 18 de junho celebra-se o Dia do Orgulho Autista.

Um dia dedicado à celebração da neurodiversidade e das caraterísticas únicas das pessoas com o transtorno.

Quando nos orgulhamos do autismo, estaremos a orgulhar-nos das dificuldades? Estaremos menosprezando essas características ao tomá-las como traços de identidade, esquecendo-nos da sua origem como transtorno?

Uma das premissas do Dia do Orgulho Autista é a ideia de que as pessoas com autismo não são doentes, mas sim que as suas características são únicas.

No entanto, o próprio nome de “transtorno do espectro do autista” sugere as dificuldades e sofrimento que daí advêm, sendo insensato diminuí-lo ao ponto de “particularidades do indivíduo”. Ao fazê-lo, esquecemo-nos de tudo aquilo que as pessoas com autismo atingem, apesar da sua perturbação, ignoramos todos os esforços feitos para aumentar o bem-estar e sucesso desta comunidade e diminuímos o esforço que fazem para atingir os seus objetivos, apesar das suas dificuldades.

A celebração da diferença passa por elevar os sucessos das pessoas, apesar da mesma, e não pela normalização das suas dificuldades, e aí há muitos motivos para orgulho.

Sendo o transtorno do espectro autista caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, existem vários marcos para a pessoa com autismo e para os técnicos que com ela trabalham que são motivos de orgulho.

Sempre que uma pessoa com autismo ultrapassa o sofrimento que lhe causa a interação social e interage com sucesso, sempre que consegue reunir esforços para entrar no mercado de trabalho ou ir à escola todos os dias, apesar da sua percepção do mundo ser tão diferente da nossa, há um motivo de orgulho sem igual. Sempre que alguém deixa o preconceito de lado e olha para uma pessoa com autismo como para si mesmo, há motivo de orgulho.

Não deveria ser necessário um dia do Orgulho Autista para que todos nós olhássemos para a pessoa com autismo como um ser humano com valor e motivos de orgulho. Deveria estar implícito nas regras de convivência básica. Mas se assim for necessário, que esteja sempre presente que o transtorno do espectro autista se manifesta de formas totalmente diferentes de indivíduo para indivíduo, mas não o define.

Se há orgulho em ter autismo? É incerto, pois o orgulho deveria advir do que alcançamos, e não daquilo com que nascemos. Seria como ter orgulho em ser loiro. Mas certamente há orgulho em ser humano, ter defeitos e qualidades, ser único e atingir objetivos e metas”.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Público Internet

Inclusão Social: direitos iguais a todos

CLEOdomira Santos de Oliveira (Cascavel – Pr – Brazil)

Priscilla Maria Bonini Ribeiro, Secretária de Educação do Guarujá e Conselheira Estadual de Educação de São Paulo, fala sobre acessibilidade e inclusão no País.

De extrema importância não apenas no Brasil, mas em todos os países, a inclusão social não pode existir só no papel: é preciso efetivá-la nas ruas, avenidas, postos médicos, shoppings, unidades escolares e outros ambientes. O direito de ir e vir dos cidadãos está garantido pela lei e o acesso seguro a estes lugares é essencial.

Falando em educação, como mãe, sei que os pais desejam o melhor a seus filhos, e como Conselheira Estadual de Educação, Presidente da Undime-SP Site externo e Secretária de Educação do Guarujá Site externo, tenho a certeza de que oferecer uma estrutura eficiente nas unidades de ensino transfere aos alunos especiais sentimentos como satisfação, prazer e comprometimento com o que é ministrado em sala: melhor convívio (comunicação), evolução física e intelectual, entre muitos outros benefícios.

Apesar das deficiências, é possível sim alçar voos maiores no quesito ‘promover qualidade de vida’. Na Secretaria de Educação do Guarujá, por exemplo, realizaremos em breve um concurso para tradutor intérprete de libras, ampliaremos a Sala de Recursos Multifuncional na Educação Infantil e instalaremos um driver para impressão em braile. Investimos desde sempre na inclusão social e futuramente os deficientes auditivos, físicos e visuais contarão com uma estrutura ainda maior. Este deve ser o espírito!

Você já observou a sua cidade como um todo?

É possível notar, quando damos a devida atenção, espaços completamente inadaptados, nos quais cadeirantes não conseguem circular ou possuem enorme dificuldade para isso. Já se imaginou nessa situação?

Antes de pensar em melhorias, é necessário conversar com estes indivíduos. São eles que passam dificuldades no cotidiano quanto à acessibilidade e podem nos auxiliar nas mudanças.

Com esta postura, otimizamos ações e reduzimos gastos, afinal, podemos pensar, por exemplo, que elevadores aos cadeirantes são melhores – dependendo, claro, da quantidade de andares, mas estes podem preferir as rampas. Ou seja, a conversa é crucial.

Ouça o que o outro tem a dizer e viabilize, assim, ações inteligentes. Note as carências do ambiente que o ronda. Muitas vezes o diretor ou proprietário do espaço (seja ele hospital, galeria, restaurante) pode não ter pensado no assunto, mas quando ouve o seu ponto de vista, leva em consideração e o adapta, promovendo consequentemente a inclusão social.

Crianças especiais merecem acompanhamento digno, pois com profissionalismo, amor e afeto todas as diferenças são superadas. Pense nisso. Todos podem colaborar, inclusive você.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte: Internet

A educação de pessoas surdas no Brasil

Gilson de Souza Daniel (Cascavel – Pr – Brazil)

Inácio Jordan de Lisboa Silva, nascido em 3 de fevereiro de 1992 em São Paulo, mas criado em Luzilândia-Piauí, poeta, tem experiências como professor em cursinhos populares e é defensor da metodologia freiriana.

Formado em Letras pela Universidade Nove de Julho, Pós-Graduado em Libras pela Faculdade Paulista São José e Pós-Graduando em Libras Tradutor e Intérprete pela Faculdade XV de Agosto.

Trabalhou como orientador de público até o final de 2021 no Instituto Moreira Sales em São Paulo. Atualmente é professor de Arte, Cultura e Educação Patrimonial em Luzilândia-PI.

Se alguém te perguntar quantas línguas são faladas hoje no Brasil, o que você responderia?

Provavelmente, a resposta automática seria “uma, o português.”.

Mas ao afirmarmos isso, estamos ignorando não só as 274 línguas indígenas faladas ainda hoje, mas também a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A Libras é a primeira língua das pessoas surdas no Brasil, e é por meio dela que elas aprendem a se comunicar. Entretanto, por essa língua não ser expressa através da oralidade, muitas vezes esquecemos de sua existência, e, consequentemente, desconsideramos a comunicação de 5% das pessoas no Brasil.1

Para as(os) ouvintes, os sons têm grande importância na comunicação, pois por meio deles podemos acentuar entonação, humor, sentimento…

Mas essas marcas de intenção não são exclusivas da oralidade. Todas essas sensações também são exprimidas a partir de expressões faciais, na forma como movemos as mãos, como mexemos o corpo ou como fazemos determinado sinal.

O que difere as línguas de sinais das oralizadas é, principalmente, o som. Aspectos associados à gramática, à estrutura e complexidade da língua também fazem parte de sua construção, e inclusive foram esses os argumentos utilizados para que a Língua Brasileira de Sinais fosse reconhecida como uma língua oficial do Brasil.

Para entender o processo de educação formal para as pessoas surdas no Brasil é preciso voltar a 1822, em Paris, quando nasceu Eduard Huet, que aos doze anos ficou surdo em decorrência das sequelas de sarampo. Por ser membro de uma família da nobreza, Huet sempre teve acesso às melhores instituições de ensino, como o Instituto Nacional de Surdos de Paris, escola onde viria a dar aula. Dom Pedro II conhecia o trabalho de Eduard e tinha interesse em fundar uma escola para atender a população surda no Brasil, assim, o professor veio morar no Rio de Janeiro em 1855, a convite do próprio imperador, e fundou o Collégio Nacional Para Surdos-Mudos – atual Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Naquela época, a língua de sinais utilizada no instituto tinha influência francesa, por conta de seu fundador.

Num período em que a discriminação contra as pessoas surdas era prática comum, e que o lugar social destinado a elas era o da incompetência ou marginalidade, é possível afirmar que a criação do Collégio Nacional representou um progresso para a comunidade surda da época.

Assim, a língua de sinais vinha aos poucos ganhando espaço no Brasil e no mundo, até sofrer um retrocesso com o Segundo Congresso de Milão, em 1880. Este foi um evento organizado pela Pereira Society, uma fundação criada por Jacob Rodrigues (1715-1786), educador e grande defensor do oralismo. Nessa época havia uma valorização da língua falada e a língua de sinais era vista como involução da linguagem. O evento foi formado por um grupo de mais de 160 educadoras e educadores, quase todos ouvintes, que tinham o objetivo de emancipar métodos de educação para pessoas surdas. O congresso chegou a oito diretrizes que, de modo geral, defendiam a oralização de pessoas surdas, reforçando noções como a superioridade da oralização e desqualificação ou exclusão da língua de sinais.

A comunidade surda sofreu muito com as consequências dessas orientações, uma vez que suas demandas não foram acolhidas e suas línguas não foram respeitadas. Tais práticas e concepções prejudicaram a formação regular de muitas crianças em todo o mundo, já que eram impedidas de usar a língua de sinais. Além do oralismo, mais duas correntes filosóficas de ensino para surdas e surdos também se destacam: comunicação total e bilinguismo.

A comunicação total consiste em adotar quaisquer ferramentas que possam ajudar na troca de informações, como mímica ou leitura labial. Essa metodologia passou a ganhar destaque a partir da década de 60, após pesquisas confirmarem a ineficácia do oralismo.

Na pintura, o aluno sente a vibração das cordas do professor e tenta reproduzir as mesmas vibrações.

Nas décadas de 80 e 90, percebe-se que a língua de sinais deveria ser usada emancipadamente da língua oral, destacando-se, então, o bilinguismo. Nessa corrente, (as)os estudantes são livres para usarem e desenvolverem a Libras – no caso do Brasil – , pois para esse grupo a língua de sinais é sua língua materna, enquanto o português é desenvolvido na forma escrita como segunda língua.

Mesmo com todos os entraves que a comunidade surda sofreu, ela seguiu lutando por seus direitos e pela legitimação de sua língua primária. Uma das grandes vitórias do movimento ocorreu em 2002, quando a Libras (Língua Brasileira de Sinais) foi reconhecida como língua e meio de comunicação legal da população surda. Por meio da lei n°10.426, tornou-se oficial o atendimento a pessoas surdas em empresas e concessionárias de serviços públicos, o que possibilitou o acesso desse grupo a universidades e instituiu a obrigatoriedade do ensino de Libras em alguns cursos de Ensino Superior.

Provavelmente, grande parte das professoras e professores que tem em sua sala de aula estudantes surdas e surdos precisará pensar em práticas bilíngues, buscando alfabetizá-las(los) em língua portuguesa como segunda língua. Assim, é necessário desenvolver estratégias que acolham e contemplem o contato com a escrita, tendo como objetivo incluir esse grupo, mas sempre respeitando a Libras como sua língua materna.

Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/menu-academico/libras/ – acesso 05/04/2022

Aprender o alfabeto manual e ensinar às demais educandas e educandos, pensar atividades que envolvam ilustrações, levar vídeos com legenda em português, ter o cuidado de nunca virar as costas à(ao) aluna(o) surda(o), já que grande parte de sua comunicação é visual e espacial, e ter sensibilidade ao corrigir provas escritas, focando na coerência do texto, são estratégias que podem fazer esta(estes) estudantes sentir inserida(o) no contexto escolar.

É comprovado que o bilinguismo é a forma mais adequada para o ensino de pessoas surdas, pois tem tanto a língua de sinais estimulada quanto a língua portuguesa. Entretanto, é bastante difícil pôr em prática essa metodologia em todas as regiões do Brasil, sobretudo se pensarmos em pequenos municípios distantes de capitais, onde não há universidade ou o investimento é pouco para assistir essa população.

E o que faz professoras(es) quando não há apoio institucional para mediar o conhecimento junto a estudantes surdas(os)? O mais importante é que se entenda que a Libras é uma língua com suas peculiaridades, regionalismos e estrutura. Se formos fazer uma associação com a Língua Portuguesa que tem seu léxico constituído pelo conjunto de palavras, na Libras isso acontece com o conjunto de sinais e, a partir do seu léxico, é possível estudar a morfologia, a semântica e a sintaxe.

Existem também parâmetros que fazem parte da gramática da Libras para que se possa entender como se constitui um sinal, sendo os 5 principais:

Configuração de mão (C.M): a forma como a mão ou as mãos devem estar para construir um sinal.
Ponto de articulação (P.A): onde a mão deve estar para construir um sinal, se junto ao corpo, ou não.
Orientação (O): em qual direção a palma da mão deve estar: para cima, para baixo, para os lados, para frente ou para trás.
Movimento (M): se o sinal precisa de um movimento ou não.
Expressão facial ou corporal (E): se o sinal precisa de auxílio de uma expressão ou movimento do corpo.

Esses parâmetros são de extrema importância para o ensino de Libras, pois diferentes utilizações de algum deles pode mudar totalmente o significado do sinal. Entretanto, nem todos os sinais são formados a partir de todos os parâmetros.

Ainda sobre a estrutura da Libras temos dois tipos de sinais: os icônicos, que são aqueles facilmente traduzidos por ter uma associação com a língua portuguesa ou com seu próprio significado; e os arbitrários, que não têm relação nenhuma com o português.

Uma forma de a(o) educadora(or) adaptar-se às estruturas da Libras é assistindo programas que tenham intérprete (a TV Cultura tem uma vasta programação com intérprete de Libras), fazer cursos (atualmente muitas plataformas disponibilizam cursos gratuitos de Libras, como a Universidade de São Paulo) ou assistir canais inclusivos como o Tv INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) no YouTube.

Além disso, é fundamental ser sensível no que diz respeito às dinâmicas de sala de aula, a exemplo de avaliações na modalidade escrita, atentando-se para o fato de que a língua portuguesa será sempre a segunda língua da pessoa surda, seja ela oralizada ou não. Estudantes não podem ser excluídas(os) por não terem a língua oral.

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:Educação do futuro.org/Internet
Referências Bibliográficas/

CARVALHO, J. Rodrigo. Língua de Sinais Brasileira e Breve Histórico da Educação Surda. PORTAL EDITORA ARARA AZUL, EDIÇÃO 07-2. Disponível em: https://editora-arara-azul.com.br/site/edicao/61. Acesso em: 05 de abr 2022.

NASCIMENTO, Henrique. UNINASSAU, 2018. Disponível em: https://www.uninassau.edu.br/noticias/educacao-de-surdos-entenda-os-desafios-no-brasil. Acesso em: 05 de abr de 2022.

CEZAR, P. L. Priscila; ALMEIDA, G. P. LUIZ. O Congresso de Milão.LIBRAS, 2017. Disponível em: https://www.libras.com.br/congresso-de-milao. Acesso em: 05 de abr de 2022.

BOGAS, V. João. A História da Libras, a Língua Brasileira de Sinais HAND TALK . Disponível em: https://blog.handtalk.me/historia-lingua-de-sinais/. Acesso em 05 de abr de 2022.

Material de apoio

SILVA, Eduardo Dias da. Sequência didática para aquisição de português como segunda língua para estudantes surdos: uma proposta. Entrepalavras, Fortaleza, v. 6, p. 168-181, jan./jun. 2016.

http://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/24351/1/2016_art_edsilva.pdf

Santos, Vanessa Silveira Moraes. Sequência didática bilíngue envolvendo o gênero textual situação-problema de matemática [manuscrito] / Vanessa Silveira Moraes Santos – 2018. 47f.; il

https://repositorio.ifg.edu.br/bitstream/prefix/453/2/produto_Vanessa%20Silveira%20Moraes%20Santos.pdf

Nadal, Paula. O desafio de ensinar Língua Portuguesa a alunos surdos. Nova Escola. 01 de dezembro de 2010.

https://novaescola.org.br/conteudo/1533/o-desafio-de-ensinar-lingua-portuguesa-a-alunos-surdos

Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para Educação Infantil e Ensino Fundamental: Língua Portuguesa para pessoa surda. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, 112 págs., 2008.

Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem: Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, 128 págs., 2008.

CIEE tem mais de 11 mil oportunidades em todo o Brasil, para pessoas com deficiências

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

Comprometido com a inserção e preparação de jovens e estudantes no mundo do trabalho há quase seis décadas, o Centro de Integração Empresa- Escola-CIEE, maior ONG de inclusão e empregabilidade do País, promove, no dia 8 de agosto (terça-feira), das 10h às 15h, uma maratona de vagas de estágio e aprendizagem em diversas unidades pelo País.

O evento conta com 11.200 vagas em todo o país (04.08.20230 e os estados que concentram o maior número de oportunidades são os de: São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Bahia e Amazonas. Os cursos de Administração, Ensino Médio, Pedagogia, Contabilidade e Marketing contabilizam o maior número de vagas de estágio. Já na modalidade de aprendizagem, se destacam os cursos de Arco Administrativo, Logística, Operador de Telemarketing e Auxiliar de Produção.

Com o objetivo de ampliar o número de oportunidades à parcela jovem da sociedade brasileira, em um mundo do trabalho cada vez mais desafiador. Consulte vagas para PcD.

Fonte: site: https://www.ciee.org.br/Internet

Como ter qualidade de vida com atrofia muscular espinhal

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)

Agosto é o mês da conscientização da AME. Mãe compartilha relação com a filha, que recebeu diagnóstico da doença = LM Lilian Monteiro icone relogio=Aline Giuliani e sua filha

Aline Giuliani fundou o Instituto Viva Íris depois que sua filha foi diagnosticada com AME tipo 2, em 2006

A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença neuromuscular genética rara, degenerativa e progressiva. Uma incógnita para a maioria das pessoas, a AME é pouco divulgada.

Em agosto, mês da conscientização da doença, é importante alertar sobre a necessidade do diagnóstico precoce e abordar temas como as dificuldades de pacientes e cuidadores, como é conviver com a doença e, acima de tudo, quais são os tratamentos para uma melhor qualidade de vida dentro dessa realidade.

A maioria dos casos de AME é do tipo 1, o mais grave.

Sem tratamento, crianças diagnosticadas perdem rapidamente os neurônios motores, responsáveis pelas funções musculares, apresentando dificuldade para respirar, engolir, falar, se sentar ou andar sem apoio, podendo necessitar de ventilação permanente e morrer prematuramente (por volta de dois anos).

Aline Giuliani, fundadora do Instituto Viva Íris, membro do Universo Coletivo AME e mãe da Íris, diagnosticada com AME tipo 2, revela que receber o diagnóstico da filha foi um misto de emoções. “Surpresa, susto, medo, incerteza. Foi muito difícil, especialmente pelo diagnóstico dela ter demorado. Na época era ainda mais difícil, então ficamos meses sem saber o que ela tinha, mas sabendo que havia algo de errado”, comenta.

“O momento do diagnóstico também foi muito complexo, pois a médica teve uma postura muito cruel, dizendo que a Íris não completaria 3 anos e que nada do que fizéssemos poderia mudar aquela sentença. Depois do choque, decidimos fazer por ela tudo o que pudéssemos.

Dar a ela qualidade de vida, transpor barreiras e superar as dificuldades com olhar positivo. Eu me dediquei a estudar sobre a AME e a questionar muitas coisas.

Íris teve um prognóstico muito diferente daquele, teve e tem uma vida plena, cheia de experiências inusitadas e oportunidades. Tem sido desafiador e gratificante também.”

O diagnóstico de Íris foi fechado no dia 12 de junho de 2006, quando ela tinha 1 ano e oito meses. Agora, ela tem 17 anos e fará 18 em setembro.

Aline conta que, no caso da filha, que tem AME tipo 2, as maiores dificuldades sempre estiveram na mobilidade e, mais recentemente, no desejo cada vez maior que ela tem de ter autonomia e independência.

“Ela também teve muitos problemas respiratórios durante a infância, o que nos deixava apreensivos e com medo. A dificuldade de encontrar tratamentos multidisciplinares de qualidade e depois conseguir a oportunidade de um tratamento medicamentoso também marcaram nossas vidas. Mas um dia de cada vez, estamos vencendo as dificuldades.”

Mergulhada na doença para entender e ajudar a filha, Aline transpôs o núcleo família e passou a olhar para outras pessoas que vivenciavam os mesmos desafios

. Assim, nasceu o do Instituto Viva Íris, em Uberlândia (MG).

“Ele nasceu da nossa história e sempre falamos que nasceu antes do CNPJ, junto com o diagnóstico da Íris. Desde aquela época nos envolvemos em ações, sendo voluntários ou organizando eventos, mobilizações.”

DOENÇA SÉRIA Nessa caminhada, Aline planeja construir uma sede própria para desenvolver mais projetos e atender mais crianças e adolescentes com deficiências diversas.

Ela enfatiza que é fundamental falar sobre a AME. “Ela diz respeito a todos. Embora muita coisa tenha mudado, ainda é uma doença séria, que representa a segunda maior causa de óbito genético em crianças de até 2 anos. E pode ocorrer com qualquer pessoa, de qualquer classe social ou etnia.

Pode apresentar sintomas em qualquer fase da vida, embora muitos ainda acreditem que seja só em crianças e bebês.”

Aline explica que as pessoas precisam estar alertas, acompanhar marcos motores de desenvolvimento e procurar ajuda sempre que perceberem algo diferente.

“Além disso, conscientizar é abrir portas para a inclusão das pessoas com AME, que devem ocupar seus espaços nas escolas, no mercado de trabalho, no acesso a uma vida digna.

Ainda existe muito trabalho a ser feito.”

Nota máxima
Desenvolvido por pesquisadores do Grupo Sabin, um estudo que apresenta uma metodologia inovadora de realizar triagem para a atrofia muscular espinhal (AME) é o mais novo vencedor do Prêmio de ‘melhor trabalho’; concedido pela divisão de Pediatria e Medicina Materno-Fetal, da American Association for Clinical Chemistry (AACC), durante o AACC World Congress 2022.

A premiação celebra o trabalho dos pesquisadores do Sabin para desenvolver a triagem da AME a partir do sequenciamento de nova geração (NGS) de dados e mostra como esse processo foi inserido entre as doenças detectadas no “teste genético da bochechinha” da empresa.

Na metodologia, os pesquisadores conseguiram o rastreio da alteração genética e a identificação precoce da AME com apenas uma amostra. O estudo “Incorporating spinal muscular atrophy screening by next-generation” é assinado pelos pesquisadores Gustavo Barcelos Barra, Anderson Coqueiro dos Santos, Ticiane Henriques Santa Rita, Nara Diniz Soares Pessoa, Rosenelle Oliveira Araujo Benício, Pedro Góes Mesquita, Ilária Cristina Sgardioli e Alessandra de Freitas Andrade, todos integrantes do Núcleo Técnico Operacional (NTO), do Grupo Sabin, em Brasília.

neurocirurgião
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Ana Slika/Divulgação
Palavra de especialista
Felipe Mendes, neurocirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)

Não há limitações cognitivas
“A forma mais comum da doença, responsável por cerca de 95% dos casos, é um distúrbio autossômico recessivo, o que significa que é passado somente quando ambos os pais – portadores da mutação – transmitem esses genes alterados aos seus filhos.

Por exemplo, se um pai tem a mutação e a mãe não, o filho não desenvolve a doença. Como não tem cura, a melhor forma de prevenção é um aconselhamento genético para saber se um dos pais carrega o gene e se existe a possibilidade da criança nascer com AME.

A atrofia muscular espinhal pode ser classificada em cinco tipos (0 a 4), que vão de acordo com a idade, desenvolvimento dos sintomas e gravidade.

A tipo 1 é caracterizada por maior gravidade e a tipo 4 é de menor gravidade. Os mais graves são os tipos 0 e 1, quando os problemas motores e respiratórios já se desenvolvem nos primeiros meses de vida.

A AME tipo 1 aparece até o sexto mês de vida. Normalmente, os bebês não conseguem sustentar o pescoço nem se sentar sem apoio, apresentam dificuldades em respirar, dependendo de ventilação mecânica.

Há também problemas para conseguir engolir e se alimentar. Já a AME 2 é uma forma intermediária da doença e ocorre entre os seis primeiros meses até 1 ano e meio de vida.

Também tem como características as dificuldades motoras, para caminhar de forma independente, porém conseguem sentar sem apoio.

Existem também dificuldades respiratórias e de deglutição, mas em grau menor que o do tipo 1.

Crianças com AME tipo 2 podem apresentar, ao longo do tempo, anomalias como escolioses ou deformidades articulares.”

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte: Instituto Viva Iris/Internet

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O que é deficiência intelectual?

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)

O transtorno apresenta múltiplas causas e afeta as funções cognitivas, de linguagem, as habilidades motoras e a capacidade social

Antigamente denominada de retardo mental, a deficiência intelectual, ou transtorno do desenvolvimento intelectual, não é uma doença, e sim uma limitação.

Isso quer dizer que a pessoa apresenta determinadas restrições no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas, como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social, o que provoca uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento individual.

Neste artigo, você vai entender melhor o que é deficiência intelectual, quais as principais causas, como é feito o diagnóstico e de que maneira é possível superar as limitações características dessa condição. Continue a leitura!

O que é deficiência intelectual?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência intelectual é definida como uma capacidade significativamente reduzida de compreender informações novas ou complexas e de aprender e aplicar novas habilidades. Ela é caracterizada por alterações, durante o período de desenvolvimento, das funções cognitivas, de linguagem, habilidades motoras e capacidade social e tem um efeito duradouro sobre o desenvolvimento.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, as causas da deficiência intelectual são heterogêneas e podem ser genéticas ou não genéticas:

Causas pré-natais: incluem síndromes genéticas, erros inatos do metabolismo, malformações encefálicas, doença materna e influências ambientais (álcool, outras drogas, toxinas, teratógenos).
Causas perinatais: abrangem uma gama de eventos no trabalho de parto e no nascimento que levam à encefalopatia neonatal.

Causas pós-natais: incluem lesão isquêmica hipóxica, lesão cerebral traumática, infecções, doenças desmielinizantes, doenças convulsivas, privação social grave e crônica, síndromes metabólicas tóxicas e intoxicações (por exemplo, chumbo ou mercúrio).

As características essenciais da deficiência intelectual incluem déficits em capacidades mentais genéricas e prejuízo na função adaptativa diária na comparação com indivíduos que apresentam idade, gênero e aspectos socioculturais similares.

Como é feito o diagnóstico?
Segundo a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), os três principais critérios diagnósticos da deficiência intelectual são:

funcionamento intelectual significativamente inferior à média;
limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer e segurança;
o início deve ocorrer antes dos 18 anos.

De maneira geral, o diagnóstico de deficiência intelectual baseia-se tanto em avaliação clínica como em testes padronizados das funções adaptativa e intelectual.

Os componentes da avaliação podem incluir história médica pré-natal e perinatal, genograma familiar incluindo três gerações, exames físicos, avaliação genética, bem como triagem metabólica e investigação por neuroimagem.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma avaliação abrangente deve incluir: análise da capacidade intelectual e do funcionamento adaptativo; identificação de causas genéticas e não genéticas; avaliação da existência ou não de condições médicas associadas e avaliação de transtornos mentais, emocionais e comportamentais comórbidos.

Como não se trata de uma doença, não há cura para a deficiência mental. No entanto, profissionais de diferentes áreas, como psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, psicopedagogia, terapia ocupacional, entre outras, podem estimular, por meio de diversos recursos, o desenvolvimento e a aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual.

Edição: CLEOdomira Soares dos Santos
Fonte> Guia de rodas/Internet

Equipe campeã da Copa do Brasil de Futsal Down é objeto de pesquisa

Gilson de Souza DANIEL (Cascavel – Pr – Brazil)
Equipe campeã da Copa do Brasil de Futsal Down é objeto de pesquisa

Os atletas que compõem a equipe Ponte Preta S21 de Futsal Down – da cidade de Campinas/SP – farão parte de uma pesquisa da disciplina Biomecânica, Futsal e Treinamento da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, coordenada pelo professor Sérgio Cunha.

A equipe venceu a final da Copa do Brasil de Futsal Down 2023, realizada em Cabreúva/SP, no dia 15 de julho.

A aproximação entre o time e a Unicamp é considerada outra vitória pelo seu coordenador, Maurício Carvalho, que é pai de Rafael Atkinson Carvalho, um dos atletas.

Não é só Futsal… É propósito de vida… É dar oportunidades…
É criar possibilidades… É desenvolvimento humano!

Edição: Gilson de Souza DANIEL
Fonte:: https://pontepretas21.com.br
Assista ao vídeo que mostra a história da Ponte Preta S21 de Futsal Down no link:

Coletes táteis ajudam pessoas surdas a sentirem música em shows

CLEOdomira Soares dos Santos (Cascavel – Pr – Brazil)
Coletes táteis ajudam pessoas surdas a sentirem música em shows

Em um recente concerto de música clássica no Lincoln Center, em Nova York, nos EUA, várias pessoas da plateia vestiram esses coletes sem fio. Durante a “Semana das Artes Coreanas”, a startup forneceu 75 coletes para o público experimentar a música folclórica coreana e a Ópera nº 2 de Mozart. O nome do dispositivo é “Vibrotextile”, já foi usado em outras oportunidades e está sendo testado em shows.

Os coletes não se limitam a um tipo de música. Os usuários podem ajustar os pontos de vibração para se adaptar ao ambiente do espetáculo, desde o rock até a música clássica — ou mesmo a eletrônica. O artista brasileiro Daniel Belquer atua no projeto dos coletes.

A solução “imita” a música no palco, permitindo que pessoas com deficiência auditiva a experimentem por meio do toque. O colete tem pontos de contato que criam vibrações sincronizadas com a música. As pessoas sentem o som de cada instrumento em diferentes partes do corpo.

Cada colete tem 24 pontos de toque separados, o que significa que cada colete pode transmitir até 24 instrumentos. A tecnologia permite que o público sinta o som de até grandes partituras orquestrais diretamente na pele.

Fonte: link: https://gizmodo.uol.com.br/coletes-tateis-tecnologia-ajuda-pessoas-surdas-a-sentir-musica-em-shows/Internet